sábado, 31 de julho de 2021

78-O MAR - Casimiro Cunha

 


78-O MAR

Casimiro Cunha


Na expressão profunda e viva das forças da Natureza eis que o mar a tudo excede em formosura e grandeza.


Nos seus abismos trabalham milhões de laboratórios, de onde nascem para a vida as larvas e os infusórios.


As almas se modificam, renova-se o esforço humano, mas é sempre inalterada a oficina do oceano.


Desde os primórdios do tempo de sua edificação, a sua finalidade é a força da criação.


Foi nas águas generosas de seu seio alvo e fecundo, que alcançaram nascimento as formas de todo o mundo.


Depois de sagrar a vida, eis que opera em todo o dia, fazendo as nuvens da chuva, que alenta, renova e cria.


Deus concedeu-lhe a grandeza de ser profundo e inviolável, protegendo-lhe a missão do equilíbrio inalterável.


Com a sua dominação esplêndida e solitária, é fator de ordem perfeita de toda a lei planetária.


É o testemunho fiel, de Deus em nossa existência, dando o ensino da equidade que nasce da providência.


Mas se pode demonstrar tão grande revelação, é que o lugar onde os homens não podem meter a mão.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 78, p.79.


sexta-feira, 30 de julho de 2021

77-O MAPA - Casimiro Cunha

 



77-O MAPA


Casimiro Cunha


Nos serviços necessários a qualquer expedição, o mapa é bondoso guia, servindo à orientação.


É sempre o mentor fiel, evitando o erro, a fossa, é a força da experiência que passou antes da nossa.


Por obter-lhe o concurso, houve lágrimas, suor, sofrimentos, sacrifícios, misérias, ruínas, dor.


Por traça-lo, muitas almas gemeram desconhecidas...


Certos mapas representam muitas mortes, muitas vidas.


O espírito estacionário, paralítico, inferior, embora lhe guarde o ensino, desconhece-lhe o valor.


Mas aquele que aproveita o ensejo de cada dia, consulta e atende ao roteiro em paz e sabedoria.


Sabendo-se viajor nos caminhos da existência, a carta de indicações dirige-lhe a experiência.


Estudando-a, com razão, vê-se intrépido e seguro, quem vigia no presente tem reservas no futuro.


No Mapa dos Corações, jamais esqueçamos disto: O roteiro do Evangelho custou muito esforço ao Cristo.


Sigamo-lo com carinho em nossa oportunidade.


Estamos a percorrer as sendas da eternidade.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 77, p.78.

 

 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

76-O MALHADOURO - Casimiro Cunha

 

 


76-O MALHADOURO


Casimiro Cunha


Na época dadivosa da colheita cor-de-ouro, é tempo de conduzir cereais ao malhadouro espigas maravilhosas vêm às mãos do tarefeiro, aglomerando-se em busca da secagem no terreiro antigamente eram flores mostrando verdura e viço; agora, a compensação que se reserva ao serviço.


Mas por ser o resultado, a garantia, o futuro, o grão rico e generoso precisa ser nobre e puro.


O lavrador cuidadoso organiza providências, é necessário excluir as últimas excrescências.


Inicia-se a limpeza, servidores a malhar, no espaço o longo assobio de varas cortando o ar.


São precisos golpes rudes, bordoadas no bom grão, por conferir-lhe a grandeza de servir, além chão.


Depois disso, alcança a glória de amparar o lavrador, a alegria de prover em nome do criador.


Se ao longo de tua vida sentes choques mangual, é que estás em madureza no campo espiritual.


Não fujas ao malhadouro, guarda paz e vigilância: Que a luta nos roube agora os restos da ignorância.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 76, p.77.

 

 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

75-O LUAR- Casimiro Cunha

 




75-O LUAR


Casimiro Cunha


Nas bênçãos de paz da noite, talvez a maior beleza seja o luar que se espalha na vida da Natureza o campo dorme em silêncio, e o luar na estrada em flor distribui com toda a planta o orvalho confortador.


Do céu alto manda brisas alegres e perfumadas beijar as folhas mais pobres, tristonhas e abandonadas.


Por todo o lugar desdobra sua luz aberta em palmas, afagando as esperanças do divino amor das almas.


Em toda parte onde exista o anseio de um coração, ensina o carinho amigo do alfabeto da afeição.


Desde os tempos mais remotos, o luar, pelas estradas, foi tido como padrinho das almas enamoradas.


Ao nosso ver, todavia, nas grandes lições do mundo, sua imagem representa simbolismo mais profundo.


Sua luz mantém na noite a mais nobre das disputas, não cedendo à treva espessa as posses absolutas.


