segunda-feira, 28 de abril de 2025

Santidade De Superfície - André Luiz




Santidade De Superfície

André Luiz


E - Cap. XVIII - Item 9


Muitos companheiros da convicção espírita costumam afirmar que:


Estão imbuídos de fé ardente, mas os inquisidores do passado que acendiam fogueiras pela imposição do "crê ou morre" também a possuíam;


Cultivam ilimitada cautela para não tombarem no erro, mas todos os religiosos que desertam da luta humana alegam prevenção contra o pecado para fugirem das obrigações sociais;


Adotam a tolerância invariável para com tudo, de modo a estarem completamente bem com todos, mas ao que nos parece, a História indica que o iniciador do comodismo perfeito, na edificação cristã, foi Pilatos, o juiz, que preferiu não examinar a grandeza de Jesus, a fim de não ter, nem sofrer problemas;


Agem unicamente sob o móvel das boas intenções e que, por isso mesmo, não concordam com disciplina de método na prestação da caridade, mas todos os que complicam as vidas alheias, a pretexto de fazerem o bem, na hora do desastre, asseveram chorando que se achavam impelidos pelos mais puros intentos;


Obedecem apenas aos impulsos do coração, mas os penitenciários, quando inquiridos sobre a motivação das faltas que o fizeram cair na criminalidade, esclarecem, de modo geral, que atenderam tão-só aos ditames do sentimento;


Consideram, de maneira exclusiva, o burilamento do cérebro, mas do ponto de vista da inteligência hipertrofiada no orgulho, todos os promotores de guerra, formaram e ainda formam entre as cabeças mais cultas da Humanidade;


Os companheiros da seara espírita, no entanto, sabem com Allan Kardec que o espírita é chamado a usar confiança e zelo, indulgência e bondade, pensamento e emoção, aliando equilíbrio e fé raciocinada, na base da reforma íntima, com serviço incessante aos outros.


Por esse motivo, efetuando a própria libertação dos semelhantes das cadeias mentais forjadas na Terra em nome da santidade de superfície, o espírita verdadeiro é conhecido por seu devotamento ao bem de todas as criaturas, e pela coragem com que dá testemunho da sua transformação moral.


*

Todos encontramos aqueles que se valem das nossas possibilidades de informação e esclarecimento, no tocante às verdades dos espíritos, entretanto, para agir acertadamente, recordemos o exemplo dos instrutores da Vida Maior, nos primeiros dias do Espiritismo.


Tolerar acessórios, sem transigir com o essencial.


Dosear a verdade, sem estimular a mentira.


Amparar o bem sem encorajar o mal.


Compreensão nobre, mas equilíbrio, sempre.


 XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 33. Jesus Cristo na casa de Marta e Maria:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

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