sexta-feira, 31 de julho de 2015

Uma Luz - Maria Dolores






Uma Luz

Maria Dolores



Por vezes, tanto empeço na estrada,
Que indagas, coração, de alma desencantada,
Por que meios humanos prosseguir...
Entretanto, ergue a fronte, ao vasto firmamento,
Da nuvem mais pesada ou do céu mais cinzento
Uma luz há de vir...


Deus a ninguém esquece... Ante a sombra noturna,
Sem bússola na selva imóvel e soturna,
O viajor se detém, sem coragem de agir;
Pára, pensando em Deus... A névoa se condensa...
Mas a oração lhe diz, além da sombra imensa:
Uma luz há de vir...


Abate-se na mina a sinistra barragem,
Pedras, detritos e lama impedem a passagem,
Vozes clamam, no fundo, a gemer e a pedir;
Eis que a prece se eleva e, ao socorro da Altura,
Gritam vozes de irmãos, promovendo a abertura:
Uma luz há de vir...


É noite. Sobre o mar, há bulcões em batalha,
Relâmpagos relembram fogo de metralha
No trovão a rugir;
O barco, aos vagalhões, treme, estremece, estala
Pequena multidão, ora, espera e se cala...
Uma luz há de vir...


Desse modo, igualmente, alma fraterna,
Quando a prova por sombra te governa,
Qual noite que te oculta as visões do porvir,
Quando tudo pareça escuridão que avança,
Trabalha, serve, crê e ouve a voz da esperança:
Uma luz há de vir...




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Maria Dolores. Do livro: Maria Dolores.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Poema de Gratidão - Amélia Rodrigues





Poema de Gratidão


Amélia Rodrigues

Muito obrigado, Senhor, pelo que me deste, pelo que me dás!
Muito obrigado, pelo pão, pelo ar, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que meus olhos vêem no altar da Natureza!


Olhos que fitam o céu, a terra e o mar.
Que acompanham a ave fagueira que corre ligeira pelo céu de anil e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!


Muito obrigado, Senhor, porque eu posso ver o meu amor!
Diante da minha visão, pelos cegos, formulo uma oração.
Eu sei, que depois dessa lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Obrigado, pelos ouvidos meus, que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, as lágrimas que choram os olhos do mundo inteiro.


Diante de minha capacidade de ouvir, pelos surdos, eu Te quero pedir, eu sei, que depois desta dor, no Teu reino de amor, eles também ouvirão!


Muito obrigado, Senhor, pela minha voz!
Mas, também, pela voz que canta, que ensina, que alfabetiza, que canta uma oração e Teu nome profere com sentida emoção!


Diante da minha melodia, quero Te rogar, pelos que sofrem de afazia, pelos
que não cantam de noite e não falam de dia.
Eu sei, que depois desta dor, no Teu reino de amor, eles também cantarão!


Muito obrigado, Senhor, pelas minhas mãos!
Mas, também, pelas mãos que oram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de amor, mãos de caridade, de solidariedade.
Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesia, de cirurgia, de sinfonia, de psicografias...
Mãos que acalentam a velhice, a dor e o desamor!
Mãos que acolhem ao seio, o corpo de um filho alheio, sem receio.


Pelos meus pés, que me levam a andar sem reclamar.
Muito obrigado, Senhor, porque posso bailar!
Olho para a Terra e vejo amputados, marcados, desesperados, paralisados...
Eu posso andar!


Oro por eles!


Eu sei, que depois dessa expiação, na outra vida, eles também bailarão.
Muito obrigado, Senhor, pelo meu lar!
É tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão
um bangalô, seja lá o que for!


O importante, é que dentro dele exista amor!
O amor de pai, de mãe, de marido e esposa, de filho, de irmão...
De alguém que lhe estenda a mão, mesmo que seja o amor de um cão, pois, é tão triste viver na solidão!


Mas, se não tiver ninguém para me amar, um teto para me acolher, uma cama para me deitar...
Mesmo assim, não reclamarei, nem blasfemarei.
Simplesmente, direi:


Obrigado, Senhor, porque, nasci.
Obrigado, Senhor, porque, creio em Ti!
Pelo Teu amor, obrigado, Senhor!



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Amélia Rodrigues.



***



O poema de Gratidão, é antes de tudo, uma prece de agradecimento a Deus.


É o ser humano, expressando esse sentimento de forma bela e poética.


