quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Jornada Acima - Emmanuel


Jornada Acima

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 13-10-1961.

1ª Parte — Cap. VI — Item 13.

 

Ergue a flama da fé na imortalidade, e caminha!


Os que desertaram da confiança gritar-te-ão impropérios, entrincheirados na irresponsabilidade que lhes serve de esconderijo.


Demagogos do desânimo, dirão, apressados, que o mundo nunca se desvencilhará da lei de Caim;


que os tigres da inteligência continuarão devorando os cordeiros do trabalho; 


que a mentira, na História, prosseguirá entronizando criminosos na galeria dos mártires;


que a perfídia se anteporá, indefinidamente, à virtude; 


que a mocidade é carne para canhões e prostíbulos; 8 que as mães amamentam para o sepulcro; 


que as religiões são fábulas piedosas para consumo de analfabetos; 


que as tenazes da guerra te constringirão a cabeça, sufocando-te a voz no silêncio do horror… 


Tentarão, decerto, envolver-te na nuvem do pessimismo, induzindo-te a esquecer o presente e o futuro, na taça de tranquilidade e prazer em que anestesiam o pensamento.


Contudo, reflete levemente e perceberás que os trânsfugas do dever, acolhidos à negação e infantilizados no medo, simplesmente desfrutam a paz dos entrevados e a alegria dos loucos.

 

Ora por eles, nossos irmãos que ainda não amadureceram o entendimento para a altura da vida, e segue adiante.


Na escuridão mais espessa, acende a chama da prece, e, onde todos se sentirem desalentados, fala, sem revolta, a palavra de esperança que desenregele os corações mumificados no desconsolo.


Um gesto de bondade sobre a agonia de alguém que oscila, à beira do abismo, e uma gota de bálsamo espremida com amor numa ferida que sangra bastam, muitas vezes, para renovar multidões inteiras.


Sobretudo, nos mais aflitivos transes da provação, não percas a paciência.


Não consegues emendar os companheiros desarvorados, mas podes restaurar a ti mesmo.


Embora contemplando assaltos e violências, ruínas e escombros, avança jornada acima, apagando o mal e fazendo o bem.


Criatura alguma, na Terra, escapará da grandeza fatal da justiça e da morte; 


no entanto, sabemos todos que a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras, e que a morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 65 Jesus Cristo :Ilustração Reproduzida da Internet.


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Fogo Mental - Emmanuel


Fogo Mental

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 6-10-1961.

1ª Parte — Cap. IV — Item 2.


Fogo íntimo!… 


As consciências insensibilizadas no crime só lhe sentem as chamas quando as entranhas do espírito se lhe contorcem ao peso; 


todavia, basta ligeira falta cometida para que as almas retas lhe sofram as labaredas…

 

Figura-se látego mortífero, em agitação permanente, conquanto retido no coração, imobilizando o pensamento no desespero.

 

Agrava-nos a inferioridade, devora-nos o tempo, dilapida-nos a esperança, consome-nos as forças.

 

É como se, depois de atacar a alguém, viéssemos a tombar no recesso de nós mesmos, confundidos pelas pancadas que desferimos nos outros…

 

O remorso é esse fogo mental, diluindo a existência em suplício invisível.

 

Foge, assim, de ofender, pois, embora o perdão se erija qual remédio eficaz, na Misericórdia Divina, para as doenças que levianamente criamos, é da própria Lei que, ao ferirmos alguém, caiamos, por nossa vez, inevitavelmente entregues aos resultados de nossos golpes, a fim de que sejamos também feridos.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 64.Ilustração Reproduzida da Internet.

domingo, 2 de novembro de 2025

Damião de Vesteur - Mary Ishiyama




Damião de Vesteur 


Mary Ishiyama


O texto bíblico prescrevia: 


Portanto, todo aquele que estiver manchado de lepra, terá os seus vestidos descosidos, a cabeça descoberta, o rosto coberto com o seu vestido, e clamará que ele está imundo e sujo. Por todo o tempo que estiver leproso e imundo habitará só, fora do campo. (Levítico, XII, 45)

 *

Os registros apontam a presença da lepra, hoje denominada hanseníase, desde 1.400 a.C. e na Pérsia, desde 800 a.C. 