Entre os homens deste mundo, o mal, o crime e o ateísmo tudo ensombram provocando a noite de um grande abismo.


Mas a esperança resiste e acende na noite imensa.


A luz clara e generosa do eterno luar da crença.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 75, p.76.

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

74-O LIXO - Casimiro Cunha

 


74-O LIXO


Casimiro Cunha


Cada dia, a residência que a higiene ensine e ajude, lança fora todo o lixo na defesa da saúde.


Grandes cestos, grandes latas, guardando detrito escuro, enchem grandes carroçadas que seguem para o monturo.


Contemplando o movimento, lembremos que a sujidade, muita vez foi qualquer coisa em plano de utilidade.


Roupa usada, vestes rotas, velhas peças carunchosas, em outros tempos já foram queridas e preciosas.


Ornatos apodrecidos, tristes relâmpagos sem lume, conheceram muitas vezes festa e luz, vida e perfume.


Resumem, contudo, agora, o lixo que não convém, escuro e pernicioso, contrário à saúde e ao bem.


Para ele, em todo o mundo, a casa nobre e educada reserva, cada manhã, a bênção da vassourada.


Se não tem função de esterco, junto à terra menos rica, vai ao fogo generoso, que renova e purifica.


Na esfera de ensinamento da verdade sempre igual, o lixo personifica a estranha expressão do mal.


Escuta! Se o bem de ontem hoje é mal e sofrimento, não deixes de procurar os cestos do esquecimento.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 74, p.75.

 

 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

73-O INCÊNDIO - Casimiro Cunha

 


 

73-O INCÊNDIO

Casimiro Cunha


Elevam-se labaredas. . .


O fogo ameaçador foi centelha, mas agora é incêndio devorador.


Ninguém lhe conhece a origem obscura, nebulosa, ninguém sabe onde se oculta a mão rude e criminosa.


A fogueira continua buscando mais alto nível, aumentando de extensão quando ganha em combustível.


Estalam antigos móveis, prosseguem a destruição; em torno anseio infinito, amarga desolação.


Língua rubra, formidanda, varre agora a cumieira.


Toda a casa se esboroa. . .


Sob a ação dessa fogueira.


Desdobra-se o nobre esforço de amparar e socorrer, a bondade põe-se em campo, ciosa do seu dever.


Entretanto, embora o auxílio dos trabalhos de emergência, a nota predominante é o carvão da experiência.


Assim é o mal neste mundo: A princípio, sem que doa, envolve a perversidade em forma de coisa a toa.


Depois, é o braseiro extenso, o furor incendiário, que atinge distância enorme com a lenha do comentário.


Vigia-te a cada instante, atende, pensa, examina!


Todo incêndio começou na fagulha pequenina.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 73, p.74.

 

domingo, 25 de julho de 2021

72-O GRANDE RIO - Casimiro Cunha

 


72-O GRANDE RIO


Casimiro  Cunha


Em marcha laboriosa, no sulco amplo e sombrio, profundo e silencioso eis que passa o grande rio.


Ao seu seio dadivoso, afluem fontes da serra, ribeiros de níveis altos, detritos de toda terra.


O rio mais elevado desce os montes à procura de sua paz generosa na marcha calma e segura.


Por saber harmonizar-se nos bens do mais baixo nível, conserva toda a imponência da grandeza indefinível.


Faz caminhos gigantescos, cria povos eminentes, é ele quem leva ao mar as águas dos continentes.


É pai das economias de todo o humano labor, mas quase ninguém se lembra dessa dívida de amor.


Que importa, porém? O mundo é o homem que esquece e cai, sem ver a missão do bem, nas bênçãos do próprio Pai.


O grande rio conhece a luz desse imenso arcano sobre o nível mais humilde busca a força do oceano.


Assim também a alma grande, nas últimas posições, recebe as ânsias de paz de todos os corações.


Em dores silenciosas, é o grande rio que vai, dando o bem a todo o mundo, em busca do amor do Pai.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 72, p.73.


sábado, 24 de julho de 2021

71-O FIO - Casimiro Cunha

 


71-O FIO


Casimiro Cunha


Nos movimentos da agulha, nas tarefas do tear, o fio é muito importante na base de todo lar.


Pouca gente lhe observa os valores, vida em fora; na verdade, é companheiro nas lutas de cada hora.


Humilde, tênue, singelo, às vezes quase impalpável, para o pobre, para o rico, e matéria indispensável.


Existe em padrões diversos, no algodão, em seda, em lã, e entre as dádivas do mundo é sublime talismã.


É bênção do amor de Deus, que acompanha a criatura nos campos do mundo inteiro, desde o berço à sepultura.


