quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Saúde e Equilíbrio - André Luiz

 

 



Saúde e Equilíbrio 

André Luiz


Para garantir saúde e equilíbrio, prometa a você mesmo: 


1- Colocar-se sob os desígnios de Deus, cada dia, através da oração, e sustentar a consciência tranquila, preservando-se contra ideias de culpa.


2- Dar o melhor de si mesmo no que esteja fazendo.


3- Manter coração e mente, atitude e palavra, atos e modos na inspiração constante do bem.


4- Servir desinteressadamente aos semelhantes, quanto esteja ao alcance de suas forças.


5- Regozijar-se com a felicidade do próximo.


6- Esquecer conversações e opiniões de caráter negativo que haja lido ou escutado.


7- Acrescentar pelo menos um pouco mais de alegria e esperança em toda pessoa com quem estiver em contato.


8- Admirar as qualidades nobres daqueles com quem conviva, estimulando-os a desenvolvê-las.


9- Olvidar motivos de queixa, sejam quais forem.


10- Viver trabalhando e estudando, agindo e construindo, no próprio burilamento e na própria corrigenda, de tal modo que não se veja capaz de encontrar as falhas prováveis e os erros possíveis dos outros.


XAVIER,Francisco Cândido Diversos Espíritos. Passos da vida pelo Espírito André Luiz,cap. XI, p.12.


terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Culpa - Emmanuel


 


Culpa

Emmanuel


Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma.

 *

E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.

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A feição do ímã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis que arroja de si mesma. 


É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade.

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Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência.

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Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra os outros.

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É que os reflexos de nossa defecção, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias, carreando para a acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando-nos em autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de nossas próprias culpas.

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É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica.

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A noção de culpa, com todo o séquito das perturbações que lhe são consequentes, agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região do corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso de que sejamos portadores.

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Toda deserção do dever a cumprir traz consigo o arrependimento que, alentado no espírito, se faz acompanhar de resultantes atrozes, exigindo, por vezes, demoradas existências de reaprendizado e restauração.

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Cair em culpa demanda, por isso mesmo, humildade viva para o reajustamento tão imediato quanto possível de nosso equilíbrio vibratório, se não desejamos o ingresso inquietante na escola das longas reparações.

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É por essa razão que Jesus, não apenas como Mestre Divino mas também como Sábio Médico, nos aconselhou a reconciliação com os nossos adversários, enquanto nos achamos a caminho com eles, ensinando-nos a encontrar a verdadeira felicidade sobre o alicerce do amor puro e do perdão sem limites.


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 XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e vida, FEB.


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Trabalho e Tempo - Emmanuel


Trabalho e Tempo 

Emmanuel


Trabalho e tempo estão intimamente associados.


A Sabedoria Divina estabeleceu concessão idêntica a todas as criaturas na Terra, em nos reportando à riqueza das horas.


Um mil e quatrocentos e quarenta minutos por dia: quota rigorosamente igual para qualquer pessoa domiciliada na Terra.


Anotemos que nada se fez e nem se faz no mundo sem tempo.


Um edifício qualquer é formado por recursos materiais condensados no tempo.


Determinada criação artística é o tempo do autor, materializando as suas próprias ideias.


Reflitamos na importância das horas e vejamos por nós mesmos em que se nos transforma o tempo, se em atividades que favoreçam ou prejudiquem aos outros ou a nós mesmos.


Comparando os minutos a metros de solo, é fácil verificar que estamos todos plantando destino no campo das horas.


Qual acontece na gleba comum, as nossas ações, recordando sementeiras, respondem com resultados consequentes.


Por isso mesmo, qual sucede no domínio das plantas, nossos atos produzem sempre, de acordo com a espécie dos propósitos a que se vinculam.


Observa, assim, cuidadosamente, o que fazes.


O tempo que se te fez oportunidade para efetuar aquilo ou isso também julgará o que fizeste.


Considerando isso, trabalha e não te omitas.


Agradece o tempo de que dispões e converte-o, tanto quanto possível, em progresso e sublimação, a dentro de ti mesmo.


Tempo é vida.


Evolução da vida é trabalho.


E a nossa vida, aqui ou alhures, será sempre aquilo que escolhemos e realizamos nas possibilidades de tempo que Deus nos concedeu.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.46.

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Pedras - Emmanuel




 Pedras 

Emmanuel


As dificuldades de qualquer natureza são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.


É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria.


Há diversos modos de considerar os obstáculos, removendo-os ou aproveitando-os.


O preguiçoso recebe os calhaus da luta e estende-se no caminho, sucumbido ao seu peso.


É o espírito desanimado, indolente e enfermiço.


