sábado, 31 de maio de 2014

Caminho da Autoiluminação - Joanna de Ângelis




Caminho da Autoiluminação

Joanna de Ângelis



O homem atinge um alto nível de evolução quando consegue unir o sentimento e o conhecimento, utilizando-os com sabedoria.


Nesse estágio é-lhe mais fácil desenvolver a paranormalidade, realizando o autodescobrimento e canalizando as energias anímicas e mediúnicas para o serviço de consolidação do bem em si mesmo e na sociedade.


O seu amadurecimento psicológico permite-lhe compreender toda a magnitude das faculdades parapsíquicas, superando os impedimentos que habitualmente se lhe antepões à educação.


Desse modo, a mediunidade põe-no em contato com o mundo espiritual de onde procede a vida e para a qual retorna, quando cessado o seu ciclo material, ensejando-lhe penetrar realidades que se demoram ignoradas, incursionando com destreza além das vibrações densas do corpo carnal.


O exercício das faculdades mediúnicas, no entanto, se reveste de critérios e cuidados, que somente quando levados em conta propiciam os resultados pelos quais se anelam.


A mediunidade é inerente a todos os indivíduos em graus de diferente intensidade.


Como as demais, é uma faculdade amoral, manifestando-se em bons e maus, nobres e delinqüentes, pobres e ricos.


Pode expressar-se com alta potencialidade de recursos em pessoas inescrupulosas, e quase passar despercebida em outras, portadoras de elevadas virtudes.


Surge em criaturas ignorantes, enquanto não é registrada nas dotadas de cultura.


É patrimônio da vida para crescimento do ser no rumo da sua destinação espiritual.


O uso que se lhe dê, responderá por acontecimentos correspondentes no futuro do seu possuidor.


Uma correta educação da mediunidade tem início no estudo das suas potencialidades: causas, aplicações e objetivos.


Adquirida a consciência mediúnica, o exercício sistemático, sem pressa, contribui para o equilíbrio das suas manifestações.


Uma conduta saudável calcada nos princípios evangélicos atrai os Bons Espíritos, que passam a cooperar em favor do medianeiro e da tarefa que ele abraça, objetivando os melhores resultados possíveis do empreendimento.


O direcionamento das forças mediúnicas para fins elevados propicia qualificação superior, resultando em investimento de sabor eterno.


Se te sentes portador de mediunidade, encara-a com sincero equilíbrio e dispõe-te a aplicá-la bem.


O homem ditoso do futuro será um indivíduo PSI, um sensível e consciente instrumento dos Espíritos, ele próprio lúcido e responsável pelos acontecimentos da sua existência.


Desveste-te de quaisquer fantasias em torno dos fenômenos de que és objeto e encara-os com realismo, dispondo-te a sua plena utilização.


Amadurece reflexões em torno deles e resguarda-os das frivolidades, exibicionismos vãos, comercialização vil, recurso para a exaltação da personalidade ou das paixões inferiores.


Sê paciente com os resultados e perseverante nas realizações. Toda sementeira responde à medida que o tempo passa.


A educação da mediunidade requer tempo, experiência, ductibilidade do indivíduo, como sucede com as demais faculdades e tendências culturais, artísticas e mentais que exornam o homem.


Quem seja portador de cultura, de bondade e sinta a presença dos fenômenos paranormais, está a um passo da realização integral, a caminho próximo da auto-iluminação.




Franco, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra Momentos de Iluminação. Salvador, BA: LEAL.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Caminhos do Coração - Joanna de Ângelis





Caminhos do Coração

Joanna de Ângelis


Multiplicam-se os caminhos do processo evolutivo, especialmente durante a marcha que se faz no invólucro carnal.


Há caminhos atapetados de facilidades, que conduzem a profundos abismos do sentimento.


Apresentam-se caminhos ásperos, coalhadas de pedrouços que ferem, na forma de vícios e derrocadas morais escravizadores.


