terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tu tens um medo - Momento Espírita





Tu tens um medo 



Tu tens um medo: acabar.

Não vês que acabas todo dia?

Que morres no amor; na tristeza;

Na dúvida; no desejo.

Que te renovas todo dia

No amor; na tristeza;

Na dúvida; no desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

*   *   *

Cecília Meirelles nos faz pensar sobre esse medo imenso que ainda nos assusta: desaparecer, acabar, morrer.


Alguns nem falam sobre o tema, por insegurança psicológica, como se falar ou não sobre esse fato natural, evitasse alguma coisa.


Lidamos com a morte diariamente, querendo ou não refletir sobre ela.


Alguns pensadores chegam a dizer que morremos um pouco todos os dias, ou ainda, que desde o instante de nosso nascimento já estamos caminhando rumo ao fim certo.


Parecem constatações um tanto drásticas, se nos ativermos apenas à letra dura e objetiva.


Quando, enfim, entendermos que a morte como destruição, como fim definitivo, não existe, quem sabe esse temor comece a ceder um pouco.


A morte precisa ser entendida como renovação, como final de uma etapa e início de outra.


Lidamos com isso na vida hodierna, convivendo com o fim de tantas coisas, de tantos sentimentos, de tantas fases da existência, e logo depois, o início, a renovação, o renascer.


O nascer, morrer e renascer faz parte da natureza, e já temos maturidade suficiente para começar a conviver com esses fenômenos com maior naturalidade.


Em cada novo existir, embora com outro corpo, outra realidade, outra persona, somos o mesmo: o mesmo Espírito, a mesma essência, que retorna para continuar, seguir adiante.


Nascemos e renascemos para crescer, para aprender a amar e pensar, até que chegue o dia de não mais termos medo de morrer, e assim nos compreendermos como eternos.


O eterno que não tem fim, e que vive como quem é imortal.


Não basta saber-se eterno. Faz-se necessário viver como tal.


Viver no mundo sem ser do mundo.

*   *   *

Que possamos ter essa certeza no coração, e que o medo vá embora um pouquinho a cada amanhecer, pois a manhã é a morte da noite.


Plantemos, sabendo da colheita certa mais à frente.


Colhamos, olhando para trás e aprendendo com o passado educador, que já não é mais, mas que formou o que hoje somos.


Tu tens um medo, escreve a poetisa inspirada: acabar.


Que esse medo possa desaparecer de nossa vida aos poucos, tendo a certeza de que fazemos parte de um universo com leis perfeitas, criado e coordenado por um Pai amoroso, que deu a Seus filhos o presente da Imortalidade.


Que nos renovemos todos os dias, que sejamos os mesmos, mas que as atitudes sejam outras, mais felizes, mais maduras.


Amemos mais e nos eternizemos no amor.



Redação do Momento Espírita com citação do poema Tu tens um medo, de Cecília Meirelles, do livro Antologia poética, ed. Record.Disponível em www.momento.com.br.

Trabalho abençoado - Momento Espírita





Trabalho abençoado


A palavra trabalho pode ser definida como um exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa.


Então, tudo aquilo que fizermos para nos melhorar material, moral ou intelectualmente pode ser chamado de trabalho.


Desde as tarefas domésticas, passando pelos estudos e pelo trabalho remunerado, o homem passa a maior parte de sua vida voltado para o trabalho.


Muitos não valorizam as tarefas domésticas por não achá-las dignas, ou porque não são remuneradas. Na verdade, este é um trabalho fundamental na família, pois organiza o lar deixando-o acolhedor.


Nas tarefas domésticas temos a oportunidade de expressar nosso amor pela casa e família, com limpeza, organização, alimentação. Também, uma forma de iniciar as crianças no trabalho, solicitando sua cooperação.


Os estudos, desde a infância até a vida adulta, são uma forma de evoluirmos intelectualmente, preparando-nos para uma futura profissão.


