Novo Método de Cura
Kelvin Van Dine
Um problema existe na sustentação do equilíbrio e da paz que
nos pede reflexão.
É o problema da melhoria.
Para que isso aconteça na vida física, desde os egípcios,
estamos na Terra aperfeiçoando a medicina.
A história da ciência de curar é um dos mais belos capítulos
da história humana.
Sacrifícios, abnegações, heroísmos, experiências.
Tudo se tem feito para sanar enfermidades e extinguir
aleijões, diminuir provas e arredar calamidades orgânicas.
Laboratórios de farmácias, hospitais e refúgios foram
convocados à luta.
E qualquer doente que nos seja querido, se cai de cama,
obtém nossas vigílias e recursos para que se recupere tão de pronto quanto
possível.
Isso quanto ao corpo.
E no que concerne ao espírito?
A criatura que adoece das vísceras adoece também dos
mecanismos mentais.
Há viciações de conduta como há degenerescências do fígado.
E se providenciamos remédio para as ocorrências hepáticas,
porque espancamos* a mente do companheiro colhido em perturbação espiritual?
Se temos anestesia para extirpar uma formação cancerosa,
porque não usar o esquecimento para acabar com um processo obsessivo que se
agravou pelas adições de orgulho ou vaidade, inveja ou revolta com que foi
acrescido?
Porque não tratar o ofensor como um doente, mais necessitado
de carinho que de censura?
Se um amigo aparece espiritualmente deformado, seja nas
aparências de azedume ou descaridade, auxiliemo-lo para o justo reequilíbrio.
Comecemos, de imediato, com a providência aplicada aos
enfermos: fazê-los sentirem-se melhores.
Ninguém dá fogo líquido ao portador de uma úlcera gástrica.
Nunca reajustaremos o coração de ninguém a labaredas de
crítica.
Esclareçamos as situações difíceis, corrijamos erros e
estabeleçamos a verdade, mas sem exceder os limites da bondade humana e da
responsabilidade de viver, como o cirurgião que restaura o órgão lesado sem
destruí-lo a golpes de bisturi.
Que o erro existe, existe. Mas experimentemos um novo método
de cura do erro. Façamos a criatura
errada sentir-se melhor.
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo pelo Espírito Kelvin Van Dine. Entre Irmãos
de Outras Terras .
"Ninguém dá fogo líquido ao portador de uma úlcera
gástrica. Nunca reajustaremos o coração de ninguém a labaredas de
crítica..."
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