domingo, 25 de julho de 2021

72-O GRANDE RIO - Casimiro Cunha

 


72-O GRANDE RIO


Casimiro  Cunha


Em marcha laboriosa, no sulco amplo e sombrio, profundo e silencioso eis que passa o grande rio.


Ao seu seio dadivoso, afluem fontes da serra, ribeiros de níveis altos, detritos de toda terra.


O rio mais elevado desce os montes à procura de sua paz generosa na marcha calma e segura.


Por saber harmonizar-se nos bens do mais baixo nível, conserva toda a imponência da grandeza indefinível.


Faz caminhos gigantescos, cria povos eminentes, é ele quem leva ao mar as águas dos continentes.


É pai das economias de todo o humano labor, mas quase ninguém se lembra dessa dívida de amor.


Que importa, porém? O mundo é o homem que esquece e cai, sem ver a missão do bem, nas bênçãos do próprio Pai.


O grande rio conhece a luz desse imenso arcano sobre o nível mais humilde busca a força do oceano.


Assim também a alma grande, nas últimas posições, recebe as ânsias de paz de todos os corações.


Em dores silenciosas, é o grande rio que vai, dando o bem a todo o mundo, em busca do amor do Pai.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 72, p.73.


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