terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

TEM CORAGEM -Joanna de Ângelis

 


TEM CORAGEM

Joanna de Ângelis


Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem estacionadas sob a in- junção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam, não te deixes extremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais complicarás a situação.


Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.


Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.


A saúde perfeita passa; 


a juventude louçã desaparece; 


o sorriso largo termina; 


a algaravia de festa silencia...


Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; 


a enfermidade se extingue; 


a miséria muda de lugar; 


a morte abre as portas da vida em triunfo...


Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, no processo da evolução.


Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem, mudariam a situação dos que sofrem escassez. 


No entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando os sentimentos em relação ao próximo...


Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la a benefício geral. 


Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados...


O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.


Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.


A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.


Um dia sucede a outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.


*

Recorre, nas situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os resultados dessa atitude.


Jesus é sempre o exemplo.


Podería haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.


Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas humilhações e à, cruz; todavia, sequer o intentou.


Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.


Elegeria para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fieis, sem temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.


Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; 


sem embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a importância primatial da experiência interior e não dos valores externos, transitórios.


Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; 


apesar disso, facultou- se viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor entre as criaturas...


*

Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a metodologia lenta da evolução; 


identificava que a emulação pela dor é mais significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; 


sabia do valor das conquistas superiores do Espírito, em detrimento das falazes aquisições que se deterioram no túmulo dissociam os tesouros da alma.


Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso.


FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Alerta, cap.41.

 

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