Homenagem e gratidão a todos os trabalhadores e colaboradores da União Espírita Allan Kardec
Agradecemos inicialmente a Deus, a Jesus, a Allan Kardec e aos Benfeitores Espirituais que dirigem a UEAK.
Aos dirigentes e trabalhadores da primeira hora, a nossa imensa gratidão pelas lutas e perseverança, numa época em que alguns eram detidos
devido a realização das reuniões públicas, nos fazendo relembrar as lutas dos
primeiros cristãos.
Envolvemos a todos em vibrações de reconhecimento e carinho, pelo trabalho que desenvolvem amorosamente e com muito entusiasmo.
Que Deus os abençoem pela dedicação e pelo trabalho
realizado e que as vibrações da Paz de Jesus e dos Amigos Espirituais , os
envolvam hoje e sempre ...
Dimensões Espirituais do Centro Espírita
Suely Caldas Schubert
Introdução
Costumamos frequentar o Centro Espírita durante anos sem atentarmos para
aspectos mais profundos da sua importância, pois o vemos apenas como o local
onde vamos buscar ajuda, consolo, amparo e esclarecimento, e onde se tem um bom
ambiente espiritual, apropriado para as reuniões espíritas.
Não nos damos conta de toda a complexa estrutura espiritual que mantém uma sede de atividades espíritas, no âmbito dos encarnados, para que ela possa atuar nos dois planos da vida.
Não nos damos conta de toda a complexa estrutura espiritual que mantém uma sede de atividades espíritas, no âmbito dos encarnados, para que ela possa atuar nos dois planos da vida.
Entretanto, há alguns anos, estamos sendo conscientizados,
principalmente através de mensagens dos Instrutores Espirituais, do que é, na
realidade, o Centro Espírita e a premente necessidade que temos de adequá-lo e
preservá-lo de acordo com as diretrizes da Codificação, bem como dos cuidados
com que a Espiritualidade Maior cerca e dispensa, ao longo do tempo, aos
núcleos espíritas que estão incluídos entre os que são merecedores dessas
providências, pelo trabalho sério, nobre e edificante que realizam.
O Espírito Manoel Philomeno de Miranda relata no capítulo 21
do livro Tramas do Destino, como são os planejamentos espirituais de um Centro
Espírita, inclusive relatando os compromissos assumidos pela equipe espiritual
que trabalharia diretamente com os encarnados, junto àquele que seria o seu
patrono, no caso o Espírito Francisco Xavier, que foi abnegado trabalhador do
Cristianismo no século XVI. (1)
Iremos enfocar aqui alguns desses planejamentos do plano
extrafísico, e como são efetuados na prática pelos Benfeitores Espirituais,
fazendo uma reflexão em torno da participação dos encarnados, enquanto
tarefeiros da seara espírita.
Alicerces espirituais
O Centro Espírita é muito mais do que a casa física que lhe
serve de sede.
Transcende às paredes, aos muros que o circundam e ao teto que o
cobre.
Em verdade, o Centro Espírita é um complexo espiritual em que se labora
nos dois planos da vida, a física e a extrafísica, e com as duas humanidades, a
dos encarnados e a dos Espíritos desencarnados.
Em razão disso, as providências e cuidados da
Espiritualidade Maior são imensos quanto ao planejamento e a organização de uma
instituição espírita.
Já há muito sabemos que as planificações espirituais
antecedem as dos encarnados, por isso se diz, comumente, quando se pensa e
projeta uma obra espírita, que esta já estava edificada na Espiritualidade.
O
que é real e verdadeiro.
Os alicerces espirituais, portanto, são “levantados” bem
antes, servindo de modelo para a obra que se pretende edificar no plano
terreno.
O Centro Espírita não é a casa onde ele se abriga, mas, sim,
o labor que ali se desenvolve, o ambiente que se cultiva e preserva, a
organização intemporal que o orienta e assessora, os objetivos e finalidades
que o norteiam, o ideal e o sentimento com que o conduzem.
Por isso prescinde a
obra espírita do luxo e do supérfluo para atender à simplicidade e ao conforto
que a tornem acolhedora.
As suas bases, os seus alicerces espirituais assim
argamassados farão com que a obra se erga firme na Terra e permaneça de pé vencendo
as tormentas e vicissitudes humanas.
É “a casa edificada sobre a rocha”, de que
nos fala Jesus, capaz de resistir através dos tempos.