Abrem-se, atraentes, caminhos de vaidade, levando a situações vexatórias, cujo recuo se torna difícil.


Repontam caminhos de angústia, marcados por desencantos e aflições desnecessárias, que se percorrem com loucura irrefreável.


Desdobram-se caminhos de volúpias culturais, que intoxicam a alma de soberba, exilando-a para as regiões da indiferença pelas dores alheias.


Aparecem caminhos de irresponsabilidade, repletos de soluções fáceis para os problemas gerados ao longo do tempo.


Caminhos e caminhantes!


Existem caminhos de boa aparência, que disfarçam dificuldades de acesso e encobrem feridas graves no percurso.


Caminhos curtos e longos, retos e curvos, de ascensão e descida, estão por toda parte, especialmente no campo moral, aguardando ser escolhidos.


Todos eles conduzem a algum lugar, ou se interrompem, ou não levam a parte alguma...


São, apenas, caminhos: começados, interrompidos, concluídos...


*


Tens o direito de escolher o teu caminho, aquele que deves seguir.


Ao fazê-lo, repassa pela mente os objetivos que persegues, os recursos que se encontram à tua disposição íntima assinalando o estado evolutivo, a fim de teres condição de seguir.


Se possível, opta pelos caminhos do coração.


Eles, certamente, levarão os teus anseios e a tua vida ao ponto de luz que brilha à frente esperando por ti.


*


O homem estremunha-se entre os condicionamentos do medo, da ambição, da prepotência e da segurança que raramente discerne com correção.


O medo domina-lhe as paisagens íntimas, impedindo-lhe o crescimento, o avanço, retendo-o em situação lamentável, embora todas as possibilidades que lhe sorriem esperança.


A ambição alucina-o, impulsionando-o para assumir compromissos perturbadores que o intoxicam de vapores venenosos, decorrentes da exagerada ganância.


A prepotência anestesia-lhe os sentimentos, enquanto lhe exacerba as paixões inferiores, tornando-o infeliz, na desenfreada situação a que se entrega.


A liberdade a que aspira, propõe-lhe licenças que se permite sem respeito aos direitos alheios nem observância dos deveres para com o próximo e a vida; destruindo qualquer possibilidade de segurança, que, aliás, é sempre relativa enquanto se transita na este física.


Os caminhos do coração se encontram, porém, enriquecidos da coragem, que se vitaliza com a esperança do bem, da humildade, que reconhece a própria fragilidade, e satisfaz-se com os dons do espírito - ao invés do tresvariado desejo de amealhar coisas de secundário importância - os serviços enobrecedores e a paz, que são a verdadeira segurança em relação às metas a conquistar.


Os caminhos do coração encontram-se iluminados pelo conhecimento da razão, que lhes clareia o leito, facilitando o percurso.


*


Jesus escolheu os caminhos do coração para acercar-se das criaturas e chamá-las ao reino dos Céus.


Francisco de Assis seguiu-Lhe o exemplo e tornou-se o herói da humildade.


Vicente de Paulo optou pelos mesmos e fez-se o campeão da caridade.


Gandhi redescobriu-os e comoveu o mundo, revelando-se como o apóstolo da não-violência.


Incontáveis criaturas, nos mais diversos períodos da humanidade e mesmo hoje, identificaram esses caminhos do coração e avançam com alegria na direção da plenitude espiritual.


Diante dos variados caminhos que se desdobram convidativos, escolhe os caminhos do coração, qual ovelha mansa, e deixa que o Bom Pastor te conduza ao aprisco pelo qual anelas.



Franco, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Da obra: Momentos de Iluminação .Salvador, BA: LEAL.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Compaixão - Joanna de Ângelis




Compaixão

Joanna de Ângelis



Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da compaixão.


Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não perceber os sofrimentos do seu próximo.


Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de poupar-se a maior soma de dores.


Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas, insignificantes.


Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança para a impiedade e até para o crime.


Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores, tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade.


Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus.


No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas.


