quarta-feira, 3 de março de 2021

4-ARABESCOS - Casimiro Cunha

 


4-ARABESCOS

Casimiro Cunha

 

Embora a crítica azeda,


Atende ao dever cristão.


A inveja combate sempre


O esforço da elevação.


Ilumina a própria senda,


Faze-te sábio e melhor.


De todos os males juntos


A ignorância é o maior.


A fortuna, muitas vezes,


É neblina deletéria.


A riqueza sem virtude


É mais triste que a miséria.


Não te esqueças da verdade,


Recorda que para a morte


Não vale bolsa repleta,


Nem existe casa forte.


Trabalha, constantemente,


Firme e fiel ao teu posto.


Descanso desnecessário


E’ plantação de desgosto.


Ao despeito envenenado


A retidão não se rende.


De pessoa desbriada


O insulto não ofende.


Dos vermes de ruína e morte,


Que atacam o fruto e a flor,


O mais cruel é a preguiça


Que mora no lavrador.


Respeita a moderação.


Quem com pouco se compraz,


Entre as bênçãos da alegria,


Serve muito e vive em paz.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 4,p.9.

 

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