Mas que só se
materializará se a equipe encarnada colocar dia a dia os tijolos do amor e o
cimento da perseverança; se os labores ali efetuados levarem o sinete da
caridade e do desinteresse pessoal, transformando-se assim em templo e lar,
hospital e escola.
Reafirmamos: para isto não há necessidade de que a obra seja
luxuosa ou grandiosa; ela poderá ser uma casinha simples, despojada, de acordo
com a realidade local, e ter uma atmosfera espiritual resplandecente,
resultante do trabalho que ali se realiza, pois no dizer de Léon Denis “no mais
miserável tugúrio há frestas para Deus e para o Infinito”.
A direção espiritual
Os planos iniciais para a fundação de um Centro Espírita
ocorrem na Espiritualidade com antecedência de muitos anos, quando a equipe
espiritual assume a responsabilidade de orientar e assessorar as futuras
atividades que ali serão desenvolvidas.
Isto é feito em sintonia com aqueles
que irão reencarnar com tais programações.
Para chegar a se estabelecer esses
compromissos são estudadas as fichas cármicas daqueles que estarão à frente da
obra no plano material, convites são feitos, planos são delineados e projetados
para o futuro.
Não podemos nos esquecer que aqueles que se reúnem para um
labor dessa ordem não o fazem por casualidade.
Existem planificações da
Espiritualidade que antecedem, portanto, à reencarnação dos que irão laborar no
plano físico.
O projeto visa essencialmente a atender aos encarnados, pois
através desse labor são concedidas oportunidades de crescimento espiritual,
ensejos de resgate e redenção; reencontros de almas afins, de companheiros do
passado ou, quem sabe, desafetos no caminho da tolerância e do perdão que a
diretriz clarificadora do Espiritismo e a atmosfera balsâmica do Centro
propiciarão.
Para que isto seja alcançado, a Casa Espírita apresenta um leque
de opções variadas de aprendizado e trabalho, onde se favorece a transformação
moral, que deve ser o apanágio do verdadeiro espírita, através do exercício da
caridade legítima a encarnados e desencarnados, da tolerância e da fraternidade
no convívio com os companheiros – o que, em última análise, é a vivência
espírita, que traz nos seus fundamentos a mensagem legada por Jesus.
Todavia, muitos desses ensejos de reconciliação, de
harmonia, de progresso espiritual; muitas das esperanças e expectativas dos
Benfeitores Espirituais são desdenhadas por nós, os encarnados, que esquecidos
dos compromissos assumidos deixamo-nos envolver pelo personalismo, pela
vaidade, pela disputa de cargos e deferências, pelo ciúme e inveja, por nos
acreditarmos melhor que os outros, que somente nós sabemos e somos espíritas de
verdade, que temos missão especial, quando não enveredamos por esse novo prisma
de considerarmos a Casa Espírita como uma empresa, que deve ser dirigida
friamente e dar constantes lucros, não importando que a Causa seja postergada e
colocada em segundo plano para que tais resultados sejam alcançados, enfim,
todos esses desvios de curso, todas essas idiossincrasias que abrem campo às
dissidências e à sintonia com espíritos interessados em retardar a marcha do
bem quanto a de nós próprios.
Quando, porém, sentimos e vivemos as diretrizes espíritas, é
mais fácil compreender o nosso companheiro difícil e com ele conviver,
aprendendo a estimá-lo realmente.
Porque é mais fácil amar aquele que vem pedir
socorro e que nos estende a mão do que o companheiro ao nosso lado, investido,
muita vez, da posição de “fiscal” de nossas atitudes.
Os Amigos Espirituais
muito esperam de nós nesse campo da rearmonização com o nosso passado, porque,
talvez, pela primeira vez já sabemos quanto às implicações do passado e
responsabilidades no presente.
Por isto é essencial que nos esforcemos para viver as
diretrizes espíritas, a fim de que honremos o Espiritismo não somente “com os
lábios”, mas essencialmente com o coração, com o melhor de nós mesmos.
Os recursos
magnéticos de defesa
Vejamos como Manoel Philomeno
de Miranda explica quais as providências adotadas com relação à fundação do
Centro Espírita Francisco Xavier:
“(...) antes mesmo que se definissem os planos da edificação
material da Casa, foram tomadas medidas no que dizia respeito aos contingentes
magnéticos no local e outras providências especiais.
Ergueu-se, posteriormente, o Núcleo, em cuja construção se
observaram os cuidados de zelar pela aeração, conforto sem excesso,
preservando- se a simplicidade e a total ausência de objetos e enfeites que não
os mínimos indispensáveis móveis e utensílios para o seu funcionamento...
