sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O auxílio virá - Emmanuel








O auxílio virá


Emmanuel


O problema que te preocupa talvez te pareça excessivamente amargo ao coração.


E tão amargo que talvez não possas comentá-lo, de pronto.


Às vezes, a sombra interior é tamanha que tens a ideia de haver perdido o próprio rumo.


Entretanto, não esmoreças.


Abraça o dever que a vida te assinala.


Serve e ora.


A prece te renovará energias.


O trabalho te auxiliará.


Deus não nos abandonará.


Faze silêncio e não te queixes.


Alegra-te e espera porque o Céu te socorrerá.


Por meios que desconheces, Deus permanece agindo.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Convite à realidade - Joanna de Ângelis






Convite à realidade

Joanna de Ângelis


“Eu o sou, eu que falo contigo.” (João: capítulo 4º, versículo 26).



Fascinam-se ante a aduana colorida da ilusão.


Atravessam o pórtico dos sonhos em ansiosa busca de cousa nenhuma.


Preferem o ácido lisérgico da fantasia, a maconha embriagadora do romantismo absurdo, o estupefaciente da irrealidade...


Transladam-se de uma esfera nebulosa de dor para uma irreal jornada do planeta do gozo transitório donde retornam mais consumidos e mais desgastados...


As incursões ao reino mirabolante da vacuidade redundam em francos desaires e irreversíveis malogros íntimos.


Inutilmente alguém conseguiria evadir-se de si mesmo, porqüanto onde quer que se encontre o homem aí estarão os seus problemas afligindo.


É inegável que as viagens de recreio, o teatro e o cinema, os desportos e as experiências de ligeiros ócios proporcionam renovação, alegria.


Isto, porém, quando funcionam como medicamento restaurador de forças, complementação que chega após tarefas cumpridas, executadas.


Sem embargo seja mui difícil catalogar as linhas definitivas da realidade —
no mundo em que estão soberanas as conquistas do conhecimento sobre as
leis físicas vigentes — todos sabemos que a vida terrena obedece a superior
planificação para enobrecedora finalidade.


Assim, angústia moral ou limitação física, enfermidades orgânicas ou distonias emocionais, significam, não raro, tratamento reparador a que são submetidos os espíritos calcetas pelo impositivo reencarnatório da evolução.


O pântano padece imundície até o instante em que experimenta ser drenado e o solo crestado permanece árido até o momento da irrigação e da adubagem...


Retira a venda dos olhos e despedaça as lentes escuras que te impedem fixar as claridades reais da vida, promovendo o teu programa de ação eficiente onde te encontras, como te encontras.


Nada de ilusões.


Haja o que haja, nos fugazes transes do sonho, de nada te valerão esses êxtases, pois logo tornarás à realidade do caminho, do qual somente a esforço de renovação e aprimoramento íntimo te libertarás para sintonizar com outra realidade, além das sombras e longe das agonias de hoje.


Assim, tranqüilo, afirmou Jesus à samaritana iludida, que se refugiava nas
sombras das fugas:


“Eu o sou, eu que te falo “, convocando-a à realidade da Era que ele iniciava.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de ÂNgelis. Convites da Vida , CAP. 46.

Convite à saúde - Joanna de Ângelis







Convite à saúde

Joanna de Ângelis



“Senhor, se quiseres, poderás curar-me. Jesus, estendendo a mão, o tocou e disse: quero-o, fica curado; no mesmo instante desapareceu a lepra.” (Mateus: capítulo 8º, versículos 2 e 3).



Melancolia e inquietação em festival de sofrimento.


Neuroses e psicoses clamando a patética das dores.


Enfermidades do corpo, da mente, do espírito, em compacta carga sobre os ombros humanos.


Enfermos e hipocondríacos em tormento incessante.


Não obstante as conquistas da inteligência e os êxitos da cultura nos múltiplos campos do conhecimento, débeis são as colheitas da paz.


Triunfos externos convertidos em amargas derrotas íntimas.


Glórias e aplausos silenciados na amargura das duras soledades.


Tributos ao gozo em rios de sofrimentos. Poder, abastança, e a miséria espiando em desespero.


No entanto, a saúde buscada com avidez e pouco possuída é de fácil aquisição.


O mais poderoso contágio que existe, ainda é o da saúde.


Saúde, todavia, de dentro para fora, que produz equilíbrio e consolida tranqüilidade.


Na preocupação de adquirir os valores transitórios, o homem desdenha a edificação interior, desconsiderando a capacidade íntima de produzir para a
vida os tesouros incorruptíveis do espírito.


