terça-feira, 16 de abril de 2024

O Açúde - Casimiro Cunha

 




O Açúde 


Casimiro Cunha


Vai-se o inverno frio e longo, volta o tempo desejável, o açude prossegue sempre na harmonia inalterável.


Espelho caricioso refletindo o céu de anil, é lençol de luz e ouro, na tarde primaveril.


Durante o dia sem sombras, retrata o Sol a brilhar, quando a noite vem descendo guarda os raios de luar.


Tudo isso é um quadro lindo, mas não é só.


A represa é a mensagem da prudência no apelo da Natureza.


O açude não priva as águas de manter seus bons ofícios, mas sabe guardar as sobras, evitando os desperdícios.


No organismo inteligente de suas disposições, fornece canais amigos em todas as direções.


E surgem forças cantando, no pão, na luz, no agasalho.


É  a vitória da alegria, na abundancia do trabalho.


Se a represa não guardasse com prudência e com carinho, faltaria o necessário nos celeiros do caminho.


Se o perdulário entendesse o ensinamento do açude, jamais choraria a falta do sossego e da saúde.


Guardar o que seja justo, sem torturas de avareza, e da prudência divina.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 53, p.54.

 

 

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