Oração na Festa das Mães
Emmanuel
Tema principal
Reunião pública de 12-5-1961.
1ª Parte — Cap. V — Item 9.
Senhor Jesus!
Junto dos irmãos que reverenciam as mães que os amam, para as
quais te rogamos os louros que mereceram, embora atentos à lei de causa e
efeito que a Doutrina Espírita nos recomenda considerar, vimos pedir abençoes
também as mães esquecidas, para quem a maternidade se erigiu em purgatório de
aflição!…
Pelas que jazem na largueza da noite, conchegando ao peito os
rebentos do próprio sangue, para que não morram de frio;
pelas que estendem as mãos cansadas na praça pública,
suplicando, em nome da compaixão, o sustento que o mundo lhes deve à
necessidade;
pelas que se refugiam, nas furnas da natureza, acomodando
crianças enfermas entre as fezes dos animais;
pelas que revolvem latas de lixo, procurando alimento
apodrecido de que os próprios cães se afastam com nojo;
pelas que pintam o rosto, escondendo lágrimas, no impulso
infeliz de venderem o próprio corpo a corações desalmados, acreditando
erroneamente que só assim poderão medicar os filhos que a enfermidade ameaça
com a morte;
pelas que descobriram calúnia e fel nas bocas que amamentaram;
pelas que foram desprezadas nos momentos difíceis;
pelas que se converteram em sentinelas da agonia moral, junto
aos catres de provação;
pelas que a viuvez entregou à cobiça de credores
inconscientes;
pelas que enlouqueceram de dor e foram trancadas nos
manicômios;
e por aquelas outras
que a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as
quisesse, foram acolhidas como sombras do mundo, nos braços da caridade!…
São elas, Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de sofrimento…
Tu que reconfortaste a
samaritana e secaste o pranto da viúva de Naim, que restauraste o
equilíbrio de Madalena e levantaste a menina de Jairo, recorda as
filhas de Jerusalém que te partilharam as agonias da cruz, quando todos te
abandonavam, e compadece-te da mulher!…
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