segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Felicidade - agora ou depois? - Momento Espírita





Felicidade - agora ou depois?



Você costuma afirmar que a felicidade foge de você? Que sempre que você está para conquistá-la, ela se vai, como fumaça ao vento?


Você não será porventura daqueles, como muitos de nós, que coloca a sua felicidade no futuro? Algo que é projetado e que um dia, quem sabe, poderá ser alcançado?


Talvez justamente aí resida a grande dificuldade de ser feliz. Não sabemos apreciar o momento que passa, o que temos, o que somos, onde estamos.


Vejamos. Quando andamos a pé, nossa felicidade está em comprar um carrinho. Não importa o tamanho, a cor, o ano. Importante que rode, que nos leve de um lado a outro, sem longas esperas em terminais de ônibus.


Quando, afinal, conseguimos adquirir o carro e começamos a utilizar, passamos a desejar ter um maior, mais confortável, mais econômico, melhor, enfim. E nisso passa a residir a nossa felicidade.


Sequer nos damos tempo de ficar felizes por termos o primeiro carro. Termos alcançado uma meta.


Quando não temos casa própria, sonhamos com ela. Ficar livres do fantasma do aluguel, podermos, em nossa propriedade, fazer o que desejamos, sem precisar pedir autorização ao proprietário.


Um dia, então, alcançamos o nosso desejo. Eis-nos na casa própria. Em vez de ficarmos felizes, plantarmos um jardim, e ir colocando os pequenos mimos cá e lá, enfeitando nosso cantinho particular, começamos a sonhar com uma casa maior.


Ou, então, em um bairro melhor, com mais comodidades. Afinal, seria interessante que cada membro da família tivesse seu próprio quarto e seu banheiro.


E sonhamos, e sonhamos.


Ora, desejar progredir é próprio do ser humano. Desejar melhorar as condições de vida é natural. Contudo, o que não nos permite sermos felizes, em momento algum, é não valorizarmos a conquista realizada.


E aprendermos que a felicidade não está especialmente em ter coisas, mas em saber dar a elas o seu devido valor.


Mais precioso que o carro, é a possibilidade de andar com as próprias pernas. É ter braços para estreitar, apertar contra o peito quem se ama.


Melhor que a casa onde se reside é gozar da felicidade de um lar, que quer dizer família, lugar de morar, de se expandir, de crescer, de amar e ser feliz.


Eis o segredo da felicidade. Eis porque encontramos seres que nada ou quase nada possuem e sabem sorrir.


Eis porque as crianças, que ainda não entraram no esquema do consumismo, ficam felizes por poder brincar, correr com os amigos.


Elas esquecem se está frio ou calor, se é hora de comer ou de dormir. O importante é gozar até o último momento da brincadeira com os amigos. Por isso, todos os dias, elas nos dizem com seus sorrisos: É possível ser feliz na Terra.


*   *   *


Saúde o seu dia com a oração da gratidão a Deus.


Você está vivo.


Enquanto a vida se expressa, se multiplicam as oportunidades de crescer e ser feliz.


Cada dia é uma bênção nova que Deus lhe concede, dando-lhe prova de amor.


Acompanhe a sucessão das horas, cultivando otimismo e bem-estar.




Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 1, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.Disponível em www.momento.com.br.


Quem oferece flores - Momento Espírita




Quem oferece flores



Quem oferece flores está sempre perfumado.


A frase é uma das muitas adaptações já sofridas por um possível provérbio chinês antigo.


Em outra versão lê-se que um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores.


Na essência dessa ideia está o ensino de que somos nós os maiores beneficiados por uma boa ação praticada, por uma doação, por um gesto de carinho.


Quem recebe as flores poderá se perfumar ou não, se encantar ou não, ficar agradecido ou dar pouca importância.


Porém, quem oferece o ramalhete já está perfumado.


Não temos controle sobre a reação do outro. Não sabemos se irá aproveitar bem, se saberá dar o verdadeiro valor àquilo que fizemos ou dissemos.


Mas, ao tomar a decisão de colher as rosas já estamos nos encharcando de sua essência delicada e bela.


Depois, transportando-as e permanecendo em sua companhia por um tempo, presenteamos nossos próprios olhos e pensamentos com imagens floridas.


Por vezes nos preocupamos em demasia em como o outro irá receber, se saberá valorizar, se saberá agradecer, e acabamos intranquilizando a alma.


A alma de quem oferece florescências não precisa se angustiar, pois já está mergulhada no bem, inundada de amor, do verdadeiro amor, aquele que não espera retorno nem reconhecimento.


É claro que sempre torcemos pelo sorriso no rosto de quem recebeu nosso presente, como se ele fosse a confirmação de que nossa ação foi nobre.


Porém, a confirmação maior está em nossa consciência, que sempre nos avisa, que sempre nos sinaliza quando estamos no caminho dos sentimentos nobres.


Aí está o pouco de perfume que permanece em nossas mãos.


Sempre saímos ganhando quando nos doamos, quando nos preocupamos com o outro. Essa é uma das grandes bênçãos da caridade – ela nos preenche.


Igualmente, se pensarmos pelo lado negativo, das ações maléficas, imaginemos mãos cheias de lama, prontas para atirar no outro.


Quem atira a lama já está coberto dela. É o primeiro que se suja e se prejudica e, mesmo que a jogue longe, mirando em algo ou alguém, sempre permanecerá com as mãos lamacentas.


Isso nos leva a entender que sempre temos a escolha: de estar com as mãos perfumadas ou cheias de lama.


*   *   *


Ofereço-lhe as flores de minh´alma,


Colhidas aqui e ali, nos campos que percorri,


Nas vidas que vivi, durante este tempo em que já sou eu.


Ofereço-lhe meus sorrisos e minha arte,


A arte de misturar as palavras multicolores, como flores, fazendo um jardim,


Ofereço-lhe meu tempo mais precioso, pois tempo que se passa junto é muito maior do que aquele que se passa só,


Ofereço-lhe companhia, não de quem pensa igual, mas de quem pensa ao lado, ouve, respeita e entende outros tipos de pensares.


Ofereço-lhe o que há de melhor em mim... E o mais curioso é que não me esvazio. Não, ao fazer isso, sinto-me ainda maior.





Redação do Momento Espírita.Disponível no CD Momento Espírita, v.24, ed. Fep. Disponível em www.momento.com.br.



domingo, 29 de setembro de 2013

Crendo em Deus - Momento Espírita




Crendo em Deus



Há um pensamento popular que diz que pouco importa se você não acredita em Deus. O importante é que Deus sempre acredita em você.


E há uma grande verdade nisso. Se hoje alguém afirma que não acredita em Deus, será um processo momentâneo.


Logo mais, nessa ou em próxima existência, do lado de cá ou do lado de lá da vida, perceberá o equívoco e, mais maduro, irá entender que Deus existe.


Afinal, alegam esses, nunca a ciência provou a existência de Deus. Para crer nEle, afirmam os materialistas, é necessário ter fé.


Porém, esquecem eles de refletir que tampouco a ciência conseguiu provar que Deus não existe.


Logo, para crer na não existência de Deus, para ser materialista, também é necessário ter fé.


Assim, entre as duas questões de fé, reflitamos com a razão.


Podemos não conseguir provar a existência ou ainda compreender a essência de Deus, mas conseguimos ver as obras de Sua Criação, os reflexos de Sua atuação.


Como explicar que o acaso seja capaz de fazer com que a matéria, poeira esparsa no Universo, aglomere-se e gere planetas, vida, inteligência?


Como explicar a infinitude dos astros no Universo, bailando no oceano cósmico: planetas, galáxias, nebulosas, como um relógio preciso e harmonioso?


Como explicar que uma única célula, aliando-se a outra, dê origem a um organismo de alta complexidade, formado por trilhões de células, com as mais variadas especializações?


E ainda, como explicar que esse mesmo organismo seja capaz de criar, imaginar, se emocionar e amar, somente como fruto do acaso da natureza?


Como falar das mágicas da natureza, como o instinto dos animais, que faz espécies já adultas buscarem as mesmas nascentes, praias, regiões, onde nasceram, para também se acasalarem, perpetuando a espécie?


Acaso as letras do alfabeto, jogadas a esmo, poderão, sem a intervenção do intelecto e da criatividade de um poeta, se transformarem em versos de delicada beleza?


Basta olhar as obras da Criação para entender a grandiosidade de Deus.


Com esse entendimento, o rei hebreu Davi escreveu em um de seus salmos: Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos.


Embora nossa capacidade intelectual e emocional tenha dificuldades para compreender que é Deus, podemos afirmar ser Ele a inteligência suprema, a causa primeira de todas as coisas do Universo.


Ou, conforme sintetiza João, o Evangelista, Deus é amor. E basta.


A partir disso, cabe a cada um de nós, filho de Deus, viver conforme Sua proposta.


Cabe a cada um de nós exercitar e fomentar o amor em nossa intimidade.


Será através do amor vivenciado e cultivado em nós que passaremos a compreender e entender a Deus.


O entendimento de Deus virá quando nosso coração se encher dEle, amando-O acima de todas as coisas e amando ao próximo como a nós mesmos, tal como nos recomenda Jesus.


Quando alcançarmos esse patamar, nossa alma estará plena de esplendor, tendo absorvido os luminosos raios do seu Pai e Criador.





Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.

sábado, 28 de setembro de 2013

Você é insubstituível - Momento Espírita




Você é insubstituível



Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível?


Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos os seres humanos somos transitórios.


Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquer momento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, na realização da tarefa que nos devotamos.


E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoas são descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum.


Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela é inverídica sob variados aspectos.


Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logo descobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo.


No campo da arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem o substituiu?


Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias como ele o fez.


Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo as suas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo?


Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista e principal personalidade da Independência da Índia.


Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois dele liderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros para protestar contra um imposto?


Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez?


E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguém teve um sonho que custasse a própria vida?


Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade.


Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter.


Ele morreu em 1968. Quem o substituiu?


Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bom senso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana?


Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno?


Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, do esposo que realizou a grande viagem?


Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial, uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por onde passa.


Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas, dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém como ela mesma.


Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposo poderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição.


A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma de ser.


Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quem está, é insubstituível.


O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade que dispensa, o carinho que exprime é único.


Isso porque somos Criação Divina inigualável.


Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais, conquistadas ao longo das eras e que se expressam no sentir, no agir, no falar.


Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades dos amigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada um deles é insubstituível.


E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coração das pessoas e no mundo.





Redação do Momento Espírita. Disponível no cd Momento Espírita, v. 22, ed. Fep. Disponível em www.momento.com.br.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Um sonho que findou - Momento Espírita




Um sonho que findou


Imagine se um dia o homem inventasse um aparelho para escutar pensamentos! Imagine que esse aparelho pudesse detectar os pensamentos de quem se prepara para nascer. Se isso acontecesse, é possível que ouvíssemos algo mais ou menos assim:


Enfim, vou realizar o meu grande sonho! Um sonho grandioso demais para mim. Para algumas pessoas, pode parecer banal porque, com certeza, elas nem sequer compreendem como ele é precioso.


Mas, é o meu sonho. O meu desejo mais intenso: viver. Depois de muitos, muitos planos, muito tempo de expectativa, vou viver!


Vou ganhar a vida como oportunidade inestimável para crescer, aprender, realizar, amar, ter a chance que todos têm de construir e gravar na Terra sua passagem por ela.


Vou nascer. Faltam alguns meses, mas eu já estou completo há semanas.


O dia de eu ver a luz do sol, de sentir o ar entrar em meus pulmões está perto. Ah, como deverá estar a cor do céu nessa hora?


Estou ansioso para sentir o cheiro de minha mãe. Qual a cor dos seus olhos? O que será que verei primeiro: o seu sorriso de felicidade ou a sua lágrima de agradecimento a Deus?


Quem irá me balançar primeiro no colo, ela ou papai? Meu pai! Como será sua voz, suas mãos? Decerto devem ser grandes, bem maiores do que as minhas. Assim eu me sentirei bem protegido e amparado.


Vou adorar correr pela casa, procurando você, mamãe. Vou tomar banho cantando e rir de suas brincadeiras.


Você me verá perder o primeiro dentinho e tomará da minha mão para me ensinar a desenhar as primeiras letras. E eu vou escrever bem bonito, bem grande, dentro de um coração: mamãe!


*   *   *


Sonho, sonhei até há pouco. Mas hoje meu grande sonho foi transformado em pesadelo. Gritei por minha mãe porque ouvi dizer que a gente grita pela mãe, quando está com medo.


E eu tive tanto medo. Gritei. Mas ninguém me ouviu! Fui sentindo cada golpe da lâmina afiada. Encolhi-me, tentei fugir, mas não tinha para onde ir.


O ninho quente de amor se transformou numa câmara ensanguentada de morte.


Nem em todas as guerras se planejou câmara mais eficiente de matar. Um lugar onde o condenado não tem voz, não pode correr, não tem como se defender e nem querem saber se ele está sentindo alguma coisa.


*  *  *


Sonhei um sonho impossível. Sonhei um sonho de vida e amor. Sonhei estar aí, com você, mamãe.


O sonho acabou, a vida foi apagada e uma grande dor ficou em seu lugar.


Já não sei se voltarei a sonhar um dia. No momento, faço parte daqueles que não têm o direito de sonhar com a vida.


Mas quem sabe você encontre nas crianças que conseguiram viver e foram abandonadas, alguém que tenha sonhado como eu e que está à espera de um colo arrependido e cheio de amor.


*   *   *


Quando formos abençoados pelas missões da maternidade e da paternidade, jamais cogitemos de destruir a vida que ainda não desabrochou no mundo.


Não pensemos nos embaraços e nos problemas que eventualmente tenhamos que enfrentar. Ao contrário, pensemos nas tantas alegrias com que a Divindade nos brindará através das carícias de ternura das mãozinhas delicadas e dos risos infantis que nos encherão os ouvidos.


E não esqueçamos que um dia nós também batemos à porta de um coração materno, rogando pousada. Porque ele nos acolheu, agora estamos aqui, eu a falar e você a me escutar.


Pensemos nisso.





Redação do Momento Espírita, com base no texto Aos que sonham, de Cristina Damma F. Dias, da revista Harmonia, número 84, de outubro 2001.Disponível em www.momento.com.br.


Quando o sofrimento nos fere... Momento Espírita





Audrey Hepburn, embaixatriz do UNICEF na  Ethiopia

Quando o sofrimento nos fere...



Existem pessoas que, quando violentadas pelo sofrimento, se tornam revoltadas, agredindo aos que vivem ao seu redor, como a se desforrar da dor que as esmaga.


Outras existem que se tornam amargas, alheias ao entorno, não se importando com nada mais senão sua própria dor. Para essas o mundo é cinza, sombrio, nada apresentando de bom.


A vida perdeu o brilho e vivem a rememorar os padecimentos suportados, chegando, por vezes, a se tornarem pessoas de difícil convivência, pela constância das lamentações.


Mas, outras têm o condão de transformar as experiências dolorosas em ações altruístas e humanitárias.


Recordamos da atriz belga Audrey Hepburn. Filha de um banqueiro britânico irlandês e de uma baronesa holandesa, descendente de reis ingleses e franceses, tinha nobreza no sangue.


Foi a terceira maior lenda feminina do cinema, a quinta artista e a terceira mulher a ganhar as quatro principais premiações do entretenimento norteamericano, o EGOT, ou seja, o prêmio Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony.


Quando tinha apenas nove anos, seus pais se divorciaram. Para mantê-la afastada das brigas familiares, sua mãe a enviou para um internato na Inglaterra.


Audrey se apaixonou pela dança e estudou balé. Contudo, com o estourar da Segunda Guerra Mundial, tendo a Inglaterra declarado guerra à Alemanha, tudo se modificaria na sua vida.


Sua mãe, temendo bombardeios na Inglaterra, levou Audrey, sob protestos, para a Holanda. No entanto, com a invasão nazista, a vida da família foi tomada por uma série de provações.


Para sobreviver, muitas vezes, Audrey precisou se alimentar com folhas de tulipa.


Se ela sofria, e outras tantas pessoas sofriam, ela precisava fazer algo. Envolveu-se com a Resistência e viu muitos dos seus parentes serem mortos em sua frente.


Para angariar fundos, ela participou de espetáculos clandestinos, aproveitando para levar mensagens em suas sapatilhas.


Com o final da guerra, a organização que daria origem, posteriormente, à UNICEF, chegou com comida e suprimentos, salvando a vida de Audrey.


Ela jamais esqueceu isso e, em 1987, deu início ao mais importante trabalho de sua vida: o de embaixatriz da UNICEF.  Essa tarefa foi extremamente facilitada, graças ao domínio de cinco idiomas: francês, italiano, inglês, neerlandês e espanhol.


Ela passou seus últimos anos em incansáveis missões pela UNICEF, visitando países, dando palestras e promovendo concertos em benefício de causas humanitárias.


Dizia ter uma dívida para com a UNICEF, por ter tido salva a sua vida. E, dessa forma, tentava resgatá-la.


*   *   *


Sim, as dores podem ser as mesmas. A maneira pela qual cada um as recebe difere e isso confere felicidade ou infelicidade.


Alguns se engrandecem na dor, outros se apequenam e se infelicitam.


A decisão é pessoal. Aprendamos com os bons e salutares exemplos.


Ninguém vive sem sofrer. Façamos das nossas agruras motivos de engrandecimento próprio.





Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Audrey Hepburn. Disponível em www.momento.com.br.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Reflexões possíveis - Momento Espírita





Angelina Jolie, embaixatriz do UNICEF , quando necessário, lidera os deslocamentos de massa.


Reflexões possíveis



Vivemos dias tecnológicos, nos quais as possibilidades de encontro, comunicação, conhecimento entre as pessoas nunca foram tão vastas.


As distâncias se encurtam, os meios de comunicação nos conectam, e vivemos como vizinhos do mundo, muito próximos uns dos outros, próximos de todo mundo.


E como estamos assim, tomando conhecimento de quase tudo, temos notícias a todo tempo e de toda parte.


Algumas vezes nos chegam notícias de mães que relegam filhos, os deixam sem cuidados e ao abandono, na frieza encontrada naqueles que ainda são incapazes de amar.


Porém, sem dúvida há milhares de outras que sacrificam suas horas e energia para o bem-estar dos seus.


Outras notícias nos anunciam as mortes barateadas pelas loucuras de alguns, na selvageria em que se permitem viver.


Por outro lado, não raro, nos esquecemos das centenas de pessoas que se dedicam a salvar vidas, doando seu tempo e cultivando o amor ao próximo.


Algumas vezes, temos a impressão de que são em grande número aqueles que se perdem na violência, maltratando a si e os que estão ao seu entorno.


Não percebemos, no entanto, que muitos semeiam a paz em atitudes silenciosas, porém significativas.


Reclamamos dos desonestos, que se utilizam da corrupção e do desvio de verbas para proveito próprio, dificultando a vida de muitos, fomentando a miséria e os desequilíbrios sociais.


Porém, há uma multidão de pessoas honradas e honestas, a viver dignamente sob a tutela das leis e de valores morais pautados no respeito ao próximo.


Na verdade, a grande maioria das pessoas, hoje vivendo em nosso planeta Terra, traz em si a proposta do bem e justo agir.


Se nos ativermos apenas a algumas manchetes de jornal, ou algum noticiário na TV, podemos até acreditar que a Humanidade piorou e a convivência em sociedade está mais difícil.


Porém, ao nos determos nos fatos, mais aprofundadamente, vamos concluir que isso está longe de ser verdade.


A legislação humana, hoje, é muito mais justa do que há algumas décadas, reflexo do progresso e evolução moral da sociedade.


Na atualidade, existem centenas de associações, grupos organizados, atitudes isoladas mesmo, visando à proteção de minorias, de desprotegidos, de pessoas em risco.


São inúmeros os cientistas, pesquisadores, professores, que se dedicam com afinco e desvelo para novas descobertas, novas conquistas da ciência, que vêm melhorando nossas vidas, nosso bem-estar.


Incontáveis os que se tornam empreendedores sociais, trabalhando em prol de comunidades, elegendo causas sociais, no idealismo dos que querem formar um mundo melhor.


Assim, facilmente percebemos que o mundo vem melhorando e se tornando um lugar mais justo e nobre para se viver.


E, se ainda existem multiplicados problemas, que sejamos, cada um de nós, o início da solução para eles.


Que possamos melhorar o mundo oferecendo o que temos de melhor, no lar, na família, no trabalho e na sociedade.






Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Os sapatos dos outros – sobre a empatia - Momento Espírita





Os sapatos dos outros – sobre a empatia



Os países de língua inglesa usam um termo muito interessante para explicar a empatia: colocar seus pés nos sapatos dos outros.


Trata-se de um exercício difícil, num primeiro momento, mas, que depois de aprendido, torna-se grande aliado para melhorar as nossas relações com o próximo.


Essa técnica envolve a capacidade de suspender provisoriamente a insistência no próprio ponto de vista, e encarar a situação a partir da perspectiva do outro.


Significa imaginar qual seria a situação caso se estivesse no seu lugar, como se lidaria com o fato.


Isso ajuda a desenvolver uma conscientização dos sentimentos do outro e um respeito por eles, o que é um importante fator para a redução de conflitos e problemas nas relações.


Só vestindo o calçado do outro saberemos se ele é apertado ou não, se machuca aqui ou ali, e assim poderemos compreender e tomar atitudes mais eficazes para consolar e ajudar.


Quem tem a habilidade da empatia consegue desenvolver a compaixão e estender as mãos para auxiliar.


Para que alguém esteja apto a, verdadeiramente, consolar alguém, é indispensável ter a percepção ou mesmo a compreensão do que está sofrendo aquele que busca ou aguarda consolação.


Quem tem o comportamento empático compreende melhor, e julga menos, ou julga com menos severidade.


Quem usa a empatia entende as razões do outro e consegue suavizar o ódio, o rancor, o ressentimento, preparando-se melhor para o perdão.


A empatia ou a falta dela pode determinar se um lar viverá em constante guerra ou harmonia.


Os pais precisam da empatia na educação dos filhos, colocando-se em seu lugar constantemente – evitando as broncas desnecessárias, os comportamentos distanciadores e a falta de contato com as emoções das crianças.


Os filhos devem usar de empatia com os pais, percebendo e entendendo suas preocupações, suas dúvidas, suas inseguranças, e sua vontade de sempre acertar e de fazer o melhor para seus rebentos.


A esposa precisa colocar-se no lugar do marido, o marido no lugar da esposa. Ambos precisam conhecer o mundo do outro, suas angústias, suas dificuldades e o que lhe dá alegria.


Puxa... Que dia terrível você teve hoje! Vou tentar ajudá-lo fazendo uma comidinha bem gostosa para nós dois. Assim esquecemos um pouco dos problemas.


Eis o exemplo de um gesto simples, mas precioso, de empatia.


Ainda outro:


Que trabalheira você tem em casa, meu amor... Acho que você precisa sair um pouco para espairecer, não é? Vamos sair só nós dois para jantar?


A criatividade voltada para o bem nos dará tantas e tantas ideias de como realizar esse processo empático, indispensável para a sobrevivência dos lares.


Se desejamos harmonia e melhoria nas relações, temos que passar pela empatia, indubitavelmente.


*  *  *


Experimentemos usar o sapato do outro. Experimentemos o mundo a partir do ponto de vista do outro. Saiamos do egocentrismo destruidor ainda hoje.


Empatia... Sempre.



Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 18, do livro A carta magna da paz, pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter. Disponível em www.momento.com.br.




terça-feira, 24 de setembro de 2013

Morte feliz - Momento Espírita



Cena do filme : E se fosse verdade? Enfoca a questão da eutanásia 


Morte feliz


Na capa de um periódico de grande circulação, encontramos a seguinte indagação: Nós temos o direito de escolher como e quando nossa vida vai acabar?


A questão anunciava uma reportagem sobre a eutanásia, a morte feliz, ou morte assistida.


Os argumentos foram muitos, abordando desde o extremo sofrimento do paciente, passando pelos casos em que não se tem mais o que fazer para salvar uma vida, chegando às discussões sobre o elevado custo de se manter um familiar sob o sustento de aparelhos.


A posição da Doutrina Espírita é clara: nós não temos esse direito.


A vida na Terra, esse período que cada um de nós passa aqui, exige análise mais profunda, que leve sempre em conta a existência do Espírito, esse ser imortal que vem se aperfeiçoando ao longo do tempo, mergulhado na lei perfeita da reencarnação.


O Espiritismo também nos mostra que o sofrimento, em todas suas nuances, sempre tem o objetivo de nos fazer melhores.


Assim, é importante entender que as dores das enfermidades, principalmente quando antecedem a morte, têm o objetivo de nos purificar, ou talvez, segundo cada caso, fazer-nos cumprir a lei de causa e efeito, resgatando ali, naqueles instantes finais, dívidas do passado distante ou recente.


A desencarnação é um processo delicado que, diversas vezes, se inicia muito antes da morte, e se finda algum tempo depois dela.


Desse modo, aqueles momentos em que o paciente passa inconsciente, ou em estado vegetativo, são de grande valia para o Espírito imortal.


Nossa visão limitada, por vezes, não consegue alcançar esses detalhes sutis, e é por essa razão que, nessas situações, pensamos somente nas dores físicas, nas limitações da ciência, e nas complicações financeiras.


É preciso abrir nossas mentes para compreender essas verdades, as realidades que estão além do que nossos sentidos podem provar, que estão além dos poucos anos que vivemos nesta vida.


Cada um de nós é um Espírito indestrutível, criado para a perfeição, que vem, ao longo de muitos séculos, passando por diversas experiências, tendo como objetivo maior o progresso intelectual e moral.


Em vista de tudo isso, seja qual for a razão pela qual se pretenda interromper uma vida humana, justificativa alguma será aceitável.


A existência física é uma imensa oportunidade que temos para crescer, e qualquer segundo a mais que pudermos ter aqui, deverá ser considerado como um tesouro de valor inestimável.


*   *   *


Amar e atender os pacientes com carinho, envolvendo-os em vibrações de paz, orando por eles, são atitudes corretas que a consciência cristã deve aplicar em quaisquer situações em que se encontrem, na condição de familiar ou facultativo, de amigo ou de companheiro, na enfermagem ou no serviço social.


Eutanásia, nunca!





Redação do Momento Espírita, com base em artigo da revista Superinteressante, de março de 2001; no cap. 26, do livro Reflexões espíritas, pelo Espírito Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e no cap. Solução infeliz, do livro Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti, ed. CAC. Disponível em www.momento.com.br.