quinta-feira, 7 de outubro de 2021

2.O EFEITO DO AMOR - Valérium

 



2.O EFEITO DO AMOR


Valérium


O amigo de conhecido espírita, ao vê-lo ardentemente interessado em obras de caridade, admoestou-o, dizendo que ele, não espírita, desistira da beneficência, desde muito.


E alegava que todos os gestos de bondade que praticara somente haviam encontrado a secura como resposta.


Sempre ingratos por toda parte.


O espírita, no entanto, chamou-o à rua e deu-lhe um osso para que alimentasse um cão, de passagem.


O amigo, embora contrafeito, atirou a curiosa vianda para o animal, com marcante desprezo.


O cachorro aproximou-se da oferta, abocanhou-a, de leve, e saiu, triste e desconfiado, rabo entre as pernas.


O espírita tomou de osso igual para socorrer outro cão esfaimado na via pública.


Entretanto, mudou de jeito.


Chamou o animal com carinho humano.


Dirigiu-lhe palavras amigas.


Alisou-lhe o pelo.


Afagou-lhe as orelhas.


E deu-lhe o bocado com as próprias mãos.


O animal abanou a cauda e permaneceu ao seu lado, contente, a lamber-lhe as mãos. 


E ambos os amigos anotavam, admirados, o efeito do amor no gesto beneficente.


*


Estenda, sim, quanto puder, as obras de caridade. 



Contudo, ajudando alguém, é preciso saber como você ajuda.

 

VIEIRA, Waldo pelo Espírito Valérium. Bem aventurados os simples. Rio de Janeiro: FEB,10ª ed., 1962,cap.2.

 

 

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