sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Precisamente - Emmanuel


Precisamente

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 11-9-1961.

1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 11.

 

Diante das soluções aguardadas para amanhã, é imperioso atender aos problemas de hoje.


Declaras-te sob manchas morais e foges de servir, quando precisamente a vida nos descerra a ensejo de auxiliar, para que o suor, na prática do bem, nos dissipe as nódoas do coração.

 

Confessas-te em débitos lamentáveis e desertas das boas obras,  quando precisamente dispomos da oportunidade de agir, a benefício dos semelhantes, a fim de que venhamos a alcançar o resgate preciso.

 

Asseveras-te em falta grave e acolhes-te à intolerância, quando precisamente no exercício da bondade para com os outros é que obteremos desculpa em favor de nós mesmos.


Afirmas-te frágil, quando precisamente por isso é que as tribulações nos sitiam a estrada, a fim de que saibamos conquistar o apoio da fortaleza.

 

Dizes-te inútil, quando precisamente para que nos façamos prestativos e valiosos é que possibilidades inúmeras de trabalho nos rodeiam em cada dia.

 

Acusas-te ignorante, quando precisamente para que nos instruamos é que as experiências difíceis nos desafiam, em toda a parte.


Não te isoles, a pretexto de imperfeição.


O discípulo permanece no educandário, precisamente para aprender.

 

E, em todo educandário, as lições seguem curso normal, conforme o programa que as preceitua.

 

Ao aluno aplicado, passaporte de competência.

 

Ao aluno vadio, convite à repetição.

 

Assim também conosco.

 

A vida é a escola de nossas almas.

 

Quem quiser pode aproveitá-la em todas as circunstâncias.

 

O tempo, contudo, assemelha-se ao professor equilibrado e correto que premia o merecimento, considera o esforço, reconhece a boa vontade e respeita a disciplina, mas não cria privilégio e nem dá cola a ninguém.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 59 : Ilustração Reproduzida da Internet. Arte: Jessica 20031517.

Purgatório - Emmanuel


Purgatório

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 8-9-1961.

1ª Parte — Cap. V — Item 3.


Aprendeste a venerar os heróis do passado e suspiras igualmente pelo ensejo de exaltar a virtude.

 

Na senda cristã rememoras o tempo glorioso dos mártires, invejando-lhes o destino.

 

De outras vezes, sonhas chegar ao Plano Espiritual por sublime aparição de brandura, asserenando as almas impenitentes.

 

Em muitas ocasiões, no limiar do repouso físico, pedes admissão ao serviço dos benfeitores desencarnados, diligenciando o próprio adestramento em obras de instrução e consolo.


Entretanto, quase nunca te lembras de que te encontras no mundo, assim como quem vive temporariamente no purgatório.

 

Não precisas entregar a própria carne ao dente das feras, para demonstrares fé em Deus; 


e nem desvencilhar-te do corpo denso a fim de exerceres os misteres da caridade.

 

O Amor Infinito expressa-se, em toda a parte, e a Terra em que respiras movimenta-se a pleno céu.

 

Embora na parcela de luta que o passado te atribui ao presente, reflete no ideal de servir e surpreenderás o divino momento de auxiliar, seja onde seja.

 

Tens, na própria casa, os pais sofredores, os filhos inquietos, os irmãos menos felizes e os parentes agoniados.

 

Identificas, no trabalho, chefes irritadiços, subalternos amargos, clientela exigente e colegas-enigmas.

 

No campo social, relacionas amigos-problemas, adversários gratuitos, companheiros frágeis e observadores intransigentes.

 

E, tanto nos becos mais simples quanto nas mais largas avenidas, segues ao lado de corações que a sombra enredou na teia das grandes provas.

 

Todos, sem exceção, esperam de ti a migalha de amor e a esmola de paciência.


Purgatório! purgatório!… 


Todos nós, consciências endividadas, estamos nele.

 

O remédio, porém, é o caminho da cura.

 

Ajuda aos semelhantes para que os semelhantes te ajudem.

 

Aqueles que nos rodeiam são hoje os grandes necessitados. 


Amanhã, contudo, é possível que os grandes necessitados sejamos nós.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 58.  Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 


quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Invocações - Emmanuel


Invocações

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 4-9-1961.

