Joanna de Ângelis
Diante de sofrimentos advindos, particularmente, de
enfermidades, deve-se levar em consideração alguns fatores, a fim de
propiciar-se a autocura.
1 -Observe o seu pensamento, o seu teor referencial, a fim
de que irradie energias positivas, saudáveis
A atitude imediata é desejar-se a saúde com fervor, não
porque se queira libertar-se da doença, pura e simplesmente. A libertação de
uma enfermidade, se não produz o engajamento do paciente em atividades
psíquicas e físicas positivas, faculta a presença de outras doenças.
O anseio por adquirir a saúde deve estar acompanhado de
objetivos edificantes, que podem ser colimados, e não do interesse imediato
pelos prazeres que se deseje fluir, descarregando ondas de energia negativa nos
intricados mecanismos perispirituais responsáveis pela ação posterior.
Esse desejo de saúde é firmado na crença e na certeza de que
o "Pai não quer a destruição do pecador, mas, a do pecado"; e quem
defrauda a lei deve recompor-se perante ela.
A firmeza do desejo, sem ansiedades nem tormento, a fim de
que se não tome uma imposição, mas sim, uma solicitação, concede tranquilidade
ao enfermo, constituindo um primeiro resultado precedente a cura. De imediato,
deve-se concentrar na saúde, considerar-lhe a validade, a abundância de
possibilidades edificantes que propicia, de realizações produtivas, de efeitos
benéficos para si e para a coletividade.
Ao concentrar-se nela, que se entregue de corpo e alma aos
resultados que advirão, deixando-se impregnar pelo otimismo com irrestrita
confiança em Deus, trabalhando mentalmente pela restauração das forças
combalidas em continuo esforço a favor do bem-estar.
O ciúme,
A rebeldia,
A irritação,
A ansiedade e o inconformismo,
devem ser rejeitados, sempre que se insinuem nas paisagens
mentais, por serem portadores de raios destruidores que atingem os fulcros
celulares e os desarranjam, alterando-lhes o ritmo e a multiplicação.
As idéias enobrecedoras, os planos de futura ação benéfica,
são portadores de energia equilibrante, que estimula os complexos campos
celulares, propiciando-lhes harmonia e produtividade.
Nesse esforço, é de bom alvitre visualizar a saúde e
incorporá-la.
O indivíduo deve concentrar-se numa visão saudável,
projetando-se no tempo em condições de equilíbrio; ver-se recuperado, assumindo
responsabilidades e desenvolvendo as atividades que pretende encetar.
Essa projeção mental reestrutura os mecanismos do
perisprito, afetado, recompondo-lhe o campo, e que resultam os efeitos em forma
de saúde, de harmonia e entusiasmo.
Os pacientes, em geral, com as exceções naturais, sempre
visualizam o estado de agravamento do mal que os aflinge, atirando no organismo
projéteis mentais destrutivos.
Não poucas vezes, Jesus afirmou aqueles doentes que O
buscavam, se quiseres, já que queres, concluindo:
- Levanta-te e anda, vê-se limpo, conforme a enfermidade com
que se faziam objeto. Naquele momento, o enfermo saía do campo vibratório de
sombras, no qual se homiziava, e abria-se a energia vigorosa do Benfeitor
Divino, que lhe alterava a área de desordem, restaurando-lhe a saúde.
Assim, visualizar-se com saúde no futuro e programar-se em
ação constituem fatores fundamentais para a autocura.
2 -Manter a sintonia mental com a fonte de poder
Todo o amor procede de Deus, a Fonte do Poder. Como
consequência, a sintonia mental do paciente com a Causalidade se torna
imprescindível para a recuperação da saúde.
Sendo a enfermidade o resultado da desarmonia vibratória dos
órgãos que compõe a maquinaria orgânica, permitindo a proliferação dos
elementos destrutivos, todo trabalho de regularização deve partir da energia
para o corpo, do espírito para a matéria.
Desse modo, a identificação mental do necessitado com a
Fonte Geradora de Vida torna-se essencial para o restabelecimento da harmonia.
Assim, o cultivo das idéias positivas favorece a
identificação com as faixas vibratórias mais elevadas, produzindo a sintonia
necessária com o Poder Supremo.
A oração é outro veículo por meio do qual se produz a
sintonia mental com Deus. Ela faculta uma análise das necessidades humanas em
relação às finalidades essenciais da existência, ao tempo em que propicia o
relaxar das tensões, estimulando as forças enfraquecidas e renovando-as, graças
ao que se abrem as possibilidades de recuperação da saúde.
Habituado aos pensamentos vulgares, agindo sob impulsos de
depressão ou de violência, o individuo intoxica-se de vibrações deletérias, que
mais o perturbam e o enfermam.
