quarta-feira, 3 de abril de 2024

Aviso Fraternal -Casimiro Cunha

 



Aviso Fraternal 

Casimiro Cunha

 

Meu irmão, se tu já sabes


Que a vida nunca termina,


Renova-te, enquanto é tempo,


À bênção da Luz Divina.


Ninguém renasce na Terra


Para dar-se ao gozo vão.


Mas para multiplicar-se


Em obra de perfeição.


Aquele que foge à luta,


Temendo a infelicidade,


Despreza, sem perceber,


O dom da oportunidade.


A dor, o charco, o espinheiro,


O dissabor e a ferida


Expressam, em toda parte,


Sagradas lições da vida.


Os desafios da sorte


E as dolorosas contendas


Trazem sempre ao nosso meio


Avisos e corrigendas.


Nas flores envenenadas,


No afeto que desilude,


Podemos consolidar


A plantação da virtude.


Junto à boca enegrecida


Que nos condena ou magoa,


Seremos iluminados


Na glória de quem perdoa.


Na cruz de sarcasmo e fel,


De desencanto e aflição,


Ditosos encontraremos


A paz e a ressurreição.


Melhora-te, pois, e esquece


A senda resvaladiça.


Ninguém escapa ao rigor


Dos tribunais de justiça.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 5,p.10-11.

 

terça-feira, 2 de abril de 2024

A Chuva - Casimiro Cunha

 


A Chuva 

Casimiro Cunha

 

Folhas secas. 


Terra ardente.


Calores. 


Desolação.


Mas a chuva vem do céu trazendo consolação.


Toda semente que é boa, entre júbilos germina, e a bela fecundação da natureza divina.


As árvores ganham forças, alimpa-se a atmosfera, a verdura em toda parte tem cantos da primavera.


Às cidades, como aos campos, aos ninhos, à sementeira, o pombo níveo da paz traz o ramo da oliveira.


Sopra o vento brando e amigo, em vagas cariciosas, levando a mensagem doce que nasce do odor das rosas.


A chuva que cai do alto e benção que se derrama...


Na flor é orvalho celeste, no pó do chão faz a lama.


Assim, também, os ensinos, que nos dão verdade e luz, são a chuva generosa da inspiração de Jesus.


Cai sobre todos. No amor é raio de perfeição, mas no pó da ignorância é falsa compreensão.


Deus, porém, que é Pai Bondoso entre as leis universais, faz com que a lama produza sementes, flores, trigais.


Eis a razão pela qual nossa indigência produz: Inda mesmo em nossas sombras, o evangelho é sempre luz.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 15, p.14.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

A Flor - Casimiro Cunha

 


A Flor

Casimiro Cunha

 

Olhai os lírios do campo vestidos de aroma e luz!...


Este apelo vem do ensino do Evangelho de Jesus.


O Mestre ensinou que a flor, sem qualquer preocupação, é mais rica e mais formosa que a pompa de Salomão.


Diversos homens sem Cristo, de mente pobre e enfermiça, supuseram nesse apelo a exaltação da preguiça.


A lição, porém é outra: A força de sua essência louva em tudo, antes de tudo, o trabalho e a obediência.


Bem poucos homens reparam que na selva, ou no jardim, toda flor revela e guarda harmonia até o fim.


Sua doce formosura é bem que nunca se esvai, enfeitando os aposentos da Casa de Nosso Pai.


Se alguém a separa da haste, quando nada mais lhe resta, completa com a sua dor, os júbilos de uma festa.


No lamaçal, nas estufas, na miséria ou na opulência, a alegria harmoniosa é a vida de sua essência.


A flor pequenina e frágil, que nasce e perfuma à-toa, revela que em toda a parte a vida é formosa e boa.


O que é preciso é guardar, na aspereza mais sombria, a fé no Pai de Bondade ao ritmo da alegria.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 28, p.27.