quinta-feira, 31 de julho de 2014

Seu destino é grande - Momento Espírita




Seu destino é grande



Meu irmão, tenha fé em seu destino, porque ele é grande.


Você nasceu com faculdades inatas, aspirações infinitas, e a eternidade lhe é dada para desenvolver umas e satisfazer outras.


Crescer vida a vida, esclarecer-se pelo estudo, purificar-se pela dor, adquirir uma ciência sempre mais vasta, qualidades cada vez mais nobres.


Eis o que lhe está reservado.


Deus tem feito ainda mais por você.


Deu-lhe os meios de colaborar em Sua obra.


De participar na lei do progresso sem limites, abrindo novas vias aos seus semelhantes, elevando seus irmãos, atraindo-os a você, iniciando-os nos esplendores do verdadeiro e do belo e nas sublimes harmonias do Universo.


Não é isso criar, transformar almas e mundos?


E esse trabalho imenso, fértil em gozos, não é preferível a um repouso morno e estéril?


Colaborar com Deus!


Realizar em tudo e por tudo o bem e a justiça!


Que pode ser maior, mais digno ao seu Espírito imortal!


Eleve então seu olhar e abrace as vastas perspectivas de seu futuro.


Ponha nesse espetáculo a energia necessária para afrontar os ventos e as tempestades do mundo.


Marche, valente, lutador, suba a rampa que conduz aos cumes que chamamos virtude, dever, sacrifício.


Não se detenha no caminho para colher flores das moitas, para brincar com seixos dourados.


Para frente, sempre em frente!


Você vê, nos céus esplêndidos, esses astros flamejantes, esses sóis inumeráveis arrastando, em suas evoluções prodigiosas, brilhantes cortejos de planetas?


Quantos séculos acumulados não foram necessários para os formar!


Quantos séculos não serão precisos para os dissolver!


Bem!


Um dia virá em que todos esses fogos estarão extintos, em que esses mundos gigantescos se esvanecerão para dar lugar a novos globos, a outras famílias de astros emergentes das profundezas.


Nada daquilo que você vê hoje existirá mais.


O vento dos espaços terá para sempre varrido a poeira, esses mundos usados.


Mas você, você viverá, prosseguindo sua marcha eterna no seio de uma Criação incessantemente renovada.


Que serão então para sua alma purificada, engrandecida, as sombras e os cuidados do presente?


Acidentes efêmeros de percurso, não deixarão, no fundo da memória, mais do que tristes ou doces lembranças.


Diante dos horizontes infinitos da Imortalidade, os males do presente, as provas sofridas serão como uma nuvem fugitiva no meio de um céu sereno.


Meça então, em seu justo valor, as coisas da Terra.


Não as desdenhe, porque são necessárias ao progresso, e sua missão é de contribuir para o seu aperfeiçoamento pelo aperfeiçoamento de si mesmo.


Mas não prenda sua alma exclusivamente nisso. Antes de tudo, procure os ensinamentos que trazem.


Graças a eles, você compreenderá que os objetivos da vida não são os gozos, nem a felicidade, mas, acima de tudo, uma forma de trabalho, de estudo e de cumprimento do dever.


O desenvolvimento da alma, da personalidade que você reconhecerá além da tumba, tal qual a tem estado esculpindo, você mesmo, no curso de sua existência terrestre.





Redação do Momento Espírita, com base no item VII, do livro O porque da vida, de Léon Denis, ed. FEB. Disponível em www.momento.com.br.

Aprendendo com a morte - Momento Espírita




Aprendendo com a morte



Toda vez que se pensa na morte, imagina-se que é o outro quem vai morrer, não nós.


Mas, todos vamos morrer.


É o que existe de mais preciso.


Não importa se somos ilustres ou desconhecidos, que tenhamos muitos diplomas ou sequer tenhamos cursado o ensino fundamental.


Não importa se tenhamos estragado nossa vida, tornando-a quase insuportável, ou se a tornamos bela, harmoniosa.


Todos vamos morrer.


Mas, se isso é o que há de mais certo na nossa vida, por que tememos tanto a morte?


Segundo Léo Buscaglia, só tememos a morte quando não estamos vivendo.


Se estamos envolvidos no processo de vida, não vamos gritar, nem gemer.