O preconceito e o medo dessa doença fez com que os seus portadores tivessem tratamento desumano. 


Os relatos bíblicos se referem a banimento do infectado do seio da sociedade, serviços fúnebres sendo feitos, como se morto estivesse.

 *

Natural seria que a prescrição do Levítico assustasse. 


Mas, para o jovem Josef de Vesteur o efeito foi o contrário, tomou-se de infinita compaixão.

 *

Nasceu em Tremelo, Bélgica, em 3 de janeiro de 1840, de família grande, pobre, mas bem estruturada em questões morais. 


A mãe costumava reunir os filhos, ao final de tarde, e ler para eles. 


Josef se encantou com a Vida dos santos, sentia-se inspirado, identificando-se, especialmente, com Francisco Xavier e o Cura d’Ars.

 *

Foi um jovem de poucas amizades, preferia as caminhadas solitárias observando a natureza e refletindo sobre as histórias que ouvira de sua mãe. 


De temperamento humanitário, era extremamente organizado, autoritário, mantinha um ritmo de trabalho incansável. 


Foi auxiliar de ferreiro enquanto estudava, adquirindo forma física saudável e forte, o que o auxiliaria nas tarefas que mais tarde se apresentariam.

 *

Estudou Teologia, Medicina, Artes e Direito, na Universidade Católica de Louvain, Bélgica.

Aos vinte e quatro anos foi ordenado sacerdote. Em sua primeira missão, assumiu os papéis de arquiteto, carpinteiro, pedreiro para a construção de uma igreja. Para estimular aos demais para que o auxiliassem, de forma inteligente lançou um torneio para verificar quem seria o mais forte, carregando toras, ele mesmo se dizendo o mais forte dentre todos.

 *

Em Kohala, paróquia grande e complicada, com aldeias distantes e de difícil acesso, enfrentou tubarões, navegando em pequenas canoas. 


Escalou montanhas, enfrentou tempestades, ao ponto de desmaiar de exaustão.

 *

Quando a lepra se tornou uma verdadeira praga no Havaí, o governo decidiu controlar a epidemia de forma violenta. 


Os doentes foram caçados e enviados para Kalaupapa, na ilha de Molokai. 


O ano de 1866 assinala a chegada dos primeiros a serem deixados ali sem casas, abrigos, com pouca comida e roupas.

 *

Damião se apresenta como voluntário para a ilha de Molokai, nela aportando em 10 de maio de 1873. 


Antes de partir, distribuiu retratos seus aos familiares, com a certeza de que eles jamais tornariam a vê-lo.

 *

Nessa ilha, ele foi o médico, que lavava e enfaixava as feridas; 


o marceneiro que fazia caixões, também casas coloridas e escolas. 


Foi o professor que alfabetizou crianças e adultos, o incentivador à criação de hortas.

 *

Levou água canalizada para a aldeia, conseguiu que as regras básicas da sociedade fossem respeitadas, estabelecendo organização e dignidade, num local em que vigiam a prostituição e o alcoolismo.

 *

Seu trabalho chamou a atenção da princesa do Havaí, Lydia Lili’uokalani. 


Ela foi a Molokai, onde foi recebida por oitocentos leprosos com faixas coloridas de boas vindas.  


De tal forma se emocionou, que não conseguiu ler seu discurso. 


Manifestou a Damião a dificuldade de acreditar que alguém viesse para aquela ilha, por livre vontade. 


E, quando Damião afirmou é meu trabalho e são meus fiéis, ela acrescentou: e meu povo.

 *

Foi condecorado como Cavaleiro da Real Ordem de Kalakaua, embora nunca tenha usado a medalha que lhe foi outorgada. 


A princesa divulgou o trabalho do Padre Damião na Europa e nos Estados Unidos. 


A resposta foi extraordinária: os protestantes levantaram fundos e os anglicanos enviaram mantimentos, roupas, remédios e material médico.

 *

Damião olhava aqueles enfermos e os via como irmãos. 


Jamais se negou a tocá-los, abraçá-los. 


Certa feita, quando seu confessor foi à ilha, ele foi impedido, pelo comandante, de entrar no navio para se confessar, como desejava. 


Precisou fazê-lo de uma canoa, em voz alta, diante de todos.

