quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Civilização com Jesus - Emmanuel

 



Civilização com Jesus

Emmanuel


Comumente surpreendemos muitos companheiros que falam de renovação do trabalho, solicitando reformas violentas, como se todos os seus contemporâneos estivessem no grau de cultura intelectual em que já se encontram. 


Entretanto, se fossem recenseados entre aqueles irmãos da Humanidade que apenas guardam consigo, por enquanto, leves traços de alfabetização imperfeita, decerto que não se alegrariam em se vendo arrastados pelo vento da transformação para facearem sem preparo justo determinadas empresas de realização e serviço.


***

Muitos se referem aos problemas sociais exigindo medidas drásticas que consagrem novos tipos de relacionamento humano.


Todavia, caso se vissem no lugar daqueles que foram mantidos desde a meninice nas sombras da ignorância, não se agradariam ao se reconhecerem impulsionados à força para experiências complexas e arriscadas, até agora inacessíveis ao entendimento geral.


***

Reportam-se outros muitos a diferentes condutas de economia, qual se a administração dos interesses de milhões de pessoas devesse alterar-se de um instante para outro. 


No entanto, se fossem contados entre aqueles que muito pouco sabem, ainda, acerca de produção e disciplina, receita e despesa, em nada lhes adiantaria entrar em metamorfoses precipitadas, que talvez unicamente os induzisse a leviandade e perturbação.


***

Demoram-se muitos no exame da liberdade, rogando a independência imediata e sem freios para todas as criaturas, qual se a liberdade verdadeira não se baseasse no dever retamente cumprido. 


Mas, se vivessem nos obstáculos em que estacionam os espíritos inexperientes e inseguros, é possível que essa espécie de liberdade tão somente os levasse a sofrimento e loucura.


***

Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo.


Progresso espiritual não vem por osmose.


Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões.


Amemo-nos para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos outros.


***

A civilização com Jesus, por mais ampla na conceituação em que se defina, resumir-se-á sempre em quatro itens:


evolução sim;

violência não;

solidariedade primeiro;

educação sempre.



A Resposta de Emmanuel 

(referente à mensagem acima)


Vários assuntos foram debatidos numa das reuniões públicas de Uberaba. 


Aberto “O Livro dos Espíritos” caiu a questão 790 que trata dos problemas da, Civilização. 


Feitos os comentários, Emmanuel psicografou uma mensagem pelas mãos de Chico Xavier que no-la enviou, escrevendo-nos o seguinte:


“Passo-a às mãos com um apontamento que consideramos muito significativo.


É que, às despedidas, um grupo de oito pessoas, seis senhores e duas senhoras – não-espíritas, mas que se achavam presentes para observações, conforme nos explicaram – adiantou-me, que a mensagem lida em voz alta era uma resposta à inquietação deles, os elementos do grupo, já que haviam pedido em silêncio alguma coisa do Plano Espiritual sobre as reformas atuais do Mundo.”


O Respeito pelos Outros

Irmão Saulo


O processo civilizador é um esforço contínuo de aperfeiçoamento e adaptação. 


Os homens aperfeiçoam sua cultura pelas conquistas dos mais aptos e esclarecidos, mas, ao mesmo tempo, procuram adaptar a maioria menos apta às novas condições de vida que vão surgindo. 


O ímpeto dos vanguardeiros é contido pela inércia da massa. 


Quando se quer romper essa inércia e realizar mudanças violentas, surge a necessidade da coação e da subjugação. 


Cai-se inevitavelmente na contradição de suprimir os direitos da maioria a pretexto de libertá-la.


Civilizar é, sobretudo, humanizar. 


As maiorias menos capazes devem ser elevadas ao nível das minorias avançadas. 


Mas, se não levarmos em conta o fator tempo, a adaptação da maioria implicará largos períodos de desrespeito à sua condição e aos seus direitos, advindo injustiças e recém coletivos incalculáveis. 


Os esforços civilizadores entram no torvelinho do círculo vicioso, com a repetição dos erros que se pretendia eliminar. 


A História está repleta de exemplos desses retrocessos perigosos.