Se tratamos bem as pessoas enquanto estavam ao nosso lado, na carne, nós as deixaremos morrer com dignidade, sem que tenham que se sentir culpadas porque morreram antes de nós.


A morte é um processo contínuo e belo da vida.


É uma boa amiga, pois nos diz que não temos para sempre e temos que viver agora.


Por isso, cada minuto é precioso.


E temos que viver conforme esta verdade.


Quando alguém está falando conosco, escutemos e não olhemos por cima do ombro para ver o que mais está acontecendo.


Usufruamos o momento.


Olhemos a pessoa nos olhos.


Ouçamos o que ela tem a dizer.


Pode ser que seja o seu último contato conosco.


E nos empenhemos em ouvir sua voz, gravando-a em nossa memória.


Assim, quando tivermos saudades do timbre daquela voz, poderemos amenizá-la, acionando os preciosos mecanismos cerebrais, escutando-a outra vez, na intimidade da alma.


A morte nos ensina que o momento é sempre agora.


É este o momento para pegar o telefone e ligar para a pessoa que amamos e dizer que a amamos.


É este o momento de atender o chamado do filho e observá-lo enquanto ele se balança no galho mais alto da árvore e, feliz, nos pergunta: Viu o que eu faço?


É o momento de pararmos de ler o jornal e almoçarmos com a família, de corpo e alma presentes.


Dar-se conta de que o filho está com o joelho machucado e perguntar onde foi que se esfolou.


Olhar para a esposa e fazer um carinho, dizer-lhe como, apesar dos anos, ela continua a namorada encantadora e porque, um dia, nos apaixonamos por ela.


A morte nos ensina que não temos a eternidade na Terra.


Ensina que nada aqui é permanente.


Ensina-nos a deixar as coisas terrenas, que não há nada a que nos possamos agarrar, senão aos sentimentos que nos acompanharão aonde formos.


A morte nos diz para olharmos hoje para o mar, com olhos de quem quer mesmo olhar o mar.


Encantar-se com o pôr do sol, reconhecendo que este pôr do sol, com estas tonalidades, jamais se repetirá.


Finalmente, a morte nos diz para vivermos agora, sem querer de forma ansiosa viver o momento seguinte, porque afinal, ninguém pode ter a certeza de que ele existirá para nós.


Este é um grande desafio.


Viver o instante presente, com toda intensidade, usufruindo todo o encanto, amor e ternura que ele nos pode oferecer.


*   *   *


O Mestre de Nazaré, ao prescrever a fórmula da felicidade para o homem, teve oportunidade de lecionar que não nos preocupássemos com o dia de amanhã, com o que haveríamos de comer ou de vestir.


Com isso, não estava ensinando imprudência ou descaso, mas nos dizendo exatamente isto: Usufrua o dia que o Senhor Deus te concede na carne.


Ama.


Trabalha.


Cresce, hoje, porque este é o dia melhor de toda a tua vida.




Redação do Momento Espírita, com base no cap. As crianças de amanhã, do livro Vivendo, amando e aprendendo, de Léo Buscaglia, ed. Nova Era.Disponível em www.momento.com.br.

Convite à Humildade - Joanna de Ângelis




Convite à Humildade


Joanna de Ângelis



Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.”(Mateus: capítulo 11º, versículo 28).


Os que são incapazes de consegui-la identificam-na como fraqueza.


Os pessimistas que chafurdam no poço do orgulho ferido e não se dispõem à luta, detestam-na, porque se sentem incapazes de possuí-la.


Os derrotistas utilizam-se da subestima para denegri-la.


Os fracos, falsamente investidos de força, falseiam-lhe o significado, deturpando-lhe a soberana realidade.


Porque muitos não lograram vivê-la e derraparam em plenos exercícios, desconsideram-na..


Ela, no entanto, fulgura e prossegue.


Sustenta no cansaço, acalenta nas dores, robustece na luta, encoraja no
insucesso, levanta na queda...

Louva a dor que corrige, abençoa a dificuldade que ensina, agradece a soledade que exercita a reflexão, ampara o trabalho que disciplina e é reconhecida a todos, inclusive aos que passam por maus, por ensinarem, embora inconscientemente, o valor dos bons e a excelência do bem.


Chega e dulcifica a amargura, balsamizando qualquer ferida exposta, mesmo em chaga repelente.