Todavia, nos respectivos departamentos reservados à câmara
de passes, recinto mediúnico e sala de exposições doutrinárias, foram
providenciadas aparelhagens complexas e com finalidades específicas, para cada
mister apropriadas, no plano espiritual.” (2)
Esses recursos magnéticos que constituem as defesas
espirituais de um Centro Espírita fiel aos princípios da Codificação
Kardequiana, conforme as circunstâncias o exigem, podem ser intensificados tal
como é relatado no notável livro da querida médium Yvonne Pereira, Memórias de
um Suicida, quando é mencionada a instituição na qual seriam realizadas algumas
sessões mediúnicas especiais para atendimento de um grupo de suicidas.
A sala de exposição doutrinária
Toda Casa Espírita tem o seu espaço destinado à realização
de reuniões públicas, de portas abertas, onde os expositores abordam estudos e
palestras doutrinárias, especialmente das obras que constituem a Codificação
Kardequiana.
Este recinto recebe da Espiritualidade o cuidado compatível
com a importância das tarefas ali desenvolvidas.
Espíritos especializados
magnetizam o ambiente e o preservam e renovam constantemente, propiciando uma
psicosfera salutar, consoante informa Manoel Philomeno de Miranda.
São instaladas defesas magnéticas que impedem a entrada de
entidades desencarnadas hostis e malfeitoras, assim, só entram aqueles que
obtêm permissão.
Tais cuidados são imprescindíveis em razão da natureza do
trabalho que os Centros realizam.
Sendo um local para onde convergem pessoas
portadoras de mediunidade em fase inicial ou em desequilíbrio ou, ainda,
obsidiados de todos os matizes, é fácil concluir que se não houvesse tais
cautelas do Plano Espiritual, principalmente, graves problemas poderiam surgir
decorrentes do ambiente espiritual e da presença de sensitivos não
equilibrados.
Imaginemos, por um instante, a ambiência desta sala,
relativamente aos encarnados presentes.
A grande maioria dos que comparecem ao
Centro o faz impelida pelos problemas e sofrimentos que os aguilhoam.
Quando
chegam estão aflitos, cansados, desesperados e, não raro, com idéias de
suicídio ou outros tipos de pensamentos extremamente negativos.
Recorrem ao
Espiritismo na condição de náufragos de tormentas morais que se agarrassem a
uma tábua salvadora.
Trazem o pensamento enrodilhado no drama em que vivem e que
é como um clichê estampado na própria aura.
Vibrando em enarmonia a quase
totalidade dessas criaturas estão imantadas a desafetos do passado ou a
entidades outras, igualmente em desequilíbrio, que por sua vez, as envolvem em
fluidos perniciosos.
Várias são portadoras de monodeísmo, isto é, trazem o
pensamento fixo em determinada idéia negativa, como por exemplo, no suicídio,
no remorso de ato cometido etc.
Diversas estão magoadas, sofridas, ulceradas
interiormente e com as forças deperecidas.
Outras estão perdidas em si mesmas,
sem saber qual o sentido da vida e que rumo tomar.
Muitas esperam milagres que
as libertem de imediato de seus problemas e umas poucas chegam por curiosidade
ou desejosas de conhecer melhor o que é o Espiritismo.
Mas todas essas pessoas
tem um denominador comum: a esperança.
Esse conjunto de vibrações desarmônicas e a malta de
desencarnados que gravitam ao seu redor – todos interessados em obstar tudo
aquilo que pode significar libertação para suas vítimas, no caso a palavra
esclarecedora da Doutrina – por certo afetariam os médiuns presentes ainda não
equilibrados, não fossem os cuidados e vigilância dos Benfeitores Espirituais.
Há ainda outro ponto a considerar: é que sendo um local de
tratamento das almas enfermas, que somos quase todos nós, é imprescindível que
os recursos do “laboratório do mundo invisível” sejam mobilizados e acionados
para o atendimento espiritual.
Os Espíritos especializados fazem, portanto, a triagem dos
desencarnados que irão entrar, sempre visando os que estão em condições de ser
beneficiados, mas outros são momentaneamente afastados de suas vítimas enquanto
estas permanecem no Centro.
Em decorrência, grande é o número de entidades que
ficam postadas do lado de fora da Casa, como que aguardando permissão para
entrar ou interessados em achar alguma brecha nas defesas magnéticas com o
intuito de causarem perturbações.
Mesmo estes não ficam sem a ajuda do Alto,
pois aparelhagem especial transmite a palavra dos expositores amplificando-lhes
a voz.
