Consciência (Atos 24:16)
Cesar Braga Said
Há quem diga que é a voz amorosa e sábia conduzindo-nos ao
encontro de nós mesmos.
Outros afirmam que é a presença divina brilhando como uma
estrela guia na noite escura dos nossos desencontros e incertezas.
Alguns identificam-na como sendo o sentido íntimo,
recordando-nos, a todo instante, o significado da vida.
Também algumas tradições pontuam que não temos uma
consciência, na verdade, somos uma em evolução, buscando iluminarmo-nos de
dentro para fora.
Seja qual for o conceito com o qual nos identifiquemos,
acessar o que somos, mergulhar em nossa própria essência, perceber a presença
divina em cada detalhe que nos constitui, é sentir a nossa natureza mais
íntima.
É poder desfazer ilusões e dependências, adentrando o templo interno.
É promover o desapego, libertando-nos do desejo de conduzir
e sermos conduzidos, permitindo que a liberdade responsável e amorosa seja a
nossa bússola.
É estabelecer relação direta com a divindade que nos
constitui, sem intermediários, respeitando, porém, toda forma de mediação e
todo mediador.
Pensando, sentindo e vivendo assim, podemos beber numa fonte
de água pura.
Podemos encontrar um oásis interno cheio de belezas no
deserto das nossas crises e incompreensões.
Podemos nos abraçar diminuindo carências, despertando um
sorriso profundo e grato, cheio de alegria e paz.
Viver consciente e como uma consciência, é romper com o
cárcere da culpa, do automatismo, da pressa...
É descobrir que toda a beleza que há em nós pode e deve ser
ampliada, sentida e compartilhada quando trilhamos os caminhos do autoamor e da
compaixão.
Cezar Braga Said
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