Convite
à prudência
Joanna de Ângelis
“De maneira que andem na prudência dos
justos.”(Lucas: capítulo 1º, versículo 17)
Este, precipitando conclusões mentais
chegou, através de raciocínios falsos, a desequilíbrio injustificado.
Aquele, acoimado por inquietação
exorbitante, atirou-se em torvelinho pela rota, cansando-se,
exaustivamente, a meio da jornada.
Esse, por distonia da razão,
desesperou-se sem motivo real e exauriu as possibilidades da serenidade
interior.
Aqueloutro, pelo hábito contumaz da
irreflexão, saltou no despenhadeiro
da loucura, perdendo a oportunidade
feliz.
Estoutro, condicionado pelas aflições
exteriores, deixou-se empolgar pela ira e agiu com desacerto.
Essoutro, vitimado pelos condicionamentos
da vida em desordem, permitiu-se corromper, antes de usar as ensanchas do
bem, perdendo-se a si mesmo.
A prudência é atitude de sabedoria.
Prudência no falar; prudência no agir;
prudência quando pensar.
Falar com prudência conduz o homem a
atitude refletida, pois falando o homem perde o domínio das palavras, que,
desatreladas, lavram incêndios, promovem conflitos, desarticulam programas
salutares.
A palavra não pronunciada é patrimônio
precioso de que o homem se pode utilizar no momento justo; a palavra
liberada pode converter-se, quando dita
sob impropérios, em látego que volta a
punir o irresponsável que a libera.
A ação precipitada, sem a necessária
prudência, invariavelmente engendra desacertos e aflições sem nome,
conduzindo o aturdido ao despenhadeiro do
insucesso, em cuja rampa o remorso
chega tardio.
Antes de agir o homem é depositário de
todos os valores que pode investir.
Após a ação colhe os resultados do ato.
Agir, portanto, através da ponderação a
fim de que a atitude não se converta em algoz, que escravize o próprio
instrumento.
Pensar prudentemente.
Uma palavra que nos chega aos ouvidos,
ferinte, conduz-nos a uma posição exaltada, impedindo, em conseqüência, a
perfeita ordenação mental, que assim nos induz, através de ângulos falsos
da observação perturbada, a
resultados danosos.
Pensar-refletindo predispõe a ouvir,
acostumando a ver, criando o hábito de ponderar para, então, chegar às
legítimas conclusões em torno dos veros
problemas da vida.
Precipitado, Napoleão conquistou a
Europa e, refletindo, meditou tardiamente nos erros cometidos, em Santa
Helena.
Conduzido pela supremacia da força,
Alexandre Magno dominou o mundo e febres estranhas tomaram-lhe o corpo
jovem, antes das reflexões de que
muito necessitava.
Com prudência Jesus pensou, falou e
agiu.
Construído, paulatinamente, surge um
reino de venturas plenas que a pouco e pouco, não obstante a precipitação
destes ou daqueles apaniguados do mundo, vai fixando os seus alicerces no
imo dos homens, como bandeira de paz e de esperança para a humanidade
inteira na direção dos milênios.
Prudência, pois, como atitude de
santificação interior.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito
Joanna de Ângelis .Convites da Vida, CAP 43.
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