domingo, 30 de novembro de 2025

Tudo é Amor - André Luiz

 


Tudo é Amor

 André Luiz


Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.


Vida — é o Amor existencial.


Razão — é o Amor que pondera.


Estudo — é o Amor que analisa.


Ciência — é o Amor que investiga.


Filosofia — é o Amor que pensa.


Religião — é o Amor que busca Deus.


Verdade — é o Amor que se eterniza.


Ideal — é o Amor que se eleva.


Fé — é o Amor que se transcende.


Esperança — é o Amor que sonha.



Caridade — é o Amor que auxilia.


Fraternidade — é o Amor que se expande.


Sacrifício — é o Amor que se esforça.


Renúncia — é o Amor que se depura.


Simpatia — é o Amor que sorri.


Altruísmo — é o Amor que se engrandece.


Trabalho — é o Amor que constrói.


Indiferença — é o Amor que se esconde.


Desespero — é o Amor que se desgoverna.


Paixão — é o Amor que se desequilibra.


Ciúme — é o Amor que se desvaira.


Egoísmo — é o Amor que se animaliza.


Orgulho — é o Amor que enlouquece.


Sensualismo — é o Amor que se envenena.


Vaidade — é o Amor que se embriaga.

 

Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

 

Tudo é Amor.

 

Não deixes de amar nobremente.

 

Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina: 


“Como?”

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da vida, 2 ed.

  

*

[1] Na 1ª edição desse livro o 21º capítulo intitula-se “Súplica”, já na 2ª edição do mesmo livro o último capítulo foi substituído pela presente mensagem.

Texto extraído da 2ª edição desse livro. Apostilas da Vida — André Luiz

21 (B) Tudo é Amor

 

FONTE:

BIBLIA DO CAMINHO> Disponível em http://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Apv/Apv21B.htm. Acesso: 27 Nov 2025.Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. Arte: Day RV.

 


sábado, 29 de novembro de 2025

A Quem Mais Tem - Emmanuel

 



 A Quem Mais Tem

Emmanuel

 

A quem mais ama – amor mais amplo.


A quem mais despreza – mais se evita.


A quem mais serve – maior auxílio.


A quem mais desajuda – embaraço maior.


A quem aprende – firme lição.


A quem foge do ensino – experiência mais dura.


A quem trabalha – grande influência.


A quem busque a preguiça – tédio maior.


A quem ampara – vasto socorro.


A quem prejudica – larga aflição.


A quem perdoa – desculpa extensa.


A quem critica – maior censura.


A quem tenha razão – mais direito.


A quem escasseie o direito – mais compromisso.


A quem desanime – sombra envolvente.


A quem persista – luz de esperança.


A quem se lembra – memória pronta.


A quem esquece – total olvido.


A quem adoça – mel na passagem.


A quem amarga – fel no caminho.


Quem planta recolhe segundo a sementeira.


Recebemos por isso, em maior porção daquilo que mais dermos.


Eis por que nos disse o Senhor: - “A quem mais tem mais se lhe dará”, porquanto, de tudo o que entregarmos à existência, receberemos de volta em medida cheia e recalcada.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Caminho Espírita. Autores Diversos. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet.


sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Em Todos Os Caminhos - Emmanuel

 


Em Todos Os Caminhos

Emmanuel


Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está conosco em todos os caminhos.


Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. 


Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei.


O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo. 


A árvore, embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie.


Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem.


Nasceste para realizar o melhor. 


Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos

exercícios da escola. 


A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor. 


Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus.


Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço. 


Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e

nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras.


Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios da Natureza e compreenderás que ninguém vive só.


Confia, segue, trabalha e constrói para o bem. 


E guarda a certeza de que, para alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto.


XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Estude e viva. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. Arte: Day RV

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Estandarte Oferecido Pela Irmã Scheilla Ao Chico - Fabio Dionisi

 





Estandarte Oferecido Pela Irmã Scheilla Ao Chico

 

Fabio Dionisi

 

Ultimamente temos lembrado dos inúmeros fenômenos de materialização ocorridos no século passado, aqui no Brasil, muitos dos quais com a participação da veneranda Irmã Scheilla.

 *

Hoje decidimos compartilhar um que reputamos uma curiosidade e que envolve o venerando Francisco Cândido Xavier: um estandarte que lhe foi oferecido pela irmã.

 *

Mister registrar como chegamos a este conhecimento. Adquirimos um exemplar do livro Fragrâncias do Amor1, uma obra de mensagens do Espírito de Scheilla, ditado ao médium Emmanuel Alves Moreno. 


Quando iniciamos a leitura, no capítulo “Apresentação”, escrito pelo médium, apresentando seu trabalho, encontramos que, por ocasião das comemorações dos 40 anos de mediunidade de Chico: 


“Certa feita (…), ‘completamente materializada em reunião específica de ectoplasmia, em benefícios de enfermos, Scheilla apresentou aos presentes, (…) um belíssimo estandarte confeccionado por ela própria (…)’. 


De cor azulada, bordado em alto-relevo e composto de quarenta pequenas rosas, todas luminosas, tinha o formato de um coração, onde, na parte interior, podiam-se ler os caracteres semelhantes à tão conhecida assinatura de Chico. 


"Uma singela homenagem ao querido irmão Chico’, 


disse ela, em voz direta, com seu sotaque bem característico. 


Esse estandarte encontra-se exposto na Colônia Nosso Lar.”

 

Curiosos, decidimos buscar o texto original.

 

Descobrimos que pertenciam a um relato de Júlio Cézar Grandi Ribeiro, o “Julinho”, registrado por Divaldinho Mattos, em sua obra: De amigos para Chico Xavier. 2 (p. 213)

 

Tratou-se de uma entrevista dada pelo Julinho, ao Divaldinho. 


Esclarecendo ao leitor que o livro acima foi publicado, pela primeira vez, em 1997, quando Chico já contava com 87 anos de idade. 


O que nos leva a crer que esta entrevista tenha ocorrido na década de 90.

 

Caros leitores, peço a gentileza que guardem na memória que Chico completou 40 anos de mediunato no ano de 1967.

 

Antes de passarmos a ela, desejamos esclarecer que Júlio Cezar Grandi Ribeiro (1935-1999) foi um grande médium, inclusive de efeitos físicos e de cura, e amigo de Chico Xavier.

 

Divaldinho pergunta-lhe: 


“Estando na residência do médium, ou no Grupo Espírita da Prece, com quais palavras se refere ao médium nosso irmão Estevão, seu Benfeitor Amigo?” 2 (p. 213)

 

Pequena digressão, para esclarecer que o Espírito Estevão era o guardião das tarefas de Julinho no movimento espírita.

 

Prosseguindo…

 

Júlio Cézar responde de forma mais ampla, dizendo que os Espíritos, embora não tecessem elogios ao Chico Xavier, o tratavam com muito respeito e carinho.

 

Como exemplo, dá os dois belíssimos poemas compostos pelos Espíritos de Maria Dolores e Manoel Quintão, por ocasião dos cinquenta anos de mediunato do Chico (1977); 


dizendo que foram passados por eles, por ocasião das homenagens ao médium, no Estado de Espírito Santo. 2 (p. 213)

 

Para esclarecimento: 


Chico completou 50 anos de mediunato no ano de 1977.

 

E prossegue Júlio Cézar na resposta, citando Scheilla, por ocasião das homenagens prestadas ao médium quando completou quarenta anos de labor mediúnico (1967).

 

Numa reunião de ectoplasmia de cura, a irmã, totalmente materializada, apresentou um presente para Chico, em comemoração aos seus quarenta anos de mediunato.

 

“Um belíssimo estandarte confeccionado por ela própria e que se encontra guardado, ou melhor, exposto em Nosso Lar. 