O processo civilizador do Cristianismo é espiritual e não material, porque o homem é espírito e não matéria. 


Seu objetivo não é a quantidade, mas a qualidade. 


Seu método não é massivo, mas coletivo, não opera em termos de massa, mas de coletividades.


A adaptação deve decorrer de estímulos e não de pressões. 


respeito pelos outros, tão pouco praticado até agora, é o cimento da construção do novo mundo. 


Daí a conclusão de Emmanuel: 


“a evolução estimulada pela solidariedade humana e pela educação, com exclusão da violência que pertence à barbárie, é o caminho único da Civilização com Jesus”. 


É o que lemos no item 790 de “O Livro dos Espíritos”: 

“O homem não passa subitamente da infância à maturidade”


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 33.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Ante o Aborto - Emmanuel




Ante o Aborto

Emmanuel


Na problemática do aborto imagina-te ansiando pelo ingresso em determinada oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de aperfeiçoamento e promoção.


Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança.


Em tudo, votos de paz e renovação aguardando o futuro.


Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento, incapaz de comandar a própria situação. 


Assemelhas-te ao enfermo exausto, sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a Sabedoria da Vida te confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e veneração.


Mentalizado semelhante painel, reflete no desapontamento e na dor que te tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de venenosos agentes químicos.


Nessas circunstâncias, que sentimentos te caracterização a reação?


*

Nesta imagem simples colocamos, do Lado Espiritual da Vida, a posição da criatura rejeitada a golpes e injúrias na passagem para o renascimento no Plano Físico.


*

Por mais pretenda basear-se em leis humanas de impunidade, o aborto sem apoio no impositivo de salvação da vida materna será sempre um erro deplorável, a seguir-se de consequências inquietantes e imprevisíveis.


*

Onde estiveres, na execução dos encargos que o mundo te deu, organiza os temas de sexo que te digam respeito, conscientizando as próprias responsabilidades no relacionamento com o próximo, segundo os princípios de compromisso, equilíbrio, controle e educação, nos vários graus de burilamento em que se nos orienta a vida afetiva, até que possamos penetrar com segurança nos domínios da sublimação. 


E conservamos a certeza de que também no sexo funciona a lei de causa e efeito, pela qual sempre recolhemos de volta aquilo que dermos ou impusermos aos outros.


Ainda assim, se um ser humano se te incorpora à existência humana, não o condenes à morte. 


Compadece-te do companheiro que se encontra contigo ou que se te vincula ao coração, por enquanto sem voz para defender-se. 


Além disso, é lícito considerar que se a criatura hoje ao teu lado te pede a bênção para nascer, transformando-se em motivo de preocupação ou desgosto, é possível que essa mesma criatura se te converta amanhã em base de sustentação e de alegria no caminho do amor, para a obtenção de mais luz.


 Matança dos Inocentes

Irmão Saulo


Chico Xavier conta-nos como foi recebida essa mensagem na reunião pública de 7 de março de 1972, em Uberaba. 


Eis as informações textuais que nos enviou:


“Duas senhoras se manifestaram desejosas de conhecer que opinião seria a dos amigos espirituais de sempre acerca do aborto.


E falaram com bastante conhecimento de causa sobre o que vai ocorrendo em outros países que se regem por leis diferentes das nossas. 


Outros temas sobre maternidade, filhos, familiares e vida doméstica afastaram o assunto inicial. 


Mas, no desenrolar das tarefas da noite, a pergunta que nos veio em “O Livro dos Espíritos”, para estudo, foi a que tem o número 358, e o problema do aborto voltou ao exame de todos os presentes. Ao término da reunião, Emmanuel escreveu a página que lhe entrego com estas noticias.”


Respondendo a pergunta 358, os espíritos afirmam, no livro citado, que o aborto é um crime, mas na pergunta seguinte fazem uma ressalva quando se trata de salvar a vida da mãe. 


Na mensagem de Emmanuel verificamos que o problema é colocado nesses mesmos termos. 


O sacrifício da criança que vai nascer só pode ter uma justificativa, a preservação da vida materna, naturalmente em casos extremos. 