A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição.


É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.


O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os indivíduos.


A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da experiência humana.


É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas.


Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.


Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar os sentimentos inferiores e a abrir o coração.


Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la.


O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta.


Expandir esse sentimento é dar significação à vida.


A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia.


Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última apenas se apiada.


Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos.


Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais.


Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.


Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Da obra: Responsabilidade.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Conselhos Simples - Marco Prisco




Conselhos Simples

Marco Prisco



"A revolução que se apresta é antes moral, do que material." (Alan Kardec, E.S.E., Cap.1 - Item 10.)



Utilize as horas com moderação, realizando cada tarefa por sua vez, sem interrupção.


Trabalho continuado - rendimento vultuoso.

*

Modifique, sem mais tardança, o conceito negativo a respeito de quem você conheceu num momento infeliz.


A opinião má que se renova contribui para a sementeira da fraternidade.

*

Antes que os labores diurnos o surpreendam, realize no leito a comunhão com o Senhor, através da meditação.


O homem mantém a comunicação com o Pai Celeste pelos invisíveis fios do pensamento.

*

Resguarde-se da enfermidade, cultivando a higiene mental.


Mente asseada - corpo equilibrado.

*

Recolha, em cada dificuldade, a mensagem oculta de advertência para a vida.


Obstáculo vencido - aprendizagem inesquecível.

*

Acomode-se ao temperamento alheio, vencendo as imposições do instinto, quando a serviço do auxílio.


Quem relaciona dificuldades não dispõe de tempo para ajudar.

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Receba o intrujão com delicadeza, expondo-lhe a verdade sem arrogância deliberada.


Todo usurpador se transforma em algoz de si mesmo.

*

Precavenha-se da agressão do ódio, pelo exercício do amor.


A constância no bem imuniza o homem contra o contágio das misérias morais.

*

Aceite o sofrimento como fenômeno natural da experiência evolutiva.


A enfibratura moral consolida-se no fragor das batalhas diárias.

*

Repare a terra submissa e boa, sulcada pelo arado para a dádiva do pão.


Aprenda com ela a lição da humildade e deixe que o Agricultor Compassivo transforme sua vida num seminário de amor para o bem de todos.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Marco Prisco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão. 4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Terapia da Oração - Joanna de Ângelis




Terapia da Oração

Joanna de Ângelis


Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.


A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.


Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.


A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.


O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução.


Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.


*


O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.


A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.


A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.


Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.


Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.


*

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.


O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.


Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.


Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo.


Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.


A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.


Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.


Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra: Momentos Enriquecedores. Salvador, BA: LEAL, 1994.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Teoria e Prática - Joanna de Ângelis




Teoria e Prática

Joanna de Ângelis



O conhecimento liberta da ignorância.


Todavia, somente a sua aplicação liberta do sofrimento.


Há uma expressiva diferença entre a teoria e a prática, em todos os segmentos da humanidade.

*

A teoria ensina.


Porém, a prática afere-lhe o valor.


Não basta saber. É imprescindível utilizar o que se conhece.


O conhecimento, em verdade, amplia os horizontes do entendimento.


Não obstante, a sua aplicação alarga as paisagens da vida.


A mente conhecedora deve movimentar as mãos no uso desses valiosos recursos.


*

O conhecimento de importância é aquele que pode mover essas conquistas em favor do bem do seu possuidor, assim como do meio social onde este se encontra.


Nula é a informação que não produz bênçãos, nem multiplica as disposições da pessoa para a ação útil.


*


Conhecendo saberás que a tua renúncia auxilia a comunidade, sem que esperes a abnegação dos outros a teu benefício.


O conhecimento superior estimula à imediata atividade.


Acumular informações sem finalidade prática, transforma-se em erudição egoísta que trabalha em benefício da presunção.


*


Tens a obrigação de conhecer para viver.


Simultaneamente, deves viver praticando os salutares esclarecimentos que armazenas, contribuindo para uma existência realizadora, humana e feliz.


