terça-feira, 27 de julho de 2021

74-O LIXO - Casimiro Cunha

 


74-O LIXO


Casimiro Cunha


Cada dia, a residência que a higiene ensine e ajude, lança fora todo o lixo na defesa da saúde.


Grandes cestos, grandes latas, guardando detrito escuro, enchem grandes carroçadas que seguem para o monturo.


Contemplando o movimento, lembremos que a sujidade, muita vez foi qualquer coisa em plano de utilidade.


Roupa usada, vestes rotas, velhas peças carunchosas, em outros tempos já foram queridas e preciosas.


Ornatos apodrecidos, tristes relâmpagos sem lume, conheceram muitas vezes festa e luz, vida e perfume.


Resumem, contudo, agora, o lixo que não convém, escuro e pernicioso, contrário à saúde e ao bem.


Para ele, em todo o mundo, a casa nobre e educada reserva, cada manhã, a bênção da vassourada.


Se não tem função de esterco, junto à terra menos rica, vai ao fogo generoso, que renova e purifica.


Na esfera de ensinamento da verdade sempre igual, o lixo personifica a estranha expressão do mal.


Escuta! Se o bem de ontem hoje é mal e sofrimento, não deixes de procurar os cestos do esquecimento.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 74, p.75.

 

 

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