Entretanto, é alguma coisa muito frágil, muito leve, cuja trama delicada nosso lápis não descreve.


Por ele, milhões de seres, no espírito do trabalho, encontram caminho e vida, luz e paz, força e agasalho.


Olha o fio pobre e simples!


Que lição útil e bela!...


É tesouro do caminho, mas parece bagatela.


Observando-o, recordo as glórias e fins supremos, do tempo que é luz divina, neste instante que vivemos.


O segundo é gota humilde, o século é vasto rio ...


Vive em Deus cada momento que o minuto é nosso fio.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 71, p.72.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

70-O FAROLEIRO - Casimiro Cunha

 


 

70-O FAROLEIRO


Casimiro Cunha


Enquanto o leque da noite agrava a sombra e o perigo, a distância, eis que se acende o farol bondoso e amigo.


A luz define os caminhos, mostra o vulto dos rochedos, pode o barco prosseguir, a treva não tem segredos.


Tudo é noite sobre o abismo, mas na torre existe alguém, atento em manter a luz, disposto a fazer o bem.


É o faroleiro. Em silêncio clareia a amplidão do mar, determina o rumo certo e atende sem perguntar.


Navios maravilhosos, em prodígios de conforto, recebem-lhe o benefício e seguem, de porto a porto.


Passam barcos de descanso, jangadas laboriosas. . .


O farol ajuda sempre sem perguntas ociosas.


Todos devem ao farol, do comando ao marinheiro, mas quase ninguém conhece as dores do faroleiro.


Por servir e auxiliar, aceita uma condição: A vida de insulamento muita vez em privação.


Se ouvirmos as grandes vozes da verdade soberana, na terra acontece o mesmo nos mares da luta humana.


Quem possa trazer mais luz vive em campo solitário, tal qual o Mestre Amoroso da torre em cruz do Calvário.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 70, p.71.

 

 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

69-O ESTERCO - Casimiro Cunha

 


69-O ESTERCO

Casimiro Cunha


O esterco que espalha o bem, vive em luta meritória; se é pobre, tem seu proveito, seu caminho, sua história.


Quase sempre, chega aos montes dos redis e dos currais, escuros remanescentes da esfera dos animais.


De outras vezes, vem das zonas de imundície e esquecimento, onde a vida se transforma em triste apodrecimento.


Em outras ocasiões, é detrito das estradas, lixo estranho e nauseabundo das taperas desprezadas.


É a decadência das coisas, no resumo do imprestável, fase rude e dolorosa da matéria transformável.


Em síntese, todo esterco é derrocada ou monturo, que das sombras do passado lança forças ao futuro.


Analisando esse quadro, veremos que a podridão vai ser cor, perfume, fruto, doçura e renovação.


Notemos, porém, que a flor vibra ao alto, linda e santa, enquanto o adubo não passa do solo, dos pés da planta.


Na vida também é assim: O erro, a miséria, o mal podem ser algumas vezes, esterco espiritual.


Todavia, é necessário que das lutas, através, aproveitemos o adubo, esmagando-o sob os pés.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 69, p.70.

 

 

quarta-feira, 21 de julho de 2021

68-O DIAMANTE - Casimiro Cunha

 


68-O DIAMANTE


Casimiro Cunha


No serro desamparado que chama ao suor e à luta, o diamante luminoso descansa na pedra bruta.


Por conquistá-lo é preciso vencer enorme aspereza, eliminando os percalços que surgem da Natureza.


Sobretudo, é imprescindível estudar todo o cascalho, sem desprezar-lhe a dureza no espírito do trabalho.


Longo esforço, longa espera, serviço e compreensão, tudo isso  é indispensável ao bem da lapidação.


Ao preço de luta ingente, a pedra sonha e rebrilha.


É a divina descoberta da gota de maravilha.


Pouca gente lembrará que a joia de perfeição constitui a experiência dos

átomos de carvão.

A princípio, não passava de míseros fragmentos de carbono desprezível na força dos elementos.


Nas grandes transformações, viveu obscura e ao léu, mas, agora, é flor de luz, refletindo a luz do céu.

Quem não vê na joia rara, sublimada e soberana, a história maravilhosa dos caminhos da alma humana?


Nos serros da Humanidade que a ignorância domina, cada ser guarda o diamante da Consciência Divina.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 68, p.69.

 

 

terça-feira, 20 de julho de 2021

67-O DIA - Casimiro Cunha

 


67-O DIA


Casimiro Cunha


O dia é o bom companheiro que, enquanto a sombra se esvai, cada manhã, abre as portas das bênçãos de Nosso Pai...


Haja guerras entre os homens de sentimentos mesquinhos, o dia chega espalhando luz e vida nos caminhos.