Pensamentos salutares, disciplina e comedimento de ações, exercícios oracionais, otimismo e auxílio fraterno desinteressado são poderosos, eficientes meios de ajustar e produzir a saúde nos painéis da mente e do
espírito, a se refletirem, posteriormente, no psiquismo, no sentimento e no
corpo.


“Se quiseres” — disse o necessitado a Jesus, e, querendo o Senhor atendeu-o.


Se quiseres e envidares esforços adquirirás a saúde, palmilhando o caminho da fé enobrecida que em te falando da imortalidade, oferece-te os imprescindíveis recursos para a perene aquisição da vida total.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da Vida , CAP. 52.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Riqueza para o céu - Emmanuel





Riqueza para o céu

Emmanuel


Quem se aflige indebitamente, ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas, no fundo dá mostras de inveja, revolta, ambição e desesperança. É preciso que assim não seja!


Afinal, quem pode dizer que retêm as vantagens da Terra, com o devido merecimento?


Se observarmos homens e mulheres, despojados de qualquer escrúpulo moral, detendo valores transitórios do mundo, tenhamos, ao revés, pena deles.


A palavra de Cristo é clara e insofismável. – “Amontoa tesouros no Céu” – disse-nos o Senhor.


Isso quer dizer “acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!”.
Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal.


Beleza física, poder temporário, propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana, que o tempo transforma, infatigável.


Amealhemos bondade e cultura, compreensão e simpatia.


Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus, porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior.


Cresçamos em virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria, porque amanhã será visitado pela mão niveladora da morte e possuirás tão somente as qualidades nobres ou aviltantes que houveres instalado em ti mesmo.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel .

Respeito Mútuo - Emmanuel





Respeito Mútuo

 Emmanuel


Compadece-te dos que não pensam com as tuas idéias e não lhes encareces a vida em tua própria vida, afastando-os da senda a que foram convocados.


Chamem-se pais ou filhos, cônjuges ou irmãos, amigos ou parentes, companheiros e adversários, diante de ti, cada um daqueles que te compartilham a existência é uma criatura de Deus, evoluindo em degrau diferente daquele em que te vês.


Ensina-lhes o amor ao trabalho, a fidelidade ao dever, o devotamento à compreensão e o cultivo da misericórdia, que isso é dever nosso, de uns para com os outros, entretanto, não lhes cerres a porta de saída para os empreendimentos de que se afirmam necessitados.


Habituamo-nos na Terra a interpretar por ingratos aqueles entes queridos que aspiram a adquirir uma felicidade diferente da nossa, entretanto, na maioria das vezes, aquilo que nos parece ingratidão é mudança do rumo em que lhes cabe marchar para a frente.


Quererias talvez titulá-los com os melhores certificados de competência, nesse ou naquele setor de cultura, no entanto, nem todos vieram ao berço com a estrutura psicológica indispensável aos estudos superiores e devem escolher atividades quase obscuras, não obstante respeitáveis, a fim de levarem adiante a própria elevação ao progresso.


Para outros, estimarias indicar o casamento que se te figura ideal, no campo das afinidades que te falam de perto, no entanto, lembra-te de que as responsabilidades da vida a dois pertencem a eles e não a nós, e saibamos respeitar-lhes as decisões.


Para alguns terás sonhado facilidades econômicas e domínio social, contudo, terão eles rogado à Divina Sabedoria estágios de sofrimento e penúria, nos quais desejem exercitar paciência e humildade.


Para muitos terás idealizado a casa farta de luxuosa apresentação e não consegues vê-los felizes senão em telheiros e habitações modestas, em cujos recintos anseiam obter as aquisições de simplicidade de que se reconhecem carecedores.


Decerto, transmitirás aos corações que amas tudo aquilo que possuis de melhor, no entanto, acata-lhes as escolhas se te propões a vê-los felizes.


Respeita os pensamentos e afinidades de cada um e aprende a esperar.


Todos estamos catalogados nas faixas de evolução em que já estejamos integrados.


Se entes queridos te deixam presença e companhia, não lhes conturbes a vida nem te entregues a reclamações.


Cada um de nós é atraído para as forças com as quais entramos em sintonia.


E se te parece haver sofrido esse ou aquele desgaste afetivo, não te perturbes e continua trabalhando na seara do bem.


Pelo idioma do serviço que produzas, chamarás a ti, sem palavras, novos companheiros que te possam auxiliar e compreender.


