Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
O Livro e a América - Castro Alves
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Foi num sábado de primavera, na Galeria d'Orleans, no Palais
Royal, em Paris, aos 18 de abril de 1857, que Allan Kardec publicava sua
primeira obra: "O Livro dos Espíritos".
Era um marco para o início de
um novo momento para a evolução espiritual da humanidade.
No plano espiritual,
a equipe formada pelos Espíritos Superiores encarregados da nova revelação, sob
as ordens de Jesus, mobilizava-se para que, a partir daquele século 19, a
verdade consoladora fosse organizada, consolidada e divulgada.
O primeiro passo
havia sido dado.
Surgia uma filosofia com bases científicas e consequências
morais.
No Brasil, porém, esse livro demorou a chegar.
Os que tinham
acesso às obras de Allan Kardec eram, geralmente, intelectuais que conheciam o
idioma francês. Além disso, naquele século, a maioria da população brasileira,
descendente de escravos e índios, era analfabeta.
Enquanto a Europa ainda vivia
o século das luzes, o Brasil ainda estava no século das cruzes.
Os intelectuais que se dedicavam ao estudo da Doutrina
Espírita, perdiam-se em polêmicas e a Doutrina Espírita corria o sério risco de
ficar restrita somente entre os mais intelectualizados. Por outro lado, a
Igreja havia proibido, por lei, a prática do Espiritismo.
Mas, o estabelecimento da Doutrina Espírita era projeto para
mais de um século.
Em 1831 reencarnava, no Brasil, Adolfo Bezerra de Menezes,
com uma tarefa missionária: conciliar e consolidar a Doutrina Espírita no
território brasileiro.
Sua tarefa se confirmou ao assumir, em agosto de 1895, a
presidência da Federação Espírita Brasileira (fundada em 1884).
Nessa mesma época, a Livraria Espírita, em Paris, de
propriedade da viúva do Sr. Allan Kardec, entra em liquidação por absoluta
falta de recursos financeiros.
Não havia interessados em manter a tarefa de
divulgação espírita.
Foi assim que, em 15 de novembro de 1897, o Sr. Leymarie,
responsável pela continuidade do trabalho de Kardec, concede, gratuitamente, à
Federação Espírita Brasileira, o direito de publicar, em português, todas as
obras de Kardec, com o compromisso de manter fidelidade aos originais. Bezerra
de Menezes foi o responsável por essa transação.
Transferia-se, assim, para o
Brasil, a tarefa de continuar a propagação da Doutrina Espírita.
Na França
daqueles anos, a tarefa espírita havia chegado ao fim, com a desencarnação da
viúva de Kardec e do Sr. Leymarie e o fechamento definitivo da Livraria.
No Brasil, a Espiritualidade Maior continua com seus
projetos.
Após a desencarnação de Bezerra de Menezes, eis que reencarna, em 2
de abril de 1910, no interior de Minas Gerais, um espírito evangelizado, com
uma tarefa especial: popularizar a Doutrina Espírita, comprovando a existência
do mundo espiritual e a comunicação entre encarnados e desencarnados.
Reencarnava, em solo brasileiro, Francisco Cândido Xavier.
Ao longo de seus 92 anos de existência, 75 deles dedicados à
mediunidade e ao livro espírita, Chico Xavier psicografou, segundo a Federação
Espírita Brasileira, 412 obras.
Mas o que impressiona não é somente a
quantidade mas sim os inúmeros exemplos e testemunhos que ele nos deixou,
comprovando a existência dos espíritos e da realidade espiritual.
Não sabemos se tivemos a honra que tiveram os judeus, de
viver, no mesmo local e na mesma época em que Jesus viveu.
Também não sabemos
se tivemos uma existência na mesma época e local em que Kardec viveu e
organizou os ensinamentos dos Espíritos.
No entanto, a Misericórdia Divina sempre nos proporciona
oportunidades para nos aproximarmos da mensagem de Jesus e da verdade.
Assim é
que reencarnamos no mesmo século em que Chico Xavier viveu; estamos no mesmo
país e bem próximos dos locais onde ele viveu. Se não pudemos conhecê-lo
pessoalmente, temos o acesso aos livros que ele nos deixou, há vários vídeos e
filmes sobre sua vida.
E nós, o que estamos aguardando para abraçar,
definitivamente, a causa espírita?
Quantos séculos ainda aguardaremos para
vivenciar a mensagem consoladora de Jesus, ampliada de maneira tão maravilhosa,
pela Doutrina Espírita?
O caminho já temos: o livro espírita!
Fonte:
Grupo Espírita Allan Kardec. disponível em <
http://www.espiritbook.com.br/profiles/blogs/18-de-abril-dia-do-livro-espirita>>acesso : 15 ABR 2018.
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