Instinto e Virtude
Irmão Saulo
Seria o amor materno uma virtude ou apenas um instinto que
tanto se manifesta na Humanidade quanto nos animais?
Kardec propôs essa questão aos Espíritos Superiores e
podemos encontrá-la, com a resposta dada, na pergunta 890 de O Livro dos
Espíritos.
Na reunião a que se refere Chico Xavier, aberto o livro ao
acaso, foi essa a questão que caiu para os estudos.
Os Espíritos respondem que o amor materno é instinto nos
animais e também na criatura humana, mas nos animais é limitado às necessidades
de conservação e desenvolvimento da prole, desaparecendo em seguida.
E acrescentam:
"Na criatura humana persiste por toda a vida e comporta um devotamento e
uma abnegação que constituem virtudes, pois sobrevivem à própria morte,
acompanhando o filho além da tumba. Vede que há nele alguma coisa mais do que
no animal".
Nas sessões mediúnicas, quando nos defrontamos com espíritos
endurecidos, vemos quase sempre que eles são socorridos pelas mães que se
desvelam no mundo espiritual a ampará-los e desviá-los do erro.
É o amor materno acompanhando-os além da tumba. São fatos
assim que nos dão a segurança da verdade espírita, pois de Kardec até hoje os
princípios doutrinários são confirmados em todas as experiências sérias e bem
dirigidas.
Na mensagem de Emmanuel temos também o problema do amor
fraterno, que é essencial para a evolução humana.
Esse amor, que abrange a todas as criaturas, depende da
nossa capacidade de superação do egoísmo, de nos elevarmos acima de nós mesmos
para podermos perdoar e aceitar os outros.
É o caso da esposa abandonada pelo marido que a deixa em
dificuldades para criar e educar os filhos.
Emmanuel lembra a carga de forças negativas procedentes de
existências anteriores e a fragilidade da criatura humana para vencê-las em
certas circunstâncias.
Daí aconselhar à mulher que não condene o trânsfuga, para
não aumentar essa carga, auxiliando-o a vencê-la com os seus bons pensamentos e
sentimentos de amor.
A mãe está biológica e espiritualmente mais ligada aos
filhos do que o pai.
Nela, portanto, o instinto natural e a virtude moral se
conjugam de maneira mais profunda.
Grande é a responsabilidade paterna pelos filhos, mas a
responsabilidade materna é ainda maior.
XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano pelo Espírito Irmão Saulo. Na Era do
Espírito, Espíritos Diversos.
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