No transcurso da
exposição doutrinária grande amparo é prestado ao público.
Equipes
especializadas atendem aos que apresentarem condições espirituais-mentais
favoráveis, receptivas, medicando- os e, até mesmo, realizando cirurgias
espirituais.
Por outro lado, a aproximação de entidades benfeitoras junto
aos encarnados torna-se mais fácil pela natureza do ambiente e por estarem
estes com o pensamento voltado para os ensinos clarificadores da Doutrina, o
que lhes modifica, temporariamente, os panoramas mentais, favorecendo o
otimismo e a renovação interior.
Concomitantemente, os “espíritos arquitetos”,
muitas vezes, utilizam dos recursos dos painéis fluídicos que “dão vida” aos
comentários do expositor, favorecendo o entendimento dos desencarnados
presentes.
Isto, aliás, acontece em palestras sempre que o ambiente favoreça.
Isto, aliás, acontece em palestras sempre que o ambiente favoreça.
Toda essa programação, todavia, só se realizará se o Centro
Espírita tiver o seu ambiente preservado de quaisquer frivolidades e
mercantilismo; de intrigas e personalismo; se ali se cultivar a conversação
sadia e edificante; se naquele local se praticar a verdadeira caridade e o
estudo sério, e onde as principais metas sejam esclarecer, aliviar e consolar
as almas que por ali aportarem, colocando-se assim à altura da proteção dos
Espíritos Superiores.
O ambiente espiritual da reunião mediúnica
Os cuidados dos Espíritos que se dedicam à preservação do
ambiente espiritual da sala onde são realizados os trabalhos mediúnicos são
constantes e intensos, pois nada pode ser negligenciado, sob pena de comprometer-se
o êxito da reunião.
O local destinado à sessão mediúnica tem, por assim dizer,
uma fiscalização permanente, pois, principalmente no caso do recinto consagrado
às sessões de desobsessão, muitos Espíritos necessitados e sofredores ficam aí
alojados, em regime de tratamento para seu refazimento e reequilíbrio.
No dia da reunião o recinto passa por rigorosa assepsia a
fim de livrá-lo e preservá-lo de larvas psíquicas (que são criadas por mentes
viciosas de encarnados ou desencarnados); de ideoplastias perniciosas
(formas-pensamento, clichês mentais); de vibrações deprimentes, constituindo
tudo isso os “invasores microbicidas das regiões inferiores”, conforme
esclarece João Cleofas. (3)
Importante ressaltar que tais “invasores microbicidas”
contaminam o homem invigilante que apresente, por sua vez, pensamentos
doentios, descontrolados, que são verdadeiras brechas ao assédio inferior,
resultando daí a parasitose mental, ou vampirismo.
João Cleofas elucida que a sala mediúnica é o “ambiente
cirúrgico para realizações de longo curso no cerne do perispírito dos
encarnados como dos desencarnados”, como também local onde “se anulam fixações
mentais que produzem danos profundos nas tecelagens sensíveis do espírito.”
Além disso, há
necessidade de se isolar e defender o recinto das investidas de Espíritos
inferiores, o que leva os Benfeitores Espirituais a cercá-lo por meio de faixas
fluídicas visando impedir a entrada de tais entidades.
Assim, só entrarão no
ambiente aqueles que tiverem permissão dos dirigentes espirituais.
A sala mediúnica, conquanto seja limitada no seu espaço
físico, no outro plano apresenta-se adimensional, já que se amplia de acordo
com a necessidade, permitindo abrigar um número muito grande de desencarnados
que são trazidos para tratamento, para esclarecimento, para aprendizagem etc.
Tem ainda mobiliário próprio e aparelhagens instaladas pela equipe espiritual.
Esta equipe conta com elementos especializados nesses trabalhos, inclusive
aqueles denominados por Efigênio Vítor de “arquitetos espirituais” (4), que tem a
seu encargo a tarefa complexa de criar os quadros fluídicos indispensáveis ao
tratamento ou esclarecimento das entidades comunicantes.
Esses quadros
fluídicos não são criados ao sabor do acaso mas obedecem a uma programação e à
pesquisa sobre o passado dos que precisem desse recurso.
Tais painéis fluídicos
são tão perfeitos que possuem “vida” momentânea, com movimentos, cor, como se
fossem uma tela cinematográfica na qual as personagens são pessoas ligadas ao
manifestante, ou ele mesmo se vê vivendo cenas importantes em sua existência de
Espírito imortal.
