quarta-feira, 10 de março de 2021

11-DE TODA PARTE - Casimiro Cunha

 




11-DE TODA PARTE

Casimiro Cunha

 

Lisonja é moeda falsa


Cunhada pela ilusão


Que a nossa própria vaidade


Coloca em circulação.


Virtude eleita e sublime


Que em solidão se consome


É diamante belo e frio


Que não nos sacia a fome.


A fama é tuba comprida


De curto discernimento


Que toca mais a fortuna


Que ao justo merecimento.


Evita a bajulação


Que te aparece na estrada.


A língua do adulador


É qual lâmina de espada.


O sábio corrige em si,


Na luta em que se rodeia,


Aquilo que o desagrada


No campo da vida alheia.


Ajuda com diligência,


Sem condições e sem ágio.


O auxílio tardo e' socorro


Quem vem depois do naufrágio.


A coragem da justiça


Tem gritos de tempestade,


Mas perdão e paciência


São as forças da humanidade.


Uma palavra que emende,


Uma palavra que corte...


Uma pode dar a vida,


Outra pode dar a morte.


Dinheiro, poder, conforto,


Nadando em vida insegura,


São tormentos da riqueza


Sobre o trono da fartura.


Se desejas luz e paz


Na aflição que te aniquila,


Procura contigo mesmo


A consciência tranquila.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 11,p.19-20.

 

 

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