*

Quando leias, exercita a praticidade do contributo cultural que assimilas.

O tempo urge, e as oportunidades de aplicação constituem tuas chances de progresso como de paz.

*

Conta-se que célebre monge budista, estudando algumas suras, descobriu que se não devia utilizar da pele de animais para conforto pessoal.


De imediato, levantou-se do catre e dali retirou o couro de um urso que lhe servia de apoio macio sobre as ripas da enxerga áspera.


Prosseguindo a leitura, porém, encontrou assinalado que, no entanto, se poderia usar a pele dos animais, quando se estivesse enfermo, esquálido ou envelhecido, a fim de ter diminuídas as penas e dores.


Ato contínuo, tomou da mesma com respeito, colocou-a no lugar de onde a retirara, sentou-se sobre ela e continuou a ler...


Conhecimento que não transforma em utilidade, pode ser qual "sepulcro caiado por fora", ocultando vérmina e morte por dentro, responsável pelo bafio do orgulho e da ostentação.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra Momentos de Felicidade. 2a edição. Salvador, BA: LEAL, 1990.

domingo, 25 de maio de 2014

Auto-Encontro - Joanna de Ângelis




Auto-Encontro

Joanna de Ângelis



A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.


Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e, ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.


A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam á margem.


Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente.


Isto, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.


Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.


Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.


Hoje, mais do que antes essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que, enquanto escasseiam o equilíbrio individual e coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.


Se de fato andas pela conquista da felicidade, tenta o auto-encontro.


Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o teu ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.


Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.


Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.


Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das idéias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.


Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal das próprias construções mentais anteriores.


A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do autodescobrimento, da realização interior.


Nessa façanha verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.


Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânino, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.


Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.


Terminarás por te venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.


Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.




Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra: Momentos Enriquecedores.  Salvador, BA: LEAL, 1994.

sábado, 24 de maio de 2014

Amigo Ingrato - Joanna de Ângelis




Amigo Ingrato

Joanna de Ângelis


Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.


Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.


Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.


Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.


Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.


Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.


Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.


Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.


Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.


*

Não te desalentes!


O mundo é impermanente.


O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.


As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.


*

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.


Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.


Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.


Persevera, tranqüilo!


Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.


Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.


Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.


*

Não lhe guardes rancor.


Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.


Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar.


Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.


Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.




FRANCO,  Divaldo Pereira  pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra: Momentos de Felicidade. Salvador, BA: LEAL.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ação da Amizade - Joanna de Ângelis



Ação da Amizade

Joanna de Ângelis



A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.


A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.


Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.


Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!


O egoísmo afasta as pessoas e as isola.


A amizade as aproxima e irmana.


O medo agride as almas e infelicita.


A amizade apazigua e alegra os indivíduos.


A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.


Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.


Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.


Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.


Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.


Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.


Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.


Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.


A amizade é fácil de ser vitalizada.


Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.


Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.


Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.


A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Da obra: Momentos de Esperança. LEAL.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Espiritismo - André Luiz







Espiritismo


André Luiz



Espiritismo não é apenas o consolador da Terra. 

É o renovador do "eu".


Não constitui somente a iluminação das massas. 


É lâmpada acesa para o coração do homem.



Não é simplesmente Boa Nova no espírito popular.



É nova mensagem de redenção para o indivíduo.



Não é apenas a fonte miraculosa da graça.



É campo de esforço próprio.



Não é somente a técnica de salvação para todos.



É o processo de solução exata aos problemas de cada um.



Não se resume a palácio de princípios sublimes no corpo ciclópico do século.



É caso de trabalho regenerador para cada dia.



Não representa simplesmente a usina poderosa impulsionando a ascensão coletiva.



É motor destinado à elevação pessoal.



Não está circunscrito ao santuário da esperança reconfortante.



É esfera de serviço ativo da nossa redenção individual no supremo bem.



O Espiritismo não é uma religião como outra qualquer, mas sim um método de viver.





VIEIRA, Waldo pelo Espírito André Luiz.