quarta-feira, 30 de abril de 2014

Tua Hora de Humildade - André Luiz




Tua Hora de Humildade

André Luiz


Se ainda te observas distante de viver a humildade continuamente em todas as horas do dia, podes vivê-la uma hora diária pelo menos...


Traça o teu programa diário de humildade iniciante. 


Escolhe uma hora dentre as horas de cada dia a fim de aperfeiçoares os próprios sentimentos, exercitando a maior conquista do espírito - a humildade.


Que nessa hora te despreocupes da pressa, da convenção, do calculismo, das inquietações contumazes e de ti mesmo, para que te adestres no sacrifício, na indulgência desinteressada, na solicitude fraterna e na cooperação espontânea.


Será essa a tua hora de procurar o último lugar, a hora de te apagares para que se eleve o brilho dos outros...


Em tua hora de humildade constituir-te-ás em médium do amor de Cristo entre os homens; serás, especialmente, o servo de todos, o irmão comum, a partícula viva e anônima que se funde no todo da Humanidade, sem qualquer amor-próprio ou interesse pessoal.


Que olvides, nesse lapso de tempo, toda tisna de vaidade, todo propósito de personalismo e até as mínimas excitações acerca do futuro para viver o presente, o dia que flui, os momentos de teu serviço puro!


Nessa hora sê bom acima de ti, acima de tudo, acima de tuas próprias vantagens, para que teus sorrisos abram outros sorrisos, para que tua palavra confiante semeie outras palavras de esperança, para que tua vontade de acertar alicie outras vontades para a renovação maior.


Anula nesses sessenta minutos a tensão emocional a respeito de títulos, condições sociais, inclusive a censura a ti próprio, no que tange à defesa do teu lugar ao sol...


Que a tua hora de humildade seja cultivada esmeradamente, cada dia, nos lugares em que deva ser exercida para favorecer-te a ascensão espiritual, seja no escritório, na via pública, no entendimento entre amigos ou na intimidade do lar...


Que nesse interregno respires acima de todas as conveniências individuais, fazendo maiores concessões ao próximo, superando o temperamento, procurando usar mais ampla docilidade com quem te não compreende, buscando acertar onde ninguém ainda o conseguiu, diligenciando efetuar os mais difíceis serviços de fraternidade, testemunhando o bem na escala que ainda não pudeste e relembrando que o teu corpo, em dia próximo, regressará, inelutavelmente ao pó de onde veio.


Recebe no coração a visita do Senhor, ainda que por breves minutos durante o dia.


Começa a ser humilde, abolindo todo desculpismo e conquistando o tempo necessário para a tua hora de humildade e acabarás incorporando em ti mesmo os valores supremos do benfeitor maior que, na conceituação do Cristo, será sempre aquele que se fizer o servidor de todos.



XAVIER,  Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo  pelo Espírito André Luiz. Do livro Sol nas Almas, CEC.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Obterás - Emmanuel





Obterás

Emmanuel



"Conforme te encontras na hora da prece, assim obterás a resposta..."


Obterás o que pedes.


Não olvides, contudo, que a vida nos responde aos requerimentos, conforme a nossa conduta na petição.


- Sedento, se buscas a água do poço, vasculhando-lhe o fundo, recolherás tão-somente nauseante caldo do lodo.


- Faminto, se atiras lama ao vaso que te alimenta, engolirás a substância  corrupta.


- Cansado, se procuras o leito, comunicando-lhe fogo à estrutura, deitarás numa cama de cinzas.


- Doente, se injurias a medicação que se te aconselha, alterando-lhe as doses,  prejudicarás o próprio organismo.


Isso acontece porque a fonte, encravada no solo, é constrangida a guardar os detritos com que lhe poluem o seio; o prato é forçado a reter os resíduos que se lhe imponham à face; o colchão é impelido a desintegrar-se ao calor do incêndio, e o remédio, aplicado com desrespeito, pode exercer ação contrária a seus fins.