Não há necessidade de argumentos metafísicos para se compreender isso. 


Um ser que nasce é um destino que se inicia na Terra. 


Seja glorioso ou não, segundo o juízo humano, esse destino, por mais obscuro, corresponde sempre a uma necessidade vital, a uma exigência da evolução.


Conta-nos o evangelista Mateus o episódio da matança dos inocentes em Belém, por ordem de Herodes, com o fim de aniquilar o mais glorioso destino que já se desenrolou na Terra. 


Foi uma tentativa de aborto após nascimento, pois, não tendo podido ordenar o aborto fisiológico, Herodes tentou o aborto histórico do destino do Cristo. 


Os inocentes sacrificados em Belém dão-nos a imagem brutal das consequências de cada crime dessa espécie para a humanidade.


Centenas de destinos que se ligavam ao do nascituro são afetados pelas mãos assassinas que o imolam.


Não faltaram nesse episódio evangélico os traços marcantes de cada crime de aborto praticado na Terra. 


Uma luz no céu anuncia o nascimento de Jesus. 


Os Reis Magos a seguem jubilosos através do deserto para verem a criança esperada, e levam a notícia a Herodes que devia também alegrar-se com ela. 


Um anjo avisa José e o manda fugir com Maria e a criança para o Egito. 


Herodes finge alegrar-se, mas ordena a matança. 


Cada nascimento na Terra é precedido sempre de uma luz no céu (que é o desígnio espiritual determinando a ocorrência), do júbilo dos que o aguardam – mesmo à distância, no deserto das provas e expiações do destino – da notícia levada aos que devem alegrar-se com ela e da presença do anjo que vela pelo inocente.


Mas, quando o crime do aborto é tentado ou se consuma, seus antecedentes são sempre os do fingimento e da astúcia, originados pelo egoísmo e o comodismo de Herodes. 


O anjo nunca deixa de avisar aos pais, tocando-lhes a consciência e o coração, ordenando-lhes a fuga, em defesa da criança, para longe das mãos assassinas que se aprestam para sacrificá-la. 


Alguns estudiosos do Evangelho desprezam essa alegoria, de Mateus. 


Mas o ensino espiritual que ela encerra bastaria para mostrar às consciências cristãs e espirituais do mundo – independente da veracidade histórica do episódio – que as advertências divinas nunca faltam na Terra aos que se deixam fascinar pelo canto da sereia das conveniências materiais.


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 31.



O Dr. Bernard N. Nathanson chegou a afirmar ter feito pessoalmente mais de cinco mil abortos. Até que surgiu a Ultrassonografia. O aparelho de Ultrassom foi a peça decisiva na mudança de vida do médico que, de maior abortista americano, passou a fazer parte do movimento pró-vida. Nesse trecho do vídeo ele apresenta, através de registros de Ultrassom, os movimentos do feto de 12 semanas, sendo cruelmente assassinado, se movimentando e resistindo aos golpes.




Filme baseado na obra de Luiz Sérgio, psicografado por Irene Pacheco Machado.

Luiz Sérgio é um jovem que desencarnou aos 23 anos.
No plano espiritual, é convocado a escrever livros e transmitir seu conhecimento aos irmãos encarnados.

Para tal tarefa, ele se une a uma equipe de mentores que trabalham no resgate de espíritos que se encontram nos umbrais.

Motivados por um amor incondicional, eles procuram resgatar todos aqueles que necessitam e querem ajuda para sair das inferiores condições que se encontram.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Doentes da Alma - Emmanuel



Doentes da Alma

Emmanuel


Existem doentes da alma, quanto existem enfermos do corpo.

***

Quando encontrares companheiros envolvidos na sombra do materialismo destruidor, ao invés de invectivá-los, compadece-te.


Cercados pela vida triunfante, do sol aos vermes e do lodo às estrelas, quantos se acham aparentemente desligados da ideia de Deus e trazem o coração em transitório desequilíbrio.


Se te hostilizam, silencia.


Se te provocam, abençoa.