1ª Parte — Cap. X — Item 9.


Ouviste opiniões contraditórias, referentes às invocações na Doutrina Espírita.


Adversários gratuitos pretenderam insinuar que nos reuníamos, imitando magos e sibilas da antiguidade, a explorar sortilégios e filtros supostamente milagrosos.

 

Outros, sem analisar-nos os princípios, entenderam acreditar que tomamos os recursos psíquicos para exibições de hipnotismo vulgar, como se categorizássemos os medianeiros da Nova Revelação por jograis e fantoches.

 

É imperioso anotar, contudo, que toda a formação espírita guarda raízes nas fontes do Cristianismo simples e claro, com finalidades morais distintas, no aperfeiçoamento da alma, expressando aquele Consolador que Jesus prometeu aos tempos novos.

 

Não admitas, portanto, pudéssemos converter as lições do Mestre em práticas e fórmulas cabalísticas. 


Todos os ensinamentos do Cristo vibram puros, em nossos postulados, com os amplos desenvolvimentos que a Codificação Kardequiana lhes imprimiu.


Em nossas assembleias, hipotecamos o apreço devido a todas as crenças e confissões.

 

Respeitamos os irmãos da Cristandade, que, em postura determinada, invocam a Presença Divina e a proteção dos Espíritos santificados, em preces de confiança e cânticos de louvor.

 

Respeitamos os irmãos do Islamismo que, diversas vezes por dia, invocam a bênção de Alá.

 

Respeitamos os irmãos do Budismo que, através da liturgia que lhes é própria, invocam a paz de Çakia, o Bem-Aventurado.

 

Respeitamos os irmãos do Moisaísmo que, por vários preceitos, invocam o amparo do Senhor Todo-Poderoso.

 

Também nós, em nos associando, invocamos a inspiração do Divino Mestre e o concurso dos instrutores domiciliados na Vida Maior, a fim de que possamos orar e estudar a verdade, aprendendo porque oramos e cremos, de vez que, na Doutrina Espírita, sem pompas de culto externo e sem rituais de qualquer procedência, somos chamados à fé, capaz de encarar a razão face a face.

 

Quanto à atitude religiosa que abraçamos, de permeio com as indagações científicas e com as exposições filosóficas da nossa Doutrina Libertadora, ninguém pode olvidar que Allan Kardec, evidenciando a necessidade de aliança do raciocínio e do sentimento, nas jornadas do Espírito, iniciou a obra monolítica da Codificação perguntando pela essência de Deus. 


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 57.  Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O Lugar do Paraíso - Emmanuel



O Lugar do Paraíso

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 1-9-1961.

1ª Parte — Cap. III — Item 2.


Para além do mais além, espraia-se o Universo infinito, em todas as direções.

 

O homem terrestre já mentaliza Vênus e Marte, Júpiter e Saturno, lares pendentes do colo maternal do Sol que nos anima, por territórios atingíveis.

 

Não nos referiremos em página tão simples à estatística dos milhões de quilômetros que separam os grandes mundos entre si. 


Recordemos tão só que a galáxia em que respiramos agora, dentro da qual a nossa Terra pode ser comparada a uma laranja no Oceano Pacífico, dista da galáxia mais próxima centenas de anos-luz. 


E, compreendendo-se que um ano-luz representa mais de nove trilhões de quilômetros, já que a luz se projeta com a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo, é fácil imaginar a grandeza da Criação.

 

 

Temos, desse modo, a enxamearem, nas vastidões do Cosmo, sóis e planetas incontáveis, todos eles vinculados às pluriformes Esferas espirituais em que se continuam. 


Aí, aglutinam-se, funcionam, desintegram-se e refazem-se mundos de todas as condições, no incessante quimismo dos elementos.

 

Mundos — santuários…

 

Mundos — escolas…

 

Mundos — sementeiras…

 

Mundos — searas…

 

Mundos — desertos…

 

Mundos — jardins…

 

Mundos — hospitais…

 

Mundos — penitenciárias…

 

Mundos — oficinas…

 

Mundos — museus…

 

Alma que te purificas na Terra, diante de tamanha magnificência, não menoscabes, porém, a tua glória celeste.

 

No círculo da dor e da experiência, guardas contigo o gérmen da Divindade. 


