segunda-feira, 31 de maio de 2021

18-A DERRUBADA - Casimiro Cunha

 


18-A DERRUBADA

Casimiro Cunha

 

Rangem troncos seculares aos golpes do lenhador.


É o machado formidando no impulso renovador.


Toda a floresta se agita em terríveis convulsões, continua a derrubada que precede as plantações.


Sol quente. Suor. Serviço.


E as árvores vigorosas estraçalham com fragor as frondes cariciosas.


Após o trabalho ingente, a invasão do fogaréu; Fumo espesso devorando a doce amplidão do céu.


Gritam aves assustadas, sem ninho, sem paz, sem guia, animais inferiores vão fugindo em correria.


A seguir vem a coivara completando a grande prova, é o termo da derrubada a favor da vida nova.


Somente aí são possíveis, pasto verde e espiga loura, pomares e sementeiras, celeiro, casa e lavoura.


Já observastes que o homem, ao longo de toda a estrada, precisa também, por vezes, das foices da derrubada? É a dor proveitosa e rude, surgindo em golpes violentos, a força que retifica a mata dos sentimentos.


Sem trabalho não teremos, no caminho universal, nem casa com Jesus -Cristo nem pão espiritual.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 18, p.17.

 

 

domingo, 30 de maio de 2021

17-A COVA - Casimiro Cunha

 




17-A COVA

Casimiro Cunha

 

Raro é aquele que medita contemplando a terra impura, no trabalho peregrino da cova pequena e escura.


Assemelha-se à ferida sobre a leira dadivosa, indicio de golpes fundos da enxada laboriosa.


Mas, na essência, a cova simples, singela, desconhecida, é o altar da Natureza, celebrando a luz da vida.


É seio aberto à beleza, ao bem que se perpetua, a existência renovada que se eleva e continua.


É o sepulcro onde a semente, em sombra e separação, vai, morrendo, reviver nas bênçãos da Criação.


E eis que a vida se elabora nessa doce intimidade, renovando-se aos impulsos de força e imortalidade.


Depois do apodrecimento, germinação e esplendores, verdes galhos de esperança, tenros ninhos promissores.


Mais tarde, o tronco, a colheita na fartura indefinida...


Tudo, a obra generosa da cova humilde e esquecida.


Esse símbolo expressivo vem lembrar, à criatura, o campo do cemitério e o quadro da sepultura.


Inda aí, a cova amiga é sempre o sublime umbral, porta aberta ao crescimento no plano espiritual.

 

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP: Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 17, p.16.

 

sábado, 29 de maio de 2021

16-A CONSTRUÇÃO - Casimiro Cunha

 


16-A CONSTRUÇÃO

 

Casimiro Cunha

 

O homem sensato e nobre, quando faz a moradia, toma alvitres à prudência, conselho à sabedoria.


Primeiramente examina o local, a posição, e edifica os alicerces devidos à construção.


Não se cansa de escutar as vozes da sensatez, que sugerem vigilância e induzem à solidez.


Muito antes da parede, da janela, do portal, reflete fazendo contas e escolhe o material.


Raciocina por si mesmo, não perde ponderações, e estuda todo problema das suas aquisições.


Não se atira a preço baixo, de matéria condenada; A sucata não lhe serve, nem madeira carunchada.


Acima de toda ideia.


Vibra a ideia de seu lar, seleciona a caráter cada coisa em seu lugar.


Impõe-se nos seus desejos, sereno, prudente, ativo; O senso da qualidade garante-lhe o objetivo.


Esse homem previdente dá lições a cada qual, na construção do edifício da vida espiritual.


Escolhe teus pensamentos no dever que te governa.


Ideias, palavras, atos, constroem-te a casa eterna.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 16, p.15.

 

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

15-A CHUVA - Casimiro Cunha

 


15-A CHUVA

Casimiro Cunha

 

Folhas secas. Terra ardente.


Calores. Desolação.


Mas a chuva vem do céu trazendo consolação.


Toda semente que é boa, entre júbilos germina, e a bela fecundação da natureza divina.


As árvores ganham forças, alimpa-se a atmosfera, a verdura em toda parte tem cantos da primavera.