Não lhes atires fel ao vinagre em que se lhes represa a existência.


Pensa nas dificuldades e lágrimas que os fizeram assim.


Considera, sobretudo, que não são indiferentes à fé porque o desejem.


***

Surpreendemos os que foram orientados na rebeldia, desde a primeira infância e não dispõem de facilidades imediatas para renovarem convicções; 


os que viram mentalmente espancados por desenganos e perderam a confiança em si próprios; 


os que se supunham superiores à Sabedoria Divina e quiseram subjugar os seus irmãos, caindo em amargas experiências que os constrangeram ao reconhecimento da própria pequenez que ainda não conseguem admitir; 


os que tiveram a casa visitada pela morte e se revoltaram contra as leis da Vida que lhes favorecem os entes amados com a libertação, antes que se lhes arrochassem as cadeias de sofrimento; 


os que estimariam poder transformar inconsideravelmente os princípios do Universo e se fazem adversários de Deus por não lhes ser possível o controle absoluto da Natureza e da Humanidade; 


e aqueles outros que se enredaram em laços de angústia e pranto, pretendendo a fuga dos recursos expiatórios que criaram para si mesmos, na liberação das próprias culpas.


***

Diante dos irmãos que a descrença domina, jamais acuses.


Sejam eles quem forem, abençoa-os e espera.


Não são passíveis de condenação ou censura. 


São enfermos da alma, portadores de estranha paranoia  de que a misericórdia de Deus os retirará.



Uma Aberração da Inteligência

Irmão Saulo


Ao enviar-nos mensagem recebida em reunião pública em Uberaba, escreveu-nos Chico Xavier: 


“Os temas e comentários da noite giraram em torno da questão nº. 147 de “O Livro dos Espíritos”. 


As opiniões eram as mais diversas com respeito aos nossos irmãos materialistas, mas no término das tarefas o nosso abnegado Emmanuel escreveu, por nosso intermédio, a página, que intitulou “Doentes da Alma”, de que lhe envio cópia".


A questão 147 refere-se ao problema do materialismo entre os especialistas em ciências médicas e estudos superiores em geral.


Na pergunta seguinte o assunto é desenvolvido e os Espíritos respondem que não são os estudos que produzem o materialismo, mas a vaidade humana. 


E no final da resposta Kardec acentua: 


Por uma aberração da inteligência há pessoas que só veem nos seres orgânicos a anão da matéria e a ela atribuem os nossos atos. 


Só viram no corpo humano a máquina elétrica.


Essa expressão de Kardec, ainda hoje criticada, é agora  plenamente confirmada pelo diagnóstico de Emmanuel: 


os materialistas são enfermos da alma, portadores de estranha paranoia. 


Aberração da inteligência ou enfermidade da alma são expressões que se equivalem. 


Mas por que esse rigor na apreciação do problema? 


Classificando-os assim, não menosprezamos e ofendemos os materialistas? 


Não se trata de uma coisa nem de outra, mas apenas de exame objetivo da situação. 


O Materialismo é considerado pelo Espiritismo como verdadeira ameaça à criatura humana, porque deforma a visão natural do homem e o precipita na cegueira espiritual.


O Materialismo nega a própria natureza humana que é espiritual e não material. 


Partindo dessa premissa falsa conduz o homem a uma atitude errônea diante da vida e do mundo. 


Bastaria isto para mostrar a sua origem patológica. R uma distorção da realidade. 


Hoje sabemos, pelas pesquisas antropológicas, etnológicas e sociológicas, que nunca houve na Terra um só povo ateu. 


O homem é naturalmente religioso, pois, como afirmou Descartes, traz a ideia de Deus em si mesmo. 


O Espiritismo nos mostra a existência da lei de adoração, lei natural que caracteriza a natureza humana. O materialismo nega essa lei e gera o desespero e a irresponsabilidade.


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 28.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Casa em Reforma - Emmanuel

 


Casa em Reforma

Emmanuel


Calamidades , flagelos, conflitos, lutas, provas!...


Os quadros do mundo moderno, porém, não expressam retorno ao primitivismo ou exaltação da animalidade.