Identifica-se pela meiguice, e, sutil, agrada, oferecendo plenitude, quando tudo conspira contra a paz de que se faz instrumento.


Escudo dos verdadeiros heróis, tem sido a coroa dos mártires, o sinal dos
santos e a característica dos sábios.


Com ela o homem adquire grandeza interior, e considerando a majestade
da Criação, como membro atuante da vida, que é, eleva-se e, assim, eleva a
humanidade inteira.


Conquistá-la, ao fim das pelejas exaustivas, é lograr paz.


No diálogo entre Jesus e Pilatos, esteve presente no silêncio do Amigo Divino e ausente no enganado fâmulo de César...


Seu nome é humildade.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 28, p .25, 1972.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Auxílio e Orientação - André Luiz




Auxílio e Orientação

André Luiz


Quando o discípulo indagou do orientador quanto ao melhor conselheiro que devia buscar nas horas graves da vida, respondeu o mestre:


- Sim, meu filho, você disporá de muitos amigos e instrutores que lançarão luz em seu caminho, entretanto, o melhor conselheiro, aquele de que você realmente necessita, você o encontrará sempre na face de um espelho.


O Jovem desejou observar a marcha do rebanho, a fim de estudar-lhe o mecanismo.


Depois de verificar o carinho vigilante do pastor e reconhecer com que ternura cuidava da condução da pequena comunidade, compreendeu que cabia a cada ovelha caminhar com seus próprios pés.


A Palavra é a bússola de nossa alma, onde estivermos.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Endereço de paz. Cap.5, p.7.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Convite à Harmonia - Joanna de Ângelis



Convite à Harmonia


Joanna de Ângelis



“Pois toda criatura de Deus é boa e nada deve ser rejeitado, se é recebido com gratidão.” (1ª Epístola à Timóteo: capítulo 4º, versículo 4).


Como hábito, uma que outra vez com regularidade, altera o ritmo das atividades do quotidiano, a fim de haurires na comunhão da Natureza a necessária harmonia para o prosseguimento dos labores abençoados.


Uma evasão da cidade agitada na direção do bosque;


Uma excursão a um local bucólico e ameno;


Uma jornada aos campos dos arredores;


Uma caminhada pela orla marinha;


Um convescote à montanha...


Paisagens novas, inabituais à contemplação, ao exercício, à reflexão.


Neste recanto uma delicada flor oscilando em haste tênue;


do alto visão ampliada, superando detalhes e vencendo distâncias;


em volta o ar rarefeito, dúlcido, respirável;


pequenas boninas salpicando o verdor de todos os tons;


o pulsar do corpo gigante do mar;


búzios e algas variados pelas praias, despertando atenção; painéis coloridos, variados, o céu, o sol, a vida...


Detém-te um pouco a considerar a harmonia que palpita em toda parte, ausculta o coração da Natureza, deixa-te arrastar.


Refaze programações, renova o entusiasmo, desasfixiando-te, eliminando tóxicos, miasmas que te excitam no dia-a-dia ou te entorpecem na maior parte das horas...


Faze, porém, tua busca de harmonia com simplicidade.


Nada de complexas, exaustivas arrumações: barracas, farnéis, guloseimas, isto, aquilo..


Algumas horas nada são.


Não devem ser complicadas, de modo a não se converterem em nova inquietação, diferente ansiedade.


Se, todavia, acreditares não dispor de tempo, de oportunidade, de meios recurso nenhum, senão disposição,  abre a janela, à noite e fala às estrelas,
escuta os astros fulgurantes, harmoniza-te.


Harmonia é também pão e medicamento.


Não prescindirás dela se pretendes lograr êxito.


Mesmo Jesus, após as atividades de cada dia, ao lado dos amigos, refugiava-se, longe das multidões, no contato com a Natureza, orando, para  prosseguir em harmonia com o Pai. 


E como afirma Paulo que “toda criatura de Deus é boa”, mister se faz desdobrar essa natural bondade, a fim de que, em harmonia, tudo receba “com gratidão”.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 27, p .24-25, 1972.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Convite à Gratidão - Joanna de Ângelis




Convite à Gratidão

Joanna de Ângelis



“Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam.” (Lucas: capítulo 6º, versículo 28).


Por temperamento te retrais em muitas circunstâncias, quando deverias e poderias exteriorizar os sentimentos que portas.