O trabalho remunerado ou emprego é lembrado, pela maior parte das pessoas, como uma forma de conseguir um salário e assim sustentar-se e à sua família.


Sem dúvida, esta é uma das razões pela qual trabalhamos, mas seria muito limitado ver esta atividade apenas desta forma.


Em nosso emprego podemos aplicar, muitas vezes, tudo aquilo que estudamos. Isso nos realiza, e, geralmente nos faz buscar mais aperfeiçoamento.


No ambiente de trabalho aprendemos a nos relacionar com pessoas muito diversas, trabalhando nossa humildade para obedecer, nossa paciência, nossa solidariedade, e, não raro, nossa bondade e bom senso para bem chefiar.


Há muitos que iniciam seu trabalho precocemente devido à necessidade de sustento próprio, não tendo a oportunidade de escolher uma profissão através do estudo. Isso, de maneira alguma, diminui a importância de seu trabalho.


Lembremos que, não importa o que fazemos, devemos ter em mente que somos parte de uma imensa cadeia, e que devemos fazer o melhor que pudermos.


Se o emprego que temos nos desagrada, procuremos outro com paciência e humildade. Estudemos mais, melhoremos nosso currículo para, no tempo certo conseguirmos outra oportunidade.


Se o salário não nos parece suficiente, sejamos prudentes com nossos gastos e nos eduquemos financeiramente, pois, talvez este seja o objetivo de passarmos por esta situação.


O importante é lembrar que o trabalho é uma forma de evolução a nós concedida por Deus.  Por isso, a importância de sempre ser feito com amor e dedicação.


Lembremos que Jesus, Espírito puro, trabalhou como carpinteiro, junto a Seu pai, para o sustento da família, nos dando um admirável exemplo de humildade e dedicação.


Não nos esqueçamos de agradecer diariamente a Deus, o trabalho que temos, braçal, intelectual, seja o que for.


Tenhamos em mente que pelo trabalho desenvolvemos e exercitamos habilidades, progredindo material e espiritualmente.



   Redação do Momento Espírita com base no cap. 11 do livro Estudos espíritas, pelo Espírito Joanna de Ângelis,  psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Feb. Disponível em www. momento.com.br.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quem oferece flores - Momento Espírita







Quem oferece flores

 Momento Espírita



Quem oferece flores está sempre perfumado.


A frase é uma das muitas adaptações já sofridas por um possível provérbio chinês antigo.


Em outra versão lê-se que um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores.


Na essência dessa ideia está o ensino de que somos nós os maiores beneficiados por uma boa ação praticada, por uma doação, por um gesto de carinho.


Quem recebe as flores poderá se perfumar ou não, se encantar ou não, ficar agradecido ou dar pouca importância.


Porém, quem oferece o ramalhete já está perfumado.


Não temos controle sobre a reação do outro. Não sabemos se irá aproveitar bem, se saberá dar o verdadeiro valor àquilo que fizemos ou dissemos.


Mas, ao tomar a decisão de colher as rosas já estamos nos encharcando de sua essência delicada e bela.


Depois, transportando-as e permanecendo em sua companhia por um tempo, presenteamos nossos próprios olhos e pensamentos com imagens floridas.


Por vezes nos preocupamos em demasia em como o outro irá receber, se saberá valorizar, se saberá agradecer, e acabamos intranquilizando a alma.
A alma de quem oferece florescências não precisa se angustiar, pois já está mergulhada no bem, inundada de amor, do verdadeiro amor, aquele que não espera retorno nem reconhecimento.


É claro que sempre torcemos pelo sorriso no rosto de quem recebeu nosso presente, como se ele fosse a confirmação de que nossa ação foi nobre.


Porém, a confirmação maior está em nossa consciência, que sempre nos avisa, que sempre nos sinaliza quando estamos no caminho dos sentimentos nobres.
Aí está o pouco de perfume que permanece em nossas mãos.


Sempre saímos ganhando quando nos doamos, quando nos preocupamos com o outro. Essa é uma das grandes bênçãos da caridade - ela nos preenche.


