60- O CAJADO
Casimiro Cunha
Quem faça viagem longa, se é prudente e ponderado, jamais pode prescindir do concurso de um cajado.
Conduzir arma de fogo ultrapassa a obrigação, evite-se a qualquer preço a morte e a destruição.
Entretanto, é indispensável, nas surpresas do caminho, que se guarde alguma coisa contra a pedra, contra o espinho.
O bordão é companheiro, não se aflige, não se assusta; Permanece na defesa do esforço da causa justa.
Pode agir sem destruir, cede apoio com proveito, prestativo, atencioso, infunde calma e respeito.
Desvia o curso à serpente, traça rotas, vence o mato, em todas as latitudes, o bordão é herói no tato.
Sonda o leito do caminho, pratica a verdade e o bem, onde há fogos e perigos, informa como ninguém.
Com seu auxílio é possível prosseguir e caminhar, o próprio cego dos olhos não precisa estacionar.
Reparando-se, porém, no ensino a que o quadro alude, a jornada é nossa vida, o bordão, nossa atitude.
Segue honesto, a passo firme, de espírito sossegado, não sofras pelo dinheiro, mas conserva o teu cajado.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 60, p.61.
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