Ressalta com muita beleza, os atributos do espírito imortal, a se refletir no hoje e o quanto podem ser úteis, produzindo no campo do Bem e do Amor.


Evidencia que as mãos, em ações altruísticas e no trabalho edificante, são propulsoras do progresso e da evolução.


E, sobretudo, um hino magnífico, que exalta a reencarnação, abrindo perspectivas de esperança, de novas e sucessivas etapas através dos tempos, nas quais, os que sofrem, encontrarão a recompensa merecida.


Essa bela oração gratulatória do espírito Amélia Rodrigues, foi psicografada por Divaldo P. Franco, em Buenos Aires, Argentina, em 21 de Novembro de 1962, que passou a apresentá-la ao finalizar as suas palestras.

No momento de encerramento, quando Divaldo pronuncia as primeiras frases do poema, unem-se os pensamentos e vibrações do público presente e, como um majestoso concerto, seus acordes repercutem harmoniosamente, levando a mensagem de gratidão a Deus pela amplidão afora.



Suely Caldas Schubert

sábado, 25 de julho de 2015

Brilhe Vossa Luz - André Luiz





Brilhe Vossa Luz

André Luiz


Corre, incessantemente, o caudaloso rio da vida...


Iniciam-se viagens longas, embarca-se e desembarca-se, entre esperanças renovadas e prantos de despedida.


Viajores partem, viajores tornam.


Como é difícil atingir o porto de renovação!

*

Quase sempre, a imprevidência e a inquietude precipitam-se nas profundezas sombrias!...


Para vencer a jornada laboriosa, é preciso aprender com Alguém que foi o Caminho, a Verdade e a Vida.


Ele não era conquistador e fundou o maior de todos os domínios, 


não era geógrafo e descortinou os sublimes continentes da imortalidade, 


não era legislador e iluminou os códigos do mundo, 


não era filósofo e resolveu os enigmas da alma, 


não era juiz e ensinou a justiça com misericórdia, 


não era teólogo e revelou a fé viva, 


não era sacerdote e fez o sermão inesquecível, 


não era diplomata e trouxe a fórmula da paz, 


não era médico e limpou leprosos, restaurou a visão dos cegos e levantou paralíticos do corpo e do espírito, 


não era cirurgião e extirpou a chaga da animalidade primitiva, 


não era sociólogo e estabeleceu a solidariedade humana, 


não era cientista e foi o sábio dos sábios, 


não era escritor e deixou ao Planeta o maior dos Livros, 


não era advogado e defendeu a causa da Humanidade inteira, 


não era engenheiro e traçou caminhos imperecíveis, 


não era economista e ensinou a distribuição dos bens da vida a cada um por suas obras, 


não era guerreiro e continua conquistando as almas há quase vinte séculos, 


não era químico e transformou a lama das paixões em ouro da espiritualidade superior, 


não era físico e edificou o equilíbrio da Terra, 


não era astrônomo e desvendou os mundos novos da imensidade, enriquecendo de luz o porvir humano, não era escultor e modelou corações, convertendo-os em poemas vivos de bondade e esperança.


Ele foi o Mestre, o Salvador, o Companheiro, o Amigo Certo, 


humilde na manjedoura, devotado no amor aos infelizes, sublime em todas as lições, forte, otimista e fiel ao Supremo Senhor até a cruz.


Bem aventurados os seus discípulos sinceros, que se transformam em servidores do mundo por amor ao seu amor!


Valiosa é a experiência do homem, bela é a ciência da Terra, nobre é a filosofia religiosa que ilumina os conhecimentos terrestres, admiráveis é a indústria das nações, vigorosa é a inteligência das criaturas; maravilhosos são os sistemas políticos dos povos mais cultos, entretanto, sem Cristo, a grandeza humana pode não passar de relâmpago dentro da noite espessa.


“Brilhe a vossa luz”, disse o Mestre Inesquecível.


Acenda cada aprendiz do Evangelho a lâmpada do coração.


Não importa seja essa lâmpada pequenina.


A humilde chama da vela distante é irmã da claridade radiosa da estrela.


É indispensável, porém, que toda a luz do Senhor permaneça brilhando em nossa jornada sobre abismos, até a vitória final no porto da grande libertação.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Vida, Cap. 01, p.03-04.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Súplica - André Luiz






Súplica

André Luiz


Pai, acende a Tua divina luz em torno de todos aqueles que olvidaram a bênção nas sombras da caminhada terrestre.


