domingo, 5 de janeiro de 2014

Fuga dolorosa - Momento Espírita




Fuga dolorosa



O suicídio continua em alta. Infelizmente.


Apresenta-se das formas mais diversas.


Desde o ser que, voluntariamente, agride sua integridade física ao que deixa de cuidar da saúde, no intuito de apressar o fenômeno da morte.


Nesse particular, temos uma gama muito grande.


Portadores de determinadas enfermidades, com necessidade de dietas e cuidados, que desleixam.


Não aceitam se furtar ao prazer disso ou daquilo.


E a doença progride aceleradamente, advindo a morte prematura.


Seres vinculados ao vício do fumo, do álcool, da droga.


Criaturas que, na busca do prazer, esquecem as horas do sono.


Desgastam a máquina orgânica em noitadas vazias.


Acordam, no dia seguinte, a horas mortas, com distúrbios digestivos, cefaleia, intoxicações.


O quadro se repete, se reprisa, levando aquele que assim se entrega a um desgaste orgânico, sem recomposição.


Pessoas que se desvitalizam no abuso sexual.


Pessoas que não buscam o médico, não se submetem a exames, não aceitam conselhos.


São todos suicidas indiretos.


O desejo de morrer pode resultar em enfermidades.


A anorexia, por exemplo.


O quadro clínico da anorexia contém mais sinais do que a simples recusa de comida.


O corpo inteiro decreta um estado de animação suspensa.


Nenhum sono.


Nenhuma alimentação.


Todas as funções vitais estão atrofiadas, reduzidas.


E as greves de fome?

Há que se considerar da nobreza da causa, os objetivos que as orientam.


Pode haver, por trás da decisão, o ardente desejo de buscar a morte. Nesse caso, é suicídio lento.


O sacrifício da vida é meritório quando tem por fim salvar a de outros ou ser útil aos semelhantes.


Mas um sacrifício não é meritório senão pelo desinteresse, e antes de realizá-lo deve-se refletir se a vida não poderá ser mais útil do que a morte.


A mais trágica de todas as circunstâncias que envolvem a morte, a de consequências mais devastadoras, é o suicídio.


Tormentos desabam sobre o suicida.


Precipitado, de forma violenta, na Espiritualidade, em plena vitalidade física, revive, sem cessar, por largo tempo, as dores e as emoções dos últimos momentos.


Um dos grandes problemas é o lesionamento do corpo espiritual.


O suicida exibe na organização espiritual ferimentos correspondentes à lesão do corpo físico.


Podemos aquilatar das dores de quem desferiu um tiro no cérebro, ingeriu elemento corrosivo, atirou-se de grande altura.


Tais efeitos se registrarão em nova reencarnação.


O tiro no cérebro originará dificuldade na fala, no raciocínio.


O impacto da queda violenta poderá propiciar complexos quadros neurológicos.


O veneno corrosivo implicará em ulcerações ou deficiências no aparelho digestivo.


E, na medida em que a família mergulhe no desespero e na inconformação, mais sofrerá o suicida.


O bálsamo que se lhe pode oferecer é a oração.


Ela lhe constituirá alento novo para os padecimentos no Além. Também o auxiliará a se reerguer.


*   *   *


Se você está a ponto de cometer a loucura do suicídio, pare!


Pense!


Espere!


O problema pode parecer muito amargo ao coração.


A sombra interior é tamanha que você tem a ideia de haver perdido o próprio rumo.


Mas, não se mate!


Deus não nos abandona.


Faça silêncio e ore.


O socorro chegará.


Por meios que você desconhece, Deus permanece agindo.




Redação do Momento Espírita, com base no item 951, de O livro dos Espíritos, de AllanKardec, ed. FEB; no cap. 6, item Anorexia, greves de fome: as greves da vida, do livro Suicídio, modo de usar, de Claude Guillon e Ives Le Bonniec, ed. EMW Editores e no cap. Fuga comprometedora, do livro Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti, Gráfica São João.Disponível em www.momento.com.br.



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