A mudança de diretriz mental, as fixações de idéias
saudáveis geram uma psicosfera harmoniosa que produz condições propiciatórias
ao bem-estar, em sintonia inicial com a saúde.
Quem aspira ao oxigênio puro mais se desintoxica, ampliando
a própria capacidade respiratória.
De igual modo, a sintonia mental com a Fonte o Poder
propicia reabastecimento de energias saudáveis, que reinstalam no organismo o
equilíbrio perdido, restabelecendo a harmonia vibratória que fomenta o
predomínio dos agentes da saúde.
Mesmo diante da aparente demora de recuperação é justo que
se processe a sintonia, que somente benefícios emocionais, psíquicos e
orgânicos proporcionam.
O ser deve elevar-se a Deus, não apenas para pedir e buscar
benefícios imediatos, mas, também, para manter-se em harmonia com a própria
vida.
Tal estado de sintonia abre as portas da percepção
extrafisica à inspiração, ao equilíbrio e à coragem para enfrentar quaisquer
vicissitudes e situações aflingentes imprevisíveis ou não.
Quando alguém se eleva a Deus, ergue com o seu gesto toda a
humanidade. A sintonia com Ele, Fonte de Poder, é causa de felicidade e fator
de paz.
3 - Cuidar do descanso, da dieta, da higiene, mantendo ordem
nas atividades
Descanso:
O descanso físico é de alta importância no programa da
autocura, todavia, o repouso mental, advindo da harmonia dos pensamentos,
torna-se vital, um fator imprescindível para a instalação da saúde.
Uma mente em repouso não significa em ociosidade, antes, em
ação positiva, que gera equilíbrio.
Esse, proporciona descanso das excitações, das emoções e
sensações perturbadoras, geratrizes de doenças, de sofrimentos.
As leituras edificantes e otimistas, ricas de esperança,
propiciam repouso mental e físico, predispondo o organismo a calma, a harmonia.
Esse descanso, igualmente pode ser conseguido, por uma
alimentação bem balanceada, na qual se evitem os excessos de qualquer natureza,
especialmente aqueles de assimilação difícil, muito ricos em calorias e de
digestão demorada.
Alimentação para a vida, respeitando os limites impostos
pela enfermidade, ao invés da vida para a alimentação, que complica as funções
do organismo alquebrado, que necessita de todas as resistências para vencer o
estado de desgaste.
Higiene:
A higiene também desempenha papel preponderante na
reconquista da saúde. Ela faculta mais ampla eliminação de toxinas, ao tempo
que proporciona agradável sensação de leveza.
A higiene física também impõe a de natureza mental, cujo
complexo, quando poluído pelas preferências perniciosas, exterioriza a
desagregação das engrenagens orgânicas, a semelhança de ferrugem em pecas
mecânicas que se devem ajustar harmoniosamente.
Esses fatores põem ordem nas atividades que a doença não
interrompe, ou naquela é que, não obstante o problema da saúde merece reflexão,
programação para posterior execução.
Quem não se programa sofre as surpresas da improvisação com
os danos, porventura, presentes.
O leito de enfermidade é lugar para acuradas meditações e
estabelecimento de metas, que a agitação do cotidiano em outra situação não
permite.
Ao mesmo tempo, a revisão dos atos e comportamentos torna-se
oportuna, buscando descobrir a gênese de alguns dos males ora desencadeados ou
os efeitos das ações impensadas que geraram os distúrbios agora sofridos.
A degenerescência orgânica é fácil e rápida, enquanto que a
sua recuperação e complexa e demorada.
Toda construção e reedificação exigem tempo e experiência,
não ocorrendo o mesmo com a ação destrutiva.
A vida saudável, portanto, são os esforços concentrados para
a manutenção dos equipamentos da maquinaria corporal, sob equilibrado comando
do espírito.
Certamente encontramos corpos sadios e de aparência
harmoniosa, sob a direção de espíritos frívolos, ignorantes e até perversos.
É natural a ocorrência, que passará a um plano lamentável no
futuro, em razão do seu mau uso atual, exigindo lenta e sofrida recuperação
mediante enfermidades dilaceradoras, dolorosas.
É da Lei Divina, pois ninguém malbarata o patrimônio da
vida, sem experimentar as suas funestas conseqüências.
Da mesma forma, com frequência, são encontrados corpos
mutilados e padecentes, nos quais habitam espíritos sadios, ditosos.
São eles os mestres da abnegação, que acima dos limites
orgânicos, sem qualquer angústia, lecionam coragem diante da, do e ressarcem
antigos débitos, que ficaram nas páginas do tempo e agora se apresentam para
proporcionar a libertação total de quem os adquiriu.
Em toda a Criação vige a lei de igualdade, graças a qual
ninguém frui de felicidade em caráter de exceção.
A luta é o clima por onde passam todos os seres na via de
evolução.