Criatura consciente, mais que todas as soberbas formações dos Planos de matéria transitória, encerras o eterno pensamento do Criador!

 

Lutemos e soframos, por aperfeiçoar e aformosear a nós mesmos, nascendo sob o teto da carne e renascendo nos reinos do Espírito, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, até que, um dia, aliando a sabedoria e o amor, por nossas próprias asas, possamos remontar ao Coração da Vida, carregando o paraíso no coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 56.   Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Na Lei do Bem - Emmanuel


Jesus nos ensinou que o amor verdadeiro vai além das palavras. 

O Bom Samaritano não perguntou quem era aquele homem, ele apenas o ajudou!


Na Lei do Bem

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 28-8-1961.

1ª Parte — Cap. VIII — Item 12.

 

Perguntas, muita vez, de alma inquieta, que vem a ser o bem, tão diversas surgem as interpretações, ao redor do bem, por toda a parte.

 

Entendamos, contudo, que o bem genuíno será sempre o bem que possamos prestar na obra do bem aos outros.

 

Colheste pedradas, na construção a que te dedicas; no entanto, compadeces-te da mão que te ultraja, interpretando-lhe os golpes por sintomas de enfermidade.

 

Ouviste frases insultuosas, em torno do teu nome, e registas a agressão por loucura daqueles que as pronunciam, sem alterar-te no auxílio a eles.

 

Sofreste assalto, na tarefa que realizas, mas não te revoltas contra a injúria dos que te invadem a seara de esforço nobre, trabalhando sem mágoa, no clima da tolerância.

 

Podes falar, com razão, a palavra acusadora contra o adversário que te feriu; 


contudo, reconheces a ofensa por crise de ignorância e, nem de leve, te afastas da desculpa irrestrita.

 

Tens bastante merecimento para destaque e ocultas-te, na atividade silenciosa, sem fugir à cooperação, junto daqueles que te dirigem.

 

Conservas a possibilidade de reter o melhor quinhão de vantagens e não te lembras disso, ofertando o melhor de ti mesmo aos que te comungam a experiência.

 

O bem é luz que se expande, na medida do serviço de cada um ao bem de todos, com esquecimento de todo mal.


Sem afetação de santidade, ajudemos o próximo, a fim de que o próximo aprenda a ajudar-se.

 

Sem cartaz de virtude, olvidemos as faltas alheias, reconhecendo que poderiam ser nossas, diante das fraquezas que carregamos ainda.

 

Recorda que, se há Espíritos transviados ou injustos, em decúbito moral, através do caminho, são eles tão necessitados da parcela de teu amor quanto os famintos, a quem dás espontaneamente o prato de pão.

 

A felicidade real nasce, invariável, daquela felicidade com que tornamos alguém feliz.

 

Façamos, assim, aos outros o que desejamos nos façam eles,  na convicção de que, se cuidamos da lei do bem, a lei do bem cuidará de nós.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 55. O Bom Samaritano: Ilustração Reproduzida da Internet. Arte : Cruz Terra Santa

 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Compromissos em Nós - Emmanuel


Compromissos em Nós

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 25-8-1961.

1ª Parte — Cap. III — Item 13.


Considerando as elevadas missões dos Espíritos que se agigantaram nos louros da virtude, reflitamos nos compromissos anônimos que rogamos, com ardor, em nós e por nós.


Encontraste o marido ideal e a abastança doméstica; 


no entanto, recebeste no próprio sangue o filho retardado que te corta o coração por difícil problema.

 

Um dia, compreenderás que, noutras épocas, foi ele o companheiro que induziste à loucura.

 

Dispões de títulos respeitáveis para luzir nos encargos mais nobres e padeces uma esposa mentalmente fixada na fronteira do hospício.

 

Um dia, compreenderás que, em estradas distantes, foi ela a parceira menos feliz, em cujos pés colocaste lama escorregadia, para que resvalasse, desamparada, na esquina do sofrimento.

 

Tens dinheiro e instrução, mas carregas um pai irascível e intransigente, que mais se assemelha a um tigre de sentinela.

 

Um dia, compreenderás que ele vive assim por defeitos da educação que lha impuseste em outra existência.