O desesperado, em se sentindo sob os granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao viandante inocente ou à porta de companheiros inofensivos. 


É o espírito indisciplinado, renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou denegri-lo com atitudes impensadas ou levianas.


O homem inteligente, todavia, recebe as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração, recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à benemerência, em favor dele mesmo, e de quantos ao acompanham na marcha evolutiva.


Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo.


As pedras da incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos.


Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.35.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Na Terra - André Luiz

 


Na Terra 

André Luiz


Na Terra, Deus nos concede o corpo, através de pais amigos.


Cada um de nós se lhe faz inquilino temporário em regime de responsabilidade.

*

Deus nos proporciona a riqueza das horas pela contabilidade do Tempo.


Cada criatura, em momento oportuno, apresentará o relatório dos próprios dias.

*

Deus nos oferta os laços afetivos pelos princípios da afinidade.


Podemos valorizá-los ou não, conforme o nosso próprio arbítrio.

*

Deus nos concede a propriedade, por intermédio das leis organizadas pelos próprios homens.Daremos conta do usufruto respectivo.

*

Deus nos oferece as sementes pelos recursos da Natureza.


Plantio e colheita são sempre de nossa escolha.

*

Deus nos confia o dinheiro, através do trabalho ou da generosidade alheia.


Somos responsáveis pela aplicação da finança nos seja creditada.

*

Deus nos habilita para a eficiência com máquinas diversas, por meio da própria inteligência humana.


Compete a nós outros a programação e a condução delas.

*

Em suma, toda criação e doação das vantagens de que dispomos procedem de Deus.


Entretanto, é justo reconhecer que todos os êxitos e problemas da utilização pertencem a nós.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Vida em vida, autores diversos,p.33.


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Inferno Antes - Emmanuel

 



Inferno Antes 

Emmanuel


Reportar-se muita gente ao inferno, além do sepulcro, no entanto, é imperioso lembrar o inferno que nós mesmos criamos antes do berço.

*

Em verdade, se somos individualmente examinados depois do túmulo, não será lícito esquecer que a Justiça Divina nos observa igualmente em nossa expressão grupal.


Dessa forma, nas linhas da experiência doméstica, no campo da luta humana, quase sempre enxameiam, junto aos espíritos encarnados, aquelas almas desprevenidas que com eles se acumpliciaram na delinquência e que, em lhes precedendo os passos na viagem da morte, não se fizeram ausentes.


E o tempo, o juiz que premia méritos e retifica defeitos, reúne nas telas da vida espiritual antigos companheiros de viciação e de ignorância, investindo cada um na parcela de sofrimento, indispensável à precisa reparação.

*

Renteando com a morada terrena, dolorosos processos de purgação e acrisolamento aglutinam os seres imprevidentes que, tomados de aflição e loucura, suplicam a bênção da volta à carne, para o trabalho do recomeço.


Diante disso, o mesmo tempo, em nome de Deus, confere de novo aos desertores do bem a suspirada ocasião para o reajuste, orientando-lhes o retorno através de reaproximações gradativas.


Desse modo, pais e filhos, cônjuges e parentes, superiores e subalternos, irmãos e amigos renascem, uns ao lado dos outros, na hora justa, cada qual suportando o quinhão de dor regenerativa que lhes é adjudicado.


E enfermidades e provas, separações e amarguras, mutilações e desastres, aleijões e infortúnios surgem, portas adentro das instituições e dos lares, tanto quanto nos elos da consanguinidade e nos laços afetivos.

*

Fruto do passado delituoso a expiação pede a todos serenidade e renúncia para que o horizonte se aclare na recomposição do destino.

*

Saibamos render culto constante ao amor fraterno, auxiliando sem paga, porque somente construindo alegria dos outros é que edificaremos o caminho ditoso que nos liberte, enfim, das algemas da sombra para a bênção da luz.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.25.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Divina Conduta - Maria Dolores



Divina Conduta 

Maria Dolores


Esta singela narrativa

Ouvi de amado amigo – um gênio dentre os gênios –

História que ele arquiva

Em seus registros de milênios.

*

Um Espírito que, em si, já conquistara

Inteligência primorosa e rara

Manifestou anseio superior:

Desejou trabalhar junto ao Senhor,

Amá-lo, vê-lo e fruir-lhe a presença...

Para isso pediu aos Ministros da Lei

Que se lhe concedesse uma vida de rei.

Recebida a licença,

Fez-se na Terra um nobre soberano,

Foi grande, poderoso, justo e humano,

Mas, adstrito à própria posição,

Viveu atento à representação

Do povo que escolhera governar.

