quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O céu está na alma - Momento Espírita





O céu está na alma



A crença mais difundida entre os homens identifica o céu como um local determinado no espaço.


Para lá seguiriam as almas dos eleitos.


O aspecto e o conteúdo desse lugar refletem ideais de prazer material das diversas culturas existentes na Terra.


Algumas dessas culturas afirmam que cada homem terá  diversas virgens à sua disposição.


Outras sustentam que o paraíso é repleto de anjos tocando harpas.


Em eterna contemplação, as almas se refestelariam no ócio.


Tais concepções refletem o desejo de saciar inúmeros vícios, como gula, preguiça e sensualidade.


Contudo, não é possível conceber que almas sublimes encontrem alegria em nada fazer ou em satisfazer paixões.


O que caracteriza os grandes homens é a sua dignidade e o seu incansável labor em favor dos semelhantes.


Não é crível que a morte física os degenere.


E que a partir dela se tornem rematados desocupados cheios de vícios.


Consequentemente, o paraíso não pode ser um local de ócio e desfrutes.


Na verdade, o céu não é um lugar delimitado.


A evolução científica evidencia a impossibilidade dele se situar no alto das nuvens, como durante certo tempo se concebeu.


O homem gradualmente explora recantos cada vez mais longínquos, sem perigo de encontrá-lo.


Tendo em mente que o que sobrevive à matéria é o Espírito, suas recompensas e penúrias devem ser todas imateriais.


A rigor, o céu é um estado de consciência.


Não é preciso desencarnar para estar no céu ou no inferno.


Cada homem traz, nas profundezas do próprio ser, a grandeza ou a miséria resultantes de seus atos.


Um homem honrado experimenta plenitude interior onde quer que se encontre.


Já um celerado permanece em sobressalto mesmo no mais luxuoso dos palácios.


O céu é um estado de harmonia com as Leis Divinas.


Tais Leis são reveladas pela natureza e encontram-se inscritas na consciência de cada ser.


A semelhança em face da dor, da doença e da morte revela que todos os homens são essencialmente iguais.


As diferenças de caracteres refletem o bom ou mau aproveitamento das anteriores encarnações.


Todos os Espíritos foram criados em estado de total simplicidade.


E todos fatalmente se tornarão anjos de amor e sabedoria.


As desigualdades são transitórias e retratam o esforço individual.


Quem gastou bem o tempo acumulou tesouros intelectuais e morais.


Aquele que se permitiu viver na leviandade ressente-se das oportunidades que desperdiçou.


Os vícios e paixões que porta são a herança que preparou para si.


A igualdade essencial dos seres indica um dever de solidariedade.


O homem mais avançado precisa auxiliar os que seguem na retaguarda.


Trata-se de um dever elementar de humanidade, não de um favor.


Esse auxílio não se cinge a esmolas, muitas vezes humilhantes.


Nem reflete conivência com equívocos.


A criatura consciente necessita dar exemplos de dignidade e trabalho.


Também precisa demonstrar compaixão com os semelhantes.


Auxiliá-los a perceber os próprios equívocos e a repará-los.


Quem é honesto, trabalhador e solidário realiza a tarefa que lhe cabe no concerto da vida.


Harmoniza-se com sua consciência e vive em estado de plenitude.


Acerta-se com o passado e descobre a alegria que é trazer uma larga faixa de céu no coração.





Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br.

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