Sentenciados
Emmanuel
Tema principal
Reunião pública de 20-10-1961.
1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 31.
Sentenciados, sim!
A vida, porém, não nos suplicia pelo prazer de atormentar.
À face de nossa destinação à suprema felicidade, todos estamos
intimados ao bem, impelidos ao progresso, endereçados à educação e policiados
pela justiça.
Jesus, o Divino Penalogista, exortou-nos, convincente:
“Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete.”
É que o mal expressa grave desequilíbrio naquele que o
pratica.
Comparados às moléstias do corpo, a dor moral de haver ferido a alguém é o abcesso reclamando dreno adequado;
o vício é a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz,
e a delinquência é o
tumor de caráter maligno, comprometendo a estrutura orgânica, em prenúncio de
morte.
Esposar revolta e vingança seria expor o próprio sangue a
infecções perigosas, entrando, voluntariamente, nas faixas destrutivas da
enfermidade.
Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e
imunização infalíveis.
Diz Allan Kardec:
“Às penas que o Espírito experimenta na
vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são consequentes às
imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à
expiação de presentes e passadas faltas.”
Esparze, desse modo, as vibrações confortativas da prece
sobre todo aquele que caiu no logro do mal.
O caluniador está, sentenciado à repressão da própria língua,
o desertor está sentenciado à frustração que marcou a si mesmo,
o ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio,
o ofensor está sentenciado ao ferrete da consciência,
o criminoso está sentenciado a carregar consigo o
padecimento das próprias vítimas.
Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos assumidos, com o remorso de quebra.
Assim pois, à frente do irmão que te golpeia, recolhe-te em silêncio e esquece todo o mal.
Não precisas indicá-lo a esse ou àquele castigo,
perante a barra dos tribunais, porque o maior sistema de punição já está dentro
dele.

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