 

Percebes a grandeza da obra de que te responsabilizas, sem achar colaborador que te dê mão no trabalho, arrostando, sozinho, a obrigação de fazer.


Um dia, compreenderás que te valias, ontem, da confiança alheia para tiranizar os que mais te amavam, e lutas, hoje, desentendido, para te libertares da violência.


Possuis conhecimentos admiráveis e legiões de amigos que tudo fazem por ajudar-te; 


contudo, amargas penosa anormalidade orgânica, à maneira de espinho oculto.

 

Um dia, compreenderás que a mutilação e a deformidade, a inibição e a moléstia constituem remédios nos pontos fracos da própria alma.

 

Desfrutas mediunidade notável e não consegues outro mister que não seja o consolo e o apaziguamento na própria casa.

 

Um dia, compreenderás que carecias de longo tempo, desempenhando a função de bússola viva para alguns poucos viajantes do mundo, arrojados por ti mesmo nas trevas das grandes provas.

 

Acalentas projetos superiores, exaltando anseios de ascensão e sonhas de arte; 


no entanto, gastas o próprio corpo, dobrando a cerviz sobre o tanque ou lavando pratos e caçarolas.

 

Um dia, compreenderás que para sermos livres é preciso escravizar-nos, por algum tempo, ao pé daqueles que, por algum tempo, nos foram também escravos.

 

Bendizes as dores desconhecidas que te pungem, silenciosas!

 

Agradece as ocupações ignoradas que pediste alegremente, na Vida Espiritual, e que, muita vez, exerces chorando na vida física.

 

Se ninguém, na Terra, te anota o serviço obscuro, recorda que Deus te vê! Se todos te desprezam, à face das tuas atividades supostas insignificantes e humildes, ainda mesmo por entre lágrimas, regozija-te nelas, aguardando o futuro.

 

Ninguém consegue realmente ser grande, quando não aprendeu a ser pequenino.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 54.   Ilustração Reproduzida da Internet. 


domingo, 26 de outubro de 2025

Ante os Mundos Superiores - Emmanuel



Ante os Mundos Superiores

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 21-8-1961.

1ª Parte — Cap. III — Item 11.

 

Quando nos referirmos aos mundos superiores, recordemos que a Terra, um dia, formará entre eles, por estância divina.


Atualmente, no entanto, apesar das magnificências que laureiam a civilização em todos os continentes, não podemos alhear-nos do preço que pagará pela promoção.


Sem dúvida, os campos ideológicos da vida internacional entrarão em conflitos encarniçados pelo domínio.


As nuvens de ódio que se avolumam, na psicosfera do planeta, rebentarão em tormentas arrasadoras sobre as comunidades terrestres. 


Contudo, as vibrações do sofrimento coletivo funcionarão por radioterapia na esfera da alma, sanando a alienação mental dos povos que sustentam as chagas da miséria, em nome da ideia de Deus, e daqueles outros que pretendem extirpá-las, banindo a ideia de Deus das próprias cogitações.


Engenhos de extermínio desintegrarão os quistos raciais e as cadeias que amordaçam o pensamento, remediando as agonias econômicas da Humanidade e dissipando as correntes envenenadas do materialismo, a estender-se por afrodisíaco da irresponsabilidade moral.

 

Enunciando, porém, semelhantes verdades, é forçoso dizer que não somos profetas do belicismo, nem Cassandras do terror.


Examinamos simplesmente o quadro escuro que as nações poderosas organizaram e que lhes atormenta, hoje, os gabinetes de governança, ainda mesmo quando se esforçam por disfarçá-lo nos banquetes políticos e nos votos de paz.

 

E, ao fazê-lo, desejamos apenas asseverar a nossa fé positiva no grande futuro, quando o homem, superior a todas as contingências, respirar, enfim, livre dos polvos da guerra que lhe sugam as energias e lhe entornam inutilmente o sangue em esgotos de lágrimas.

 

Abrindo as estradas do espírito para essa era de luz, abracemos a charrua do suor, pela vitória no bem, seja qual seja o nosso setor de ação.

 

Obreiros da imortalidade, contemplaremos os habitantes da Terra a emergirem de todos os escombros com que pretendam sepultar-lhes as esperanças, elevando-se em direitura de outras plagas do Universo!