4 - Canalização dos pensamentos e das emoções para o amor, a
compaixão, a justiça, a equanimidade e a paz
A preservação do pensamento otimista predispõe a um estado
emocional receptivo à saúde.
Fácil, pois, se torna canalizá-lo para as expressões
nobilitantes do amor, da compaixão, da justiça, da equanimidade e da paz.
Amor:
O amor, que é o elo mágico que unirá todas as criaturas um
dia, deve ser cultivado na condição de experiência nova, que o exercício
converterá em um hábito, em um estado normal do espírito.
A sua força restaura a confiança nos homens e na vida,
porquanto, a sua presença conduz estímulos, facultando que, periodicamente, o
sangue receba renovação de cargas de adrenalina, produzindo revigoramento
orgânico.
Através da sua ótica os acontecimentos apresentam angulações
antes não percebidas, permitindo que as emoções não se entorpeçam, nem se
exaltem, ao mesmo tempo em que predispõe o individuo a compaixão, fator
humanizador da criatura.
Quando as forças conjugadas do medo e da ira, da mágoa e da
vingança, do ciúme e do ódio começam a perturbar a emoção, o sentimento de
compaixão pelo algoz, apresentando-o frágil e vulnerável, evita que o
desequilíbrio trabalhe em favor da agressividade por parte da vítima.
Esta passa a ver o seu adversário como sendo um doente da
alma, que ignora a gravidade do próprio mal, e, ao invés de derrapar na
animosidade, envolve-o em ondas de simpatia, de compreensão, não lhe devolvendo
o malefício que dele recebeu.
No quadro das doenças que abalam os homens, encontramos
instalados no perispirito varias matrizes de ódio, de ressentimento, de
azedume, em relação a outras pessoas.
Compaixão:
O amor propicia a compaixão que se gostaria de receber, caso
a situação fosse oposta, diminuindo a intensidade do golpe recebido e
anulando-lhe os efeitos danosos.
Ela fala sobre a justiça inexorável de Deus que alcança a
todos e propõe a bondade para com o opositor, concientizando-o, embora
indiretamente, de que o mal é sempre pior para quem o pratica.
Justiça:
A justiça, por sua vez, jaz insculpida na consciência de
cada pessoa que pode ser anestesiada por algum tempo, jamais, porém, impossibilitada
de manifestar-se. O equivocado conhece o seu erro, mesmo quando disfarça, e
assim procede porque lhe sabe a procedência
Encobrir uma ferida não impede que ela permaneça decompondo
a área, na qual se encontra instalada.
A justiça na consciência impõe a reparação do delito e das
suas conseqüências infelizes, induzindo as vítimas a que não assumam a postura
de cobradores, já que as leis soberanas dispõem de recursos que impedem se
contraiam novos, quando se corrigem velhos débitos.
Para culminar o seu objetivo, tem ela que ser estruturada na
equanimidade, que discerne como aplicá-la, sem o contributo emocional da paixão
de qualquer natureza, porém com a finalidade superior de corrigir sem desforço
e recuperar sem maus-tratos.
Equanimidade:
O sentimento de equanimidade nasce da razão que discerne e
da emoção que compreende, fazendo que o recurso, o método de reeducação seja o
mesmo para todos os incursos nos seus códigos, não sendo severa em demasia para
uns e generosa em excesso para com os outros.
A sua linha reta de ação abrange na mesma faixa todos os
infratores, prodigalizando-lhes idêntico tratamento.
A consciência de amor em equanimidade propõe a paz, que tira
as tensões e inspira o prosseguimento da ação.
Estado íntimo de harmonia, irradia-se em sucessivas ondas de
tranquilidade que se exteriorizam, promovendo a absorção e fixação das energias
saudáveis no organismo.
O pensamento canalizado para a paz se torna uma onda que
sincroniza com a Fonte de Poder, contribuindo para o entendimento geral e a
fraternidade, que é o passo inicial do amor entre as criaturas.
No processo de autocura, o espírito recupera as energias
gastas, vitaliza, mediante a ação do pensamento, os fulcros perispirituais e
predispõe-se ao resgate pelo amor, sem a intenção de negociar benefícios,
antes, com a de se tornar elemento útil no concerto social, membro ativo do
progresso geral e não um peso desagradável qual infeliz na economia do grupo
humano onde se encontra.
Co-autor da sua recuperação, ele haure da Fonte providencial
do amor de Deus as energias sãs, saindo das sombras da enfermidade para as
luzes da saúde, disposto a contribuir decisivamente em favor do mundo melhor de
hoje e de amanha, renovado, esclarecido e feliz.
Transcrito por Rochelle Raupp.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis .
Plenitude.Cap. 9, p. 89 - 98. Salvador/BA:
Alvorada.
Disponível em :http://www.forumespirita.net/fe/fluidoterapia/processo-de-autocura/.
Acesso: 205 JUL 2013.
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