Ampara aos que esqueceram de repartir o pão que lhes sobra na mesa farta.


Auxilia aos que não se envergonham de ostentar felicidade ao lado da penúria e do infortúnio.


Socorre aos que não se lembram de agradecer aos benfeitores que lhes apoiam a vida.


Compadece-te daqueles que dormiram nos pesadelos da delinquência, transmitindo herança dolorosa aos que iniciam a jornada humana.


Levanta os que olvidaram a abnegação no serviço ao próximo.


Apieda-te do sábio que ocultou a inteligência entre as quatro paredes do paraíso doméstico.


Desperta os que sonham com o domínio do mundo, desconhecendo que a existência no corpo físico é simples minuto entre o berço e o túmulo, à frente da imortalidade.


Ergue os que caíram vencidos pelo excesso de conforto material.


Corrige os que espalham a tristeza e o pessimismo.


Perdoa aos que recusaram a oportunidade de pacificação e marcham disseminando a revolta e a indisciplina.


Intervém a favor de todos os que se acreditam detentores de fantasioso poder e supõe loucamente absorver os juízos, condenando os próprios irmãos.


Acorda as almas distraídas que envenenam o caminho alheio, com a agressão espiritual dos gestos intempestivos.


Estende paternas mãos a todos os que olvidaram a sentença da morte renovadora da vida que a tua lei lhes gravou no corpo precário.


Esclarece aos que se perderam nas sombras do ódio e da vingança, da ambição desregrada e da impiedade fria, que se acreditam poderosos e livres quando não passam de escravos dignos de compaixão diante de teus desígnios.


Eles todos, Pai, qual já sucedeu a tantos de nós, são delinquentes que escapam aos tribunais da Terra, mas estão assinalados por tua justiça soberana e perfeita, por atos lamentáveis de deserção e indiferença, perante o Infinito Bem.


Assim Seja.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 21, p. 18.

domingo, 19 de julho de 2015

Profilaxia - André Luiz




" Devemos aprender a luarizar a nossa existência"...


Profilaxia

André Luiz


Se a maledicência visita o seu caminho, use o silêncio antes que a lama revolvida se transforme em tóxicos letais.


Se a cólera explode ao seu lado, use a prece, a fim de que o incêndio não se comunique às regiões menos abrigadas de sua alma.


Se a incompreensão lhe atira pedradas, use o silêncio, em seu próprio favor, imobilizando os monstros mentais que a crueldade desencadeia nas almas frágeis e enfermiças.


Se a antipatia gratuita surpreende as suas manifestações de amor, use a prece, facilitando a obra da fraternidade, que o Mestre nos legou.


O silêncio e a prece são os antídotos do mal, amparando o Reino do Senhor, ainda nascente no mundo.


Se você pretende a paz no setor de trabalho que Jesus lhe confiou, não se esqueça dessa profilaxia da alma, imprescindível à vitória sobre a treva e sobre nós mesmos.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 7, p. 08.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Você e os Outros - André Luiz






Você e os Outros

André Luiz


Amigo, atendamos ao apelo da fraternidade.


Abra a própria alma às manifestações generosas para com todos os seres, sem trancar-se na torre de falsas situações, à frente do mundo.


A pretexto de viver com dignidade, não caminhe indiferente ao passo dos outros.


Busque relacionar-se com as pessoas de todos os níveis sociais, erguendo amigos além das fronteiras do lar, da fé religiosa e da profissão.


Evite a circunspeção constante e a tristeza sistemática que geram a frieza e sufocam a simpatia.


Não menospreze a pessoa mau vestida nem a pessoa bem posta.


Não crie exceções na gentileza, para com o companheiro menos experiente ou menos educado, nem humilhe aquele que atenta contra a gramática.


Não deixe meses, sem visitar e falar aos irmãos menos favorecidos, como quem lhes ignora os sofrimentos.


Não condiciones as relações com os outros ao paletó e à gravata, às unhas esmaltadas e aos sapatos brilhantes, que possam mostrar.


Não se escravize a títulos convencionais nem amplie as exigências da sua posição em sociedade.


Dê atenção a quem lhe peça, sem criar empecilhos.


Trave conhecimento com os vizinhos, sem solenidade e sem propósitos de superioridade.


Faça amizades desinteressadamente.


Aceite o favor espontâneo e preste serviço, também sem pensar em remuneração.


Saiba viver com todos, para que o orgulho não lhe solape o equilíbrio.