É uma homenagem singela ao querido irmão 


‘Chico’ Xavier, explicou ela com sotaque alemão bem carregado no ‘r’.

 

Lindo o estandarte, numa espécie de tecido azul claro. 


Quarenta rosinhas bordadas em alto relevo, distribuídas em forma de coração, flores luminosas sobre o campo iluminado, no interior do qual se conseguia ler ‘Chico Xavier’, em caracteres semelhantes a assinatura tão facilmente identificável do prezado médium.” 2 (p. 213-214)

 

Ocorreu-nos, neste ponto, que falamos tantas vezes em voz direta que nos esquecemos de explicar do que se trata, principalmente aos neófitos da consoladora Doutrina Espírita.

 

Segundo o egrégio Hermínio C. Miranda, em sua obra Diversidade dos carismas 3 (vol. 2; p- 25-26), “a voz somente é direta no sentido de que o espírito manifestante não se utiliza do aparelho fonador do médium, indo direto à trombeta que lhe serve de amplificador, mas é igualmente certo que, não estando presente a pessoa dotada das faculdades adequadas, o fenômeno não ocorre.”

 

Lembrando, ao caro leitor, de que a trombeta é formada, pelo Espírito, a partir do ectoplasma presente, ou doado por um médium presente; como ocorre com todos os demais fenômenos de efeito físico.

 

Para os saudosos desta época áurea dos efeitos de materialização, mormente com o envolvimento da veneranda Irmã Scheilla, sugerimos a leitura dos capítulos pertinentes ao tema que se encontram em obra de nossa lavra: Irmã Scheilla, Missionária do Amor. 4

 

Fiquem em paz.

 

1 MORENO, Emmanuel Alves. Fragrâncias do amor. Mensagens do Espírito Scheilla. Pelo Espírito Scheilla. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lar de Tereza, 2012.

 

2 MATTOS, Divaldinho. De amigos para Chico Xavier. 1. ed. Votuporanga, SP: Didier, 1997

 

3 MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos carismas. Teoria e prática da mediunidade.  Niterói, TJ: Arte e Cultura, 1991.

 

4 DIONISI, Fabio. Irmã Scheilla. Missionária do Amor. 3. ed. Ribeirão Pires, SP: Editora Dionisi, 2022.

 

O autor é editor, articulista, escritor, palestrante, jornalista; responsável pelo CE Recanto de Luz – Pronto Socorro Espiritual Irmã Scheilla, em Ribeirão Pires (SP). www.irmascheilla.org.br

 

FONTE:

FOLHA ESPIRITA CAIRBRASHUTEL. Disponível em :</https://editoradionisi.com.br/folhaespiritacairbarschutel/2024/03/09/estandarte-oferecido-pela-irma-scheilla-ao-chico/> Acess: 25 Nov. 2025.

  





Que o perfume das rosas e as vibrações de cura da  Irmã 
Scheilla, chegue a cada um dos necessitados de cura espiritual e física, que se façam merecedores .


terça-feira, 25 de novembro de 2025

O Prazer de Servir - Gabriela Mistral*




O Prazer de Servir 


Gabriela Mistral*



Toda a natureza é um anseio  de serviço.


Serve a nuvem, serve o vento, serve a chuva.


Onde haja uma árvore para plantar, planta-a tu; onde haja um erro para corrigir, corrige-o tu; 


Onde haja um trabalho e todos se esquivem, aceita-o tu.


Sê o que remove a pedra do caminho, o ódio entre os corações e as dificuldades do problema.


Há alegria de ser puro e a de ser justo; 


mas há, sobretudo, a maravilhosa, a imensa alegria de servir.


Que triste seria o mundo se tudo se encontrasse feito, se não existisse uma roseira para plantar, uma obra para se iniciar!


Não te chamem unicamente os trabalhos fáceis. 


