"É pela educação que as gerações
se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários homens
novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital" Léon
Denis
A criança é o futuro
E, com exceção dos espíritos
missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnatório.
O trabalho redentor da nova era
há de começar na alma da infância, se não quiserdes divagar nos castelos
teóricos da imaginação superexcitada.
É lógico que a legislação será sempre a
casa nobre dos princípios que asseguram os direitos do homem, entretanto, os
governos não poderiam realizar integralmente a obra renovadora sem a
colaboração daqueles que hajam sentido a verdade e o bem com Jesus Cristo.
A crise do mundo não estará
solucionada com a simples extinção da guerra.
O quadro de serviço presente é campo
de tarefas esmagadoras que assombram pela grandeza espiritual.
Pede-se a paz com vitória do
direito e ninguém contesta a legitimidade de semelhante solicitação. Mas é indispensável
organizar o programa de amanhã.
A sociologia abrirá as
possibilidades que lhe são próprias, por restituir ao mundo o verdadeiro
equilíbrio de sua evolução ascencional.
Não nos esqueçamos, porém, de que
a psicologia do homem comum ainda se enquadra na esfera de análise devida à
criança.
É por isto, talvez, que Jesus,
por mais de uma vez, deixou escapar o sublime apelo: - “Deixai vir a mim os
pequeninos”.
Não observamos aqui, tão somente,
o símbolo da ternura.
O Mestre não demonstrava atitude
meramente acidental, junto à paisagem humana, aureolada de sorriso infantis.
Aludia, sim, à tarefa bem mais
profunda no tempo e no espaço.
Sabia Ele que durante séculos a
grande questão das criaturas estaria moldada em necessidades educativas.
E com muita propriedade o Cristo
exclama – “deixai vir a mim” – e não simplesmente – “vinde a mim”.
Sua exortação divina atinge a
todos os que receberam a mordomia da responsabilidade espiritual nos quadros
evolucionários da Terra, para que não impeçam à mente humana o acesso real às
suas fontes de verdades sublimes.
Constituindo a infância a humanidade
futura, reconhecemos ao seu lado a região de semeadura proveitosa.
E,
reconhecendo, nós encontraremos outra senda de redenção, estranha aos
fundamentos de sua doutrina de verdade e de amor.
Desse modo, a par do esforço
sincero de quantos cooperam pelo ressurgimento da concórdia no mundo,
voltemo-nos para as crianças de agora, cônscios de que muitos de nós seremos a
infância do porvir.
Organizemos o lar que forma o coração e o caráter, e a
escola que iluminará o raciocínio.
Estejamos igualmente atentos à
verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e
alimentação do corpo perecível.
A Terra, em si mesma, é asilo de
caridade em sua feição material. Governantes e sacerdotes diversos nunca
esqueceram, de todo, a assistência à infância desvalida, mas são sempre raros
os que sabem oferecer o abrigo do coração, no sentido de espiritualidade,
renovação interior e trabalho construtivo.
Em nutrindo células orgânicas,
não olvideis a alimentação espiritual imprescindível às criaturas.
No quadro imenso da transformação
em que vossas atividades se localizam atualmente, a iniciativa de educação é de
importância essencial no equilíbrio do mundo.
Cuidemos da criança, como quem
acende claridades no futuro.
Compareçamos, em companhia delas, à presença
espiritual de Cristo e teremos renovado o sentido da existência terrestre,
colaborando para que surjam as alegrias do mundo num dia melhor.
XAVIER, Francisco Cândido pelo
Espírito Emmanuel. Coletâneas do Além.
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