Igualmente, se pensarmos pelo lado negativo, das ações maléficas, imaginemos mãos cheias de lama, prontas para atirar no outro.


Quem atira a lama já está coberto dela. É o primeiro que se suja e se prejudica e, mesmo que a jogue longe, mirando em algo ou alguém, sempre permanecerá com as mãos lamacentas.


Isso nos leva a entender que sempre temos a escolha: de estar com as mãos perfumadas ou cheias de lama.

*   *   *

Ofereço-lhe as flores de minh´alma,


Colhidas aqui e ali, nos campos que percorri,


Nas vidas que vivi, durante este tempo em que já sou eu.


Ofereço-lhe meus sorrisos e minha arte,


A arte de misturar as palavras multicolores, como flores, fazendo um jardim,


Ofereço-lhe meu tempo mais precioso, pois tempo que se passa junto é muito maior do que aquele que se passa só,


Ofereço-lhe companhia, não de quem pensa igual, mas de quem pensa ao lado, ouve, respeita e entende outros tipos de pensares.


Ofereço-lhe o que há de melhor em mim... E o mais curioso é que não me esvazio. Não, ao fazer isso, sinto-me ainda maior.




Redação do Momento Espírita.Disponível em www.momento.com.br.

domingo, 28 de outubro de 2012

Alegria de Viver - Joanna de Ângelis





Alegria de Viver


Joanna de Ângelis


Considerasse a criatura humana todas as bênçãos de que desfruta no corpo, as concessões que lhe são colocadas à disposição,  e somente teria razões para agradecer, jamais para reclamar.


Evitasse a busca desordenada dos excessos e aceitasse com júbilo os recursos que lhe são necessários para uma existência digna, e tudo se lhe tornaria mais fácil.


Tentasse compreender melhor os desígnios divinos a respeito da reencarnação e da sua utilidade no processo evolutivo, e logo se lhe aclarariam as interrogações demasiadas, tornando-lhe a caminhada humana mais agradável e enriquecedora.


Fizesse uma comparação com aqueles que são destituídos de muitos bens e vivem com alegria, daquele outros que experimentam rudes provações e, não obstante, sentem-se dignificados na experiência iluminativa, de tantos outros que despertaram para a claridade da fé libertadora e avançam com satisfação, e certamente bendiriam o pouco que pensam ter ou os prazeres que supõe  não experimentar, renovando-se e trabalhando pelo próprio como pelo futuro da humanidade.


Por sua vez, se esses limitados e sofredores se interessassem por descobrir as razões que os tornaria deficientes ou menos afortunados, e de imediatamente passariam a valorizar esses mesmos aparentes impedimentos, enflorescendo as suas horas com paz e gratidão.


Um corpo, mesmo assinalado por amputações ou deficiências, sob injunções afligentes, e no entanto, permitindo lucidez mental e discernimento, representa oportunidade incomum para a evolução, pelo que faculta de recuperação para o Espírito calceta e imprudente.


Da mesma forma, uma organização somática assinalada por debilidade mental ou transtorno de comportamento, por alienação de qualquer natureza, que  impedem o raciocínio e o equilíbrio emocional, igualmente significa valiosa dádiva de Deus para apressar os resgates indispensáveis, face os gravames perpetrados em experiências transatas.


Seja, portanto, de qual maneira se apresente a oportunidade humana,  sob chuvas de granito em forma de sofrimento ou de concessões fartas em saúde, beleza, inteligência, tem o Espírito o dever de viver sempre contente e em constante alegria, agradecendo a Deus por haver renascido na carne.


Quando se aprende resignação ante  o infortúnio, este torna-se  mais ameno e o que representa dissabor e angústia converte-se em  esperança de melhores horas e mais afortunados momentos que certamente chegarão.
O ser humano é um laboratório espiritual, no qual se desenvolvem os valores em germe e se agigantam os atuais pródromos de felicidade.