É muito mais belo fazer aquilo que os outros recusam.


Mas não caias no erro de que somente há méritos nos grandes trabalhos; 


há pequenos serviços que são bons serviços; 


adornar uma mesa, arrumar teus livros, pentear uma criança.


Aquele é o que critica; 



este é o que destrói: se tu o que serve.


O serviço não é faina de seres inferiores. 


Deus, que dá os frutos e a luz, serve. 


“Seu nome é: Aquele que serve”. 


Ele tem os olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta cada dia: 


“Serviste hoje? 


A quem? 


À árvore?
 

A teu irmão? 


À tua mãe?”



*Gabriela Mistral , foi o codinome da escritora chilena  Lucila Godoy Alcayaga, nascida em  7 de abril de 1889. 

Adotou o nome de Gabriela em homenagem ao poeta italiano Gabriele D’Annunzio e Mistral como forma de expressar sua admiração pelo poeta provençal Frederic Mistral.

Em 1907, seu noivo suicidou-se, fato que marca toda a sua vida e obra. Nunca se casou, dedicando sua  vida ao trabalho  como educadora e escritora.


Gabriela foi cônsul no Brasil no anos 40 e viveu em Petrópolis/RJ, período marcado pela dor da perda de seu sobrinho, a quem chamava de filho. 


Foi a primeira escritora latino-americana a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945.Morreu em 1957 em Nova York.


segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Curiosidades Sobre O Dr. Zerbini - Aníbal Leite de Abreu

 


Curiosidades Sobre O Dr. Zerbini


Aníbal Leite de Abreu

 

O mais célebre cirurgião de transplantes do coração do país narra a sua experiência com fatos espíritas. 


Dois Espíritos de médicos assistiram uma de suas primeiras cirurgias. 


Ele conta como o caso aconteceu, há mais de 40 anos.


 *

O autor desta matéria solicitou ao Dr. Zerbini a devida autorização para a publicação desse eloquente e incontestável depoimento, que vem enriquecer a literatura espírita. 


O doutor e professor Eurycledes de Jesus Zerbini, na sua última visita à cidade de Pindamonhangaba, SP, para proferir na Santa Casa local uma de suas eruditas palestras sobre cardiopatias e cirurgias cardíacas, num bate-papo com o autor deste comentário, mostrou-se adepto do niilismo, em face da sua incompreensão a respeito do trágico acidente que vitimou o seu filho Eduardo, médico, quando há quase quinze anos antes este procurava socorrer uma senhora, em dificuldades com o seu veículo, no elevado da Praça 14 BIS, em São Paulo. 


Com argumentos da Lei de Causa e Efeito, procuramos dissuadir o eminente professor Zerbini daquela ideia fixa de responsabilizar Deus, pelo acontecido.


 *

– Mas como vou aceitar esse Deus que você diz ser de amor, de bondade e de perfeição, se ele me deu uma implacável paulada na cabeça, tirando de mim um filho querido, que seria o meu sucessor na área médica, um moço bom, dedicado, que tinha um grande futuro e no momento fatídico do desastre, praticava uma louvável ação?


 *

Daí, a conversa prolongou-se. 


De um lado, argumentos aparentemente lógicos e até certo ponto convincentes e de outro, argumentos racionais, fundamentados numa fé esclarecida, raciocinada e que não dava azo a sofismas. 


A conversa se estendeu sem que chegássemos a um acordo, tal a relutância do emérito cirurgião em defender o seu ponto de vista.


 *

No dia 10 de outubro, estivemos em São Paulo, levando ao professor Zerbini o livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, que trata da Justiça Divina, para que os argumentos contidos naquela obra se não rompessem a incompreensão do ilustre cientista, pelo menos, abassem o seu ateísmo.