De volta ao Grande Lar,

Assim que o Mais Além se lhe descerra,

Subiu a conviver com benfeitores

Que haviam sido príncipes na Terra...

*

Mas, logo após, rogou aos Divinos Mentores

A graça de ser santo...

Tornou ao mundo transformado

Em famoso varão

Que só pensava em perfeição

Viveu de isolamento, entre prece e o jejum,

Sem se doar a mal nenhum;

No entanto, circunscrito

Às tradições da crença em que vivia,

Abandonando o corpo teve a companhia

De ilustrados teólogos do Além,

Mensageiros da Paz e Expoentes do Bem.

*

Decorrido algum tempo, ele quis ser um artista.

Voltou a Terra músico e pintor;

Foi um gênio a compor e recompor

Imagens de harmonia e poemas em cor.

Regressando ao Além, depois de longos dias,

A transportar consigo láureas resplendentes

Passou a respirar

No clima cultural de artistas eminentes.

*

Depois disso, por décadas afora,

De vida em vida, em largo itinerário,

Eis que a sede de Cristo mais se lhe aprimora...

Foi Escritor, Juiz, Cientista e Operário.

*

Mas um dia chegou em que ele disse:

- Senhor! Senhor! Tenho escolhido tanto,

Ignoro, porém, o que te agrade,

Dá-me agora, Jesus tua vontade,

Ensina-me o dever,

Para que eu seja o que preciso ser!...

*

Tempo vasto rolou nas vias do Infinito.

Quando voltou a renascer

Numa casa singela...

A vida lhe corria doce e bela

Quando os pais retornaram para o Além...

Os três irmãos do lar,

Consolidando a própria segurança,

Não se pejaram de o desvincular

Do direito de herança...

Ele não destacou qualquer reclamação,

Aprendera dos pais a ciência do bem.

Aceitou contas que jamais fizera

E compromissos que desconhecia,

Sem ferir ninguém.

*

Esqueceu todo o mal, buscando um novo dia,

Estudou, quanto pode, entre serviço e escola,

Fez-se negociante e depois lavrador,

Casou-se e converteu-se em pai guiado pelo amor,

Mas porque socorresse aos pobres e aos doentes,

A família insurgiu-se a golpes deprimentes...

*

A esposa sem razão

Permutou-lhe o carinho e a companhia

Por um homem tocado de ambição.

Ao vê-lo amargurado, em transes de agonia,

Os filhos declararam-no demente

E um processo instaurou-se de repente,

A julgá-lo incapaz de senso e direção.

Destituído e expulso do seu chão,

*

Não levantou a voz sequer

Para acusar os filhos e à mulher.

E prosseguiu servindo

Agia, sol a sol, por ínfimo ordenado,

Mas esparzindo sempre a riqueza do amor,

Onde surgisse algum necessitado.

*

Alcançou noventa anos de amargura

E nunca se queixou, nem se deu à secura...

Era sempre um amigo da alegria,

Criando paz e luz, bondade e simpatia.

*

Certa noite, sozinho,

O estimado velhinho.

Viu-se fora do corpo, ante a pressão da morte...

Procura na oração apoio que o conforte,

Mas isso um anjo posto à cabeceira,

Fala-lhe brandamente: - meu irmão,

Partamos para a vida verdadeira...

Ele escutou celeste cavatina

E, aflito, perguntou; que há que não entendo?

O Emissário aclarou: é a música divina,

Saudando um justo que acabou vencendo...

Entre assombro e receio, estranheza e torpor,

O pobre proferiu ansiosa indagação:

- Quem será esse justo, Deus de Amor?

*

O silêncio se fez qual se fosse de estalo.

Logo após, o velhinho, a chorar de emoção,

Viu que o próprio Jesus vinha buscá-lo...

Prosternado, gritou: Senhor, eu não mereço!...

Mas o Cristo avançou, estendo-lhe a mão...

*

Soluçando de amor e de alegria,

O pobre irradiou sublime claridade,

No entanto, nem notou que ele próprio trazia

No próprio coração, a estrela da humildade.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Maria Dolores. Vida em vida, autores diversos,p.14-16.


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Diálogo no Lar - Emmanuel

 


Diálogo no Lar 

Emmanuel


Destaca-se na atualidade terrestre a convivência por instrumento de harmonia nas relações humanas.

*

Entendimento de nação a nação, de grupo a grupo.

*

Raros companheiros, porém, reconhecem por enquanto a legitimidade da indicação para a segurança doméstica.

*

Temos no mundo a escola em que se verifica a administração do ensino, entre professores e alunos; 


o foro para a troca de alvitres, entre magistrados e os que recorrem à justiça; 


consultório para o intercâmbio de informações entre o médico e o doente; 


o mercado destinado aos ajustes recíprocos, nos domínios da oferta e da procura.