Com alegria, o Espírito cresce na direção de Deus, enriquecendo-se de paz.


Nunca maldigas quaisquer ocorrências que te surpreendem com sofrimento e provação. Elas têm procedência significativa na economia espiritual do teu crescimento interior.


Naturalmente, a existência menos penosa parece ensejar  melhores oportunidades de auto realização e de júbilos.


No entanto,nem sempre assim acontece, porquanto aqueles que hoje se  encontram em posição de amargos desafios, estiveram bem anteriormente e malbarataram a concessão feliz que desfrutavam.


Todos anelam pelas facilidades do caminho humano; harmonia física e beleza, inteligência e destaque social, poder e fortuna, saúde e paz, no entanto, aqueles que hoje estão favorecidos pelos tesouros referidos, bem poucas vezes têm sabido aproveitar a magna oferta para prosseguir em clima de tranqüilidade.


A rebeldia quase sempre os assinala, porque desacostumados aos sacrifícios e provações, quando lhes surge algum impedimento ou  encontram dificuldade exasperam-se e deixam-se consumir pela revolta, tombando na insensatez da blasfêmia.


Supõem tudo  merecer sem maior esforço como se fossem anjos privilegiados em momentâneo estágio na Terra, cercados de arcanjos dispostos a servi-los.


A árvore adquire resistência no lenho após os contínuos açoites dos vendavais.


Os rios atingem os mares vencendo os obstáculos que encontram no leito.
O dia rompe a noite suavemente e com perseverança.


O Espírito cresce e se desenvolve nos combates que o libertam do primarismo e o impulsionam para as cumeadas do destino que o aguarda.


Agradece, portanto, sempre, a oferenda existencial, passando as horas de que disponhas com alegria.


No trabalho, sê alegre e gentil; no lar, sê cortês e jovial; nos  relacionamentos sociais, sê bondoso e fraterno; no sofrimento, sê resignado e agradecido. Em toda a situação que a vida te convide  para os enfrentamentos da evolução, permanece com alegria.


Nada mais belo do que um coração jubiloso irradiando o sol da alegria espiritual.


Estás no mundo para tornar-te melhor e fazeres que o mundo  seja menos triste e mais rico de esperança.


Por menor que seja, faze da tua contribuição um hino de alegria e de respeito pela vida.


 Jamais desprezes os acontecimentos que te convidam à  mudança de comportamento para melhor.


Ninguém atinge as cumeadas de um monte sem conhecer as baixadas que o sustentam.


Realize a tua ascensão, tornando-te exemplo de alegria pelos incomparáveis dons de amar e de servir, construindo a sociedade a que aspiras, sem esperar que outro faça aquilo que te diz respeito.


Todo o Evangelho de Jesus é um canto de alegria.


Na montanha, Ele entoou a sinfonia mais harmônica de que se tem notícia, no que diz respeito aos legítimos valores humanos e sociais, morais e espirituais.


No lago de Genesaré, Ele sempre apresentou o poema sem fim da bondade, nas incomuns mensagens de amor e de paz, bem como nos atos de conforto e renovação dos enfermos e deserdados  do mundo...


Em todo lugar, Jesus sempre esteve como exemplo de alegria,  e mesmo quando crucificado e aparentemente vencido, tomado de compaixão suplicou:


- “Perdoa-os, meu Pai, pois que não sabem o  que fazem”, por perceber que os Seus algozes optaram pela amargura, quando poderiam haver alcançado a alegria plena que vem do reino de Deus.




FRANCO, Divaldo Pereira  pelo Espírito Joanna de Ângelis . Nascente de Bênçãos CAP. 18. Pensamentos extraídos da mensagem Alegria de Viver,  escrita em Viena, Áustria, no dia 1º de junho de 2001.

sábado, 27 de outubro de 2012

Permanece confiante - Joanna de Ângelis





Permanece confiante

Joanna de Ângelis


Onde te encontras, com o que tens, através do que sabes, dispões dos valores essenciais para o teu crescimento espiritual.


