Na Trilha Da Caridade
Emmanuel
E - Cap. XV - Item 10
Se já podes sentir a felicidade de
auxiliar, imagina-te no lugar de quem pede.
Provavelmente, jamais precisaste
recorrer à mesa do próximo, para alimentar um filho estremecido e nem saibas
quanto dói a inquietação, nas salas de longa espera, quando se trata de
mendigar singelo favor.
Quantos nos dirigem o olhar molhado,
suplicando socorro, são nossos irmãos...
Talvez nunca examinaste os prodígios
de resistência dos pequeninos sem prato certo que te abordam na rua e nunca
mediste a solidão dos que atravessam moléstia grave, sem braço amigo que os
assista, no sofrimento, a se arrastarem nas vias públicas, na expectativa de
encontrarem alguém que lhes estenda leve apoio contra o assédio da morte.
Muitos dizem que há entre eles
viciações e mentiras, que nos compete evitar em louvor da justiça e ninguém
pode contrariar a justiça e ninguém pode contrariar a justiça, chamada a reger
a ordem.
Será justo, no entanto, verificar até
que ponto somos culpados pelo desespero que os fizeram cair em semelhantes
desequilíbrios e até onde somos também passiveis de censura por altas
equivalentes.
*
Deus nos dá para que aprendemos
também a distribuir.
Assegura a disciplina, mas lembra-te
de que o Senhor te agradece a bagatela de bondade que possas entregar, em favor
dos que sofrem, e a palavra de reconforto que graves no coração torturado que
te pede esperança.
Trabalha contra o mal, no entanto,
recorda que as leis da vida assinalam a alegria da criança desditosa a quem
deste um sinal de bondade e respondem as orações do velhinho que te recolhe os
testemunhos de afeto, exclamando: "Deus te abençoe".
A caridade em cada gesto e em cada
frase acende o clarão de uma bênção. Será talvez por isso que a Sabedoria
ergueu o cérebro, acima do tronco, por almenara de luz, como a dizer-nos que
ninguém deve agir sem pensar, mas entre a cabeça que reflete e as mãos que
auxiliam, situou o coração por fiel sublime.
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel
e André Luiz. Opinião espírita, cap 46. Madre Teresa de Calcutá: Ilustração Reproduzida da Internet.