quarta-feira, 24 de abril de 2024

Conclusões Populares - Casimiro Cunha

 


Conclusões Populares 

Casimiro Cunha

 

Faze tu, quanto te caiba,


Com teus cuidados cristãos!


O olho fiel do dono


É mais ágil que cem mãos.

*

Quem fala pouco na estrada


Evita muita contenda.


Prende agora a tua língua


Se não queres que te prenda.

*

Perdoa e auxilia sempre...


Quem ofensas muito apura,


Não tem a calma precisa,


Nem tem a vida segura.

*

Aos homens sem Jesus - Cristo


Não mostres, perdendo a calma,


Nem o fundo de teu bolso,


Nem o fundo de tua alma.

*

Se desejas grandes luzes,


Não sejas aflito e louco.


Em nenhum lugar da vida,


O que é muito custa pouco.

 


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 8,p.15.

 

 

terça-feira, 23 de abril de 2024

A Lã - Casimiro Cunha

 


A Lã 

Casimiro Cunha

 

Em todas as latitudes da terra que aperfeiçoa, é sempre meiga e bem vinda a lã carinhosa e boa.


Conserva a saúde e a vida, nos invernos, nos trabalhos, e mãe delicada e nobre dos mais puros agasalhos.


Faz frio? Desceu a noite em borrascas escarninhas?


A lã protetora e santa vai vestir as criancinhas.


Há velhice amargurada movendo-se quase morta?


A divina benfeitora vem de leve e reconforta.


Enfermos entristecidos atados a grandes dores?


Recolhe-os bondosamente em ninhos de cobertores.


Presta aos homens neste mundo auxílio amoroso e forte, desde o berço da chegada, ao leito de dor na morte.


Heroína afetuosa de serviço e de bondade, preserva no mundo inteiro o corpo da Humanidade.


Quem a veste, conservando-a, encontra incessantemente a couraça que resiste ao frio mais inclemente.


Lembremos, vendo-a servir sem recompensa e sem palmas, o Cordeiro que dá lã necessária a nossas almas.


Não te doa nos caminhos o inverno de angústia e pranto: vistamos os sentimentos em lã do Cordeiro Santo.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP: Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 25, p.24.


segunda-feira, 22 de abril de 2024

A Faxina - Casimiro Cunha

 


 

A Faxina

Casimiro Cunha

 

De manhã, em toda casa, ar puro, janela aberta, a higiene determina o movimento de alerta.


É o asseio proveitoso que começa com presteza, expulsando o pó de ontem nos serviços da limpeza.


A vassoura range, range, no polimento ao soalho, sem desprezar coisa alguma na expressão do seu trabalho.


Vêm escovas cuidadosas ao lado de espanadores e renova-se a paisagem dos quadros interiores.


A água cariciosa que se mistura ao sabão, carreia o lixo, a excrescência, enche baldes, lava o chão.


Os livros desafogados mostram ordem nas fileiras, convidando ao pensamento do cinco das prateleiras.


Os móveis descansam calmos, de novo brilho o verniz.


Toda a casa fica leve, mais confortada e feliz.


A limpeza efetuada é novo impulso à energia, multiplicando as estradas de esforço e sabedoria.


A faxina, qual se chama, na linguagem da caserna, tem seu símbolo profundo nos campos de vida eterna.


Muita gente sofre e chora, na dor e na inquietação, por nunca fazer faxina nas salas do coração.

  

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 22, p.21.