Às cidades, como aos campos, aos ninhos, à sementeira, o pombo níveo da paz traz o ramo da oliveira.


Sopra o vento brando e amigo, em vagas cariciosas, levando a mensagem doce que nasce do odor das rosas.


A chuva que cai do alto e benção que se derrama...


Na flor é orvalho celeste, no pó do chão faz a lama.


Assim, também, os ensinos, que nos dão verdade e luz, são a chuva generosa da inspiração de Jesus.


Cai sobre todos. No amor é raio de perfeição, mas no pó da ignorância é falsa compreensão.


Deus, porém, que é Pai Bondoso entre as leis universais, faz com que a lama produza sementes, flores, trigais.


Eis a razão pela qual nossa indigência produz: Inda mesmo em nossas sombras, o evangelho é sempre luz.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 15, p.14.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

14-A CERCA Casimiro Cunha

 

 


14-A CERCA

Casimiro Cunha

 

Contempla a cerca da estrada, que te serve sem jactância.


A sua atitude humilde é um ato de vigilância.


Seja feita de cimento ou de estacadas singelas, ela esclarece que a vida precisa de sentinelas.


Sua lição excelente não cessa de proclamar: Cada terreno a seu dono, cada coisa em seu lugar.


É cuidadosa, é sincera, dá combate à confusão, fornece norma aos serviços, faz contas de divisão.


E, desse modo trabalha, tecendo a paz do teu ninho.


É a cerca que te garante tanto o lar, como o caminho.


Repara que a tua vida é um mundo de ocupações: Ai de ti se desordenas as tuas obrigações.


Através da luta enorme das dores e do destino, tua alma tem de passar em busca do bem divino.


Certamente encontrarás calúnias e tentações, brutalidades, malicias, serpentes, feras, ladrões.


Recorda a lição da cerca: A cada coisa o seu custo.


E abre a porteira amiga, a tudo que seja justo.


Sem isso, não é possível o bem de qualquer missão.


Sem clareza na tarefa, tudo é sombra e confusão.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 14, p.13.

13-A CARPINTARIA - Casimiro Cunha

 


13-A CARPINTARIA

Casimiro Cunha

 

Nem todos identificam, no curso de todo o dia, a lição maravilhosa que vem da carpintaria madeira escura e selvagem, do seio da natureza, vem de longe por buscar a forma e a delicadeza.


Ao rumor do maquinismo que se agrupa na oficina, o artífice representa a Inteligência Divina a serra corta vibrando, a enxó elimina a aresta, o torno canta a harmonia, tudo em júbilos de festa.


O esforço de seleção efetua-se a capricho; Sujidades, excrescências, são matérias para o lixo.


A simples madeira bruta, na grande transformação brilha agora na obra prima de serviço e perfeição.


Todavia, para isto, as peças e os elementos submeteram-se humildes a pressão dos instrumentos.


Assim também a alma humana, na oficina da existência precisa submeter-se às plainas da experiência.


Recordemos, sobretudo, com humildade e com fé, o Divino Carpinteiro que passou por Nazaré.


Busquemo-lo nos caminhos, e atende, meu caro irmão: Se queres a Luz da Vida entrega-lhe o coração.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 13, p.12.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

12-A CAPINA - Casimiro Cunha

 


12-A CAPINA

Casimiro Cunha

 

Nos serviços de defesa da semente que germina, não se pode descuidar dos trabalhos da capina.


Em torno à planta que nasce no escuro lençol do chão, surgem ervas venenosas formando comprida esteira tentando a sufocação crescem fortes, espontâneas, nocivas e desiguais, formando comprida esteira de grosseiras ervaçais.


Alastram-se em toda parte...


São verduras traiçoeiras e, se vivem conformadas, dominam a roça inteira.


Que o lavrador cuidadoso jamais se esquive à atenção, trazendo-lhe, decidido, a justa eliminação.


Ainda que mostrem flores entre os ramos de alegria, que todas sejam tratadas a lâmina da energia.


Enquanto o grão não se forme para a colheita madura, capine a enxada ao redor, tão atenta, quão segura.


