terça-feira, 13 de julho de 2021

60- O CAJADO - Casimiro Cunha

 


60-  O CAJADO

Casimiro Cunha


Quem faça viagem longa, se é prudente e ponderado, jamais pode prescindir do concurso de um cajado.


Conduzir arma de fogo ultrapassa a obrigação, evite-se a qualquer preço a morte e a destruição.


Entretanto, é indispensável, nas surpresas do caminho, que se guarde alguma coisa contra a pedra, contra o espinho.


O bordão é companheiro, não se aflige, não se assusta; Permanece na defesa do esforço da causa justa.


Pode agir sem destruir, cede apoio com proveito, prestativo, atencioso, infunde calma e respeito.


Desvia o curso à serpente, traça rotas, vence o mato, em todas as latitudes, o bordão é herói no tato.


Sonda o leito do caminho, pratica a verdade e o bem, onde há fogos e perigos, informa como ninguém.


Com seu auxílio é possível prosseguir e caminhar, o próprio cego dos olhos não precisa estacionar.


Reparando-se, porém, no ensino a que o quadro alude, a jornada é nossa vida, o bordão, nossa atitude.


Segue honesto, a passo firme, de espírito sossegado, não sofras pelo dinheiro, mas conserva o teu cajado.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 60, p.61.

 

Nenhum comentário: