segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Curiosidades Sobre O Dr. Zerbini - Aníbal Leite de Abreu

 


Curiosidades Sobre O Dr. Zerbini


Aníbal Leite de Abreu

 

O mais célebre cirurgião de transplantes do coração do país narra a sua experiência com fatos espíritas. 


Dois Espíritos de médicos assistiram uma de suas primeiras cirurgias. 


Ele conta como o caso aconteceu, há mais de 40 anos.


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O autor desta matéria solicitou ao Dr. Zerbini a devida autorização para a publicação desse eloquente e incontestável depoimento, que vem enriquecer a literatura espírita. 


O doutor e professor Eurycledes de Jesus Zerbini, na sua última visita à cidade de Pindamonhangaba, SP, para proferir na Santa Casa local uma de suas eruditas palestras sobre cardiopatias e cirurgias cardíacas, num bate-papo com o autor deste comentário, mostrou-se adepto do niilismo, em face da sua incompreensão a respeito do trágico acidente que vitimou o seu filho Eduardo, médico, quando há quase quinze anos antes este procurava socorrer uma senhora, em dificuldades com o seu veículo, no elevado da Praça 14 BIS, em São Paulo. 


Com argumentos da Lei de Causa e Efeito, procuramos dissuadir o eminente professor Zerbini daquela ideia fixa de responsabilizar Deus, pelo acontecido.


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– Mas como vou aceitar esse Deus que você diz ser de amor, de bondade e de perfeição, se ele me deu uma implacável paulada na cabeça, tirando de mim um filho querido, que seria o meu sucessor na área médica, um moço bom, dedicado, que tinha um grande futuro e no momento fatídico do desastre, praticava uma louvável ação?


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Daí, a conversa prolongou-se. 


De um lado, argumentos aparentemente lógicos e até certo ponto convincentes e de outro, argumentos racionais, fundamentados numa fé esclarecida, raciocinada e que não dava azo a sofismas. 


A conversa se estendeu sem que chegássemos a um acordo, tal a relutância do emérito cirurgião em defender o seu ponto de vista.


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No dia 10 de outubro, estivemos em São Paulo, levando ao professor Zerbini o livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, que trata da Justiça Divina, para que os argumentos contidos naquela obra se não rompessem a incompreensão do ilustre cientista, pelo menos, abassem o seu ateísmo.


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Mais uma vez tivemos a ventura de desfrutar de útil e oportuno diálogo com tão ilustrada personalidade, a qual, na sua peculiar cordialidade e lhaneza, nos convidou a sentar ao seu lado, junto à sua mesa e, abrindo o livro que lhe ofertamos, foi logo dizendo:


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“Allan Kardec foi um grande pensador…” passando então a nos narrar um fato interessantíssimo:


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Ele era ainda bem moço, médico recém-formado, precisamente nos últimos anos da década de 1930 entre os anos de 1938 e 1940 e trabalhava no consultório do Dr. Alípio Corrêa Neto, à Rua Marconi, 94, em São Paulo, Capital. 


Certo dia, eis que adentra ao consultório um senhor de meia idade, apresentando-se como diretor da revista espírita “A Centelha”.


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Dizia o consulente que no Centro Espírita onde ele frequentava, um Espírito havia lhe dito que ele deveria passar por uma cirurgia de hérnia na virilha. 


O Espírito o advertiu de que no ato operatório o paciente não poderia ser submetido à anestesia tradicional, mas que procurasse, naquela rua, um consultório médico, onde um facultativo, o Dr. Zerbini, havia descoberto um novo processo de anestesia (Protóxido de azoto) que seria naturalmente benéfico e indicado para o seu caso.


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Todavia, o jovem médico, Dr. Zerbini, na sua tão pronunciada humildade, alegou ao consulente que ele era recém-formado e não dispunha de muita prática para realizar a cirurgia solicitada. 


Mas o paciente insistiu tanto que o dr. Zerbini acabou por aquiescer ao pedido, embora procurasse argumentar que havia outros cirurgiões de fama, que melhor poderiam atender ao insistente pedido do paciente.


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Marcado o dia da intervenção e outros detalhes, o paciente tinha um pedido especial a fazer: que na sala de cirurgia fosse permitida a presença de uma senhora (naturalmente uma médium) que deveria ali permanecer devidamente concentrada, orando.


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Diz o Dr. Zerbini com certa graça:


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– Naquele tempo não existia muito rigor em se tratando de assepsia e nem se falava em infecção hospitalar e a presença da senhora foi permitida.


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No dia aprazado, no horário estabelecido, iniciou-se a cirurgia e o Dr. Zerbini, atento à delicada intervenção, esqueceu-se por completo da presença estranha daquela mulher. Após o ato cirúrgico, desenvolvido com pleno êxito, o Dr. Zerbini lembrou-se da senhora e voltando a ela disse-lhe:


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– Desculpe-me, até esqueci-me da senhora. 


Por acaso a senhora viu ou notou alguma coisa?


A dita senhora acenou afirmativamente e respondeu:


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– Vi sim senhor. 



Dois Espíritos de médicos à sua retaguarda conversavam sobre o sucesso da cirurgia e comentavam o método usado de anestesia.


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Dr. Zerbini, curioso, desejando obter maiores informações a respeito do inusitado fato, perguntou à médium:


– A senhora poderia me dizer os nomes deles?


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– Sim – respondeu a senhora – Um diz chamar-se Batista e o outro, Werneck.


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O fato singular é que esses dois médicos desencarnados, quando na vida física, haviam escrito em parceria, uma obra intitulada: Semiologia Cirúrgica, volume que permanecia na mesa do Dr. Alípio Corrêa Neto e que era por ele consultada quase que diariamente.


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Os dois médicos eram: Dr. Fábio Leoni Werneck, entomólogo, médico e farmacêutico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. 


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Trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz, tendo publicado trabalhos sobre insetos e dr. João Benjamim Batista, médico, professor de técnica operatória e medicina experimental da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.


FONTE

ABREU, Aníbal Leite de, Jornal Espírita, SP, 05/92 (artigo transcrito do “Anuário Espírita 1993”, pág. 85). Profº Dr. Euclydes de Jesus Zerbini , precursor dos transplantes cardíacos no Brasil: Imagem da internet

domingo, 23 de novembro de 2025

Diante do Tempo - Emmanuel


 Diante do Tempo

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 15-12-1961.

1ª Parte — Cap. V — Item 5.

 

Contempla o mundo a que voltaste, através da reencarnação, para resgatar o passado e construir o futuro.

 

Sol que brilha, nuvem que passa, vento que ondula, terra expectante, árvore erguida, fonte que corre, fruto que alimenta e flor que perfuma utilizam a riqueza das horas para servir. 


Aproveita, igualmente, os minutos, para fazeres o melhor.


Perdeste nobres aspirações em desenganos esmagadores; 


no entanto, as esperanças renascem no coração dilacerado, à maneira de rosas sobre ruínas.

 

Perdeste créditos valiosos na insolvência passageira que te aflige o caminho; 


todavia, o trabalho dar-te-á recursos multiplicados para conquistas novas.

 

Perdeste felizes ocasiões de prosperidade e alegria, à vista da calúnia com que te ferem ; 


mas, no culto da tolerância, removerás a maledicência, demandando níveis mais altos.

 

Perdeste familiares queridos que te largaram à solidão; 


no entanto, recuperá-los-ás tão logo consigas sazonar os frutos do entendimento, na esfera da própria alma.

 

Perdeste afetos sublimes na fronteira da morte; 


todavia, reaverás todos eles, um dia, quando te sentires de espírito libertado, nos Planos da Grande Luz.

 

Perdeste dons preciosos, na enfermidade que te flagela;


mas o próprio corpo físico é santuário que se refaz.

 

Observa, contudo, o que fazes do tempo e vale-te dele para instalar bondade e compreensão, discernimento e equilíbrio, em ti mesmo, porque o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 82 . Jesus Cristo : Ilustração Reproduzida da Internet.


sábado, 22 de novembro de 2025

Na Luz da Justiça - Emmanuel



 Na Luz da Justiça

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 8-12-1961.

1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — §21.

 

A justiça humana, conquanto respeitável; 


frequentemente julga os fatos que considera puníveis pelos derradeiros lances de superfície, mas a Justiça Divina observa todas as ocorrências, desde os menores impulsos que lhes deram começo.


Identificaste os culpados pelas tragédias, minuciosamente descritas na imprensa; 


no entanto, muitas vezes tudo ignoras, acerca das inteligências que as urdiram na sombra.

 

Viste pais e mães, aparentemente felizes e vigorosos, tombarem na desencarnação prematura, minados por sofrimentos indefiníveis; 


mas não enxergaste os filhos inconsequentes que lhes exauriram as forças.

 

Anotaste os companheiros que desertaram da construção espiritual, censurando-lhes o esmorecimento e o recuo; 


todavia, não te apercebeste dos amigos levianos que lhes exterminaram a tenra sementeira de luz, no apontamento escarnecedor.

 

Reprovaste os que se renderam à perturbação e à loucura, estranhando-lhes a suposta fraqueza; 


entretanto, não chegaste a conhecer os verdugos risonhos, do campo social e doméstico, que os ficharam no cadastro do manicômio.

 

Acusaste os irmãos que caíram em desdita e falência, classificando-os na lista dos celerados; 


contudo, nem de leve assinalaste a presença daqueles que os sitiaram no beco da aflição sem remédio.


Não queremos, com isso, consagrar o regime da irresponsabilidade.

 

Todos respiramos, no Universo, ante a luz da Justiça.

 

O autor de uma falta, naturalmente, responderá por ela.

 

Nos tribunais da imortalidade, cada Espírito devedor resgata as suas próprias contas. 


No entanto, em todas as circunstâncias, saibamos semear o bem, esparzir o bem, sustentar o bem e cooperar para o bem, de vez que as nossas ações provocam nos outros, ações semelhantes, e, se aquele que faz o mal é passível de pena, aquele que organiza o mal, conscientemente, sofrerá pena maior.


 XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 81. Ilustração Reproduzida da Internet.