De outro modo, o mato inútil, vadio, cruel, sem nome, rouba grelos promissores, deixando ruína e fome assim no mundo, igualmente, quem deseje o nobre dom, destrua dentro de si mesmo todo impulso menos bom.


Cultiva diariamente a vida elevada e sã: Não te esqueças da capina se queres fruto amanhã.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 12, p.11.

terça-feira, 25 de maio de 2021

11-A CAPA - Casimiro Cunha

 


 

11-A CAPA

Casimiro Cunha

  

Enquanto vibra o calor do verão, em luz florida, a capa confortadora permanece recolhida.


Em tudo há sol claro e quente, após a bênção do orvalho. . .


Oculta-se a capa amiga nas reservas de agasalhos.


Entretanto, chega um dia, que surge na imensidão, envolto de sombras frias e sopros de tempestade.


Rajadas dilacerantes invadem a atmosfera, não mais a carícia doce das tardes de primavera.


De outras vezes, muito embora cesse a grande ventania, continua o inverno forte, torturando noite e dia.


Ar gelado, névoas densas ao longo de toda a estrada, se a neve não cai do céu, a terra sofre a geada.


É quando a capa bondosa aparece no caminho, como a terna mensageira do consolo e do carinho.


Requestada em toda parte, no tempo frio e brumoso, trabalha, conforta e ajuda, sem as pausas do repouso.


Assim, no inverno das dores que trazem desolação, a crença é a capa celeste que agasalha o coração.


Mas no mundo há muito crente, que quando padece e chora, desatende a Providência e atira com a capa fora.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 11, p.10.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

10-A CANGALHA - Casimiro Cunha

 







10-A CANGALHA

Casimiro Cunha

 

Nos círculos de serviço, toda a gente que trabalha nem sempre sabe entender a nobreza da cangalha.


Não fosse ela, entretanto, que atende, promete e faz, e talvez o campo inteiro viveria estranho à paz.


Convenhamos na prudência que vem do rifão de antanho – basta, às vezes, uma ovelha para perder o rebanho.


O muar deseducado, que a força brutal anime, nunca perde ensejo ao coice e está sempre pronto ao crime.


Viveu ao léu, ameaçando a golpes de grosseria; Aparentando brandura, transborda selvageria.


Transforma-se, comumente, no animal rude e vilão, que se esquiva do trabalho, por preguiçoso e ladrão.


Todavia, chega o instante em que a cangalha, bondosa, comparece orientando, honesta, laboriosa.


Ligada por laço forte ao amigo da indolência, dá-lhe os bens da utilidade em luzes de experiência.


Perguntemos a nós mesmos, notando-a, modesta e bela, quais os homens deste mundo que podem viver sem ela.


O dever, como a cangalha, que tanta grandeza encerra, é a balança de equilíbrio nas vidas de toda a Terra.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 10, p.9.



domingo, 23 de maio de 2021

9-A CANGA - Casimiro Cunha



9-A CANGA

Casimiro Cunha

 

Pleno campo, céu de anil, que o sol dourado ilumina, a primavera traz flores de fragrância peregrina.


Em tudo palpita o belo na sublime transcendência, das dádivas generosas na Divina Providência.


Os bons, porém, desconhecem se há mistérios da beleza e gastam no atrito longo as forças da Natureza.


Acende-se a luta enorme, chifradas, golpes violentos, ruído ensurdecedor, pelos rotos, pés sangrentos.


Há flores espatifadas nos caminhos da abundância, é cegueira, dor e morte em males da ignorância.


Mas, um dia, o lavrador, notando a exigência ativa, vendo a zona perturbada, traz a canga educativa.


Os brigões acham de novo a paz, a harmonia, o bem.


O sofrimento em conjunto é o campo que lhes convém.


Toleram-se mutuamente sem rixas nem desatinos, e aprendem a trabalhar sem desprezo aos dons divinos.


Muitas vezes também, no mundo, parentesco e obrigação, são recursos necessários as luzes da educação.


Amigo, se estás na canga de lutas indefinidas, não fujas, atende a Deus, cura os males de outras vidas.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 9, p.8.

sábado, 22 de maio de 2021

8-A CANDEIA - Casimiro Cunha

 


8-A CANDEIA

Casimiro Cunha

 

A sombra desce de manso, o silêncio volve aos ninhos, é a noite cariciosa que se estende nos caminhos.