*

Porque não manter no lar o ponto de encontro dos corações que compõem a equipe familiar?

*

Observa a importância da palavra compreensiva e oportuna, quando funciona em teu benefício, na solução dos empeços da vida, e não sonegues em caso o pagamento do imposto verbal do amor que todos devemos uns aos outros, no instituo da evolução.

*

Não importa a idade física de teus filhos ou tutelados.

*

Ausculta-lhes as tendências e aspirações, oferecendo-lhes na frase amiga a luz de tuas próprias experiências, de modo a auxiliá-los, tanto quanto possível, a sentir raciocinando e a discernir o rumo exato que se lhe descerre à frente, nas sendas que lhes caiba trilhar.

*

Não importa que teus pais ou orientadores, em família, se mostrem nessa ou naquela posição diferente, no calendário que rege a existência corpórea.

*

Anota-lhes os pontos de vista e dá-lhes no veículo do carinho e do respeito quanto sabes e apenas de melhor, relativamente aos problemas da vida, para que semelhantes valores se lhes incorporem ao patrimônio espiritual.

*

Todavia, não deixes o diálogo amigo tão-somente para os dias de aflição, quando a crise haja surgido, estabelecendo desastre e sofrimento nos trilhos da experiência doméstica. 

*

Mantém o hábito de conversar frequentemente com os seres amados, praticando a caridade da cortesia e da tolerância, e reconhecerás sem dificuldade que, muitas vezes, alguns simples minutos de diálogo afetuoso, na paz do cotidiano, conseguem realizar verdadeiros prodígios de tranquilidade e segurança, francamente inabordáveis por longos e longos meses de azedume ou de discussão.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.13.



terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Desigualdade - Emmanuel

 


Desigualdade 

Emmanuel


Estudando o problema da desigualdade no campo da vida humana, mentalizemos grande oficina destinada à produção de reconforto e progresso.


Todos os servidores são aí admitidos em bases iguais, no capítulo do direito.


Todavia, no recinto consagrado às obrigações que o regulamento lhes traça, entrega-se cada grupo a diverso procedimento.


Aqui vemos aqueles que, ao invés de utilizarem o instrumento que a administração lhes confia, dele retiram peças valiosas com que se desmandam na prática da desesperação e da delinquência.


Além, encontramos trabalhadores desatinados que maldizem os tesouros do tempo, espalhando o pessimismo e a ociosidade, gerando indisciplina e perturbação.


Surpreendemos os que dilapidam os patrimônios da casa que lhes cabe prestigiar e defender, tanto quanto os que solapam os interesses morais do templo de trabalho que os recebeu para a extensão de valores e benefícios.


Decerto que a esses apenas adjudicar-se-á os vexames da dívida a que se empenham, de vez que a desigualdade infeliz com que assinalam a própria ficha não procede senão deles mesmos, nas lamentáveis diretrizes que adotam nas linhas da experiência.


Temos no estudo simples a imagem da própria Terra.


Cada espírito recolhe na Providência Divina o empréstimo do corpo e as possibilidades que lhe enriquecem o campo de luta para a edificação do progresso no santuário do bem, entretanto, se não atende as obrigações que a vida lhe preceitua, na esfera da ação correta perante as Divinas Leis, retardar-se-á no caminho, para corrigir impropriedades e desacertos ou reajustar atitudes e empreendimentos, através de reencarnações laboriosas e torturadas. 


Isso ocorre porque sendo o amor a essência da vida, a justiça é o instrumento que o veicula, consoante a Eterna Sabedoria que nos confere alegria ou dor, enfermidade ou saúde, queda ou ascensão, luz ou treva, segundo os resultados de nossas próprias obras.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.12.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Carta a Um Amigo na Terra - André Luiz

 


Carta a Um Amigo na Terra

André Luiz


Caro companheiro.


Você quer saber algo de sua verdadeira situação na Terra.


Compreendo.


Quando a pessoa entra nessa grande colônia de tratamento e cura, é convenientemente tratada.


A memória deve funcionar na dose justa.


É natural.


A permanência aí poderá ser longa e, por isso mesmo, certas medidas se recomendam em favor dos beneficiários.


Atende às instruções do internato e não se preocupe, em demasia, com os problemas que não lhe digam respeito.


Não se prenda aos seus apetrechos de uso e nem acumule utilidades que deixará inevitavelmente, quando as autoridades observarem você no ponto de retorno.


Se algum colega de vivência estima criar casos, esqueça isso. 


Não vale a pena incomodar-se .