Supões que todos marcham guindados à alegria, tão jubilosos se manifestam, que evitas traduzir os tesouros da boa palavra e da gentileza que se vão enferrujando por desuso nos cofres do teu coração.


Recebes dádivas, fruis oportunidades, recolhes bênçãos, acumulas favores, arrolas benefícios e somente uma formal expressão já desgastada de reconhecimento te escapa dos lábios.


Justificas-te no pressuposto de que retribuiste com a necessária remuneração, nada mais podendo ou devendo fazer.


Não há, porém, moeda que recompense uma noite de assistência carinhosa à cabeceira do leito de um enfermo.


É sempre pálido o pagamento material, passado o sacrifício de quem se nos dedicou em forças e carinho.


Mas o gesto de ternura, a palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afeto espontâneo são valores-gratidão que não nos cabe desconsiderar ou esquecer.


Em muitos profissionais deste ou daquele mister esfria-se a dedicação, substituida por uma cortesia estudada e sem vida, em conseqüência da ingratidão constante dos beneficiários das suas mãos e das suas atenções.


Acostumaram-se a ver no cliente de tal ou qual procedência apenas um outro a mais e se desvincularam afetivamente, por não receberem o calor humano do sentimento da gratidão.


Gratidão, como amor, é também dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.


A pétala de rosa espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.


Doa a tua expressão de reconhecimento junto aos que se tornaram frios e o teu amor aquece-los-á.


Batendo-se-lhes às portas da afetividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine em derredor deles e de ti mesmo, porqüanto a regra excelsa é bendizer até aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 26, p .23-24, 1972.

domingo, 27 de julho de 2014

Convite à Fraternidade - Joanna de Ângelis





Convite à Fraternidade

Joanna de Ângelis


“Ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo do médio, mas no velador.” (Mateus: capítulo 5º, versículo 15).


Abençoado pela oportunidade de progredir em regime de liberdade relativa, no corpo que te serve de esteio para a evolução, considera a situação dos que foram colhidos pelas malhas da criminalidade e expungem em regime carcerário os erros, à margem da sociedade, a benefício deles mesmos e da comunidade.


Visitá-los constitui dever impostergável.


Não é necessário que sindiques as razões que os retêm entre as grades ou no campo aberto das colônias agrícolas correcionais ou que te inquietes em face aos dramas que os sobrecarregam.


Há sim, alguns que são criminosos impenitentes, reincidentes, sem coração...


Doentes, portanto, psicopatas infelizes ou obsidiados atormentados, sem dúvida...


Outros, no entanto...


Mães que não suportaram os incessantes maus-tratos de companheiros degenerados;


Irmãos avassalados pelo que consideravam injustiças terríveis e não tiveram energias para superar o momento crítico;


Operários espezinhados que não dispunham de forças para vencer a crise;


Patrões ludibriados que tomaram a justiça nas mãos;


Jovens viciados por este ou aquele fator desequilibrante, que agiram atados sob a constrição de drogas ou paixões;


Homens e mulheres probos que foram surpreendidos pela infelicidade num momento de fraqueza;


Adolescentes ou anciãos que foram levados ao furto pela fome.


Quantas crianças, também, em Reformatórios, Escolas corretivas, porque não tiveram um pouco de carinho e desde cedo somente receberam reproche e desprezo social!


Podes fazer algo.


Tens muito para dar, especialmente no que diz respeito a valores morais e espirituais.


Confraterniza com eles e acende nas suas almas a flama do ideal imortalista, para que encontrem mesmo aí onde sofrem um norte que lhes constitua bússola e rota na imensa noite do desespero que sempre irrompe nas celas em que se demoram enjaulados por fora ou encarcerados por dentro.


Constatarás que ajudá-los é ajudar-se e ser fraterno para com eles é libertar-se de várias constrições que te inquietam, pondo a luz da tua fé no velador da fraternidade.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 25, p .22-23, 1972.

sábado, 26 de julho de 2014

Convite à Fidelidade - Joanna de Ângelis





Convite à Fidelidade

Joanna de Ângelis



“Mas o fruto do Espírito são a caridade, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade.” (Gálatas: capítulo 5º, versículo 22).


Ao sabor das emoções mudam de opiniões aqueles que não possuem forças morais capazes de se fixarem nos ideais de enobrecimento.