E, enquanto nos empenhamos, cada vez mais, em largas dívidas para com a Ciência que nos rasga horizontes e traça caminhos novos, vivamos na retidão de consciência, fiéis ao Cristo, no serviço incessante de burilamento da alma, na certeza de que, se a glorificação chega por fora, a verdadeira felicidade é obra de dentro.

 

 XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 53.  Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

sábado, 25 de outubro de 2025

Nas Leis do Destino - Emmanuel



Nas Leis do Destino

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 18-8-1961.

1ª Parte — Cap. VI — Item 15.

 

Não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas.

 

Tanto quanto podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas — através de leis que lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo.

 

Essas leis, na feição primitiva, podem ser abordadas nos processos rudimentares do campo físico.


O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado; 


entretanto, se colas a mão no braseiro, é natural incorras, de imediato, nas consequências.


A máquina é apêndice do progresso; 


contudo, se não lhe atendes as necessidades, sofrerás, para logo, os resultados desastrosos da negligência ou da indisciplina.

 

Ocorre o mesmo, nos planos da consciência.

 

Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos.


É inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações.

 

Os que procedem assim podem estar movidos de santos propósitos ou piamente magnetizados por lendas e tradições respeitáveis que o tempo mumificou, mas se esquecem de que, mesmo ante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.


Deus é amor. 


Amor que se expande do átomo aos astros.


Mas é justiça também. 


Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. 


Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se.


Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor.

 

Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena.

 

Recorda que não podes raciocinar através do cérebro alheio e nem comer pela boca do próximo.

 

O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam.


Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.

 

A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.

 

E não sofismemos a palavra de Jesus, quando prometeu ao companheiro de sofrimento, no Calvário, que estaria com ele no paraíso, como poderia estar em qualquer instituto de educação, no mundo espiritual, porque foi o próprio Cristo quem nos informou, de maneira incisiva, que o Reino de Deus está dentro de nós.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 52.   Ilustração Reproduzida da Internet. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Bem Que Nos Falta - Emmanuel



Bem Que Nos Falta

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 14-8-1961.

1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 4.


No estudo da perfeição, comecemos por vigiar a nós mesmos, corrigindo-nos em tudo aquilo que nos desagrada nos semelhantes.

 

Muitos pregam contra o desperdício dos administradores da causa pública e instalam-se, entre as paredes domésticas, como se devessem atravessar a existência numa carruagem de luxo, sobre lixo dourado.

 

Outros criticam autoridades, apontando-as por verdugos do povo, e tiranizam, no lar, as mãos obscuras e generosas que lhes amassam o pão.

 

Vemos os que amaldiçoam a guerra entre os povos, e vivem, no aprisco familiar, com a truculência da fera solta.

 

Há os que indicam a pena de morte para os irmãos que enlouqueceram na delinquência, e manejam, em casa, o punhal invisível da ingratidão.

 

Muitos lideram primorosas campanhas de socorro à infância desprotegida, e enxotam, por vagabundo, o primeiro menino infortunado que lhes roga um vintém.

 

Outros guardam a enciclopédia na cabeça e jamais se lembram de estender o alfabeto ao companheiro atrelado à ignorância.


Vemos os que cantam hosanas à virtude e encastelam-se no conforto individual, afirmando que a caridade é fábrica de preguiça.

 

E há os que ensinam sabiamente, quanto à bondade e à simpatia, a se movimentarem, na senda particular, despedindo farpas magnéticas, entre melindres e aversões.

 

Nestes apontamentos humildes, a ninguém censuramos, de vez que, com evidentes exceções, até ontem éramos todos nós igualmente assim. 


Hoje, porém, com a Doutrina Espírita no comando da fé, sabemos todos que a lei do progresso confere a cada Espírito a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, a fim de que a justiça estabeleça o merecimento de cada um, na pauta das próprias obras.

 

Conjuguemos, assim, conselho e ação, palavra e conduta, na mesma onda de serviço renovador, compreendendo, por fim, que o bem que nos falta nem sempre é o bem que ainda não desfrutamos, mas sim o bem dos outros que, em nosso próprio benefício, nos cabe fazer.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 51. Jesus Cristo e o jovem rico: Ilustração Reproduzida da Internet.