Começa o rumor amigo da enxada, dos bois, do malho: É a casa de Deus vibrando em cânticos de trabalho.


Generoso, claro e alegre vem do céu e atento a isso, fornece a todos os ensejo do espírito de serviço.


Que vale um dia? Interroga quem não sabe ter vontade; mas, cada dia é caminho na esfera da eternidade.


Quem não saiba aproveita-lo, entregue à preguiça vã, cria espinhos escabrosos para a estrada de amanhã.


O dia é o mestre do esforço, que, com carinho e com arte, atende bondoso a tudo, trabalhando em toda a parte.


Feliz quem lhe segue a rota desde a luz do amanhecer, fazendo quanto possível nos quadros do seu dever.


Ai da preguiça que dorme, que se esconde de mansinho!


Deixemo-la sepultada nas penumbras do caminho.


Se queres felicidade em paz e sabedoria, evita as indecisões, trabalha, seguindo o dia!

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 67, p.68.

 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

66-O DESPERTADOR - Casimiro Cunha

 


66-O DESPERTADOR


Casimiro Cunha


O relógio é o grande amigo na vida da criatura; acompanha-lhe a viagem desde o berço à sepultura.


Metódico, dedicado, movimentando os ponteiros, marca os risos infantis e os gemidos derradeiros.


Revela oportunidades, mostra a bênção do minuto, indica tempo à semente, como indica tempo ao fruto.


Mas de todos os relógios que atendem cheios de amor é justo salientar o amigo despertador.


Quando alguém dorme ao cansaço, ele vibra, ajuda e vela, ritmando o tique-taque, tem coisas de sentinela.


Na hora esperada e justa, pontual, invariável, chama à luta o companheiro em bulha desagradável.


O seu barulho interrompe o repouso desejado, acorda-se quase à força, levanta-se estremunhado.


Mas, somente ao seu apelo, há lembrança dos serviços, buscando-se incontinenti a zona dos compromissos.


Assim, na vida comum, nas lutas de redenção, todo o tempo é precioso em qualquer situação.


Mas o tempo que nos fere, em provas, serviço e dor, é o melhor de todos eles, é o nosso despertador.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 66 p.67.

 

domingo, 18 de julho de 2021

65-O CUPIM - Casimiro Cunha

 

 


65-O CUPIM

Casimiro Cunha


Causa pena olhar o campo quando pobre de verdura, sofre a terra a intromissão do cupim que a desfigura.


Debalde a vegetação se estende em ramaria, o solo não apresenta a mesma fisionomia.


O cupim obstinado multiplica-se em rebentos, parece que o chão se cobre de tumores pustulentos.


Em vão, a chuva convida às forças de produção, debalde o Sol traz a luz de paz e renovação.


Não faltam bênçãos do Céu que atendam aos dons da vida, mas a terra permanece desolada e ressequida.


O cupim vai provocando estrago, calamidade, e o campo mostra ruínas, miséria, esterilidade.


Às vezes são necessários muito esforço, muitas dores, por expulsar a família dos insetos invasores.


Sem trabalhos decididos por parte da agricultura, o cupim transforma a terra numa extensa sepultura.


Lembremos, vendo esse quadro da esfera dos lavradores, as almas avassaladas de ideias inferiores.


Sê forte em qualquer trabalho, cada luta é uma lição.


Tristezas e desalentos são cupins no coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 65, p.66.

 

 

sábado, 17 de julho de 2021

64- O CIPÓ- Casimiro Cunha

 

 


64- O CIPÓ

Casimiro Cunha


Sobre a árvore frondosa que mostra calma infinita, abraçada ao tronco forte lá se vai o parasita.


Não atinge o cerne, a seiva, mas buscando a copa, as flores, enrodilha-se, teimoso, nas cascas exteriores.


Agarrado tenazmente, vai subindo vagaroso, alcançando o cume verde do arbusto generoso.


Aboletados nos cimos do castelo de verdura, o cipó audacioso aparenta grande altura.


Deita flores opulentas de expressão parasitária, avassalando a nobreza da árvore centenária.


Recebe os beijos do sol, embala-se na ternura da carícia perfumosa, da brisa mais alta e pura.


Mas, vem o dia em que o Pai, na lei de renovação, chama o tronco nobre e velho as bênçãos da mutação.


É aí que o cipó vaidoso demonstra o que não parece, voltando ao pó do chão duro, para as zonas que merece.


Quanta gente brilha ao alto, e, no fundo, inspira dó?


Há milhões de criaturas vivendo como o cipó.


Jamais olvides a lei de trabalho e obrigação, não queira mostrar-te ao alto à custa do teu irmão.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 64, p.65.