Irrefletidos, aderem às idéias em voga sem mais acentuado esforço de exame, de penetração, de amadurecimento. 


Sob estímulos novos, abandonam convicções e atitudes, transferindo-se mui facilmente de comboio, com preferência por aquele onde governa a insensatez.


Insatisfeitos aqui e ali em qualquer lugar, são instáveis emocionalmente.


Fidelidade! — eis o que escasseia nos diversos labores humanos.


Os ideais de elevação são sempre resistentes às transições e mutações dos homens, tempos e circunstâncias.


Daí se conhecerem os verdadeiros homens através da resistência com que sustentam os ideais, perseverando leais aos postulados abraçados, mesmo quando outros os abandonaram.


Indubitavelmente, desde que maiores e mais amplos esclarecimentos são conseguidos, pode o homem discernir com melhor acerto, sendo motivado a novos investimentos como a novas buscas.


Fundamentado na razão filtra as idéias do passado, renova-as, e desde que constate não resistirem ao escopro da lógica ou ao bisturi do bom-senso, estriba-se em conceitos outros, melhor urdidos e mais apropriados com que avança nos rumos do amanhã.


Ninguém pode viver realmente sem o estímulo e a sustentação de ideais superiores.


São eles o dínamo que vitaliza o progresso, a alavanca bem montada que impulsiona o ser e o mantém.


Antes que ruíssem impérios e civilizações, que tombassem vitimados pela leviandade e arbitrariedade os grandes homens, os ideais que os mantinham e estimulavam foram desprezados...


À medida que a volúpia desta ou daquela natureza, estruge no espírito invigilante e o domina, as fileiras dos lidadores das causas humanitárias se desfalcam.


Uns desertam por cansaço, dizem.


Outros fogem por saturação, explicam.


Diversos abandonam por falta de tempo, elucidam.


Alguns mudam para examinarem outros objetivos, justificam-se...


Sê fiel tu.


Abrasado pela fé, nas hostes espiritistas em que te encontras, ama, serve, passa, fiel a ti mesmo e a Causa, seja qual for o tributo que te vejas forçado pagar, devotado e leal até o fim.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 24, p .21-22, 1972.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Convite à Felicidade - Joanna de Ângelis





Convite à Felicidade

Joanna de Ângelis



“O meu reino não é deste mundo.”(João: capítulo 18º, versículo 36).



Desnecessária a fortuna a fim de frui-la.


Secundária a juventude de modo a gozá-la.


Dispensável o poder para experimentá-la.


A felicidade independe dos valores externos, sempre transitórios, sem maior significação, além daquela que se lhes atribuem.


Quando na velhice, o homem repassa as evocações, os sucessos e lamenta a juventude vencida.


Na enfermidade, considera os tesouros da saúde e sofre-lhe a ausência.


Diante da constrição da pobreza lembra as dádivas das moedas e experimenta amargura por não as possuir.


Sob condições de dependência, padece não ser forte no mundo dos negócios ou da política, deixando-se afligir desnecessariamente.


Acicatado por problemas morais, angustia-se ao verificar o júbilo alheio daqueles que transitam guindados a situações de destaque ou exibindo sorrisos de tranqüilidade.


Isto por ignorar o testemunho de aflição que cada um deve doar no panorama da evolução inadiável, de que ninguém se pode eximir.


Felicidade é construção demorada, que se realiza interiormente a tributo de laboriosa ação sacrificial.


Sem características externas, a seu turno, quando invade o ser, exterioriza-se qual luz brilhante aprisionada em redoma de delicado cristal...


Mesmo quando o homem consegue adicionar a juventude, o poder, a fortuna e a saúde aparente a felicidade não está implicitamente com ele.


Por essa razão, lecionou Jesus que o Seu Reino não é deste mundo, como a corroborar que a felicidade não pode ser encontrada na Terra, por ser ainda o Orbe o domicílio expiatório e de provações onde todos forjamos a felicidade real, que virá só futuramente.


Realiza o teu quinhão de dever com devotamento e faze sempre o melhor a fim de que o aplauso da consciência tranqüila te conduza ao pórtico da felicidade real.


Não te exasperes face à desdita aparente. 


Nem te apegues ao júbilo momentâneo também ilusório.


