3 de Outubro: Homenagem aos 2008 anos de nascimento de Allan Kardec
Adilson Pugliese
A noite de 31 de dezembro de 1799, nas Esferas Superiores,
teve, na história do planeta Terra, um significado especial.
Naquela data memorável, conforme relata o Espírito Humberto
de Campos (Irmão X) , reuniu-se “no coração da latinidade” grande assembléia de
Espíritos sábios e benevolentes, para assinalarem a chegada do século XIX.
Eram “antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e
guerreiros das gálias (...), gregos ilustres, sábios chineses, filósofos
hindus, teólogos budistas”. Ali se achavam Sócrates, Platão, Aristóteles,
Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Orígenes, Vicente de Paulo, Joana D’Arc e
muitos outros “heróis e paladinos da renovação terrestre”. Presentes, também,
Voltaire, Rousseau e um grupo de almas ainda encarnadas, tendo à frente, “com
os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico”, Napoleão Bonaparte
(1769 - 1821).
Ante a expectativa de todos, um mensageiro celeste, “nimbado de claridade
celestial”, é apresentado ao corso por uma voz enérgica e doce, que exclama
para Napoleão: “Irmão e amigo, ouve a Verdade, que te fala em meu Espírito!
Eis-te à frente do apóstolo da fé que, sob a égide do
Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento...
(...) Rende o culto de tua veneração ante o pontífice da luz! (...) Renova,
perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...”.
(grifamos)
Naquele momento, Napoleão, encarnado, era apresentado ao
“apostolo que seria Allan Kardec”, o qual, “sustentando o futuro imperador da
França nos braços, aconchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o,
bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito”.
Aproximadamente cinco anos mais tarde, em 03 de outubro de
1804, o “mensageiro da renovação renasceria num abençoado lar de Lião” para
começar “a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra”.
Consoante os registros da História, entre os anos de 1814 e
1815, o Imperador, tendo convertido “celestes concessões em aventuras
sanguinolentas”, perdia na batalha de Waterloo (1815) suas últimas esperanças e
é “apressadamente sitiado, por determinação do Alto, na solidão curativa da
Ilha de Santa Helena”. Simultaneamente, no mesmo período, o jovem Hippolyte
Léon Denizard Rivail, aos 10 anos de idade, seguia para a Suíça, onde ingressava
no Instituto Pestalozzi.
O destino desses dois famosos homens, Napoleão I e Allan
Kardec, embora entrelaçados por compromissos assumidos no Mundo Espiritual, em
beneficio da Humanidade, teve rumos diferentes, tendo ambos definido as suas
trajetórias consoante as características marcantes de suas personalidades.
Enquanto Napoleão “engalanou-se com a púrpura do mando,
embriagado de poder”, proclamando-se imperador em 18 de maio de 1804, ordenando
ao Papa Pio VII coroá-lo em Paris, Allan Kardec, “apagando a própria grandeza,
na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como
simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à
Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que gradativamente será considerada
em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo
inteiro”.
O Dr. Michael H. Hart, formado em Ciências Humanas pela
Cornell University, em Direito e em Astronomia, escreveu, em 1978, o livro As
100 Maiores Personalidades da História: Uma classificação das pessoas que mais
influenciaram a História.(4) Nessa respeitável obra, com 610 páginas, Napoleão
Bonaparte, o célebre general e imperador francês, ocupa a 34ª colocação; Júlio
César (100 a.C. - 44 a.C.) “famoso líder militar e político romano” obteve a
67ª posição e Alexandre, o Grande (356 a.C. - 323 a.C.) “o mais celebre
conquistador do mundo antigo”, foi posicionado no 33ª lugar, antes de Napoleão,
portanto.
Quais os vínculos que unem esses homens na Historia da
Terra? Quais as características de suas personalidades, que justificaram as
suas ações e pelas quais são lembrados? Recorramos às revelações do Mundo
Espiritual.
Ficaram célebres as experiências do médico francês Jean
Martin Charcot (1825 - 1893), no século XIX, com a sensitiva ALCINA, no asilo
Salpetrière em Paris. Numa reunião que contou com a presença de psiquiatras e
professores universitários, o mestre francês Mathias Duval, ante os fenômenos
paranormais produzidos pela médium, sugere que seja evocado o Espírito de
Platão, “que nos dirá algo sobre a semelhança entre Alexandre, César e
Napoleão”.
O Espírito do célebre discípulo de Sócrates, comunicando-se
através de Alcina, tomando do giz, escreve, em grego, no quadro exposto na sala
da experiência:
“Observei que, fisicamente, esses três homens se parecem:
estatura mediana, temperamento nervoso e exagerado, paixões inferiores,
vivacidade, soberba, talento extraordinário, tez morena, cabelos negros, mãos
finas, expressão fácil, sem verbosidade, eloquência claríssima, resoluções
firmes, atividade inesgotável, etc. Todas essas condições lhes foram comuns;
suas obras de guerreiros e conquistadores, idênticas; a ambição, única e
igualmente arrebatadora: a dominação do mundo. Essa trindade teve uma única
alma: foi Alexandre, foi César, foi Napoleão!”
O Dr. Michael Hart, que em sua obra coloca Jesus como a
terceira maior personalidade da História, logo depois de Maomé (1º) e Isaac
Newton (2º) não cita Allan Kardec. Nem entre as “menções honrosas”, nem entre
os casos de “ausências interessantes”. Na Introdução, o biógrafo destaca que a
classificação reflete suas próprias opiniões e que recebeu muitas objeções após
a publicação da 1ª edição do livro, em 1978, tendo feito inclusões e exclusões.
Lendo as biografias selecionadas, de uma centena de
personagens históricas influentes, muitas delas presentes na histórica reunião
espiritual de 31 de dezembro de 1799, e que deixaram suas marcas de prestígio,
fama, talento, versatilidade, nobreza de caráter, etc., deixamo-nos envolver
pela sugestão do Dr. Hart, ao recomendar ao leitor “compor a sua própria lista”
de personagens.
Estimulado, assim, pela oportunidade, rogando vênia ao
erudito escritor americano, incluo, então, na lista de homens e mulheres
notáveis, o venerável nome de ALLAN KARDEC, sem classificá-lo, contudo, porque
seu posicionamento na História foi definido por todos os espíritas do mundo, ao
qualificá-lo no ensejo das comemorações do bicentenário do seu nascimento como
“O Edificador de uma Nova Era para a regeneração da Humanidade”.
E coloco, no topo do elenco, JESUS, indiscutivelmente a
maior personalidade da História, em todos os tempos.
Fonte:
O ESPIRITISMO. Disponível em http://www.oespiritismo.com.br/textos/ver.php?id1=93.
Acesso: 02 OUT 2012.
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