Preocupação
Hammed
“Os preocupados vivem
entorpecidos no hoje por quererem controlar, com seus pensamentos e com sua
imaginação, os fatos do amanhã.”
Nossa percepção, hoje, nos esclarece sobre os fatos do
ontem, talvez sobre acontecimentos da semana anterior ou, possivelmente, sobre
eventos quase esquecidos de anos passados.
Tudo ocorre dentro de um perfeito sincronismo tempo/espaço.
Não adianta nos preocupar-nos com o nosso processo de
aprendizado nem com o dos outros, pois, se alguém não está conseguindo caminhar
convenientemente agora, é porque lhe falta algo a fazer, ou mesmo, coisas a
aprender.
No Universo tudo obedece a um ritmo natural; as raízes de
nossa evolução corporal/espiritual estão arraigadas nas íntimas relações com a
Natureza.
Em nível mais profundo, somos parte dela.
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No entanto, é importante não confundirmos preocupação com
prudência ou cautela.
A previdência e o planejamento, para que possamos atingir um
futuro promissor, são desejos naturais do homem de bom senso.
Na realidade, preocupação quer dizer aflição e imobilização
do presente, por causa de um suposto fato que poderá acontecer, ou ainda uma
suspeita de que uma decisão poderá causar ruína ou perda.
A preocupação excessiva com os fatos em geral e com o bem-estar
das pessoas, está alicerçada, em muitas ocasiões, em um mecanismo psicológico
chamado “autodistração”.
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As pessoas preocupadas têm dificuldade de concentração no
momento presente e, por isso, fazem com que a consciência se desvie do foco da
experiência para a periferia, isto é, vivem entorpecidos no hoje, por quererem
controlar, com seus pensamentos e imaginação, os fatos do amanhã.
Esse desvio de atenção é uma busca deliberada de distração
do indivíduo; é uma forma de impedir a si próprio de ver o que precisa perceber
em seu mundo interno.
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Quando dizemos que nos preocupamos com os outros, quase
sempre estamos nos abstraindo:
a) das atitudes que não temos coragem de tomar;
b) das responsabilidades que não queremos assumir;
c) das carências afetivas que negamos a nós mesmos;
d) dos atos incoerentes que praticamos e não admitimos;
e) dos bloqueios mentais que possuímos e não aceitamos.
Deslocamos todos os nossos esforços, atenção e
potencialidades para socorrer, proteger, salvar, convencer e aconselhar nossos
“companheiros de viagem”, esquecendo muitas vezes, propositadamente ou não, que
a nossa primeira e mais importante tarefa é nossa transformação interior.
É incontestável que a preocupação jamais nos preservará das
angústias do amanhã; apenas colocará obstáculos às nossas realizações do
presente.
Não podemos nem devemos forçar mudanças de atitudes nas
pessoas.
Em realidade, só podemos modificar a nós mesmos.
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Nosso livre-arbítrio nos confere possibilidades de uso
particular com o fim específico de nos retificar, porém não nos dá o direito de
querer modificar os outros.
Acreditamos, ainda assim, que temos o poder de exigir que os
outros pensem como nós e que podemos interferir nas manifestações daqueles que
nos cercam.
Por mais queridos que nos sejam, não é lícito dissuadi-los
de suas decisões e posturas de vida.
Cada um se expressa perante a existência, como pode.
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Assim, suas criações, desejos, metas e objetivos são
coerentes com seu grau de evolução.
Qualquer tipo de coação em um modo de ser, é profundo
desrespeito.
Por que condenar os atos e as atitudes de alguém que o
próprio “Criador do Universo” deixou livre para decidir?
Por que sofrer ou preocupar-se com isso?
Nossas experiências da vida não acontecem por acaso.
O planejamento divino nada faz sem um desígnio proveitoso;
tudo tem sua razão de ser.
Não é preciso desespero nem preocupação; tudo acontece como
tem que acontecer.
ESPÍRITO SANTO NETO,
Francisco pelo Espírito Hammed . As dores da Alma.
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