Achamo-nos em plena via de burilamento e progresso.


A Terra assemelha-se hoje a casa em reforma.


Tudo ou quase tudo aparentemente desajustado para a justa rearmonização.


Na altura atual dos conhecimentos humanos não será recomendável uma revisão de valores por parte homem, considerando-se o homem na sua condição de espírito imperecível?


Conceitos enunciados pela civilização cristã, em quase vinte séculos, são agora testados, acordando as criaturas para a responsabilidade de viver nos padrões da imortalidade que nos é própria.


***

Desnível espiritual na família, criando perturbações, compelem aqueles que a integram para a conscientização da regra de ouro.


Abre-se mais amplamente a escola da experiência, a fim de que aprendamos a respeitar os entes queridos, tanto quanto anelamos ser respeitados.


Desentendimentos aqui e além requisitam a presença de construtores da segurança geral.


Matriculemo-nos na concorrência ao título de pacificadores.


Incompreensões se alongam em todos os caminhos, com acusações recíprocas entre grupos e pessoas.


Salienta-se o ensejo de mecanizarmos o perdão, imunizando-nos contra revide ou ressentimento.


A felicidade e a paz nos processos de vivência comum reclamam a abnegação de quantos se declaram a favor do mundo melhor.


Surpreendemos nisso expressivo concurso de valores pessoais, lançado aos cultivadores do bem, na base da legenda evangélica:


"Quem deseja ser o maior que se faça o servidor de todos".


***

Ergamo-nos para a vida sustentando a luz da esperança.


Evidentemente não temos a moradia planetária sob sentença de extermínio.


Continuamos todos resguardados pelo equilíbrio das leis universais.


O que existe presentemente na Terra é o chamamento cada vez mais vivo ao testemunho individual de compreensão e aperfeiçoamento, com multiplicadas oportunidades de trabalho em louvor de nossa própria renovação.



A Família está Crescendo

Irmão Saulo


Ao enviar-nos a mensagem “Casa em Reforma”, de Emmanuel, Chico Xavier nos conta o seguinte: 


“Foi recebida em nossa reunião pública. Em conjunto, estudávamos a questão 737 de “O Livro dos Espíritos”. 


O salão estava repleto de nossos irmãos procedentes de outras cidades. 


Antes da prece inicial o assunto dominante era a situação presente da Terra, com tantas crises e desarmonias a conturbá-la. 


Aberto o livro de Allan Kardec os comentários estenderam-se e o nosso Amigo da Espiritualidade escreveu a página de fé e otimismo que lhe envio às mãos”.


A questão 737 de “O Livro dos Espíritos”, colocada por Kardec, é esta:

 “Com que objetivo Deus castiga a Humanidade com calamidades destruidoras?” 


E a resposta dos Espíritos começa assim: 


“Para que ela avance mais rápido”. 


A seguir os Espíritos explicam o problema da evolução humana. 


Somos criaturas espirituais em desenvolvimento. 


Nascemos do princípio inteligente que é uma substância fundamental do Universo, e, à maneira da semente que germina na terra, germinamos e crescemos na carne.


Esse processo de desenvolvimento – que é o processo de criação explicado na Bíblia: 


Deus fez o homem do limo da terra – submete-nos a dificuldades e dores individuais e coletivas.


O homem, como adverte o cientista espírita inglês Sir Oliver Lodge, não é um ser acabado, mas ainda em formação. 


A nossa Humanidade Terrena é uma parcela mínima da Humanidade Cósmica. 


A Terra assemelha-se agora a uma casa que era habitada por uma família de cinco pessoas: pai, mãe e três filhos. 


Mas acontece que os filhos casaram e tiveram filhos, e que estes também cresceram e se multiplicaram. 


Para acomodar a todos é necessário reformar a casa, ampliá-la, melhorá-la. 


A população atual da Terra ultrapassa em número a soma de todas as populações anteriores que conhecemos. 


A família cresceu e os problemas aumentaram.