Ninguém ou quase ninguém passa por aí sem dificuldades por superar.


Viva alegre, com a sua consciência tranquila.


Em se achando numa estância de refazimento, é aconselhável manter-se fiel à tarefa que a administração lhe confie.


Procure ser útil, deixando o seu lugar tão melhorado quanto possível, para alguém que aí chegue depois.


Quanto ao mais, considere você e os demais companheiros de convivência e necessidade simplesmente acampados, unidos numa instituição de tratamento oportuno e feliz.


Aí você consegue dormir mais tempo, distrair-se na sua faixa temporária de esquecimento terapêutico, deliciar-se com excelente alimentação, compartilhar de vários jogos e ensaiar muita atividade nobre para o futuro.


Aproveite.


O ensejo é dos melhores.


Descanse e reajuste as próprias forças porque o trabalho pra você só será serviço mesmo, quando você deixar o seu uniforme do instituto no vestiário da morte e puder regressar.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Vida em vida, autores diversos,p.06.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Contato Social - Emmanuel



 Contato Social 

Emmanuel


Não menosprezes o quadro de luta em que nasceste.


A sociedade humana é o filtro renovador do espírito que surge e ressurge na carne a fim de purificar-se e evoluir para a luz.


Seja onde for o ponto de ação em que te situas, deixa que o grande entendimento te inspire o caminho para que a bondade te sustente o roteiro.


Não te consagres à reprovação diante das faltas alheias, nem cultives o azedume à frente do mal.


Recorda que a Justiça Divina preside todas as ocorrências, operando as necessárias transposições no curso das horas, a fim de que todas as criaturas se ajustem ao destino que o mundo lhes assinala.


Os que hoje escapam deliberadamente ao dever de ajudar, voltarão amanhã com os tristes remanescentes da própria fuga para que lhes recapitulem os lances do aprendizado.


Não necessitas acusar o delinquente que te aflige a visão, porque o tempo gravará nele mesmo os dolorosos sinais da loucura a que se confia e nem te cabe criticar os afortunados que tripudiam, insensatos, no sofrimento dos infelizes, porquanto, mais tarde, envergarão a estamenha da angústia, restaurando a tranquilidade do próprio ser.


Lembra-te de que os revoltados regressarão ao palco da Terra, em dolorosas inibições para que aprendam a buscar o prazer de servir, e não olvides que a inteligência ingrata e escarnecedora retomará um corpo enfermiço em que a idiotia ser-lhe-á inquietante cadeia de temporária derrota.


Guarda a certeza de que o Senhor nos concede o contato social por lição sublime na escola da experiência.


Os ignorantes e os sábios, os melhores e os menos bons, os superiores e os subalternos, os familiares e os companheiros, as simpatias e os desafetos são recursos educativos, com que a infinita Bondade nos aprimora.


Arma-te de paciência e de amor e compadece-te de todos, auxiliando sem distinção.


Não violentes.


Não firas.


Não condenes.


Não amaldiçoes.


Cada qual de nós é peça importante na engrenagem da vida e o trabalho essencial que nos cabe fazer é justamente o do nosso próprio burilamento, de vez que, retificando em nós aquilo que nos aborrece nos outros, estaremos aperfeiçoando em nós mesmos os valores imperecíveis da evolução.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Vida em vida, autores diversos,p.10.


sábado, 17 de fevereiro de 2024

Retorno dos Habitantes da Cidade Estranha - Dra. Marlene Rossi Severino Nobre




Retorno dos Habitantes da Cidade Estranha

Dra. Marlene Rossi Severino Nobre



O artigo Cidade Estranha de Karl W. Goldstein, pseudônimo de Hernani Guimarães Andrade, publicado na Folha Espírita de janeiro de 1989, relata impressionante revelação feita pelo médium Xavier. 


Os habitantes da cidade estranha foram responsáveis pela liberação sexual do final dos anos 60 e de toda a década de 70, com repercussões decisivas na mudança dos costumes e do relacionamento humanos. 

Eis o artigo:


―Incapacitados de prosseguir além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando, entre si, a dominação da Terra. 


Conservam, igualmente, quanto ocorre a nos mesmos, largos e valiosos patrimônios intelectuais e anjos decaídos da Ciência, buscam, acima de tudo, a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária. (XAVIER, F.C. Libertação, pelo espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 1949, Capítulo 1, página 20).

 *

No Plano Astral Inferior — Em 1949, a Federação Espírita Brasileira lançou a obra intitulada Libertação, ditada pelo espírito André Luiz através da psicografia de Chico Xavier. 


Esse trabalho contém minucioso relato acerca das regiões umbralinas situadas no mundo Astral Inferior. 