 *

Ao dirigir seus sermões, iniciava sempre Meus irmãos… 


Contudo, em dezembro de 1884, ao colocar os pés em água fervente e nada sentir, deu-se conta de que contraíra a lepra. 


A partir de então, dizia: Nós, os leprosos…

 *

Aumentou seu ritmo de trabalho, tornando-se mais exigente, mais enérgico, sentia que o tempo se esvaía e desejava deixar seu povo mais independente possível.  


Difícil conseguir quem acompanhasse seu ritmo.

 *

Esse homem singular, quando fisicamente impossibilitado de trabalhar, percebeu que ainda poderia ajudar. 


Mudou seu semblante sério por um mais descontraído, procurando demonstrar alegria, esperança, confiança e fé em Deus, que ele tão bem soube representar levando bom ânimo para os que ficariam no vale de lágrimas um tanto mais.

 *

Desencarnou aos quarenta e nove anos, no dia 15 de abril de 1889.

 *

Quando, em 1965, o Havaí se tornou o quinquagésimo Estado da Federação norte-americana, escolheu ser representado por Damião de Molokai, no Statuary Hall do Capitólio, em Washington.

 *

Em 1995, foi beatificado pelo Papa João Paulo II e considerado Servo da Humanidade. 


Em 2009, foi canonizado pelo Papa Bento XVI.

 *

Bibliografia:

 

1. SCHWEITZER, Paulo A., S.J. Damião de Molokai: Modelo e Desafio. Rio de Janeiro: Fórum Nacional, 2013. 28 p.


2. FRANCO, Divaldo Pereira. Sublime expiação. Pelo Espírito Victor Hugo. Rio de Janeiro: FEB, 1992. pt. 1, cap.3. 


3.http://afamiliacatolica.blogspot.com.br/2008/06/pe-damio-de-molokai-damio-de-veuster.html


4. http://www.damientheleper.org/

 

FONTE:

MUNDO ESPÍRITA . Disponível em : https://www.mundoespirita.com.br/?materia=damiao-de-vesteur. Acesso 21 Out 2025.Damião de Molokai : Imagens da internet.



sábado, 1 de novembro de 2025

Visitas Ao Cemitério - Portal do Espírito


 Visitas Ao Cemitério

Portal do Espírito  


A maioria dos espíritas não visitam  cemitérios, porque já homenageiam os “vivos desencarnados” todos os dias em suas orações e vibrações.


Sobre a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens prestadas nos cemitérios aos "mortos" por aqueles que são de outras religiões, ao contrário do que se pensa, é favorável, desde que sejam sinceras e não apenas convencionais ou por hábito.


Os Espíritos, respondendo as perguntas de Kardec a respeito em "O Livro dos Espíritos", mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra, justificam esses atos. 


E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos.


Há espíritos que só são lembrados nesta data, e por esse motivo gostam da homenagem; 


há espíritos que gostariam de serem lembrados em outras ocasiões e principalmente no recinto do lar.


Principalmente se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, desse modo, se sentirá desconfortável na contemplação de seus despojos carnais.


Entretanto, os Espíritos mais adiantados, com maior entendimento, pedem que seja empregado o dinheiro das flores, em alimento e agasalhos para os pobres e necessitados.


Desse modo, precisamos ter discernimento e usar o bom senso em nossas homenagens. 


Com a certeza que eles estão vivos em outra dimensão, e se eles continuam a sua jornada evolutiva, nós  também precisamos continuar e seguir em frente.


Principalmente porque a missão que assumimos no plano espiritual precisa ser executada e concluída com êxito. 


Dessa forma devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana.


Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.


FONTE

Portal do Espírito. Disponível em<https://espirito.org.br>. Acesso: 30 Out 2025.


sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Precisamente - Emmanuel


Precisamente

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 11-9-1961.

1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 11.

 

Diante das soluções aguardadas para amanhã, é imperioso atender aos problemas de hoje.


Declaras-te sob manchas morais e foges de servir, quando precisamente a vida nos descerra a ensejo de auxiliar, para que o suor, na prática do bem, nos dissipe as nódoas do coração.

 

Confessas-te em débitos lamentáveis e desertas das boas obras,  quando precisamente dispomos da oportunidade de agir, a benefício dos semelhantes, a fim de que venhamos a alcançar o resgate preciso.