Mas tudo isso acontece porque o nosso Planeta está passando do plano inferior em que ainda se acha para um plano mais elevado; 


É a lei de evolução que se cumpre e não devemos dar ouvidos aos pregoeiros da destruição e da desgraça. 


É natural que nos inquietemos, mas não é justo que esqueçamos o Poder

Supremo que nos dirige. 


Confiemos em Deus e nos seus desígnios.


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 27.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Eles não Sabem - Maria Dolores



Eles não Sabem

Maria Dolores


Se alguém te fere a vida,

Olha a fonte que passa, coração,

Beijando a pedra imerecida

Que se lhe atira à face,

Como se nada houvesse e nada lhe alterasse

O serviço de amor na beleza do chão!



Aquele que te odeia ou te persegue,

Embora mostre um cérebro perfeito,

Não vê a sombra espessa em que se envolve

E a ferida mortal que traz no peito.


Quem te agrava ou injuria

A cruz de provação que carregas na estrada,

Não sabe quanta dor lhe virá, no futuro,

Da atitude impensada.


A pessoa que inveja

Não percebe que alenta, dia-a-dia

Escondido no próprio coração,

O veneno minaz que lhe furta a alegria.


Quem te condena as lutas em que choras

Desconhece, de todo,

Que abre para si mesmo, ante os campos da Terra,

Uma estrada de lodo!


Para ofensa que surja e ofensa que ressurja,

Perdoa, esquece e ampara, outra vez e outra vez.

O tempo restitui, em conta viva e certa,

Todo bem que se dá, todo mal que se fez!


Se alguém te fere a vida,

Olha a fonte que passa, coração,

Beijando a pedra imerecida

Que se lhe atira à face,

Como se nada houvesse e nada lhe alterasse

O serviço de amor na beleza do chão.



Se eles Soubessem

Irmão Saulo


Os poemas de Maria Dolores têm a simplicidade, a forma e o ritmo largo de Rodrigues de Abreu em “Casa Destelhada”. 


Para a poética atual são expressões do passado. 


Não usam figuras audaciosas, nem jogo de palavras ou subentendidos.


 Mas isso porque Maria Dolores não pretende fazer simplesmente poesia, muito menos a poesia de efeitos gráficos e, portanto, sensorial dos nossos dias. 


Longe de querer participar da chamada “poesia de vanguarda”., o que ela pretende é servir-se do verso espontâneo, quase na forma de prosa rimada, para comunicar-se com os homens e transmitir-lhes as suas experiências da vida espiritual.


O poema “Eles não sabem” é um belo exemplo disso. 


E se não tem atualidade poética, tem oportunidade ética. 


Publicamo-lo no momento certo, como um legitimo aparte do Além nos diálogos da Terra. 


E depois de lê-lo podemos replicar ao seu título com o título desta crônica. 


Sim, porque se eles soubessem – eles, os que ferem, injuriam, condenam, ofendem – “que o tempo restitui, em conta viva e certa, todo o bem que se dá e todo o mal que se fez”, certamente prefeririam a prática do bem.


Expressiva a maneira por que ela repete o ensino evangélico do perdoar, setenta vezes sete, acentuando: 


“Para ofensa que surja e ofensa que ressurja, perdoa, esquece e ampara, outra vez e outra vez..." 


Porque as ofensas surgem e ressurgem, sempre as mesmas, na boca dos que negam e acusam. 


Perdoá-las e esquecê-las é amparar os ofensores, evitando que eles se afundem na semeadura do joio.


A fonte que passa, cristalina, fecundando a terra e espelhando o céu, desvia-se da pedra que se Lhe atira à face e continua a cantar.


Se a fonte parasse, ofendida, para enfrentar a pedra agressiva, o seu curso benéfico seria interrompido sem nenhum resultado, pois as pedras surgem e ressurgem constantemente no leito das águas.


Chico Xavier segue o exemplo da fonte há quarenta anos. 


Os seus inimigos de sempre – e sempre gratuitos – repetem sem cessar as mesmas injúrias através do tempo. 


Mas Chico é a fonte que não pára, como se nada houvesse e nada o alterasse.


XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede  licença.  Espíritos Diversos, Cap 26.