domingo, 18 de julho de 2021

65-O CUPIM - Casimiro Cunha

 

 


65-O CUPIM

Casimiro Cunha


Causa pena olhar o campo quando pobre de verdura, sofre a terra a intromissão do cupim que a desfigura.


Debalde a vegetação se estende em ramaria, o solo não apresenta a mesma fisionomia.


O cupim obstinado multiplica-se em rebentos, parece que o chão se cobre de tumores pustulentos.


Em vão, a chuva convida às forças de produção, debalde o Sol traz a luz de paz e renovação.


Não faltam bênçãos do Céu que atendam aos dons da vida, mas a terra permanece desolada e ressequida.


O cupim vai provocando estrago, calamidade, e o campo mostra ruínas, miséria, esterilidade.


Às vezes são necessários muito esforço, muitas dores, por expulsar a família dos insetos invasores.


Sem trabalhos decididos por parte da agricultura, o cupim transforma a terra numa extensa sepultura.


Lembremos, vendo esse quadro da esfera dos lavradores, as almas avassaladas de ideias inferiores.


Sê forte em qualquer trabalho, cada luta é uma lição.


Tristezas e desalentos são cupins no coração.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 65, p.66.

 

 

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