segunda-feira, 28 de junho de 2021

45-A PRAIA - Casimiro Cunha

 




45-A PRAIA

Casimiro Cunha

 

Mar revolto. Sombra densa, ao longo da vastidão.


Vibra a angústia em cada rosto na frágil embarcação.


O vento sopra de rijo espalhando a tempestade, as ondas são monstros verdes no dorso da imensidade.


Dolorosas inquietudes, amarguras, nervosismos...


Céu e mar desesperados – É o choque de dois abismos.


Não mais bússolas, nem velas, tudo horror, trovões e vento, só resta, entre vagalhões, o esforço do salvamento.


Ninguém define a distância e o mais lúcido, o mais forte, mergulha-se em pensamento nos caminhos para a morte.


É quando a costa aparece, trazendo nova esperança.


É a mensagem carinhosa dos planos de segurança.


Que alívio dos viajores, cansados de sofrimento!...


Eis que a praia simboliza a luz dum renascimento.


Ao seu lado, volta a calma, extinguem-se a sombra e a dor, renova-se a confiança na esfera superior.


Esse quadro nos recorda o mundo desesperado, que parece muitas vezes, grande mar encapelado.


Mas todo cristão sincero é uma praia apetecida, onde há paz e segurança, caminho, verdade e vida.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 45, p.46.

 

 

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