 

Asseveras-te em falta grave e acolhes-te à intolerância, quando precisamente no exercício da bondade para com os outros é que obteremos desculpa em favor de nós mesmos.


Afirmas-te frágil, quando precisamente por isso é que as tribulações nos sitiam a estrada, a fim de que saibamos conquistar o apoio da fortaleza.

 

Dizes-te inútil, quando precisamente para que nos façamos prestativos e valiosos é que possibilidades inúmeras de trabalho nos rodeiam em cada dia.

 

Acusas-te ignorante, quando precisamente para que nos instruamos é que as experiências difíceis nos desafiam, em toda a parte.


Não te isoles, a pretexto de imperfeição.


O discípulo permanece no educandário, precisamente para aprender.

 

E, em todo educandário, as lições seguem curso normal, conforme o programa que as preceitua.

 

Ao aluno aplicado, passaporte de competência.

 

Ao aluno vadio, convite à repetição.

 

Assim também conosco.

 

A vida é a escola de nossas almas.

 

Quem quiser pode aproveitá-la em todas as circunstâncias.

 

O tempo, contudo, assemelha-se ao professor equilibrado e correto que premia o merecimento, considera o esforço, reconhece a boa vontade e respeita a disciplina, mas não cria privilégio e nem dá cola a ninguém.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 59 : Ilustração Reproduzida da Internet. Arte: Jessica 20031517.

Purgatório - Emmanuel


Purgatório

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 8-9-1961.

1ª Parte — Cap. V — Item 3.


Aprendeste a venerar os heróis do passado e suspiras igualmente pelo ensejo de exaltar a virtude.

 

Na senda cristã rememoras o tempo glorioso dos mártires, invejando-lhes o destino.

 

De outras vezes, sonhas chegar ao Plano Espiritual por sublime aparição de brandura, asserenando as almas impenitentes.

 

Em muitas ocasiões, no limiar do repouso físico, pedes admissão ao serviço dos benfeitores desencarnados, diligenciando o próprio adestramento em obras de instrução e consolo.


Entretanto, quase nunca te lembras de que te encontras no mundo, assim como quem vive temporariamente no purgatório.

 

Não precisas entregar a própria carne ao dente das feras, para demonstrares fé em Deus; 


e nem desvencilhar-te do corpo denso a fim de exerceres os misteres da caridade.

 

O Amor Infinito expressa-se, em toda a parte, e a Terra em que respiras movimenta-se a pleno céu.

 

Embora na parcela de luta que o passado te atribui ao presente, reflete no ideal de servir e surpreenderás o divino momento de auxiliar, seja onde seja.

 

Tens, na própria casa, os pais sofredores, os filhos inquietos, os irmãos menos felizes e os parentes agoniados.

 

Identificas, no trabalho, chefes irritadiços, subalternos amargos, clientela exigente e colegas-enigmas.

 

No campo social, relacionas amigos-problemas, adversários gratuitos, companheiros frágeis e observadores intransigentes.

 

E, tanto nos becos mais simples quanto nas mais largas avenidas, segues ao lado de corações que a sombra enredou na teia das grandes provas.

 

Todos, sem exceção, esperam de ti a migalha de amor e a esmola de paciência.


Purgatório! purgatório!… 


Todos nós, consciências endividadas, estamos nele.

 

O remédio, porém, é o caminho da cura.

 

Ajuda aos semelhantes para que os semelhantes te ajudem.

 

Aqueles que nos rodeiam são hoje os grandes necessitados. 


Amanhã, contudo, é possível que os grandes necessitados sejamos nós.


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 58.  Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 


quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Invocações - Emmanuel


Invocações

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 4-9-1961.

1ª Parte — Cap. X — Item 9.


Ouviste opiniões contraditórias, referentes às invocações na Doutrina Espírita.


Adversários gratuitos pretenderam insinuar que nos reuníamos, imitando magos e sibilas da antiguidade, a explorar sortilégios e filtros supostamente milagrosos.

 

Outros, sem analisar-nos os princípios, entenderam acreditar que tomamos os recursos psíquicos para exibições de hipnotismo vulgar, como se categorizássemos os medianeiros da Nova Revelação por jograis e fantoches.