Não prendas criatura alguma aos teus pontos de vista e nem sonegues a ninguém o direito da liberdade de eleger os seus próprios caminhos.


Se as tuas afinidades pessoais ainda não chegaram para complementar- te a tranqüilidade e a segurança é que estão positivamente a caminho.


E assim acontecerá sempre, porque fomos chamados a amar-nos reciprocamente e não para sermos escravos uns dos outros, porque, em princípio, compomos uma família só e todos nós somos de Deus.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ao amanhecer - Joanna de Ângelis





Ao amanhecer


Joanna de Ângelis




Dia novo, oportunidade renovada.


Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.


Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados;

otimismo diante das ocorrências que surgirão;

coragem no confronto das lutas naturais;

recomeço de tarefa interrompida;

ocasião de realizar o programa planejado.


Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.


À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.


Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.


Dirige cada ação à sua finalidade específica.


Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.


Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.


Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Episódios Diários.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Espalhando alegria - Momento Espírita





Espalhando alegria




De um periódico do Estado de Santa Catarina, colhemos a notícia feliz de alguém que se importa com o bem-estar e felicidade do seu próximo.


A nota em destaque tem como endereço a Praia Central de Balneário Camboriú. Como personagem, um gari que, junto a outros tantos, tem a responsabilidade de executar a limpeza da praia.


Pois Cícero Martins usa o rastelo e o sorriso espontâneo para fazer muito mais do que o próprio trabalho.


Todas as manhãs, na altura da Rua Dois Mil, ele escreve na areia um caprichado e enorme Bom dia.


Ele já se tornou conhecido de muitos. Vez ou outra, recebe um cumprimento vindo de um dos prédios em frente à praia.


Alguém, de lá de cima, grita:  Bom dia, Amarelinho.


Amarelinho é o apelido que recebeu, inspirado na cor do uniforme que ele usa para trabalhar.


Eu escrevo para animar. Às vezes, vejo pessoas tristes pelos bancos da praia e acho que, dessa maneira, posso ajudar. - Conta o simpático homem de quarenta e cinco anos.


O funcionário encanta quem mora nos arranha-céus da Avenida Atlântica e aos que visitam a praia.


Por vezes, interrompe o passo sem pressa de um turista que caminha, com o olhar vago em direção ao mar e se surpreende com o Bom dia, escrito na areia.


Ele não ganha nada a mais para escrever o seu Bom dia. Nada, em termos materiais, porque a sua atitude já lhe rendeu novas amizades.


E também estimulou alguns a pensarem a respeito das próprias atitudes pois, por vezes, se acorda pela manhã e não se dá Bom dia nem para quem mora com a gente.


Há os que param, indagam da autoria da proeza e o vão cumprimentar, abraçar.


Há os que afirmam que a atitude desse gari lhes modificou a forma de encarar a vida. Porque, enquanto os outros vão à praia para tomar sol, passear, descansar, ele está lá, dia após dia, limpando a praia, uniformizado.


Com sol forte, com brisa ou sem ela, ele cumpre a sua tarefa, sem reclamar, com alegria. E distribuindo bom ânimo aos outros.


Acrescenta o seu algo mais, que diz da sua própria alegria de viver.


*   *   *


Não aguardemos o aplauso do mundo. Não esperemos que os nossos atos sejam louvados pelos que transitam ao nosso lado.


Seja a nossa caminhada assinalada pelas pegadas de claridade na Terra, a fim de que, aquele que venha após os nossos passos, encontre as setas apontando o caminho.


Sejamos os que cantam o hino da alegria plena na ação que liberta consciências, na atividade que nos irmana e no amor que nos felicita.


Se cada um de nós se decidir por viver o amor, por expressar a sua alegria de viver, a paisagem atual do mundo se modificará.


No planeta em convulsão, a primavera reflorescerá. Nas almas empedernidas, as flores dos sorrisos irão despontar.


Nos seres em cuja intimidade jazem ressecados os galhos da fraternidade, brotos novos se apresentarão.


Sejamos nós os promotores dessas mudanças. Ainda hoje, principiemos a espalhar alegrias.




Redação do Momento Espírita, com base em fato da vida do gari catarinense Cícero Martins e com pensamentos do cap. 11, do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.Disponível em www.momento.com.br.

domingo, 25 de novembro de 2012

O primeiro pássaro - Momento Espírita







O primeiro pássaro


Momento Espírita



O inverno havia sido longo e muito frio, com bastante neve, e a primavera ainda não havia chegado.



Levantei-me bem cedo, olhei através de minha janela e contemplei um pássaro. 


Em seguida chamei minha esposa e disse:



"Vem rápido e apressa-te para ver quem chegou à janela!



Aqui está um amigo nosso que veio de um país longínquo para nos visitar."



Minha esposa aproximou-se da janela e também viu a pequena ave.



O pássaro olhou para nós e saiu saltitando pela terra fria e árida à procura da minhoca madrugadora, porém o pássaro foi mais madrugador que a minhoca.



E minha mulher correu à cozinha para ver o que poderia encontrar para o bichinho comer.



Eu me dirigi ao pássaro e então lhe disse, emocionado:



"Estiveste em um lugar quente, onde o sol brilhou. 


E poderias ter continuado lá. Mas estás aqui.



E vieste enquanto ainda é inverno, porque a profecia da primavera está em teu sangue.



Tua fé é a essência de coisas que esperaste e a evidência de coisas que não viste.



Chegaste aqui depois de voares muitos quilômetros, sim, centenas de quilômetros, rumo a uma terra desolada, porque tens dentro de tua alma a certeza de que a primavera está próxima.



Oh, oxalá houvesse entre os seres humanos certeza tal que encaminhasse alguém para seu alto destino com uma convicção tão grande quanto a tua!"



E eu pensei nos olhos, formados na escuridão, mas feitos para enxergar a luz; e nos ouvidos maravilhosamente modelados no silêncio, mas feitos para ouvir música; e na alma humana, que nasceu em um mundo onde existe o erro, mas que também nasceu com a esperança da retidão.



E eu abençoei o passarinho que me fez pensar nestas coisas...



E, quando fui à cidade naquele dia, as pessoas diziam:



"Que coisa! O inverno não está muito frio e longo?"

E eu respondi:



"Não quero mais ouvir falar do inverno."



E elas perguntaram:



"Por que não devemos falar do inverno? Não estás vendo o termômetro e as latas de carvão vazias?"



Ergui a cabeça com orgulho e disse:



"Não quero mais ouvir falar do inverno. Esta manhã vi o primeiro pássaro. Para mim, a primavera já chegou."



*   *   *



Quem dera pudéssemos ter a fé e a esperança desse ser alado dos ares terrenos...



Em seu instinto está a voz do Criador garantindo sempre a primavera após a estação do frio.



Se pudéssemos, nas invernias aflitivas da vida, lembrar dessa certeza!... 


De que tudo acabará bem... 


De que uma nova estação das flores não tarda em vir... 


De que as temperaturas gélidas nos fazem sempre mais fortes...



Se pudéssemos perceber, com maior clareza, que o Universo trabalha em nosso favor, em qualquer estação do ano, por mais insuportável que essa possa ser... quem sabe já poderíamos ser mais felizes, aproveitando melhor cada oportunidade, cada experiência de aprendizado.



Quem sabe, inclusive, poderíamos ser o primeiro pássaro de alguém, cuja alma ainda se encontra congelada pelo desespero implacável.



Pensemos nisso.






Redação do Momento Espírita, com base no cap. The first robin, do livro The millionaire and the scrublady, de William Barton, ed. Zondervan.Disponível em www.momento.com.br.

O que é normal? - Momento Espírita





O que é normal?


Momento Espírita


Descobertas recentes sobre a origem de algumas doenças, sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica, nos levam a questionar certas normas ditadas pela sociedade, através dos consensos existentes.


Tem-se constatado que algumas normas sociais, passadas e atuais, levaram ou levam ao sofrimento moral ou físico dos indivíduos.


Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada.


Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e, por conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação.


O pesquisador e escritor Pierre Weil nos traz uma nova visão sobre esse tema.


Ele chama de normose ao conjunto de normas, valores, hábitos de pensar ou de agir aprovados pela maior parte de uma determinada população e que, em algum momento, levarão a sofrimentos.


Esses comportamentos são vivenciados sem que os seus autores tenham consciência dessa natureza prejudicial.


Um exemplo simples, entre vários que poderíamos abordar, é o do consumo de cigarros.


Até algum tempo, era considerado normal que as pessoas fumassem.


Mas, à medida em que ficou comprovado que o ato de fumar causa sérios danos à saúde, esse hábito começou a ser questionado.


O resultado foi que essa normalidade caiu por terra.


Assim como essa conduta perdeu adeptos, outras formas de comportamento vistas como normais hoje, poderão deixar de ser logo mais.


Nem tudo o que a maioria das pessoas aprova, através dos hábitos de pensar ou de agir, é conveniente que adotemos para nós mesmos, para nossas famílias ou para a educação de nossos filhos.


Estejamos atentos para analisar hábitos novos que a sociedade nos impõe. Hábitos que, muitas vezes, vão se instalando lenta e gradativamente.


Passamos a substituir o cuidado com o corpo físico através do lazer e do esporte, pelas infindáveis horas à frente dos computadores, televisores e jogos digitais, acreditando que é normal porque a maioria age assim.


Aos poucos, passamos a considerar normal o hábito de ingerir bebida alcóolica, com frequência e em grandes quantidades, pautados na forma como um número considerável de pessoas decidiu agir.


Crianças e jovens desrespeitam pais, professores e colegas porque os outros também têm essa conduta.


Assim como esses, poderíamos citar muitos outros exemplos, mas cabe a cada um de nós identificar o que realmente tem valor em nossas vidas.


*   *   *


Jesus nos orientou a que vivessemos no mundo sem sermos do mundo.


É difícil não ceder aos apelos que sofremos constantemente.


É difícil ser diferente, mas não impossível.


Basta que tenhamos a firmeza de agir de acordo com o que realmente acreditamos e enchermo-nos de coragem para dizer não, sem nos importarmos com críticas e julgamentos.


Sigamos em frente felizes, com a certeza de estarmos pautando nosso comportamento nos valores que carregamos em nosso íntimo.




Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Normose, a patologia da normalidade, de Pierre Weil, Roberto Crema e Yves Jean, ed. Versus.mDisponível em www.momento.com.br.

Ter coragem - Momento Espírita






Ter coragem

Momento Espírita



Fala-se, no senso comum, que a coragem é atributo dos bravos, dos fortes, dos conquistadores.


A imagem da coragem é sempre associada à figura masculina, vinculada, muitas vezes, à força. Quando não, à intemperança.


Outras vezes, dizem-se corajosos aqueles que se aventuram em situações extremas, esportes radicais, ou em atitudes perigosas, colocando a vida em risco, desnecessariamente.


Assim, habitualmente, nasce a ideia de que pessoas corajosas são essas que enfrentam qualquer situação, que ultrapassam os seus limites, ou que se expõem a perigos intensos.


Contudo, frequentemente, isso que chamamos de coragem, não passa de bravata. Pode ser o destempero do próprio caráter, ou ainda, atestar insensatez e leviandade. Tudo travestido com o falso nome de coragem.


É verdade que a coragem é o instrumento necessário para enfrentar situações difíceis, ou para ultrapassar os próprios limites.


Nessa linha de pensamento, há um imenso número de verdadeiros heróis da coragem, anônimos na nossa sociedade, enfrentando situações e ultrapassando limites.


É necessária muita coragem para se manter honesto e correto, quando todos ao redor se alimentam da desonestidade e da vilania.


É preciso ser corajoso para manter íntegros seus valores, quando seria mais fácil e cômodo agir de forma contrária.


É sempre uma questão de coragem viver a vida optando pelo certo, pelo correto, ao invés de buscar as opções que seriam mais fáceis e aplaudidas.


Frequentemente, na vida, somos convidados a fazer nossas opções.


Um dia, alguém nos chega oferecendo o consumo fácil de alguma droga, de uso corriqueiro, no grupo em que estamos.


Seria fácil dizer sim, porém, corajoso será optar pela posição saudável do não, mesmo arcando com o afastamento de alguns pretensos amigos.


Em outro momento, alguém, no ambiente de trabalho, nos oferece o caminho perigoso do dinheiro fácil, burlando a legislação, adulterando documentos.
Com certeza, seria vantajoso aceitar a oferta.


É necessária muita coragem para se manter no ideal da honestidade e da moralidade.


Jesus, ao enfrentar as estruturas vigentes na sociedade da época, não O fez por mera rebeldia. Agiu por coerência aos Seus valores, na exemplificação da coragem que os homens de bem apresentam.


Assim, percebamos que todos temos oportunidade de desenvolver a coragem em nosso caráter.


Não há quem não tenha os ideais de vida, os valores no bem, o ideal de mundo que desejamos para nossos filhos.


Portanto, armemo-nos de coragem. Coragem para viver, dia após dia, abraçados àquilo que idealizamos.


Coragem para enfrentar a dissimulação, o desequilíbrio, a insensatez de tantos que vivem com essas máscaras, por covardia.


Um dia eles também, cansados das aparências, terão a coragem de abraçar o ideal do bem para vivê-lo por completo.


Pensemos nisso.


E, desde hoje, vivamos a coragem do bem, da moral, dos valores crísticos.




Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.