domingo, 19 de outubro de 2014

O Maior de Todos os Presentes que Podemos Dar aos Nossos Filhos - Rita Foelker




"Unidos no amor e na dor"


O Maior de Todos os Presentes que Podemos Dar aos Nossos Filhos

Rita Foelker



Minha filha, meu filho: só o amor educa. Não existe educação real sem amor verdadeiro. Mas você briga, implica, reclama, cobra, inferniza, e quer educar. Calunga*



A essência da educação é a imitação. 


Aprendemos repetindo as ações daqueles que temos como referenciais.


A maioria dos pais é muito preocupada em dizer ao filho como agir ou não agir, permitir ou não permitir - o que faz parte da sua função, mas está longe de ser o principal. 


Já ao falar, precisamos refletir sobre o peso do que estamos dizendo, no significado daquelas palavras para a criatura encarnada como nosso filho ou filha, em como isto vai repercutir dentro de seu ser, agora e no porvir. 


E pouco ou nada vai significar o que dissermos sem haver experimentado, vivenciado, todas as palavras que não vierem da nossa mais profunda verdade interior.


Mas quando Allan Kardec diz que Jesus é o modelo de perfeição para os seres humanos encarnados na Terra (O Livro dos Espíritos, questão 625), o princípio da imitação está sendo reafirmado.


E o que vem a ser um modelo?... 


Quando um artista toma uma cesta de flores como modelo para sua pintura, seu objetivo é reproduzir na tela a imagem da cesta, o mais fielmente possível. 


Quando tomamos Jesus como modelo para nossas ações, nosso intuito é reproduzir em nossas vidas os ensinamentos e exemplos do Mestre, da melhor maneira que pudermos.


Ensinar é ser. 


Não podemos realmente educar quando não vivemos as lições. 


Equivocadamente, valorizamos deveras o saber verbal, pensamos em oferecer conselhos e orientações aos nossos filhos, em lugar de exemplos, e cremos que este é o papel do pai e da mãe. 


Ao mesmo tempo, se damos exemplos em que eles constatam que nós mesmos não seguimos nossos conselhos e orientações... que espécie de educador estamos sendo? 


Desde bebês, os filhos são observadores atentos dos pais. 


Quando crescem, lembram-se de coisas que fizemos, das quais nós mesmos nos esquecemos.


Se passamos tempo de qualidade com eles, se oferecemos atenção sincera e carinho, se saímos a passear e fazemos coisas juntos, tudo isto permanecerá com eles para sempre, e esta é nossa maior herança. 


E também o modo como encaramos a família e a vida profissional, o jeito como tratamos as pessoas, nossa relação com os estudos e a leitura, nossa atitude perante a Natureza e as pessoas que nos procuram precisando de ajuda.


Imaginamos que herança é dinheiro, bens materiais, o que é compreensível. 


Mas nosso legado material pode fazer ou não parte do compromisso reencarnatório deles, além do que, não é garantia de saúde e felicidade. 


O verdadeiro presente que deixamos para nossos filhos, de bens imortais e incorruptíveis, é aquilo que somos. 


Vai estar sempre em suas memórias, em seus gestos, em suas atitudes.


Oferecemos aquilo que somos, o que nos coloca diante de novas questões: será que conseguimos servir de inspiração para os nossos filhos? 


Será que eles têm vontade de ser como nós? 


Será que nós gostamos verdadeiramente daquilo que nos tornamos?


*Em Idéias Fortalecedoras, Ed. GIL


Disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/rita-foelker/o-maior-de-todos.htm. Acesso : 19 OUT 2014.

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