 

É imperioso anotar, contudo, que toda a formação espírita guarda raízes nas fontes do Cristianismo simples e claro, com finalidades morais distintas, no aperfeiçoamento da alma, expressando aquele Consolador que Jesus prometeu aos tempos novos.

 

Não admitas, portanto, pudéssemos converter as lições do Mestre em práticas e fórmulas cabalísticas. 


Todos os ensinamentos do Cristo vibram puros, em nossos postulados, com os amplos desenvolvimentos que a Codificação Kardequiana lhes imprimiu.


Em nossas assembleias, hipotecamos o apreço devido a todas as crenças e confissões.

 

Respeitamos os irmãos da Cristandade, que, em postura determinada, invocam a Presença Divina e a proteção dos Espíritos santificados, em preces de confiança e cânticos de louvor.

 

Respeitamos os irmãos do Islamismo que, diversas vezes por dia, invocam a bênção de Alá.

 

Respeitamos os irmãos do Budismo que, através da liturgia que lhes é própria, invocam a paz de Çakia, o Bem-Aventurado.

 

Respeitamos os irmãos do Moisaísmo que, por vários preceitos, invocam o amparo do Senhor Todo-Poderoso.

 

Também nós, em nos associando, invocamos a inspiração do Divino Mestre e o concurso dos instrutores domiciliados na Vida Maior, a fim de que possamos orar e estudar a verdade, aprendendo porque oramos e cremos, de vez que, na Doutrina Espírita, sem pompas de culto externo e sem rituais de qualquer procedência, somos chamados à fé, capaz de encarar a razão face a face.

 

Quanto à atitude religiosa que abraçamos, de permeio com as indagações científicas e com as exposições filosóficas da nossa Doutrina Libertadora, ninguém pode olvidar que Allan Kardec, evidenciando a necessidade de aliança do raciocínio e do sentimento, nas jornadas do Espírito, iniciou a obra monolítica da Codificação perguntando pela essência de Deus. 


XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 57.  Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O Lugar do Paraíso - Emmanuel



O Lugar do Paraíso

Emmanuel

Tema principal

Reunião pública de 1-9-1961.

1ª Parte — Cap. III — Item 2.


Para além do mais além, espraia-se o Universo infinito, em todas as direções.

 

O homem terrestre já mentaliza Vênus e Marte, Júpiter e Saturno, lares pendentes do colo maternal do Sol que nos anima, por territórios atingíveis.

 

Não nos referiremos em página tão simples à estatística dos milhões de quilômetros que separam os grandes mundos entre si. 


Recordemos tão só que a galáxia em que respiramos agora, dentro da qual a nossa Terra pode ser comparada a uma laranja no Oceano Pacífico, dista da galáxia mais próxima centenas de anos-luz. 


E, compreendendo-se que um ano-luz representa mais de nove trilhões de quilômetros, já que a luz se projeta com a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo, é fácil imaginar a grandeza da Criação.

 

 

Temos, desse modo, a enxamearem, nas vastidões do Cosmo, sóis e planetas incontáveis, todos eles vinculados às pluriformes Esferas espirituais em que se continuam. 


Aí, aglutinam-se, funcionam, desintegram-se e refazem-se mundos de todas as condições, no incessante quimismo dos elementos.

 

Mundos — santuários…

 

Mundos — escolas…

 

Mundos — sementeiras…

 

Mundos — searas…

 

Mundos — desertos…

 

Mundos — jardins…

 

Mundos — hospitais…

 

Mundos — penitenciárias…

 

Mundos — oficinas…

 

Mundos — museus…

 

Alma que te purificas na Terra, diante de tamanha magnificência, não menoscabes, porém, a tua glória celeste.

 

No círculo da dor e da experiência, guardas contigo o gérmen da Divindade. 


Criatura consciente, mais que todas as soberbas formações dos Planos de matéria transitória, encerras o eterno pensamento do Criador!

 

Lutemos e soframos, por aperfeiçoar e aformosear a nós mesmos, nascendo sob o teto da carne e renascendo nos reinos do Espírito, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, até que, um dia, aliando a sabedoria e o amor, por nossas próprias asas, possamos remontar ao Coração da Vida, carregando o paraíso no coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel  .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 56.   Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet.