CARIDADE DA PALAVRA
Emmanuel
Lembra-te da caridade da palavra, a fim de que possas praticar o amor que o Mestre exemplificou.
As guerrilhas da língua, há séculos, exterminam mais vidas na Terra, que todos os conflitos internacionais.
Há sempre uma lavoura extensa de trabalho regenerativo e santificante no mundo, à espera do verbo que se inflama, não só de verdade e franqueza, mas, também de compreensão e carinho...
É pelos sinais escuros da língua que levantamos os monstros da calúnia e as feras da discórdia nas furnas de trevas a que se acolhem...
É
por ela que multiplicamos os lagartos da inveja e os vermes da maledicência...
Através dela, espalhamos os tóxicos letais da indisciplina e da desordem e é ainda, por intermédio da espada verbalistica, que provocamos as grandes hecatombes do sentimento invariavelmente expressas nos crimes passionais que envenenam o noticiário comum.
Aprendamos
a praticar a sublime caridade oculta que somente a língua pode realizar.
A pergunta inoportuna contida a tempo, a observação ingrata que emudece a propósito, a frase amiga com que podemos soerguer os irmãos transviados, a desistência da queixa, a renúncia às discussões estéreis e o abandono de apontamentos irrefletidos, são expressões dessa bondade que a boca pode estender sem que os outros percebam.
Sobretudo, não olvides os tesouros encerrados no silêncio e procura com devoção incorporá-los ao teu modo de ser, a fim de que o teu verbo não se faça sentir fora de tempo.
Quando nosso coração acorda para os ideais superiores do Evangelho, a nossa inteligência adquire preciosos serviços de auto-fiscalização.
Conduzamos nossa língua a esse trabalho renovador da personalidade e passaremos a viver em novo campo de simpatia, irradiando o bem e recebendo-o, enriquecendo aos outros e engrandecendo a nós mesmos, na abençoada ascensão para a Luz.
XAVIER,
Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.
CARIDADE E MERECIMENTO
Emmanuel
Em verdade, a maior expressão de amor que nos envolve na Vida é aquela da proteção de Nosso Pai Celestial, que tudo dispõe para a nossa felicidade.
O sol que nos visita farto de luz, a chuva que nos prepara a colheita de pão, a terra que nos asila e esclarece, a fonte que nos dessedenta, a árvore que nos auxilia e a semente que nos prove o celeiro, com todos os recursos da natureza, expressam o devotamento da Providência Divina, em nosso favor.
Dir-se-ia que Deus estabelece com os homens, seus filhos conscientes, um contrato, em bases de carinho paternal, com que lhes cede todas as possibilidades de enriquecimento com uma simples condição – a do trabalho com boa vontade e perseverança.
É por isso que, em renascendo na Terra, o espírito recebe com o instrumento do corpo físico a caridade maior do Senhor, porquanto vê-se novamente investindo de bênçãos para adquirir o tesouro do seu próprio engrandecimento.
Eis
porque, caridade, na vida de relação, não se aparta da lei do merecimento.
Daí
e dar-se-vos-a ensinou o Divino Mestre.
Ninguém
receberá suprimento de graças, sem constituir-se distribuidor diligente delas.
Sem
alicerces, a casa não se levanta.
Sem
esforço, a lavoura não produz.
Assim também, no campo da habilitação espiritual do homem para a vida eterna, somente se eleva quem se devota à ascensão e somente alcança a luz divina quem lhe prepara adequado combustível na candeia da própria alma.
Sejamos
caridosos para que a caridade nos auxilie.
Saibamos
dar para receber com abundância.
A fonte da vida fornece as dádivas, que lhe fluem da corrente sublime, segundo a medida que levamos aos seus preciosos mananciais.
Aproximemo-nos do bem com o largo cântaro da boa vontade e do serviço, e a vida nos enriquecerá de sua paz invariável e de sua paz invariável e de imorredoura alegria.
XAVIER,
Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.
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