Corrupto
Cezar Braga Said
De acordo com Santo Agostinho (354-430) a palavra corrupto
é, em sua etimologia, o resultado da junção de cor (coração) + ruptus (romper).
Corrupto é aquele que rompeu com o seu coração.
O que
equivale dizer que rompeu com a sua essência, com a sua natureza, com a sua
própria alma.
O preço a pagar por tal ruptura é muito alto, pois criamos
como que uma outra personalidade correndo o risco de perder a própria
identidade, o endereço de nós mesmos.
Normalmente a corrupção vem aos poucos, nos pequenos gestos,
pensamentos e palavras, quando cedemos a um impulso que deveria ser contido ou
contemos o que deveria se expandir.
Gradativamente ela se instala e pode ir dizimando qualquer
resistência moral que a criatura possua.
A educação no lar, na escola e no templo religioso pode e
deve nos imunizar contra a crescente onda corruptiva.
Mais do que se vender, comprar algo ou alguém, corromper é
ir na contramão das leis que regem o universo, a consciência e que estabelecem
que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória (Jó 4:8).
E todos, sem
exceção, podemos com nobreza de caráter, correção na conduta, compaixão, vida
honesta pautada no trabalho e no cultivo da humildade, criarmos colheitas
positivas.
Mesmo quem se corrompeu pode se transformar, desde que volte
para si, pratique o religare ou o meditare, redescobrindo sua natureza mais
íntima, divina, procurando pautar suas escolhas nessas leis que estão presentes
na consciência humana.
Somos "corruptos" quando não estamos inteiros numa
relação, quando não dizemos o que precisa ser dito, não mudamos o que necessita
ser mudado, quando nos permitimos adoecer por causa de alguém que nos maltrata
ou manipula, quando não gestamos nem parimos nossos sonhos...quando vivemos em
constante litígio com os outros, com o mundo, com Deus, conosco...nessas
situações estamos nos corrompendo.
E o resultado disso chama-se infelicidade!
Viva em harmonia com a sua consciência.
Não se corrompa.
Fonte:
Cezar Braga Said/ facebook
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