"Unidos no amor e na dor"
O Maior de Todos os Presentes que Podemos Dar aos Nossos
Filhos
Rita Foelker
Minha filha, meu filho: só o amor educa. Não existe educação
real sem amor verdadeiro. Mas você briga, implica, reclama, cobra, inferniza, e
quer educar. Calunga*
A essência da educação é a imitação.
Aprendemos repetindo as
ações daqueles que temos como referenciais.
A maioria dos pais é muito preocupada em dizer ao filho como
agir ou não agir, permitir ou não permitir - o que faz parte da sua função, mas
está longe de ser o principal.
Já ao falar, precisamos refletir sobre o peso do
que estamos dizendo, no significado daquelas palavras para a criatura encarnada
como nosso filho ou filha, em como isto vai repercutir dentro de seu ser, agora
e no porvir.
E pouco ou nada vai significar o que dissermos sem haver
experimentado, vivenciado, todas as palavras que não vierem da nossa mais
profunda verdade interior.
Mas quando Allan Kardec diz que Jesus é o modelo de
perfeição para os seres humanos encarnados na Terra (O Livro dos Espíritos,
questão 625), o princípio da imitação está sendo reafirmado.
E o que vem a ser um modelo?...
Quando um artista toma uma
cesta de flores como modelo para sua pintura, seu objetivo é reproduzir na tela
a imagem da cesta, o mais fielmente possível.
Quando tomamos Jesus como modelo
para nossas ações, nosso intuito é reproduzir em nossas vidas os ensinamentos e
exemplos do Mestre, da melhor maneira que pudermos.
Ensinar é ser.
Não podemos realmente educar quando não
vivemos as lições.
Equivocadamente, valorizamos deveras o saber verbal,
pensamos em oferecer conselhos e orientações aos nossos filhos, em lugar de
exemplos, e cremos que este é o papel do pai e da mãe.
Ao mesmo tempo, se damos
exemplos em que eles constatam que nós mesmos não seguimos nossos conselhos e
orientações... que espécie de educador estamos sendo?
Desde bebês, os filhos
são observadores atentos dos pais.
Quando crescem, lembram-se de coisas que
fizemos, das quais nós mesmos nos esquecemos.
Se passamos tempo de qualidade com eles, se oferecemos
atenção sincera e carinho, se saímos a passear e fazemos coisas juntos, tudo
isto permanecerá com eles para sempre, e esta é nossa maior herança.
E também o
modo como encaramos a família e a vida profissional, o jeito como tratamos as
pessoas, nossa relação com os estudos e a leitura, nossa atitude perante a
Natureza e as pessoas que nos procuram precisando de ajuda.
Imaginamos que herança é dinheiro, bens materiais, o que é
compreensível.
Mas nosso legado material pode fazer ou não parte do compromisso
reencarnatório deles, além do que, não é garantia de saúde e felicidade.
O
verdadeiro presente que deixamos para nossos filhos, de bens imortais e
incorruptíveis, é aquilo que somos.
Vai estar sempre em suas memórias, em seus
gestos, em suas atitudes.
Oferecemos aquilo que somos, o que nos coloca diante de
novas questões: será que conseguimos servir de inspiração para os nossos
filhos?
Será que eles têm vontade de ser como nós?
Será que nós gostamos
verdadeiramente daquilo que nos tornamos?
*Em Idéias Fortalecedoras, Ed. GIL
Disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/rita-foelker/o-maior-de-todos.htm. Acesso : 19 OUT 2014.
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