sábado, 15 de junho de 2024

Convite à Felicidade - Joanna de Ângelis

 



Convite à Felicidade

 

Joanna de Ângelis

 

 

“O meu reino não é deste mundo.”(João: capítulo 18º,



 versículo 36).

 

Desnecessária a fortuna a fim de frui-la.

 

Secundária a juventude de modo a gozá-la.

 

Dispensável o poder para experimentá-la.

 

A felicidade independe dos valores externos, sempre transitórios, sem maior significação, além daquela que se lhes atribuem.


Quando na velhice, o homem repassa as evocações, os sucessos e lamenta a juventude vencida.

 

Na enfermidade, considera os tesouros da saúde e sofre-lhe a ausência.

 

Diante da constrição da pobreza lembra as dádivas das moedas e experimenta amargura por não as possuir.

 

Sob condições de dependência, padece não ser forte no mundo dos negócios ou da política, deixando-se afligir desnecessariamente.

 

Acicatado por problemas morais, angustia-se ao verificar o júbilo alheio daqueles que transitam guindados a situações de destaque ou exibindo sorrisos de tranqüilidade.

 

Isto por ignorar o testemunho de aflição que cada um deve doar no panorama da evolução inadiável, de que ninguém se pode eximir.

 

Felicidade é construção demorada, que se realiza interiormente a tributo de laboriosa ação sacrificial.

 

Sem características externas, a seu turno, quando invade o ser, exterioriza-se qual luz brilhante aprisionada em redoma de delicado cristal...

 

Mesmo quando o homem consegue adicionar a juventude, o poder, a fortuna e a saúde aparente a felicidade não está implicitamente com ele.

 

Por essa razão, lecionou Jesus que o Seu Reino não é deste mundo, como a corroborar que a felicidade não pode ser encontrada na Terra, por ser ainda o Orbe o domicílio expiatório e de provações onde todos forjamos a felicidade real, que virá só futuramente.

 

Realiza o teu quinhão de dever com devotamento e faze sempre o melhor a fim de que o aplauso da consciência tranqüila te conduza ao pórtico da felicidade real.

 

Não te exasperes face à desdita aparente.

 

Nem te apegues ao júbilo momentâneo também ilusório.

 

De tudo e todos os estados retira o proveito da aprendizagem e, assim fazendo, a pouco e pouco perceberás que a felicidade é consequência da autoiluminação libertadora, como decorrência do amor exercido em plenitude fraternal.

 

FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Cap. 23, p .20-21, 1972.

 

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