quarta-feira, 18 de novembro de 2020

CASAMENTO E DIVÓRCIO - André Luiz





 CASAMENTO E DIVÓRCIO

André Luiz 


Divórcio, edificação adiada; resto a pagar no balanço do espírito devedor.


Isso geralmente porque um dos cônjuges veio a esquecer que os direitos nas instituições domésticas somam deveres iguais.


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A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.


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Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, encontra-se ou reencontra-se no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo o esquema de obrigações regenerativas.


Reincorporados, porém, na veste física se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.


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Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.


O tempo, que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido ente deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quando mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimentos de valores substanciais em favor da vida do espírito.


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Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. 


E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflições e lágrimas.


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Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um comércio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.


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Compreendamos aqueles que não puderam evitar o divórcio, porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 4,p.8-9.


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