Ocorre o mesmo, em plena analogia de circunstâncias, na esfera ilimitada do espírito.


Desesperado ou infeliz, desanimado ou descrente, não te valhas do irmão de que te socorres, tentando convertê-lo em cobaia para teus caprichos, porque toda alma é um espelho para outra alma, e teremos nos outros o reflexo de nós mesmos.


- Sombra projetada significa sombra de volta.


- Negação cultivada pressagia a colheita de negação.


Se aspiras a desembaraçar-te das trevas, não desajustes a tomada humilde, capaz de trazer-te a força da usina.


- Oferece-lhe meios simples para o trabalho certo e a luz se fará correta na lâmpada.


- Clareia para que te clareiem.


- Auxilia para que te auxiliem.


- Estuda, servindo, para que o cérebro hipertrofiado não te resseque o coração distraído.


- Indaga, edificando, para que a inércia te não confunda.



Fortaleçamos o bem para que o bem nos encoraje.


Compreendamos a luta do próximo, a fim de que o próximo nos entenda igualmente a luta.


Lembra-te, pois, da eficácia da prece e ora, fazendo o melhor, para que o melhor se te faça, sem te esqueceres jamais de que toda rogativa alcança resposta segundo o nosso justo merecimento...



XAVIER,  Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel .  Do livro "Religião dos Espíritos", 21, FEB.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cada Manhã - Emmanuel




Cada Manhã

Emmanuel



Cada manhã, volves ao corpo que te suporta a intemperança e recebes a bênção do sol que te convida ao trabalho, a palavra do amigo que te induz à esperança, o apoio constante da Natureza, o reencontro com os desafetos para que aprendas a convertê-los em laços de beleza e harmonia e, sobretudo, a graça de lutar por teu próprio aprimoramento, a fim de que o tempo te erga à vitória do Bem.


Desencorajar leve impulso do Bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.


Chora, mas constrói o melhor ao teu alcance.


Sofre, mas adianta-te no caminho.


Todos somos parcelas de imensa legião de trabalhadores em nome do Cristo, com o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.


Ainda sim, no contexto geral das atividades, às vezes de sacrifício a que somos chamados, é indispensável compreender que podes e deves conquistar a tua própria paz, e que a tua própria paz depende, exclusivamente, de ti.


Entretanto, existe a âncora que resiste a todas as ventanias da adversidade. 


Resguardando-te nessa defesa, não há desequilíbrio que te arraste fora do lugar e do dever que te competem.


Apega-te essa âncora e não temas, porque essa amarra bendita ao alcance de todos é, claramente, Jesus Cristo.


Por mais sofras, guarda a fé em Deus e segue adiante, no caminho que a vida te deu a trilhar.


A própria Natureza é um livro de confiança na Providência Divina.



XAVIER,  Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel . Do livro "Caminho Iluminado".




domingo, 27 de abril de 2014

Esplendor - Emmanuel




Esplendor

Emmanuel



Não desanimes.

Segue...

Vives na luz de Deus.


*

A Terra que te abriga

É um jardim ante o Sol.

*

Contempla a vida, em torno...

Tudo é cor e beleza.


*
O fruto que consomes

É flor que amadurece.


*
A própria dor que sofras

É impulso para os cimos.


*
Deus te conduz aos Céus,

De esplendor a esplendor...


 *



XAVIER,  Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel .Do livro "Amor e Luz".

sábado, 26 de abril de 2014

Renascer - Emmanuel





Renascer

Emmanuel



"Se a vontade bem dirigida é a bússola de nossa embarcação no mar das provas edificantes, podemos, em verdade, renascer, cada hora..." - Emmanuel



Deplorável engano esperar alguém por nova reencarnação, a fim de melhorar-se. 


A entrada de nossa alma na luta humana é como que o ingresso do aluno do amor e da sabedoria, em novas fases de aprimoramento na grande escola da Terra.


E, se vemos a árvore renascer da semente, em trabalho metódico, e se observamos o tempo ressurgir, em cada novo dia, é fácil reconhecer a nossa privilegiada posição de criaturas conscientes, no círculo das possibilidades de renascimento espiritual em qualquer ocasião.


Se a vontade bem dirigida é a bússola de nossa embarcação no mar das provas edificantes, podemos, em verdade, renascer, cada hora...


Da incerteza para a confiança.


Do desalento para a coragem.


Da tristeza para a alegria.


Da fadiga para o bom ânimo.


Da sombra para a luz.


Do mal para o bem.


Da perturbação para o equilíbrio.


Da dor para a felicidade.


Da discórdia para a paz.


Da violência para a harmonia.


Do ruído para o silêncio.


Do ódio para o amor.


Renascimento de hoje, porém, indica a morte da véspera.


Se não aprendemos a ceder, em silêncio, apagando os nossos impulsos de dominação individualista, quando se cala a semente na cova escura, morrendo para reviver no pão que enriquece o celeiro, será sempre difícil a nossa renovação.


Usando o amor e a humildade, no clima do serviço incessante, encontraremos, cada dia, mil recursos de recomeçar a nossa jornada, com bases no Infinito Bem.


Cada qual de nós possui o tesouro do coração, do cérebro, do verbo, dos braços...


Se quisermos empregar semelhantes patrimônios, na transformação dos valores que nos cercam, convertendo a nossa fé em motivo de trabalho santificador, em todos os momentos da vida, permaneçamos convictos de que estamos no renascimento constante, a caminho da perfeição crescente, que nos outorgará o direito às mais vastas compensações da Vida Universal.






XAVIER,  Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Do livro “União Em Jesus”, Espíritos Diversos.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Presentes para a alma - Momento Espírita





Presentes para a alma



Quando datas especiais se aproximam, seja o aniversário de um amigo, uma festa familiar ou, ainda, um dia especial na vida a dois, é natural que desejemos celebrar.


De imediato, nos ocorre o pensamento de como presentear, de como marcar significativamente a data, torná-la um evento, indagando-nos o que iremos ofertar, o que comprar.


Essa preocupação se aprofunda nos relacionamentos longos, quando a contagem dos anos não cabe mais nos dedos das mãos, pois, a cada ano fica mais difícil escolher o que presentearmos.


Lembramos que já compramos isso, aquilo, eliminando as possibilidades das roupas, dos enfeites para o lar, dos objetos pessoais. E tudo se transforma num quebra-cabeça complicado.


Presentear quem queremos bem, buscar algo que a pessoa efetivamente vá gostar, é muito natural e saudável.


Porém, será que esses presentes comprados são os únicos que podemos oferecer?


De outra forma, será que os únicos presentes a ofertar aos nossos afetos são aqueles que podem ser vistos, apalpados?


É natural que busquemos materializar o quanto queremos bem alguém, que desejemos dar um simbolismo concreto àquilo que sentimos.


Porém, em algum momento, nos preocupamos em dar de presente coisas que cabem na alma?


Será que há a possibilidade de oferecer algo que não se guarde no armário ou na estante, mas que caiba na intimidade do coração?


Algo que a pessoa possa levar consigo, onde quer que vá, sem precisar, inclusive, pagar excesso de bagagem, ou se incomodar em que ninguém roube ou estrague.


Tantas vezes nos preocupamos em abarrotar as pessoas com coisas e, tão pouco nos preocupamos em preenchê-las com nosso sentimento.


Por vezes, o melhor presente que podemos oferecer é a solidariedade.


Afinal, estar presente nas festividades é fácil e prazeroso.


Entretanto, será nas horas difíceis e doloridas que poderemos oferecer os presentes mais valiosos e raros que possuímos, como o ombro amigo, a palavra de consolo, ou um olhar de compreensão.


Se na saúde e vigor físico podemos nos divertir e brindar aos prazeres e alegrias da vida, será nos momentos de doença e limitação física que incomparáveis presentes poderão ser ofertados.


Nessas horas, terão peso de ouro presentes como a companhia fraterna, o diálogo consolador, as palavras de bom ânimo e coragem que possamos proferir.


Assim, se gostamos de brindar aos nossos amigos e amores com mimos e regalos, estejamos atentos para não esquecer que, em algum momento, eles também precisarão de outros presentes.


Daqueles invisíveis aos olhos, mas que deixam marcas indeléveis no coração.


Presentes que nascem da fraternidade, da abnegação e da solidariedade.


Presentes do verdadeiro amor.


Um presente comprado em loja pode materializar, de certa forma, o quanto queremos bem a alguém. 


Dirá que somos atentos ao que a pessoa aprecia, gosta, o que a felicita.


Mas, esses outros presentes, os que se dirigem diretamente à alma e são invisíveis aos olhos, esses serão sempre a devida medida do quanto conseguimos amar verdadeiramente, de maneira plena e profunda.


Pensemos nisso, enquanto aguardamos a próxima data festiva.




Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quando me amo - Momento Espírita





Quando me amo



Quando me amo...


Acendo uma luz que clareia meus porões esquecidos, deixando para trás os erros e derrotas de tempos idos, e volto a respirar.


Quando me amo...


Aprendo a olhar para dentro, descobrindo-me em parte “potência”, em parte “possibilidade” – aquilo que já sou, aquilo que serei; onde já estou, onde quero estar.


Quando me amo...


Acolho-me feito mãe acolhe um filho ferido: dando colo, amparando o choro, aconselhando a refazer os caminhos. Não me engole a culpa; não me desestimula a derrota.


Quando me amo...


Cuido do corpo, como o lavrador cuida de sua enxada – instrumento preciso de trabalho e de vida adorada.


Cuido também da nutrição da alma: o que escolho assistir, o que escolho ler, pensar e dizer.


Quando me amo...


Vejo minh´alma como a escultura debaixo do mármore de Michelangelo, e entendo que a dor é cinzel que vai retirando um pouco aqui, um pouco lá, até que tudo se transforme em belo Davi.


Quando me amo...


Clareio também a tua face, pois toda luz não fica guardada, não há quem disfarce, um farol a reluzir sobre um monte erguido no ar.


Quando me amo...


Inspiro o teu autoamor, para que possas te amar e crescer, assim  como nova flor, que um dia foi broto, que um dia foi semente, que um dia foi sonho de florescer.


Quando me amo...


Amo-te com mais profundidade, pois conhecendo-me, conheço-te melhor também.



*   *   *

A proposta de Jesus em torno do amor é das mais belas psicoterapias que existe:


Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, numa trilogia harmônica.


Como ainda temos dificuldade em conceber o absoluto, para nos adequarmos à proposição crística, invertemos a ordem do mandamento, amando-nos de início, a fim de desenvolver as aptidões que dormem em latência e acumularmos valores iluminativos, ao longo dos dias.


Assim, nosso grande caminho de amor precisa começar com o autoamor, pois sem autoamar-se, o homem não consegue amar ao seu próximo e tão pouco amar o Criador.


Começamos a jornada dentro de nós, pois autoamor pede autoconhecimento, pede mergulho profundo para dentro de nós.


O autoconhecimento é o meio prático mais eficaz que temos para melhorar nesta vida e resistir à atração do mal.


E quem trabalha por sua melhora está se autoamando.


Cada movimento que fazemos no sentido de desenvolver nossas aptidões, e de acumular valores que nos façam pessoas melhores, é autoamor.


Naturalmente, esse amor a nós mesmos nos conduzirá ao nosso próximo.


Primeiro, porque o autoamor só se constrói e se vitaliza no encontro.


Segundo, porque quando temos uma cota de amor mais madura, mais consciente, conseguimos amar o outro melhor.


Nossas relações se harmonizam, nosso coração fica em paz, nossas angústias desaparecem.



*   *   *


Que possamos nos proporcionar mais momentos de autoencontro, com o objetivo de aprimorar nosso autoamor, que é a chave de todo nosso desenvolvimento no Universo.





Redação do Momento Espírita, com base no poema Quando me amo, de Andrey Cechelero e no cap. 13, item Amor de plenitude, do livro Amor, Imbatível Amor, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Disponível em www.momento.com.br.



quarta-feira, 23 de abril de 2014

Nossas riquezas pessoais - Momento Espírita



Artista plástica Eliana Zagui 

Fonte das imagens : Medicina Intensiva . Disponível em <http://www.medicinaintensiva.com.br/eliana-zagui-hospitalar-sobrati-homenagem.htm>. Acesso em : 14 ABR 2014.



Nossas riquezas pessoais



Quantas vezes já reclamamos da vida, enumerando problemas que não cessam de se avolumar?


Quantas vezes já dissemos do nosso cansaço ante as lutas que nos parecem sem tréguas?


Foi exatamente num desses dias em que nos preparávamos para principiar a ladainha das murmurações, que alguém nos falou de Eliana Zagui.


A artista plástica vive há trinta e seis anos no Hospital de Clínicas, em São Paulo.


A poliomielite que a alcançou, antes de completar dois anos de idade, quase a levou à morte.


Eliana sobreviveu, mas os meses demonstraram que ela jamais poderia viver em outro lugar que não o hospital.


Ela perdeu a mobilidade do tronco, dos membros e vive deitada.


Aprendeu a ver o mundo na horizontalidade. Nas raras vezes em que teve autorização para se ausentar do hospital, precisou de aparato de ambulância, médicos, enfermeiras, atendentes.


Aprendeu a ler aos doze anos. Até então, porque a expectativa de vida de quem possui problemas de saúde semelhantes aos seus era muito pequena, não houvera preocupação com a alfabetização.


Eliana aprendeu a segurar o lápis com a boca. Aprendeu a digitar no computador da mesma forma. E a pintar.


Ler a respeito da vida dessa artista plástica é sofrer com ela todas as desilusões. Também se alegrar com os pequenos nadas que fazem a felicidade de quem vive, há quase quatro décadas, em um hospital.


É chorar com a descrição do abandono dos pais. Enquanto criança, tratava de desculpar a ausência deles por pensar que moravam muito longe.


Ao descobrir a correta geografia, a tristeza a abraçou. Não era tão distante quanto pensava.


É sofrer cada uma das mortes das crianças que viviam no mesmo local e, uma a uma, se foram, deixando um vazio na alma de Eliana.


É ouvi-la se indagar: Serei a próxima? Quando será minha vez?


É se enternecer ao ler a descrição dos seus enamoramentos, a idealização de sonhos e, uma a uma, as cruéis desilusões: ela não era amada com a mesma intensidade com que entregava o seu coração.


Estar sempre deitada, depender de enfermeiros, médicos e aparelhagem para a continuidade da vida; acompanhar a partida dos amigos que demandam a pátria espiritual; sofrer as dores dos que padecem ao lado parece ser uma vida monótona e sem sentido.


Mas Eliana dá o exemplo da superação. E são suas as palavras: Tenho aprendido que minha fé em Deus e minha determinação podem concretizar meus sonhos mais difíceis, desde que eu saiba o que fazer e avalie todos os riscos e consequências de cada ação.


*   *   *


Pensemos nisso: se desfrutamos da ventura de ir e vir, de andar, sentar, deitar, somos criaturas infinitamente felizes.


Se temos a ventura de ver, ouvir, a capacidade de ler, aprender, ensinar, somos seres muito ricos.


Se temos mãos, braços que se movem ao nosso comando, desfrutamos de ventura ímpar.


Antes de reclamarmos do que não temos, lembremos que somente o fato de poder respirar com os próprios pulmões, já é uma grande bênção.


Pensemos em nossas riquezas pessoais e sejamos gratos.





Redação do Momento Espírita, com base em dados colhidos no livro Pulmão de aço – uma vida no maior hospital do Brasil, de Eliana Zagui, ed. Belaletra. Disponível em www.momento.com.br.





        Tela de Eliana Zagui, pintada com o pincel à boca.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Momentos de Luz - André Luiz




Momentos de Luz

André Luiz


Eis seus momentos de luz...


Se você está feliz, ore sempre, rogando ao Senhor para que o equilíbrio esteja em seus passos.


Se você sofre, ore para que não lhe falte compreensão e paciência.


Se você está no caminho certo, ore para que não se desvie.


Se você está de espírito marginalizado, sob o risco de queda em despenhadeiros ou perigosos declives, ore para que o seu raciocínio retome a senda justa.


Se você está doente, ore a fim de que a saúde possível lhe seja restituída.


Se você tem o corpo robusto, ore para que as suas forças não se percam.


Se você está trabalhando, ore pedindo a Deus lhe conserve a existência no privilégio de servir.


Se você permanece ausente da atividade, ore, solicitando aos Mensageiros do Senhor lhe auxiliem a encontrar ou reencontrar a felicidade da ação para o bem.


Se você já aprendeu a perdoar as ofensas, ore para que prossiga cultivando semelhante atitude.


Se você reprova ou condena alguém, ore rogando à Divina Providência lhe ajude a entender o que faríamos nós se estivéssemos no lugar de quem caiu ou de quem errou, de modo a aprendermos discernimento e tolerância.


Se você possui conhecimentos superiores, ore para que não lhe falte a disposição de trabalhar, a fim de transmití-los a outrem, sem qualquer idéia de superioridade, reconhecendo que a luz de sua inteligência vem de Deus que no-la concede para que venhamos a fazer o melhor de nosso tempo e de nossa vida, entregando-nos, porém, à responsabilidade de nossos próprios atos.


Se você ainda ignora as verdades da vida, ore para que o seu espírito consiga assimilar as lições que o Mais Alto lhe envia.


Ore sempre.

A oração é o momento de luz, nas obscuridades e provas do caminho de aperfeiçoamento em que ainda nos achamos, para o nosso encontro íntimo com o amparo de Deus.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Mensagem "Momentos de Luz". Do livro “Tempo de Luz”, Espíritos Diversos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Tiradentes: O Resgate de Uma Traição - Américo Domingos Nunes Filho




Tiradentes: O Resgate de Uma Traição

Américo Domingos Nunes Filho



“... Eis por que um que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado”. O Livro dos Espíritos- Pergunta 984


No ano de 1985, a nação brasileira passou por momentos de grande aflição e, até mesmo, de desespero.


A população, em sua grande maioria, orava conjuntamente para que a dor que lhes afligia fosse extinta. Nunca tantas pessoas se uniram, formando uma grande corrente de energia psíquica para que a doença inesperada não levasse à morte alguém que representava a esperança de um país.


Tudo inútil.


A “fé que remove montanhas” não foi capaz de retirar o cálice do resgate da boca de um querido irmão em expiação.


Por que as preces e as correntes vibratórias do povo brasileiro e de outros paises não surtiram efeito?


Qual o motivo espiritual da fatalidade que alcançou Tancredo Neves poucas horas antes da posse como Presidente do Brasil?


Se nos basearmos em conceitos dogmáticos das religiões tradicionais, de maneira nenhuma conseguiremos saber o porquê do intenso sofrimento sentido por Tancredo e pelo povo brasileiro. Mais uma vez foi dito que “não devemos discutir os desígnios divinos” e o mistério novamente surgiu, tentando responder o que não tem explicação sem o processo da Lei de Causa e Efeito.


Certamente muitas pessoas que oraram com fervor para a recuperação de Tancredo Neves lograram experimentar o desconsolo e a desesperança, assediadas pela decepção, diante do final dramático e acreditamos que, ainda hoje, muitos se lembram daquele episodio com muita tristeza e com muitas dúvidas.


Allan Kardec ensina: “A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa... Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade”.


Perguntou o mestre lionês à Espiritualidade:


“As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais?”


Responderam os Espíritos:


“Não; já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo, da lei de justiça. Se não foi punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado”.


Utilizando-nos do raciocínio que o Consolador nos oferece, busquemos novamente “O Livro dos Espíritos” para o esclarecimento que se faz necessário para, baseados na razão, esclarecermos o assunto em tela.


O Codificador da Doutrina dos Espíritos questiona o mundo extracorpóreo: “Qual a conseqüência do arrependimento no estado espiritual?”. Esclarecem, então, os Mestres do Além: “Desejar o arrependido uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma nova existência em que possa expiar suas faltas”.


Portanto, existia um determinismo providencial no sentido de o Espírito Tancredo Neves, poder resgatar dívidas intensas contraídas em vida passada.


Os jornais, na época, noticiaram o depoimento de um dos componentes da equipe médica que cuidou do Presidente, que disse o seguinte:


“Aconteceram coisas muito raras com ele. 

Eu nunca vi leiomioma (tumor benigno) perfurar desse jeito. 

Sangramentos de sutura em geral ocorrem nos dois primeiros dias do pós-operatório e raramente no oitavo dia. 

Também nunca vi ocorrer infecção pelo actinomiceto como aconteceu com ele, porque o microorganismo é bastante raro. 

São coisas que nos deixam com uma sensação muito estranha. 

Fizemos tudo por Tancredo Neves, durante cerca de um mês nos dedicamos integralmente ao Presidente. 

Ele tinha à sua cabeceira os maiores especialistas, todos os recursos e equipamentos e toda a carga afetiva da equipe, que teve um grande envolvimento emocional com o tratamento. 

Fomos muito surpreendidos pelos fatos. 

Tudo foi feito e ele não respondeu a nada, nada deu certo. 

A sensação que fica é a de que havia, desde o primeiro dia, um caminho traçado que não pudemos mudar”.


É importante frisar que a Espiritualidade já tinha, há oito meses antes da desencarnação de Tancredo, dado uma pista, a qual, por certo, esclarece a causa desse drama vivido pelo Presidente e por todos os brasileiros.


Em 9 de agosto de 1984, o médium Dictino Álvares, em São Paulo, recebeu psicograficamente a seguinte mensagem:


“Estamos compromissados em significativa tarefa neste país que tem a missão histórica de celeiro espiritual do terceiro milênio e os tempos se aproximam”.


“Equipes espirituais de escol canalizam vibrações e as borrifam na mente daqueles que têm a responsabilidade de dirigir esta terra predestinada”.


“Elo de fraternidade emana do mais alto, impulsionando um inconfidente à pátria do Evangelho”.


“Sentimos que os irmãos desejariam que fôssemos mais objetivos, mas todas as coisas têm uma razão de ser e nem tudo nos é permitido revelar”.


É indiscutível que Tancredo Neves estava profundamente vinculado à Inconfidência Mineira.


1. Tiradentes e Tancredo nasceram em São João Del Rei;
2. Morreram na mesma data (21 de abril);
3. Ambos órfãos de pai na infância:
4. Tancredo residiu em São João Del Rei na Rua Tiradentes n. 224;
5. E estátua de Tiradentes em São João Del Rei, resultou de iniciativa do então deputado estadual Tancredo Neves:
6. A expressão “Nova República”, lançada por Tancredo, foi usado por Tiradentes quando foi acareado com Alvarenga Peixoto, na Fortaleza da Ilha das Cobras;
7. Ambos deram suas próprias vidas pelo ideal de liberdade em nossa pátria: Tiradentes - mártir da Inconfidência, Tancredo - mártir da Nova República.


Por certo o Presidente foi a reencarnaçao de um personagem da Insurreição Mineira, que regressou à vida física com uma missão de resgate: lutar e dar a sua vida pela libertação de nosso país.


Assim como Tiradentes, ele não conseguiu ver a chama da liberdade acesa em solo brasileiro.


Joaquim José da Silva Xavier morre por enforcamento, tendo sido seu corpo esquartejado e expostos seus restos em vários lugares.


Tancredo de Almeida Neves sofre os cortes no abdômen, possibilitando o “esquartejamento” pelo retalhamento das vísceras em seis cirurgias e no embalsamamento, e o enforcamento progressivo pela traqueotomia e insuficiência respiratória. O corpo do Presidente é também exposto em vários lugares ao público.


Que débito teria o Espírito Tancredo contraído em vida pretérita, que justificasse tamanho sofrimento atual?


Teria sido esse Espírito, reencarnado na época da Inconfidência um obstáculo à concretização do movimento libertador de Tiradentes e demais conjurados?


Poderia esse Espírito ter sido responsável pela derrocada do movimento da Conjuração Mineira e pela posterior punição dos Inconfidentes?


Lembramos que o traidor Joaquim Silvério dos Reis denunciou Tiradentes e demais companheiros ao Visconde de Barbacena, governador da Capitania de Minas Gerais, na data de 15 de Março, sim, 15 de Março de 1789.


Em 15 de Março de 1985, Tancredo é submetido à intervenção cirúrgica de urgência, privando-o de tomar posse na Nova Republica. Sofreu as conseqüências do esforço, da dedicação e da estóica entrega de si mesmo aos superiores interesses do país, já que a doença o atacara muitos dias antes da data prevista para a posse e a cirurgia tinha sido postergada para depois do compromisso solene perante o Congresso Nacional.


Tancredo se sacrificou, deu a sua própria vida para que todos os brasileiros pudessem respirar novamente a atmosfera da liberdade em nossa pátria.


Que misterioso desígnio esse que o privou de tomar posse! Somente a doutrina da reencarnação pode explicar esse estranho destino de um homem que luta para levar seu povo à Terra Prometida da Paz e da Liberdade e não consegue penetrá-la.


Que enigmática fatalidade impedindo que um ideal de libertação seja acionado pelas próprias mãos de seu maior criador!


Tancredo de Almeida Neves (22 letras).
Joaquim Silvério dos Reis (22 letras).


Que o Divino Mestre ilumine esse Espírito que certamente de vida a dois personagens importantes da História do Brasil e conseguiu em sua última existência resgatar um pesado débito para com o nosso país.


Agradecemos a Jesus por estar nos iluminando, através da doutrina do “Consolador”, sepultando o milenar mistério e deixando cair todos os véus, principalmente o véu do dogmatismo, da ignorância e do preconceito.


A Doutrina Espírita tem um grande recado a dar ao mundo e todos nós que a abraçamos somos impelidos a levar por toda a parte a mensagem consoladora de Jesus.


Bezerra de Menezes, através da abençoada mediunidade de Divaldo Pereira Franco, no encerramento do Congresso Internacional de Espiritismo/1989, realizado em Brasília, disse:


“Tendes (os espíritas) o compromisso de acender, na escuridão que domina o mundo, as estrelas luminiferas do Evangelho de Jesus...”.


“... Jesus é o mesmo hoje como era há 2000 anos atrás. Restaurado na palavra consoladora da Doutrina Espírita, Ele nos conclama à união dos corações para a unificação do ideal da verdade”.


Que a Paz do Doce e Amorável Jesus penetre no Espírito Tancredo Neves e, também, alcance a todos os que vivem nesse país, destinado a ser o celeiro espiritual do 3º. Milênio.




FONTE:


O MENSAGEIRO/ REVISTA CRISTÃ ESPÍRITA DO TERCEIRO MILÊNIO. Livro: A Queda dos Véus . Disponível em    http://www.omensageiro.com.br/artigos/artigo-168.htm . Acesso: 21 ABR 2014.