A divina sabedoria coloca o aprendiz no lugar mais rico de experiências para a sua realização.


Quando estás em condições, podes ler os mais belos textos de sabedoria no livro aberto da Vida.


Se não logras adaptar-te na situação em que estagias, mui dificilmente galgarás o próximo degrau de discernimento espiritual.

*

Não fujas das injunções evolutivas que se apresentam com roupagens de dificuldade, limite ou dor.


Para onde te transfiras, seguirá o teu destino, aquele que programaste através das reencarnações passadas.


O que aqui não consigas, adiante, passado o entusiasmo da novidade, não possuirás.


Deus te ama em todo e qualquer lugar e sabe o que é de melhor para ti.

*

Nem aceitação estática daquilo que denominas infortúnio, nem exaltação do que chamas conquista.


A vida possui uma dinâmica natural, um ritmo que deves aplicar nas tuas aspirações, acontecimentos
e programas.


Age, pois, sempre, da forma que te brinde maior quota de paz e de experiências possíveis.

*

“Pedra que rola não cria limo”, afirma o brocardo popular. Da mesma forma, a instabilidade íntima, que te leva a constantes mudanças, não te permitirá fixação em coisa alguma, nem tampouco realização profunda.


Concede-te o tempo de semear, germinar, crescer, enflorescer e dar frutos.


Não tenhas pressa injustificável.


O trabalho de burilamento é íntimo.


A aquisição de conhecimento é tranqüila.


A plenitude do amor é lenta.

*

As alternativas do mundo são todas transitórias.


As concessões do Cristo são permanentes.


Transitando, sofregamente, poderás reunir o que deixarás com a morte do corpo. 



Harmonizando-te e perseverando, porém, conseguirás ser o que nada te poderá usurpar.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Momentos de Meditação, CAP.17.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vida Feliz - Joanna de Ângelis





Vida Feliz

Joanna de Ângelis



Aceita as pessoas, conforme estas se te apresentam.


Este homem prepotente que te desagrada, está enfermo, e talvez não o saiba.


Esse companheiro recalcitrante é infeliz em si mesmo.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Vida Feliz.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Arte e ciência de ajudar - Joanna de Ângelis





Arte e ciência de ajudar

Joanna de Ângelis



A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da emoção, que merece combate.


À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.


Certamente não se devem confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de tornar-se insensível.


No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de primitivismo.


A indiferença coagula as expressões da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.


O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo exacerbado, é o amor.

*

Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te excede.


Se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.


Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.


Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade.


Imagina-te no lugar de algum d’Eles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.

*

Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.


A roda das ocorrências não pára.


Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e vice-versa.


E não só por isso.


Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor.


Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.

*

Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos.


Ajudá-los, seria impedir que os resgatassem.


É correto que a dor de agora procede de equívocos anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes criando situações penosas para mais tarde.


Quem deve paga, é da Lei. Mas, quem ama, dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam.


 É semelhante à chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.


Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Momento de Meditação, CAP.9 , p. 11.  

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ego e Eu - Joanna de Ângelis







Ego e eu

Joanna de Ângelis



A batalha mais difícil de ser travada ocorre no teu mundo íntimo.


Ninguém a vê, a aplaude ou a censura.


É tua. Vitória, ou derrota, pertencerá a ti em silêncio.


Nenhuma ajuda exterior poderá contribuir para o teu sucesso, ou conjuntura alguma te levará ao fracasso.

*

Os inimigos e os amigos residem na tua casa interior e tu os conheces.


Acompanham-te, desde há muito estás familiarizado com eles, mesmo quando te obstinas por ignorá-los.


Eles te induzem a glórias e a quedas, aos atos heróicos e às fugas espetaculares, erguendo-te às estrelas ou atrelando-te ao carro das ilusões.

*

São conduzidos, respectivamente, pelo teu Ego e pelo teu Eu.