Em obras anteriores, André Luiz já houvera também feito alusões a essas tenebrosas zonas purgatoriais existentes no Além.



Com o desenvolvimento da Transcomunicação Instrumental (TCI), efetuada por inúmeros investigadores nos EUA e principalmente na Europa, obtiveram-se interessantes revelações a respeito das paragens espirituais inferiores que confirmam e complementam as informações fornecidas por André Luiz, através da mediunidade do nosso querido Chico Xavier.


As primeiras alusões detalhadas, feitas por comunicadores espirituais, às zonas do Astral Inferior, obtidas através de instrumentos, encontram-se na obra de Friedrich Juergenson, intitulada: Sprechfunk Mit Verstorbenen (1967). 


Este livro foi vertido para o português e editado, em 1972, sob o título Telefone para o Além, pela Editora Civilização Brasileira.


No capítulo 20 do trabalho de Friedrich Juergenson, encontram-se interessantes descrições acerca do que ele chama de ―cavernas do submundo.


 Ei-las: 


―Depois me foi descrito o plano inferior, que abriga os representantes de pavorosas deformações do espírito humano. 


Tais deformações podiam assinalar-se como consequência direta da crueldade em geral, cuja força cega criou, dentro da plasticidade de fácil configuração da matéria das esferas sutis, regiões ocas, que os meus amigos chamam de cavernas. 


As ondas negativas de pensamento e emoções - sobretudo o pavor, a inveja, e o ódio — mediante a força do desejo e da imaginação, formam, facilmente, com a matéria astral, elementos que correspondem exatamente ao caráter desses impulsos emocionais.



O estado da coisa em si, ou seja, a formação do ambiente, parece processar-se de modo quase automático, independentemente portanto da vontade individual (Juergenson, 1972, páginas 80 e 81).



Os espíritos daqueles que sistematicamente praticaram o mal, exercendo a crueldade e vivendo à custa de atividades criminosas, ao morrer resvalam automaticamente para o interior dessas cavernas do Astral Inferior. 



Ali demoram anos e até séculos, engolfados em delírios horrendos e sofrendo terríveis torturas criadas por eles próprios, como consequência dos fatores ideoplásmicos criados pelas suas mentes enfermiças e maléficas.



Juergenson foi informado pelos seus amigos espirituais comunicantes, através de instrumentos eletrônicos, que sobrevieram mudanças significantes para os habitantes daquelas regiões tenebrosas. 


Essas mudanças têm ocorrido graças à ―propagação de ondas especiais de rádio. 


Tais ondas criadas no próprio Plano Astral, por técnicos desencarnados, ―atuam de forma estimulante sobre os encarcerados naquelas lúgubres cavernas.


Devido à sua natureza mecânica e impessoal, as referidas ―ondas‖ produzem um despertamento casual e passageiro nos espíritos em estado de intensa perturbação, facilitando o estabelecimento de um melhor contato com eles. 


Por essa razão, um certo grupo de espíritos resolveu irradiar uma onda especial de propagação, visando apressar o reerguimento dos referidos condenados.


Essa operação libertadora, cuja denominação é Despertar dos Mortos, tem um papel relevante.


Como diz Juergenson, embora possa parecer fantástico, tudo indica que ―a maioria dos mortos das regiões do Astral Inferior encontra-se em um estado de sono profundo, principalmente aqueles que tiveram morte violenta‖. (Ob. cit., p. 81).


A referida operação de ―despertamento equivale a uma intervenção psíquica — diz Juergenson — mediante a qual os adormecidos podem ser arrancados do jugo de seus pesadelos e obsessões.



Ele acrescenta o seguinte: 


―Esse sonho astral, que é uma espécie de tolhimento, é intensamente vivido pelos adormecidos como imaginação plástica fluídica, portanto como realidade objetiva.


Com o despertar, eliminar-se-ia uma parte das maiores dificuldades, pois então os mortos encontrariam aberto o caminho para os seus novos planos de existência em comunhão com almas humanas. (Ob. cit., p.81).


Essas operações de despertamento e resgate de entidades devedoras situadas nos abismos do Astral Inferior têm sido levadas a efeito há muitos milênios e por variadas formas. 


Incumbem-se delas os espíritos das esferas mais elevadas. 


Dessa forma, periodicamente, levas imensas de entidades espirituais são reinjetadas nas correntes da vida carnal, provocando mudanças profundas nos hábitos sociais, revoluções, guerras e também progresso, desenvolvimento cultural e técnico.