De tudo e todos os estados retira o proveito da aprendizagem e, assim fazendo, a pouco e pouco perceberás que a felicidade é conseqüência da autoiluminação libertadora, como decorrência do amor exercido em plenitude fraternal.



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Convites da vida, Cap. 23, p .20-21, 1972.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

O silêncio do servidor - Cezar Braga Said







O silêncio do servidor


Cezar Braga Said



O amor, devidamente compreendido, é a energia que nos diviniza, é o traço que nos liga ao Criador, impulsionando-nos a espalhar a Sua vontade pelo universo.  Camilo

Fonte:Educação e vivências, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.




Há exatos dois anos sua voz não mais se fez ouvir nos auditórios do Brasil e do mundo, em razão do acidente vascular cerebral que o vitimou. 


Mas, os livros psicografados, as histórias a seu respeito, as palestras e seminários gravados são ouvidos e estudados por toda parte.


Preces dos mais diversos lugares do globo se elevam em sua intenção de todos aqueles que, um dia, receberam os benefícios das suas palavras, um abraço festivo, um beijo na face, um sorriso de alegria.


Notícias chegam daqui e dali informando que é visto trabalhando ativamente no plano espiritual durante o sono, que segue fazendo palestras, conversando, aconselhando, ensinando e aprendendo, quando seu corpo se encontra adormecido.


Alguns amigos promovem encontros em benefício do Centro Espírita e da obra social que criou, junto com colaboradores anônimos, outros o convidam para participar de eventos onde autografa suas obras e é homenageado, com palmas demoradas e reconhecidas ao seu intenso e fecundo labor.


Amável e gentil, mesmo não podendo ainda movimentar plenamente o braço direito, estende a mão esquerda na direção de quem o busca e também conversa cada vez melhor, menos hesitante e com frases mais longas.


Continua em sua maratona de tratamentos, empenhando-se ao máximo para obter a melhora possível a alguém com as limitações temporárias que possui. 


Passo a passo, num exercício de paciência e recolhimento, sem perder a alegria que sempre o caracterizou, não recusa o desafio diário que a vida lhe trouxe, dando lições de otimismo e aceitação construtiva.


Afirma, sem nenhum receio, que se encontra num resgate, pois se vê uma alma endividada com as Leis Divinas. 


Não se vitima a fim de inspirar a comiseração alheia, nem lamenta o golpe recebido, ao contrário, coloca-se à disposição de Jesus para que Ele utilize suas faculdades como lhe aprouver e o guie pelos caminhos que desejar.


Segue médium, fazendo os registros e mantendo as percepções que sempre teve, anotando, com frequência, a presença do Espírito Camilo e de sua mãe, Dona Benedita.


Nos instantes em que nos encontramos, quando a visitação é possível, enlaça-nos no carinho da amizade forjada no ouro da ternura, da afabilidade e da doçura, vibrando com nossas pequenas conquistas e dando-nos da água viva dos seus exemplos cristãos, nesta hora de grandes testemunhos.


Não está exemplificando agora, pois sua vida e sua lida como cidadão, onde quer que estivesse, sempre foi correta e pautada nos ensinamentos de Jesus e Kardec, referências que adotou desde os albores da sua juventude. 



O que agora se dá são outras formas de testemunho e de aprendizado, para ele e para nós, que admiramos seu jeito de ser e de se entregar com fidelidade aos compromissos abraçados.


Seu silêncio é deveras eloquente para os que tenhamos ouvidos de ouvir, pois, assim como sua vida, ele é pautado num sentido de humanidade, nunca se colocando acima ou abaixo de ninguém, sempre recusando qualquer santificação ou idolatria, reconhecendo suas imperfeições, rindo e chorando como qualquer um de nós e nisso ele se torna grande, um gigante do bem, ensinando que é possível, mesmo com um passado obscuro, caminharmos para a luz, sermos luz.


Que o silêncio fecundo e repleto de ensinamentos que Raul Teixeira segue dando, nos remeta a Jesus, o Mestre incomparável que ele sempre divulgou, procurando compreender e viver, sem deixar de nos ajudar também a entender e a internalizar, pois nunca desejou crescer sozinho, mas em comunhão com seus irmãos, que somos todos nós.
                


Fonte

RAUL TEIXEIRA. Disponível em http://www.raulteixeira.com.br/noticias.php?not=327. Acesso: 23 JUL 2014.