Quem se encastela na própria personalidade é assim como o poço de água parada, que envenena a si mesmo.


Seja comunicativo.


Sorria à criança.


Cumprimente o velhinho.


Converse com o doente.


Liberte o próprio coração, destruído as barreiras de conhecimento e fé, título e tradição, vestimenta e classe social, existentes entre você e as criaturas e a felicidade, que você fizer para os outros, será luz da felicidade sempre maior, brilhando em seu caminho.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 6, p. 07.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mais Um Pouco - André Luiz





Mais Um Pouco

André Luiz


Quando estiveres à beira da explosão, na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.


Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.


Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á bênção de luz.


Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofreremos o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.


Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.


Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-nos-á alegria perene.


Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao nosso campo de ação.


Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.


Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar.


O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 5, p. 07.


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Tempo e Nós - André Luiz






Tempo e Nós

André Luiz


Você diz que não tem dinheiro para socorrer aos necessitados, mas dispõe de tempo para auxiliar de algum modo.


Você afirma que não pode escrever longa carta ao amigo que lhe pede conforto, mas dispõe de tempo para fazer um bilhete.


Você diz que não possui elementos para clarear o caminho dos que jazem no erro, mas dispõe de tempo a fim de articular algumas palavras, a benefício dos que se demoram na ignorância.


Você afirma que lhe falta competência, diante das tribunas edificantes, mas dispõe de tempo para essa ou aquela frase de esperança e consolo.


Você diz que não detém qualquer dom mediúnico que lhe garanta as atividades na sementeira do bem, mas dispõe de tempo, a fim de colaborar na assistência aos irmãos em obstáculos muitos maiores do que os nossos.


Você afirma que não retém bastante saúde para alentar essa ou aquela tarefa no bem aos outros, mas dispõe de tempo que lhe faculte ofertar migalha de gentileza no amparo aos semelhantes.


Você diz que caiu moralmente e não mais pode estender a luz da fé, mas dispõe de tempo para levantar e seguir adiante.


Você afirma que o companheiro é difícil de suportar, mas dispõe de tempo para renovar-lhe a maneira de ser, através dos seus próprios exemplos.


Você diz que a dificuldade é insuperável, mas dispõe de tempo a fim de contorná-la, atingindo a realização do melhor.


Você afirma que a sua felicidade acabou e estira-se na estrada, como se a sua provação fosse mal sem remédio...


Meu amigo observe o tempo, pense no tempo, aceite o tempo e agradeça ao tempo, de vez que o tempo recomeça a cada dia e todos nós, com a Bênção de Deus, tudo podemos recomeçar.




XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 4, p. 06.


terça-feira, 7 de julho de 2015

Caridade do Dever - André Luiz





Caridade do Dever

André Luiz


De quando a quando, troquemos os grandes conceitos da caridade pelos atos miúdos que lhe confirmem a existência.

*

Não apenas os fatos de elevado alcance e os gestos heróicos dignos da imprensa.


Beneficência no cotidiano.


Não empurrar os outros na condução coletiva.


Evitar os serviços de última hora, nas instituições de qualquer espécie, aliviando companheiros que precisam do ônibus em horário certo para o retorno à família.


Reprimir o impulso de irritação e falar normalmente com as pessoas que nada têm a ver com os nossos problemas.


Aturar sem tiques de impaciência a conversação do amigo que ainda não aprendeu a sintetizar.


Ouvir, qual se fosse pela primeira vez, um caso recontado pelo vizinho em lapso de memória.


Poupar o trabalho de auxiliares e cooperadores, organizando anotações prévias de encomendas e tarefas por fazer, para que não se convertam em andarilhos por nossa conta.


Desistir de reclamações, descabidas diante de colaboradores que não têm culpa das questões que nos induzem à pressa, nas organizações de cujo apoio necessitamos.


Pagar sem delonga o motorista ou a lavadeira, o armazém ou a farmácia que nos resolvem as necessidades, sem a menor obrigação de nos prestarem auxílio.


Respeitar o direito do próximo sem exigir de ninguém virtudes que não possuímos ou benefícios que não fazemos.

*

Todos pregamos reformas salvadoras.


Guardemos bastante prudência para não nos fixarmos inutilmente nos dísticos de fachada.

*

Edificação social, no fundo, é caridade e caridade vem de dentro.


Façamos uns aos outros a caridade de cumprir o próprio dever.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Apostilas da Luz, cap. 3, p. 05.