Tudo isso nos dá uma pálida idéia do grandioso trabalho do
mundo espiritual; é “o laboratório do mundo invisível”, citado por Kardec, que
esclarece:
“(...) Os objetos que o Espírito forma, têm existência temporária,
subordinada à sua vontade, ou a uma necessidade que ele experimenta. Pode
fazê-los e desfazê-los livremente.” (5)
E dizer que com a nossa invigilância podemos prejudicar num
relance toda essa estrutura!
Isto acontece quando comparecemos despreparados
para a reunião, trazendo vibrações negativas, desequilibrantes; quando trazemos
o pensamento viciado e contaminamos o recinto cuidadosamente preparado.
Nesta hora, os tarefeiros da Espiritualidade usam recursos de emergência, isolando o faltoso, para que a maioria não seja prejudicada.
Nesta hora, os tarefeiros da Espiritualidade usam recursos de emergência, isolando o faltoso, para que a maioria não seja prejudicada.
Em caso mais grave, porém,
poderá ocorrer um desequilíbrio nos circuitos vibratórios que defendem a
sessão, o que possibilitará a entrada de Espíritos perturbadores e conseqüente
prejuízo para os trabalhos e os participantes.
Como vemos, integrar uma equipe mediúnica é um encargo de
grande responsabilidade.
Importa considerar que somente as reuniões mediúnicas
sérias merecerão dos Benfeitores Espirituais todo esse cuidadoso preparo
mencionado.
Se os encarnados corresponderem, o grupo mediúnico crescerá
em produtividade sob a chancela de Espíritos bondosos.
Em caso oposto, a
reunião nada produzirá de positivo, tornando-se presa fácil paras Espíritos
inferiores.
A opção é nossa, dos encarnados.
Os Amigos Espirituais estão
sempre dispostos a secundar os nossos melhores esforços.
São eles que traçam as
diretrizes dos trabalhos mediúnicos; que na realidade dirigem as atividades,
mas ficam na dependência de nossa cooperação, pois uma sessão para a prática da
mediunidade somente existe com o concurso dos dois planos da vida.
Se
estivermos receptivos às orientações e apresentarmos por nosso lado um esforço
de iniciativas identificadas com os seus propósitos, as duas equipes – a
espiritual e a dos encarnados – tornar-se-ão homogêneas e o grupo vibrando no
mesmo diapasão de Amor atenderá com sucesso aos irmãos que ainda jazem na
ignorância e no mal.
A sala de passes
O recinto destinado aos passes apresenta características
próprias, em virtude do trabalho ali realizado.
Sendo local de atendimento ao
público é natural que este interfira na ambiência.
Entretanto, como se pode
deduzir, a grande maioria das pessoas que buscam o socorro do passe o fazem
imbuídas dos melhores sentimentos, é o que informa Áulus, instrutor espiritual
de André Luiz.
Referindo-se à sala de passes, esclarece estarem ali reunidas “(...) sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro
magnético, tomados de amor e confiança”.
Estas vibrações permanecem no ambiente
e se acumulam, a tal ponto que, no dizer de Áulus, criam uma atmosfera especial
formada “(...) pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram
trazendo o melhor de si mesmos”.
Esse conjunto vibratório surpreendeu André
Luiz, quando este observou uma sala de passes, pelo “ambiente balsâmico e
luminoso” que apresentava. (6)
Tal como acontece com a sala mediúnica, o recinto destinado
a essa atividade recebe dos Espíritos especializados a assepsia e as defesas
magnéticas imprescindíveis à manutenção e preservação do ambiente.
Quanto ao atendimento aos enfermos, o autor espiritual
explica que há um “quadro de auxiliares, de acordo com a organização
estabelecida pelos mentores da Esfera Superior”, enfatizando que para o bom
êxito do labor de passes há que se observar: experiência, horário, segurança e
responsabilidade daquele que serve.
No momento dos passes é possível a alguns médiuns videntes
divisarem a intensa movimentação dos Benfeitores, que se utilizam de
aparelhagens especiais adequadas aos enfermos presentes.
A organização do Mundo Espiritual é, pois, exemplar.
Não
obstante, nós, os encarnados, deixamos muito a desejar com as nossas falhas
costumeiras, que vão desde a invigilância em nosso cotidiano até a freqüência
irregular, o que por certo prejudica os trabalhos.
É fundamental, portanto, que haja uma conscientização, de
nossa parte, da grandeza e complexidade dos labores espirituais, a fim de
participarmos de modo mais eficiente e produtivo.
Que isso não seja, porém, um
fator que leve ao misticismo (mas sim à responsabilidade) e que venha a influir
ou modificar a nossa conduta no instante do passe ou no ministério mediúnico.
Embora o trabalho que se desenvolve “do outro lado” seja complexo, a nossa
participação deve ser a mais simples possível, permeada, contudo, do mais
acendrado sentimento de amor ao próximo.
Que nos lembremos sempre que para exercermos tais atividades
a nossa preparação é toda, principalmente, interior.
É no nosso mundo íntimo
que devemos laborar.
É a nossa transformação para melhor a cada momento.
Assim, não é a cor do vestuário nosso ou do paciente, a
nossa gesticulação ou a sala ser azul ou branca que irão influir na qualidade
da transmissão energética no instante dos passes, mas sim, a nossa mente
impulsionando e direcionando essas energias fluídicas, o nosso desejo de
servir, a nossa capacidade de ser solidário com aquele que ali está e de amá-lo
como a um irmão. Por isso, a simplicidade deve ser a tônica no momento do
passe, já que este é, essencialmente, um ato de amor.
E o amor é simples, desataviado
e puro, tal como exemplificou Jesus.
CONCLUINDO:
Registramos, para nossa reflexão, a palavra de
Emmanuel que enaltece a magna finalidade da Doutrina dos Espíritos:
“Ao Espiritismo cristão cabe, atualmente, no mundo,
grandiosa e sublime tarefa.
Não basta definir-lhe as características veneráveis de
Consolador da Humanidade, é preciso também revelar- lhe a feição de movimento
libertador de consciências e corações.” (7)
É fundamental estarmos cônscios da imensa responsabilidade
que assumimos quando da fundação de uma instituição espírita; não podemos
esquecer que responderemos por tudo o que fizermos perante Jesus e a
Espiritualidade Maior e, sobretudo, diante de nossa consciência.
Jesus vem e nos convida, novamente.
Quais os frutos que
podemos oferecer?
Nossos celeiros ainda estão vazios?
Para encerrar, nada melhor do que o notável texto de Bezerra
de Menezes, que reúne todas as diretrizes e, em simultâneo, também as
advertências, imprescindíveis, a fim de que se preserve e mantenha a ambiência
espiritual do Centro Espírita, fazendo jus, assim, aos cuidados e empenho dos
Benfeitores Espirituais que o edificaram no plano extrafísico, para que ali
sejam efetuadas as curas das almas, esclarecendo e confortando os corações e,
sobretudo, libertando consciências:
“As vibrações
disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus
tutelares invisíveis; os fluidos úteis, necessários aos variados quão delicados
trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão
de entidades desencarnadas sofredoras e até mesmo a oratória inspirada pelos
instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa
série de exposições movidas pelos obreiros da Imortalidade a serviço da
Terceira Revelação.
Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis
e sensíveis, hão de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes
que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque,
assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos,
por anularem as suas profundas possibilidades.
Daí porque a Espiritualidade
esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas
assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconseqüência,
a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as
atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter
e da inconseqüência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto,
para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e
malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal
ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes
se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.
Um Centro Espírita
onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados ou desencarnados,
irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas;
onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde
em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de
aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de
inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos
mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os
seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos
recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor
da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o elevará à dependência de
organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos,
sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da
Vida.
Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas
beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as
melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se
desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no
Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo
em horas de lazer.”( 8)
REFERÊNCIAS
1 - FRANCO, Divaldo P. Tramas do destino, pelo Espírito
Manoel P. de Miranda. 7. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2000, cap. 21, p. 196.
2 - Idem, ibidem, p.
200.
3 - FRANCO, Divaldo
P. Depoimentos vivos. Diversos Autores Espirituais, João Cleofas.
4 - XAVIER, Francisco C. Instruções psicofônicas, pelo
Espírito Efigênio Vítor. 7. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1995, cap. 44.
5 - KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. 70. ed., Rio de
Janeiro: FEB, 2002, cap. VIII, item 129.
6 - XAVIER, Francisco C. Nos domínios da mediunidade, pelo
Espírito André Luiz. 29. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2002, cap. 17, p. 161-162.
7 ____________________. Missionários da luz, pelo Espírito André Luiz. 36.
ed., Rio de Janeiro: FEB, 2001, “Ante os tempos novos”, p. 8.
8 - PEREIRA, Yvonne A. Dramas da obsessão, pelo Espírito
Bezerra de Menezes. 9. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2001, Conclusão, item III, p.
145, 146 e 147.
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