Os mentores espirituais, que orientam o processo evolutivo da humanidade, dosam sabiamente o ingresso dos ―ingredientes‖ espirituais na massa humana planetária, de maneira a obter-se, finalmente, algum progresso efetivo das criaturas.


Está claro que, concomitantemente, retornam novamente à esfera em que vivemos, também, aqueles espíritos missionários que se destinam a promover a elevação intelectual e moral dos homens, o desenvolvimento científico e tecnológico, a melhoria das condições de vida etc. 


Em contato com a influência desses seres superiores encarnados, as entidades inferiores devolvidas às correntes da vida carnal ganham certo aprimoramento, ao mesmo tempo em que contribuem para maior aperfeiçoamento dos espíritos missionários incumbidos de ensiná-los.


Tal processo de interação dialética vem se processando ao longo dos milênios, representando a paciente e sistemática forma como a Divina Consciência opera no sentido de levar as criaturas a máxima perfeição. 


Quem compulsar cuidadosamente a História, verificara a realidade dessas transformações periódicas; dos momentos de grandes crises, lutas e tragédias sociais, seguidas de progresso e revoluções nos costumes e comportamentos humanos. 


Esse atrito constante, gerador de altos e baixos, seguidos de mudanças e progresso, não ocorre apenas no total da humanidade.


Tal fenômeno manifesta-se, também particularmente, em cada setor da vida diária, nos países, nos estados, nas cidades, nos núcleos menores de atividade, nos lares e nos próprios pares de indivíduos.


Para termos uma ideia do preparo de uma operação de reciclagem de espíritos devedores, destinados ao reingresso nos circuitos da vida carnal, tomamos como exemplo um episódio que nos foi relatado, há trinta anos, pelo nosso caro amigo, o conferencista espírita Newton Boechat. 


Ei-lo:





A Cidade Estranha 



- Em 1959 ficamos conhecendo Newton Boechat. 


Ele acabara de findar um roteiro de palestras e, passando por São Paulo, aproveitou a oportunidade para visitar-nos, iniciando então um relacionamento amistoso conosco, o qual tem durado até os dias de hoje, cada vez mais firme e cordial.


Naquela ocasião ouvíamos, interessados, as informações muito atualizadas que Newton nos comunicava sobre o movimento espírita e, particularmente, a respeito de seu convívio com o grande médium de Pedro Leopoldo: Chico Xavier.


Newton Boechat esteve no IBPP, para uma breve visita, no dia 16 de janeiro de 1989, às 14 horas, em companhia do professor Apolo Oliva Filho e sua digna esposa, dona Neyde Gandolfi Oliva.


Naquela oportunidade, aproveitamos para relembrar nosso primeiro encontro ocorrido há trinta anos. 


Pedi ao Newton que tornasse a contar o episódio que lhe fora revelado por Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, e que ele me transmitira naquela ocasião em que nos vimos pela primeira vez.


Os que conhecem Newton são testemunhas da sua notável memória.


Aproveitamos, então para obter a gravação do seu depoimento e conservá-lo, mais fielmente, para a posterioridade e para os arquivos do IBPP. Eis uma súmula do que nos foi informado pela segunda vez:


Newton Boechat iniciou explicando que inúmeros fatos têm sido contados por Chico Xavier, em caráter íntimo, aos seus amigos e que, na ocasião, algumas vezes não era oportuna a sua revelação ao público. 


Entretanto, com o passar do tempo, tais confidências foram se tornando livres de censura e poderiam ser dadas a conhecer, sem quaisquer inconvenientes. 


Assim, por exemplo, quando Newton estivera com Chico Xavier, em 1947, na cidade de Pedro Leopoldo, o livro intitulado No Mundo Maior, tinha sido recentemente psicografado por aquele médium (mais precisamente, terminou de recebê-lo em 25 de março de 1947). 


Nesse livro há um capítulo versando sobre o sexo (cap.XI). 


Cerca de 30% da matéria deste capítulo, recebida psicograficamente, teve de ser suprimida, para não causar reações negativas, devido aos preconceitos ainda vigentes em nosso meio, naquela época. 


Somente mais tarde, puderam vir a lume livros que abordaram um tanto livremente as questões ligadas ao sexo.


Mas o episódio que Newton ficou sabendo, foi-lhe relatado justamente logo após Chico Xavier haver recebido o livro No Mundo Maior, aproximadamente há uns 41 anos atrás. 


Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, havia um bambuzal onde o médium costumava passear e conversar com os amigos que o procuravam. 


Foi ali que Chico revelou o caso ao Newton. 


Ei-lo:


Em um dos constantes desdobramentos astrais ocorridos com o nosso médium maior, durante o sono, Emmanuel conduziu o duplo-astral de Chico Xavier a uma imensa ―cidade espiritual‖, situada numa região do Umbral. 