Na casa pequena e simples que é refúgio da pobreza, é mais densa a escuridão que amortalha a Natureza mas no quadro desolado perpassa a bênção do amor, a candeia humilde e rude clareia do velador.


Na sala desguarnecida da morada carinhosa, sua luz mostra a beleza de uma estrela generosa.

Aproveita-se-lhe o encanto na esfera da utilidade, mas quase ninguém lhe vê o espírito de humildade.


Seu processo de ajudar nas sombras da noite escura, revela lição sublime ao plano da criatura.

Por servir de fonte calma ao clarão bondoso e amigo, ela queima a provisão de tudo que tem consigo. consome o óleo, a torcida, perde o brilho, perde a graça, suporta o calor do fogo, sofre o assédio da fumaça.


E Guarda, com Deus, a glória de haver produzido o bem, sem ferir qualquer pessoa, sem prejuízo a ninguém.


Quem deseje iluminar, proceda como a candeia: A si mesmo se ilumine sem reclamar luz alheia.

 

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 8, p.7.

 

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

7-A CACHOEIRA - Casimiro Cunha

 


7-A CACHOEIRA

Casimiro Cunha

 

Quando passes meditando no cimo da ribanceira, repara na majestade que esplende na cachoeira.


É bom pensar na grandeza que a sua potencia encerra; Na entrosagem dos elementos das forças de toda a Terra.


No lugar mais solitário, é cântico de alegria, derramando em derredor a abundancia de energia.


Para dar-se em benefícios, a sua maior ciência não quer admiração, pede esforço e inteligência.


Mesmo longe das cidades, depois de compreendida, a cachoeira renova a expressão dos bens da vida.


Retamente aproveitada, é fonte de evolução, movendo milhões de braços nas lutas do ganha-pão.


É mãe generosa e augusta das fábricas de trabalho, que distribui, no caminho, a luz, o pão, o agasalho.


E aprendemos na lição, quando a vemos, face a face, que a água buscou um abismo por onde se despenhasse.


Nesse símbolo profundo, de grandeza e dinamismo, vemos nós o amor de Deus e a extensão do nosso abismo.


Nós somos o sorvedouro de misérias e discórdia; Deus é a eterna cachoeira de luz e misericórdia.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 7, p.6.

 

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

6-A CAÇAROLA - Casimiro Cunha



6-A CAÇAROLA

Casimiro Cunha

 

Dos serviços da cozinha onde há sempre grande escola, lembremos o ensinamento da obscura caçarola.


Ao receber substância indispensável à mesa, requisita vigilância no que concerne à limpeza.


Utilizada em serviço, embora pobre e singela, pede todos os desvelos das mãos que se servem dela.


Por limpá-la, muitas vezes é justa a grande atenção; Largos banhos da água pura, doses fortes de sabão.


Se não bastam tais processos, um esforço mais ativo: Recursos da água fervente misturada a corrosivo.


De outra forma é descuidar da pureza do alimento, entregar o pão do corpo ao lixo e ao relaxamento.


A erva mais saborosa, o leite nevado puro, na panela descuidada são coisas para o monturo.


Caçarola maltratada, sem o concurso do asseio, faz o pão envenenado, escuro, amargoso e feio.


Vendo o quadro, não te esqueças que os nobres ensinamentos são substâncias que nutrem a fonte dos pensamentos.


Receber lições divinas sem limpar o coração, é transformar dons de vida em sombras de confusão.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 6, p.5.


quarta-feira, 19 de maio de 2021

MENSAGEM DO ESPÍRITO ISABEL, PRINCESA DO BRASIL




MENSAGEM DO ESPÍRITO ISABEL, PRINCESA DO BRASIL

 

Recebida pelo médium Alexandre Pereira, dia 16 de maio de 2021, pela manhã, por ocasião da live UMA CAUSA NOBRE em prol da Associação Espírita Obreiros do Bem, mantenedora do Hospital Pedro de Alcântara, com o tema central "Laços da Família Imperial do Brasil com as Ideias Espíritas".