 *

Mais uma vez tivemos a ventura de desfrutar de útil e oportuno diálogo com tão ilustrada personalidade, a qual, na sua peculiar cordialidade e lhaneza, nos convidou a sentar ao seu lado, junto à sua mesa e, abrindo o livro que lhe ofertamos, foi logo dizendo:


 *

“Allan Kardec foi um grande pensador…” passando então a nos narrar um fato interessantíssimo:


 *

Ele era ainda bem moço, médico recém-formado, precisamente nos últimos anos da década de 1930 entre os anos de 1938 e 1940 e trabalhava no consultório do Dr. Alípio Corrêa Neto, à Rua Marconi, 94, em São Paulo, Capital. 


Certo dia, eis que adentra ao consultório um senhor de meia idade, apresentando-se como diretor da revista espírita “A Centelha”.


 *

Dizia o consulente que no Centro Espírita onde ele frequentava, um Espírito havia lhe dito que ele deveria passar por uma cirurgia de hérnia na virilha. 


O Espírito o advertiu de que no ato operatório o paciente não poderia ser submetido à anestesia tradicional, mas que procurasse, naquela rua, um consultório médico, onde um facultativo, o Dr. Zerbini, havia descoberto um novo processo de anestesia (Protóxido de azoto) que seria naturalmente benéfico e indicado para o seu caso.


 *

Todavia, o jovem médico, Dr. Zerbini, na sua tão pronunciada humildade, alegou ao consulente que ele era recém-formado e não dispunha de muita prática para realizar a cirurgia solicitada. 


Mas o paciente insistiu tanto que o dr. Zerbini acabou por aquiescer ao pedido, embora procurasse argumentar que havia outros cirurgiões de fama, que melhor poderiam atender ao insistente pedido do paciente.


 *

Marcado o dia da intervenção e outros detalhes, o paciente tinha um pedido especial a fazer: que na sala de cirurgia fosse permitida a presença de uma senhora (naturalmente uma médium) que deveria ali permanecer devidamente concentrada, orando.


 *

Diz o Dr. Zerbini com certa graça:


 *

– Naquele tempo não existia muito rigor em se tratando de assepsia e nem se falava em infecção hospitalar e a presença da senhora foi permitida.


 *

No dia aprazado, no horário estabelecido, iniciou-se a cirurgia e o Dr. Zerbini, atento à delicada intervenção, esqueceu-se por completo da presença estranha daquela mulher. Após o ato cirúrgico, desenvolvido com pleno êxito, o Dr. Zerbini lembrou-se da senhora e voltando a ela disse-lhe:


 *

– Desculpe-me, até esqueci-me da senhora. 


Por acaso a senhora viu ou notou alguma coisa?


A dita senhora acenou afirmativamente e respondeu:


 *

– Vi sim senhor. 



Dois Espíritos de médicos à sua retaguarda conversavam sobre o sucesso da cirurgia e comentavam o método usado de anestesia.


 *

Dr. Zerbini, curioso, desejando obter maiores informações a respeito do inusitado fato, perguntou à médium:


– A senhora poderia me dizer os nomes deles?


 *

– Sim – respondeu a senhora – Um diz chamar-se Batista e o outro, Werneck.


 *

O fato singular é que esses dois médicos desencarnados, quando na vida física, haviam escrito em parceria, uma obra intitulada: Semiologia Cirúrgica, volume que permanecia na mesa do Dr. Alípio Corrêa Neto e que era por ele consultada quase que diariamente.


 *

Os dois médicos eram: Dr. Fábio Leoni Werneck, entomólogo, médico e farmacêutico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. 


*

Trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz, tendo publicado trabalhos sobre insetos e dr. João Benjamim Batista, médico, professor de técnica operatória e medicina experimental da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.


FONTE

ABREU, Aníbal Leite de, Jornal Espírita, SP, 05/92 (artigo transcrito do “Anuário Espírita 1993”, pág. 85). Profº Dr. Euclydes de Jesus Zerbini , precursor dos transplantes cardíacos no Brasil: Imagem da internet