O primeiro comanda as paixões dissolventes, gerando o reinado do egoísmo cego e pretensioso que alucina e envilece.


É herança do primarismo animal, a ser direcionado, pois que é o maior adversário do Eu.


Este é a tua individualidade cósmica, legatária do amor de Deus que te impele para as emoções do amor e da libertação.


Sol interno, é chama na fumaça do Ego, aguardando o momento de a dissipar, a fim de brilhar em plenitude.

*

O Ego combate e tenta asfixiar o Eu.


O Eu é o excelente libertador do Ego.

*

Sob disfarces, que são as suas estratégias de beligerância criminosa, o Ego mente, calunia, estimula a sensualidade, fomenta a ganância, gera o ódio, a inveja, trabalha pela insensatez.


Desnudado, o Eu ama, desculpa, renuncia, humilha-se e serve sem cessar.


Jamais barganha ou dissimula os seus propósitos superiores.

*

O Ego ameaça a paz e se atulha com as coisas vãs, na busca instável da dominação injusta.


O Eu fomenta a harmonia e despoja-se dos haveres por saber que é senhor de si mesmo e não possuidor dos adornos destituídos de valor real.

*

César cultivava o Ego e marchou para a sepultura sob as honrarias que ficaram à sua borda, prosseguindo a sós conforme vivia.


Jesus desdobrou o Eu divino com que impregnou a Humanidade e, ao ser posto na cruz, despojado de tudo, prosseguiu, de braços abertos, afagando todos que ainda O buscam.


O Ego humano deve ceder o seu lugar ao Eu cósmico, fonte inesgotável de amor e de paz.


Não cesses de lutar, nem temas a refrega.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Momentos de Meditação, CAP.4.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O significado da vida - Joanna de Ângelis




 O significado da vida

Joanna de Ângelis


Na grande mole humana, cada pessoa dá, à vida, um significado especial.


Esta objetiva a aquisição da cultura; essa busca o destaque social; aquela anela pela fortuna; estoutra demanda o patamar da glória...


Uma quer a projeção pessoal; outra anseia pela construção de uma família ditosa, cada qual empenhando- se mais afanosamente para atingir o que estabelece como condição de meta essencial.


Tal planificação, que varia de indivíduo, termina por estimular à luta, à competição insana, ao desespero.


Conseguido, porém, o que significou como ideal, ou reprograma o destino ou tomba em frustração, descobrindo-se irrealizado ou vítima de saturação do que haja conseguido sem plenificar-se interiormente.

*

A vida, entretanto, possui um significado especial, que reside no autodescobrimento do homem, que passa a valorizar o que é ou não importante no seu peregrinar evolutivo.


Este desafio se torna individual, unindo, sem embargo, no futuro, os seres numa única família, que entrelaça os ideais em sintonia perfeita com a energia que emana de Deus e é o élan vitalizador da vida.

*

Os meios da tua sobrevivência orgânica emulam-te para avançar ao encontro da finalidade da existência.


O azeite sustenta a chama, porém a finalidade desta não é crepitar, mas derramar luz e aquecer.


Enquanto não te empenhes, realmente, na busca da tua realidade espiritual, seguirás inseguro, instável, sem plena satisfação.

*

Todas as aquisições que exaltam o ego, terminam por entediar.


A maneira mais eficiente para o cometimento do real significado da vida, é a experiência do amor.


Amor que doa e liberta.


Amor que renuncia e faz feliz.


Amor que edifica, espalhando esperança e bênçãos.


Amor que sustenta vidas e favorece ideais de enobrecimento.


Amor que apazigua quem o sente e dulcifica aquele a quem se doa.

*

O amor é conquista muito pessoal que necessita do combustível da disciplina mental e da ternura do sentimento para expandir-se.

*

O significado essencial da vida repousa, pois, no esforço que cada criatura deve encetar para anular as paixões dissolventes, colocando nos seus espaços emocionais o divino hálito, o amor que se origina em Deus.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Momentos de meditação, CAP.11.