 

"Irmãos, Irmãos do Brasil,

 

Muitos compromissos carreei ao retornar na figura da princesa imperial. Alguns de bela faceta, outros de restituição dos equívocos do passado. Cumpri-os a medida do que conheci e consegui.

 

Sei que meu olhar sobre o aspecto religioso não me fazia alcançar as verdades espirituais que hoje conheço. Mas nunca deixei de ver Jesus nos mais frágeis, da carência material à espiritual. Olhava para os altares com olhar de súplica, para que se fizesse a vontade de Deus para as inúmeras criaturas que identificava como necessitadas.

 

Quando regressada a Pátria Espiritual, pude perceber o que compunha a verdadeira nobreza. Relembrada pelo afeto de muitos que me esperavam, fui tocada pelo amor do semelhante, que não era aquele que se encaixava na linhagem das famílias reais do Velho Continente. Ali vi africanos, indígenas, irmãos do povo brasileiro, imigrantes que vieram em busca de uma vida melhor. Todos meus irmãos. Como posso dizer da alegria que me invadiu e invade...

 

Portanto, rogo-lhes que atentem em seus compromissos com as causas nobres, verdadeiramente do bem, aquelas que nos farão recolhedores do amor de muitos.

 

Sou imensamente grata ao Senhor pelas oportunidades que me tem dado de continuar a segui-lo, agora mais na obra do que na fé devocional.

 

Glórias ao nosso Brasil, Coração do Mundo!

 

Isabel, passo a passo para redenção."

 

 

FONTE:

CEERJ - Conselho Espírita do Estado do RJ. Disponível em  https://www.facebook.com/CEERJOFICIAL


5-A BÚSSOLA - Casimiro Cunha

 


5-A BÚSSOLA

Casimiro Cunha

 

Na viagem rude e longa em região solitária, a todos os viajores a bússola é necessária.

Quando a jornada é difícil, aquele que a tem, de perto, vai seguindo confortado na bênção do rumo certo.

Sofrem ventos formidandos e a sombra prometa a morte, a bússola honesta e firme não perde a visão do Norte.

Muita vez, em mar revolto, nas zonas desconhecidas, atende, silenciosa, dando fé, salvando vidas.

Tudo angústia da borrasca e trevas de nevoeiro, mas a bússola responde aos olhos do timoneiro.

De outras vezes, no deserto, se palpita a inquietação, traduz generosamente o conforto e a direção.

Em meio a vacilações, significa o resumo de grandes consolações a quem ame o próprio rumo.

Tanto em água revoltada, como em areia, em espinho, a bússola generosa jamais esconde o caminho.

Nas rudes experiências da romagem terrenal, não se pode prescindir do rumo espiritual.

Se caminhas neste mundo, sejas moço, sejas velho, não esqueças, meu amigo, a bússola do Evangelho.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay Ltda,2002, ed.1. Cap 5, p.6.

 

 

terça-feira, 18 de maio de 2021

4-A BONECA - Casimiro Cunha

 

 



4-A BONECA

Casimiro Cunha

 

Quase em todos os lugares, vencendo tempo e distância, a boneca sempre atrai a grande atenção da infância.


Em torno dela palpitam, mil castelos pequeninos; É a doce futilidade do coração dos meninos.


Nesses campos infantis há luta, rixa, esperança. . .


É tão frívola a boneca!


Mas faz feliz a criança.


Sabem disso os pais bondosos e, notando a experiência, atendem aos pequeninos sem recursos à violência.


Não dilatam fantasias, não mentem por enganar, mas se valem da boneca no intuito de ensinar.


Cada coisa, cada gesto, da mais ínfima expressão, são vistos e aproveitados na esfera da educação.


A boneca inanimada constitui sempre o motivo, de lições maravilhosas, de trabalho evolutivo.


Há no mundo muitos homens, sem propósitos do mal, que guardam muitas bonecas da infância espiritual.


Junto deles, não condenes, não tenhas reprovação, não te faças de menino, jamais lhes negues a mão.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay Ltda,2002, ed.1. Cap 4, p.5.