Esta lhe pareceu extremamente inferior e bastante próxima da crosta planetária.


Era uma cidade estranha não só pelo seu aspecto desarmônico e antiestético, como pelas manifestações de luxúria, degradação de costumes e sensualidade dos seus habitantes, exibidas em todos os logradouros públicos, ruas, praças etc.


Emmanuel informou a Chico que aquela vasta comunidade espiritual era governada por entidades mentalmente vigorosas, porém negativas em termos de ética e sentimentos humanos. 


Eram esses maiorais que davam as ordens e faziam-se obedecer, exercendo sobre aquelas entidades um poder do tipo da sugestão hipnótica, ao qual tais espíritos estariam submetidos, ainda mesmo depois de reencarnados.


Pelas ruas da referida cidade estranha, desfilavam, de maneira semelhante a cordões carnavalescos, multidões compostas de entidades que se esmeravam em exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada. 


Os maiorais eram conduzidos em andores ou tronos colocados sobre carros alegóricos, cujos formatos imitavam os órgãos sexuais masculinos e femininos. 


Uma euforia generalizada parecia dominar aquelas criaturas, ou mais apropriadamente, assistia-se a uma ―festa de despedida‖ de uma multidão revelando a certeza da aproximação de um fim inexorável, que extinguiria a situação cômoda, até então, usufruída por todos. 


De fato, aqueles Espíritos, sem exceção, haviam recebido um aviso de que estava determinado, de maneira irrevogável, pelos Planos da Espiritualidade Superior, o seu próximo reingresso à vida carnal na Terra. 


A esse decreto inapelável não iriam escapar nem os próprios maiorais.


Alguns Anos se Passaram 


- O relato de Newton Boechat foi-nos transmitido aproximadamente dez anos depois do seu bate-papo com Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. 


Na ocasião em que o ouvimos, o fato causou-nos forte impressão e pudemos gravá-lo bem na memória. 


Cerca de doze anos se passaram depois que Newton nos fez esta revelação.


Lembramo-nos de que ainda trabalhávamos em uma Divisão do DAEE, em São Paulo. 


Um dos nossos colegas havia regressado de uma viagem de férias. 


Ele estivera nos países do norte da Europa e, surpreendidíssimo, vira em bancas de jornais, em algumas capitais, revistas pornográficas expostas à venda livremente. 


Impressionado com aquela novidade, ele adquiriu algumas revistas e trouxe-as, para mostrar aos amigos o que estava se passando naqueles países ―ultracivilizados. 


No dia em que o nosso colega recomeçou a trabalhar, ele nos mostrou as tais revistas.


Imediatamente lembramo-nos do episódio que nos fora relatado por Newton e, inadvertidamente, deixamos escapar uma expressão que nenhum dos nossos colegas entendeu:


―Oh! Eles já estão aí !. 


Realmente, percebemos imediatamente que aquelas revistas deviam ser um dos sinais típicos do reingresso daqueles espíritos que jaziam nas zonas do Baixo Astral, na corrente da vida terrena. 


Com eles viriam mudanças profundas nos costumes da humanidade: 
a licenciosidade; 
as músicas ruidosas e desequilibrantes; 
a rebeldia dos nossos filhos; 
a instabilidade das instituições familiares e sociais; 
e, finalmente, o que presenciamos, hoje em dia, com o recrudescimento da criminalidade e da insegurança, além do cortejo de outros inúmeros problemas com os quais se defrontam as criaturas humanas, neste atribulado fim de século.








"O que não podemos entender, confiemos em Deus. 
A ordem do mundo está sob as Suas mãos "



Conclusão 


É elementar, e poucos ignoram que a História da espécie humana apresenta-se pontilhada de períodos de grandes crises, seguidos de fases de prosperidade e reequilíbrio. 


É semelhante a uma sucessão de ciclos que se desenvolvem como uma espiral em constante ascensão. 


Há um lento progredir, apesar dos episódios negativos. 


Provavelmente os Planos Superiores da Espiritualidade velam pela humanidade, dosando sabiamente os ―ingredientes injetados na corrente da vida. 


A par dos espíritos rebeldes, reencarnam também aqueles que lutam pelo bem, pela Ciência e pelo aperfeiçoamento do homem. 


Não percamos a esperança. (HGA, janeiro de 1990)




Fonte
NOBRE, Marlene Rossi Severino.  Lições de sabedoria. ESPIRITUALIZAR. Disponível em http://espiritualizarpazeluz.blogspot.com.br/2013/05/retorno-dos-habitantes-da-cidade.html. Acesso : 23 OUT 2015.