sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Vontade - Emmanuel




Vontade

Emmanuel


Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.


Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura;


o Departamento da Imaginação, amealhando as  riquezas do ideal e da sensibilidade;


o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.



Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.



A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.



A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.



Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.



A eletricidade é energia dinâmica.



O magnetismo é energia estática.



O pensamento é força eletromagnética.



Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.



A Vontade, contudo, é o impacto determinante.



Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.



O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.



Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.



Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.



Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.





XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e Vida.

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